OPINIÃO: Comentando o “Filme X” de Jornada

Antes de comentar os possíveis destinos dos personagens da Nova Geração eu devo tocar em um assunto que causou dúvidas por parte de alguns leitores. Na última nota em que falava do próximo filme de Jornada no cinema, eu dizia que não queria DS9 nem ao menos mencionada no filme. De fato eu disse isto não por não ser fã da série (muito ao contário ela é a minha série favorita dentre as de Jornada) mas sim por achar que o pessoal envolvido no momento com os filmes não daria NEM DE LONGE o tratamento adequado a série. TODOS os profissionais envolvidos no processo criativo da série estão muito longe da Paramount (e assim ficarão) e, mesmo que pudessemos contar com toda a antiga equipe, a forma como a série terminou deixa difícil PARA QUALQUER UM a tarefa de propor algum tipo consistente de continuação. Levando isto em consideração, fico mais do que contente com os 176 episódios produzidos da série e (se a saudade de material inédito apertar) com o controlado relançamento da série em livros (o qual será, sem dúvida, assunto de próximas notas aqui no Site).

Voltando a falar do próximo (e aparentemente último) filme com a tripulação da Nova Geração. Consideremos a posição do roteirista John Logan.

Logan tenta equilibrar um fechamento digno (tocante) para os personagens e ainda assim deixar “algumas portas abertas” para futuros projetos. Uma tarefa difícil pois o bom cumprimento de um destes objetivos tende a enfraquecer o outro e vice-versa (de fato “The Wrath Of Khan” seria um filme melhor se ganchos BEM VISIVEIS não tivessem sido deixados para o retorno a vida de Spock, aquele teria sido um melhor filme se tivesse sido o último da série ou mesmo o último da série com Spock, neste caso Saavik seria a sua substituta natural).

Logan aproveita a possibilidade CLARA deste ser o último filme ESPECÍFICO da Nova Geração e oferece desenvolvimentos que poderiam (e deveriam) ter se dado no curso da própria série na TV, indo de encontro a constante crítica de que os personagens da Nova Geração pouco mudaram com passar do tempo. Aqui ele oferece reais e fundamentais mudanças mas ainda assim deixa abertas algumas possibilidades para continuações. O caso B9 é o mais claro exemplo disto, podemos ter um “de fato Data” no próximo filme, com um ator mais jovem graças a uma “mudança cosmética para aperfeiçoar o senso de individualidade de B9” ou mesmo um “de fato Data”, com o próprio Spiner, se ele mudar de idéia.

(Não se iludam com estes “spoilers”. O grosso do filme será tomado por Picard, Data, Shinzon e B9.)

Os personagens da Nova Geração e os seus (possíveis) destinos:

Jean-Luc Picard: Espero que esta auto-indulgência de Picard (ou seria de Stewart ? ) não estrague o filme (como estragou o “Insurrection”). Estou ainda com sérias dúvidas se esta relação “de espelho” com Shinzom vai funcionar e mostrar uma abordagem nova do personagem Picard. Acho importante que Picard realmente tenha aceitado o conselho de Kirk e resolva só deixar o comando da Enterprise com a própria morte. Eu gostaria que ele ficasse sem ninguém da antiga tripulação a bordo, seria mais interessante e uma brutal afirmação de tal decisão.

(Vamos ter que aturar Stewart como “herói de ação” DE NOVO! Não têm jeito, o cara dá TODAS as cartas.)

(Gostei do nome “Argo” para a nova nave auxiliar.)

William T. Riker: Foi melhor não mostrar a cerimônia de casamento (Riker/Troi) e pular para a recepção. Espero que o humor envolvendo Worf funcione melhor na tela do que no papel. Riker tocando o trombone foi um belo toque de continuidade. FINALMENTE Riker assume o comando de uma nave estelar, bem … antes tarde do que nunca.

(A presença das alienígenas fêmeas da Série Original foi um belo toque.)

(A presença da família O’Brien seria um pouco demais na cerimônia, mas uma ponta do Barclay faz falta. O pai do Riker também seria legal mas nada de Lwaxana Troi por favor.)

