Site revela dados da “bíblia” da série

O site TrekWeb conseguiu dar uma olhada em partes da “bíblia” de Enterprise –o documento criado pelos produtores para os escritores que os informa sobre os detalhes da série, habilitando-os a escrever para o programa.

Embora os relatos não nos revelem muito a respeito da “guerra fria temporal” do futuro distante ou o papel dos Klingons ou Romulanos na nova série, eles trazem novas informações sobre as relações entre os personagens principais e o contexto da Terra no século 22.

Confira abaixo as informações trazidas hoje para a web.

Contexto

A Frota Estelar tem menos de 20 anos em 2151, e com a fundação da Federação “a décadas de distância” [na verdade, exatos dez anos], a humanidade só foi capaz de construir tecnologia avançada capaz de atingir dobra 5. Os Vulcanos se recusaram, durante o último século (desde o vôo de Cochrane em “Primeiro Contato”), a dividir sua tecnologia avançada de dobra e novo marco de dobra 5 quebra uma barreira na exploração que havia impedido a expansão humana. Em dobra 5, 10 mil mundos habitados estão a um ano de viagem, comparados a apenas 18 em dobra 2.

A nave estelar Enterprise é a primeira nave de longo alcance da Frota Estelar e, porque os eventos do piloto, “Broken Bow”, forçam seu lançamento três meses antes do previsto, muitos de seus sistemas permanecerão não-testados até o início da missão. A tripulação humana da Enterprise precisa lutar para provar que a humanidade é digna, já que o contato com raças alienígenas é cheio de incertezas e perigos. Sem um corpo diplomático estabelecido ou a organização globalizadora da Federação, a tripulação da nave terá de resolver a maioria dos seus próprios problemas.

O capitão Jonathan Archer acompanhou a construção da Enterprise desde que “as primeiras vigas… foram colocadas no lugar”, e é fundamental em convencer a Frota Estelar a continuar com o lançamento, quando os Vulcanos acham que a humanidade ainda não está pronta. Archer sabe que seus diários do capitão serão essenciais para futuros capitães, então ele faz deles detalhados, pessoais e bem-humorados.

Embora Archer ache que T’Pol representa a pior arrogância dos Vulcanos, ele irá contar com sua experiência interestelar e até apreciar seu humor amargo. Os dois personagens serão obstáculos um para o outro mas desenvolverão uma relação humano-alienígena única que é bem pouco ortodoxa nesta época.

O capitão Archer é como um mentor para o engenheiro-chefe, Charlie “Trip” Tucker III, que pode ser exageradamente exuberante de vez em quando.

A sub-comandante T’Pol está tão empolgada com seu posto na Enterprise quando seus colegas humanos. Vendo como um posto difícil, ela na verdade começará a invejar os humanos e se tornar fascinada com eles, experimentando comida, observando o comportamento e até estudando rituais de acasalamento.

Ela respeita o capitão Archer e reconhece nele a habilidade da humanidade de se tornar mais do que os instintos básicos mostrados por Charlie Tucker. T’Pol irá se tornar especialmente próxima do doutor Phlox, com quem ela confidenciará, na condição de colega “outsider” e estudioso da humanidade. O bom doutor irá até fornecê-la um “agente dormente nasal”, para mascarar o odor dos humanos quando eles estão excitados. T’Pol é a mais velha a bordo.

Charlie “Trip” Tucker III passou sua juventude em Florida Keys, trabalhando em um projeto de reparação do oceano. Um caçador de desafios, Charlie acabou parando em Engenharia Orbital, construindo naves estelares em Utopia Planitia e ganhando a reputação de uma espécie de “fazedor de milagres”.

O melhor amigo de Charlie é o piloto, alferes Mayweather, e os dois estão sempre em busca da última aventura, no que se lê muito como uma relação inicial à la Paris/Kim.

Mais importante, Archer, T’Pol e Tucker formam o triunvirato da série, os três mais importantes tomadores de decisão a bordo, similar a (você adivinhou) Kirk, Spock e McCoy.

O doutor Phlox é fascinado pelos humanos (que não se reproduzem assexuadamente como sua espécie), e se faz em casa rapidamente na Enterprise –enchendo a enfermaria com todo tipo de parafernália alienígena. Sua “medicina intergaláctica” faz a mais mundana passagem pela estação médica uma aventura em si mesma.

O tenente Malcolm Reed é a antítese de Charlie Tucker. Rigorosamente organizado, Reed gasta seu tempo de folga trabalhando em máquinas de exercício futuristas ou aperfeiçoando um novo tipo de torpedo. Reed e Tucker irão estar constantemente em desacordo; Reed querendo expandir seu inventório de armas nas seções da engenharia e enchendo os tubos Jefferies de Tucker com granadas. Como revelado anteriormente, Reed também é bem contraditório, tímido entre as mulheres e de fala suave, apesar de sua personalidade metódica e rígida.

O alferes Travis Mayweather “nasceu e foi concebido durante uma viagem de dois anos em algum ponto entre Alfa Centauri e Arcturis Prime”, e já viajou para dúzias de planetas, até passando um tempo com uma namorada Terreliana no passado. Travis prefere dormir em gravidade zero e desliga a gravidade em seus aposentos quando dorme.

A alferes Hoshi Sato fica desconfortável presa em uma lata apertada viajando a velocidades fantásticas, e um salto para dobra pode ser estressante para ela. As incríveis habilidades linguísticas de Hoshi tornam-se úteis em uma era de tradutores universais inadequados, e, embora ela venha a ter uma espécie de relação combativa com T’Pol, as duas mulheres irão desenvolver um tipo de laço fraterno.

A Enterprise e a tecnologia

A nave estelar Enterprise é estado da arte. Com 190 metros, 80 mil toneladas métricas e tripulação de 87, ela possui canhões de laser e torpedos espaciais. Naves auxiliares podem conter um piloto e seis passageiros, viajar a velocidades sub-dobra e são udadas para missões avançadas para planetas, naves ou estações espacias. Elas são lançadas a partir de portas da baía de bombas por um braço magnético, onde são soltas após serem posicionadas abaixo da nave-mãe.

A cozinha da nave é cheia de material de alimentação tradicional, mas possui um replicador primitivo chamado “re-sequenciador de proteínas”, que produz um número limitado de ítens, como massa ou drinks. As refeições são preparadas pelo chef escolhido pessoalmente pelo capitão Archer e são servidas ou no refeitório (mess hall) ou no refeitório pessoal de Archer, onde Tucker e T’Pol são convidados frequentes.

Os transportes são só para carga, embora durante a primeira temporada a tripulação irá refinar a tecnologia para tráfego de biomatéria. Sem os biofiltros do século 24, toda vez que tripulantes retornam à nave com agentes externos, eles precisam aplicar um gel descontaminante em uma câmara de descontaminação.

Grupos avançados irão portar pistolas “phase” e comunicadores com tradutores universais primitivos embutidos. Mas as habilidades linguísticas de Hoshi serão necessárias com frequência. A tripulação precisa usar intercoms de painéis de toque para conversar entre pontos diferentes da nave.

Sem escudos ou campos de força, a Enterprise é equipada com placas do casco polarizadas que deixam a nave vulnerável quando retraídas. Não há bancos feiser, embora Malcolm Reed possa “inventar” essa tecnologia ao longo do caminho. A Enterprise terá mini-torres retráteis que emergem do casco para disparar artilharia carregada de plasma.

Comunicações de longa distância só são possíveis em velocidade de dobra, de modo que o contato com a Frota Estelar será limitado.