Bryan Burk fala sobre Jornada em Moscou

burkmoscowO produtor Bryan Burk esteve fazendo uma turnê mundial, passando por vários países (inclusive no Brasil) mostrando imagens do filme Além da Escuridão em eventos especiais de visualização para profissionais da indústria e imprensa. Uma de suas últimas paradas foi em Moscou, Rússia. O site russo trekker.ru esteve no evento e nos forneceu (via Trek Movie) um relatório exclusivo.

No evento, que ocorreu semana passada, ele apresentou os 30 minutos e falou sobre o filme e a pós-produção. Ele começou por descrever as diferenças entre Star Trek e Além da Escuridão, dizendo:

Quando lançamos nosso último filme Star Trek tivemos a sorte de ter uma reação maravilhosa de todo o mundo. Mas quando começamos a conversar sobre fazer um novo filme meus colegas produtores e eu realmente não queríamos ver o sucesso deste filme como fato consumado. Nós sabíamos que se íamos fazer um novo filme tínhamos que adquirir mais fazendo um novo filme. Teria que ser melhor do que o último. Teria que ter mais drama. Mais ação do que o último. Mais emoção do que o último. Teria que ter mais probabilidades impossíveis. Teria que ser maior.

A sua turnê mundial de promoção não inclui qualquer amostra de filmagem em 3D. Para o público presente no auditório em Moscou, ele detalhou o processo trabalhoso que estão passando para a conversão 3D.

Decidimos para a sequência que queríamos fazer a conversão 3D especial, porque nada do que você verá a noite é em 3D. Acontece que o processo que optamos utilizar é significativamente mais trabalhoso e preciso do que jamais imaginamos. Estamos indo literalmente tomada por tomada e quadro a quadro impulsionando ainda mais as coisas que jamais foram feitas. Nosso estereógrafo – o cara que é responsável por fazer 3D – regularmente têm essas conversas e diz: “você não pode mais do que isso, ninguém vai mais longe do que isso” e respondemos: “vamos mais longe!”. Então, quando o filme sair vamos tê-lo em IMAX e em 3D – espero que não seja nada que você tenha visto antes.

É de salientar que esta turnê de Burk, que mostra os primeiros 30 minutos do filme, não inclui os EUA. A razão para isso é clara, a Paramount está fazendo um esforço muito grande para impulsionar Jornada internacionalmente – especialmente em países de língua não-inglesa, onde a franquia nunca teve sucesso de bilheteria. Especificamente na Rússia, onde Star Trek foi o primeiro filme da franquia a conseguir um grande lançamento. Assim, para este público, Burk enfatizou que a sequência foi feita para qualquer um assistir, mesmo aqueles que não viram o último filme:

Nós também sabíamos que se estivéssemos fazendo esse filme, ele teria que funcionar para as pessoas que nunca viram Jornada. Elas foram capazes de ir ao cinema, sentar, e entender completamente o que está acontecendo – aprendendo a amar esses personagens instantaneamente, sem conhecimento de nada antes. Nós não queremos que seja uma sequência, queremos que seja um filme próprio. Portanto, achamos que poderiamos fazer todas essas coisas sem comprometer, que poderíamos fazer um filme para todos.

Nós já relatamos que dos cinco produtores (Abrams, Orci, Damon Lindelof, Kurtzman e Burk) Bryan Burk foi o único membro do grupo que não era um fã de Jornada antes de se envolver com a franquia. Em Moscou, ele falou sobre sua experiência com Jornada e como a Bad Robot convenceu a Paramount a gastar mais em seus filmes de Jornada, a fim de atrair um público mais amplo (incluindo pessoas como ele):

Eu rapidamente foi atirado para o mundo de Jornada e comecei a aprender muito sobre isso. Aqui está o que eu aprendi: Gene Roddenberry – o homem que criou Jornada nas Estrelas – era um gênio. Ele fez uma série sobre nós, sobre todos nós ficarmos unidos. E todos os nossos problemas, todas as nossas guerras, tudo tinha ido embora. E nós estávamos todos trabalhando juntos para sobreviver. O que é melhor do que isso? Não se trata de planetas distantes e alienígenas, é sobre seres humanos, sobre nós, sobre os terráqueos. Onde temos que unir forças para explorar e proteger e lutar e amar por tudo o que está lá fora. Então eu comecei a me perguntar como é que eu não tive essa idéia antes. Por que não fui um fã de Jornada?

O que eu percebi foi, durante anos, que o regime do antigo estúdio – muitos executivos dos estúdios – sempre faziam filmes de Jornada para um segmento muito pequeno que amava os filmes. Eles não fizeram para mim. Eles nunca gastaram o dinheiro nisso – os recursos não eram disponibilizados como se fossem para outros filmes de Hollywood. Não quer dizer que Gene Roddenberry e todos os escritores que o seguiram – e muito menos todos os artesãos, artistas, designers de produção, cinegrafistas e pessoas de efeitos visuais – todas as pessoas destas produções não foram brilhantes. Especialmente porque elas tinham que fazer esses filmes com recursos limitados e fundos limitados. Então nós dissemos que se nós íamos fazer um novo filme Jornada precisaríamos de mais dinheiro. E iríamos colocar tudo isso na tela. E felizmente para todos nós, a Paramount Pictures foi além de nossas expectativas e apoiou não só financeiramente, mas também criativamente. O que nos permite fazer o que queríamos fazer.

Fonte: Trek Movie