(Gostei do nome “Titan”. Qual será a classe da USS Titan ? )

Worf: Mais preocupação com o humor envolvendo o Klingon. É difícil ACEITAR que Worf tenha desistido da posição de embaixador no mundo natal Klingon para voltar a ser (aparentemente) oficial de segurança da Enterprise. Worf teve o manto de Chanceler nos ombros e o colocou nos de Martok. Em Kronos ele seria o braço direito do Chanceler e peça fundamental na recuperação do Império Klingon. Servindo como uma ponte entre os dois mundos aos quais ele pertence, uma verdadeira HOMENAGEM ao personagem. Agora ele volta para a Enterprise e, levando em conta os eventos de “Change Of Heart” (da sexta temporada de DS9), ele nunca receberá a sua promoção a comandante (“Full”), permanecendo estagnado na mesma função de 14 anos atrás. BAH! DS9 levou um “reset-button póstumo” aqui. A descrição do personagem da “lua de mel Klingon” e do seu “ódio pelos Romulanos” talvez funcionem para uma audiência (típica e leiga) de cinema mas soam falsas levando em conta os tempos do personagem em DS9.

Deanna Troi: Não tenho nenhum problema lógico com a Deanna localizando a Scmitar camuflada, mas é algo que “bate” mal no meu ouvido ainda assim. Eu acho meio idiota tentar “redimir” a Troi do “fiasco” no “Generations”, deixando que ela pilote a nave de novo. Ela Segue casada com Riker (FINALMENTE), na Titan, após o final do filme.

(Eu ficaria melhor sem “o piloto sugado pelo vácuo do espaço”.)

Beverly Crusher: Justo a pessoa que teria vários motivos pra ficar acaba indo embora. Espero que a fala “deixarei a última dança para você” seja dita a Picard em um contexto em que seja clara a impossibilidade da realização de tal promessa.

Geordi La Forge: A possibilidade do casamento de La Forge e da Dr. Brahms é bem-vinda. Só gostaria que ele fosse promovido e assumisse um comando também (em uma nave). O início de uma carreira literária seria também bêm vindo.

Data: Uma “morte heróica” em Jornada é sempre algo perigoso. Ficam várias dúvidas sobre o que o relacionamento com B9 irá trazer de novo para Data. A preocupação em deixar a possibilidade do retorno de Data e (ou) de Spiner para um projeto futuro parece enfraquecer o drama envolvido na perda do andróide.

Kathryn Janeway: Eu posso aceitar que ela seja almirante e oficial de ligação de Picard, o que justificaria a sua participação no filme. O que EU NÃO VOU ACEITAR é que os dois aparentemente tenham uma “amizade mágica” e discutam “assuntos íntimos”. Isto vai soar TOTALMENTE falso.

(A Guinam no lugar de Janeway faria toda a diferença do universo.)

(Eu gostaria de saber que papel teria a Seven Of Nine no filme. Participação que foi transformada nesta da Janeway.)

(NOTA1: Achei um bom movimento de Berman e Cia. a contratação de Stuart Baird como diretor do próximo filme. Não que esteja impressionado pela filmografia dele mas pelo mesno ele é um VERDADEIRO profissional de cinema – em Direção E Montagem – que pode trazer algo de novo ao próximo filme.)

(NOTA2: Algumas pessoas especulam na Internet a respeito da possibilidade de termos uma nova tripulação com aventuras – no cinema – na prória Enteprise-E. Mesmo o próximo primeiro-oficial pode ser treinando gradualmente para se tornar capitão. Uma outra possibilidade é iniciar uma política de “crossovers”, envolvendo todas séries, no cinema. Mas sobre este ponto (mais do que qualquer outro): “só o tempo dirá”)

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Stuart Baird vai dirigir próximo filme
Por Salvador Nogueira, às 15:05

O diretor e editor indicado para um Oscar Stuart Baird foi contratado para dirigir o décimo filme de Jornada nas Estrelas, segundo a Variety.

Baird dirigiu a sequência de “O Fugitivo”, “US Marshals”, que estrelou Tommy Lee Jones, assim como o filme “Executive Decision”, de 1996. Ele também foi produtor-executivo de um dos hits do ano, “Tomb Raider”, com Angelina Jolie.

Como editor, Baird foi indicado ao Oscar duas vezes, em 1979 por “Superman” e em 1989 por “Gorillas In the Mist”. Além desses, ele editou os filmes “Demolition Man”, “Maverick”, “Lethal Weapon” e trabalhou, não-creditado, para “Mission Impossible II”.

Os membros do elenco da Nova Geração LeVar Burton e Jonathan Frakes estavam disputando a cadeira de diretor para o filme, ambos tendo dirigido episódios da série de televisão. Frakes também dirigiu os filmes de Jornada “Primeiro Contato” e “Insurreição”.