Entrevista com Susan Gibney, a Dra. Leah Brahms

Leah BrahmsSusan Gibney apareceu em quatro episódios de Jornada, “Booby Trap” e “Galaxy’s Child” em A Nova Geração e “Homefront” e “Paradise Lost”, na série Deep Space Nine. A atriz chegou a fazer testes para outros personagens como Deanna Troi, Tasha Yar, Sete de Nove e até mesmo para a Rainha Borg, mas o papel principal seria a da capitã Janeway. Infelizmente não deu,  mas Susan recorda ao site Star Trek.com seu trabalho nas duas séries e a experiência de estar na franquia.

Além de sua participação em Jornada, ela tem créditos em vários seriados como Happy Family, Crossing Jordan, Criminal Minds, 24 Horas, JAG – Ases Invencíveis, CSI: Investigação Criminal, como atriz convidada em Lost e The Mentalist. Hoje em dia, Susan trabalha na Companhia Rogue Actor Training, em Nova York, onde vive com sua família. Ela também terminou o trabalho em um filme de terror, We Are Still Here, que encontra-se em pós-produção. 

Como você começou a ganhar o seu papel como Dra. Brahms?

Gibney: Eu morava em Nova York e fiz o teste para o piloto de A Nova Geração. Trouxeram-me várias vezes para os papéis que Marina Sirtis e Denise Crosby. Eu não cheguei às finais. Era esta pequena atriz apenas saída de Yale e fazendo televisão e algum teatro em Nova York, mas eu pensei: “Agora, que estão olhando para mim, eu acho que é hora eu ir para LA”. Então eu me mudei para Los Angeles e queira que as pessoas soubessem que eu estava lá. Comecei a sair para os papéis. E parecia que a cada semana as pessoas de Jornada me traziam para um teste para algum papel que estava sendo lançado. Eu aceitei fazer todos, e iria fazê-los novamente. Eles me trouxeram pelo menos nove vezes para várias funções, até que eu fiz Leah Brahms.

Disseram-lhe, naquele momento, que a Dra. Brahms estaria mais de uma vez?

Gibney: Na verdade, era para estar três vezes, mas eu engravidei. Eles tinham um terceiro episódio planejado, mas eu estava grávida na época, de modo que não funcionou. Mas o que me disseram quando cheguei pela primeira vez para o papel é o que sempre dizem em qualquer série, que é: “Existe a possibilidade de reaparecer”. Eles não se comprometeram, com isso.

Brahms-GeordiA Dra. Brahms era um grande personagem. O que você aprecia mais sobre ela?

Gibney: Oh meu Deus, eu tive que fazer tudo. Primeiro, seria o interesse amoroso de Geordi. Eu pensei: “Isso é fantástico”. Eu não sei se Geordi e Leah fizeram o primeiro relacionamento interracial desde Uhura e Kirk, mas foi emocionante para mim. Por isso, foi um papel médico e um papel romântico, que deu um monte de diferentes arcos. Há a parte de ser uma profissional, da ética do trabalho, da força e ser imune as coisas emocionais, e depois ter o oposto acontecendo, também. Ela tem esse relacionamento romântico, amoroso … bem, isso foi derrubado um pouco, mas não havia muito a fazer como atriz. E, vamos enfrentá-lo, eu tive que ser teletransportada. Tive que projetar um motor. Eu tive que reestruturar a câmara cristal dilitium. A única coisa que eu não conseguia fazer era atirar com um phaser. Eu tive que fazer muitas coisas clássicas de Jornada.

O que você lembra de realmente filmar os episódios, de estar no set?

Gibney: Tudo. Eu conhecia algumas das pessoas na equipe de design. Eu me mostraram todas as outras coisas que estavam trabalhando, os modelos e outras coisas. Eu amei isso. Lembro-me de LeVar Burton ser super-agradável. Ele tinha que usar aquela viseira e me disse: “Eu nunca tiro essa viseira no set quando estou fazendo alguma coisa, mas eu vou fazer isso por você, para que possamos olhar um para o outro e realmente ter uma cena acontecendo”. Eu agradeci, porque eu não tinha que olhar para o metal. Poderia olhar para ele, ensaiar a cena e estabelecê-la como dois atores. Ele era muito bom e eu me senti muito honrada por ele ter feito isso por mim.

Paradise LostVocê fez seus episódios de Deep Space Nine em 1996, depois que acabou não conseguindo o papel de Janeway em Voyager. Aqueles episódios foram algo como um prêmio de consolação?

Gibney: Sim, eles foram. E foi adorável que eles tenham feito isso. Rick Berman foi incrível. Eu acho que foi um processo muito grande, fazer testes para a capitão Janeway. Foi doloroso.

Ok. Você tentou o papel de Janeway. Você tinha penteados diferentes da Janeway. Você gravou cenas de testes com atores que já estavam no elenco …

Gibney: Eles filmaram, sim. Fizeram um teste de tela inteira e trouxeram outros atores e uma tripulação. Nós fizemos vários testes de cabelo e vários testes de roupa, e, em seguida, eles trouxeram toda a gente que estava no elenco e toda a tripulação. Filmaram a maior parte das cenas do piloto naquele dia. Eu fiz três testes para eles. Toda vez eu pensava que tinha acabado … Eu acho que estava competindo Genevieve (Bujold). Ela conseguiu. Eu estava em Nova York na época (quando Bujold saiu) e me disseram: “Susan, você tem que voar de volta para LA”. Depois houve outro teste. Em seguida, foi-me dito que estavam pensando em usar um homem. Então eu tive um teste com outra mulher, mas, evidentemente, a outra mulher não se saiu tão bem naquele dia, pois teriam gostado dela, então eles pensaram que Rick estava tentando me colocar na série por não ter boas pessoas o suficiente à minha frente.

Em seguida, fui até a última rodada e, de qualquer forma, sabemos os resultados. Isso durou semanas e semanas. Eu estava lá, eu estava dentro e fora. Foi um processo longo. Então Deep Space Nine pode ter sido um prêmio de consolação ou eles apenas gostavam de me ter por perto. Eu acho que eles apenas gostavam de me ter por perto. Eu era divertida no set.