Pouca gente sabe, mas o ator Bill Mumy, que fez o famoso menino gênio, Will Robinson, em Perdidos no Espaço, também teve participação em Jornada. Mais especificamente na série Deep Space Nine. Ele interpretou um membro da Frota Estelar, Kellin, no episódio ” The Siege of AR-558″. Mumy, agora aos 60 anos, conta como foi esse seu trabalho na franquia e o que faz atualmente.
Mumy muitas vezes gosta de se referir como o “Ator do Espaço”. É uma descrição apropriada, porque ele é mais conhecido por seus papéis como Will Robinson em Perdidos no Espaço e Lennier em Babylon 5 . Claro, ele também é lembrado por suas participações, como um ator mirim, em Além da Imaginação, Jeannie é um Gênio, A Feiticeira, O Fugitivo e muitas outras séries.
Mumy também é músico, instrumentista e compositor. Chegou a lançar 9 álbuns com seu parceiro Robert Haines, também compôs músicas para várias séries de TV e filmes. Além disso escreveu roteiros para televisão, além de dezenas histórias em quadrinhos.
Antes de sua aparição em Deep Space Nine, Mumy chegou a co-escrever (com Peter David) três edições da coleção em quadrinhos Star Trek (DC Comics volume 2): #13 “A Rude Awakening!”, #14 “Great Expectations!” e #15 “Tomorrow Never Knows!”, um encontro da Enterprise-A, com um grupo de alienígenas perdido no espaço há séculos.
Abaixo um resumo dos seus comentários a respeito do seu tempo em Jornada.
Como é a vida para você hoje em dia?
MUMY: A vida é boa. Estou ocupado trabalhando em várias arenas. Agora estou de volta usando o “Ator no Espaço”. Estou co-estrelando Space Command: Redemption, um ambicioso sci-fi de Marc Zicree. Trabalho com Mira Furlan de Babylon 5 , de modo que é um deleite para mim. Além disso, trabalho com Bob Picardo de Jornada . Ele é ótimo e engraçado e nós nos damos muito bem. Doug Jones de Falling Skies também está no elenco e ele é muito talentoso e agradável. É um bom grupo e equipe divertida de estar trabalhando em uma área que gosto e estou bem familiarizado.
Você é, naturalmente, muito associado com os trabalhos de ficção científica, graças a Além da Imaginação, Perdidos no Espaço e Babylon 5. Você tinha conhecimento de Jornada antes de entrar na série?
MUMY: Eu morava na mesma quadra do Bill Shatner em Cheviot Hills quando criança, na época em que estava fazendo Perdidos no Espaço e ele estava fazendo Jornada, e eu costumava ver Leonard Nimoy na praia naqueles dias. Eu sempre gostei de Jornada. Eu achei uma bobagem, quando as pessoas se diziam ser de Perdidos no Espaço ou Jornada, como se você tivesse que escolher entre um ou outro. O mesmo que escolher entre Gunsmoke ou Bonanza ou qualquer outra coisa assim. Eles eram sempre diferentes no tom. Perdidos no Espaço era sobre uma família. Jornada era uma série militar. Ambos ficavam realmente estúpidos de vez em quando, no entanto. Eu amei A Nova Geração. Essa foi uma grande série. Voyager, também. A franquia de Jornada tem sido incrível.
Nosso entendimento é que você queria estar em Jornada, mas não queria fazer um alienígena. Em primeiro lugar, é verdade? Assumindo que seja, o que se passou em sua decisão de esperar pela chance de fazer um ser humano?
MUMY: É. Isso é totalmente verdade. Depois de cinco anos e cinco temporadas fazendo Lennier em Babylon 5 e colagem de espuma de borracha na minha cara todos os dias, eu não estava querendo fazer isso de novo. Eu não queria trabalhar no cinema e na TV por 50 anos e ser lembrado como: “Bill Mumy, você sabe, ele faz aliens agora”. Eu definitivamente disse “não, obrigado” para algumas ofertas de papéis bons em Jornada e que eram papéis não-humanos.
Você teve sua chance com Kellin em Deep Space Nine. Isso foi uma oferta ou um teste?
MUMY: Foi uma oferta. De Ira Behr. Fiquei lisonjeado e disse: “Claro”, logo que ele me ligou e disse que era um oficial da Frota Estelar humano.
O que deixou mais intrigado sobre o personagem e seu arco dentro do episódio?
MUMY: Bem, além do fato de que ele era um ser humano … foi um presente usar o uniforme da Frota Estelar, e interpretar um personagem envolvido em uma guerra. Foi um roteiro bastante sombrio, dramático. Eu fiquei feliz de ter feito isso.
O que você lembra das filmagens?
MUMY: Tudo. Muitas longas horas. A equipe estava nas últimas. Eu provavelmente tive cinco chamadas forçadas para esse episódio, e nunca tinha acontecido em todos os cinco anos de B5. Um dia em Deep Space 9 era longo. Todos eles me trataram muito bem. Mas, eu fiquei surpreso pela forma como você não poderia variar a partir do script impresso, nem mesmo um “bem …” ou uma sílaba … Era como Shakespeare! Se você variasse, eles teriam que obter a aprovação de um comitê. Isso foi um pouco estranho. Mas como eu disse, todo mundo foi muito bom para mim.
Ficou satisfeito com a morte do personagem?
MUMY: Morrer nos braços de Nicole deBoer? Isso foi bom para mim. Claro que teria sido melhor se tivesse ficado ligado a vários episódios mais, mas morrer heroicamente na TV foi legal para mim. Vou lhe contar uma história engraçada sobre isso … Quando estávamos filmando a minha cena de morte, Ira Behr estava no palco. Uma vez que estávamos terminando, ele anunciou muito alto para toda a equipe, “Senhoras e Senhores, Jornada acabou de matar Will Robinson!”
Além de atuar em Jornada, você escreveu Jornada para os quadrinhos. Como foi desfrutar dessa experiência, incluindo o trabalho com Peter David, e o que você acha que foi adicionado ao universo de Jornada com suas histórias?
MUMY: Nas três edições da Jornada clássica em quadrinhos, Peter e eu escrevemos para o DC e foi uma das nossas primeiras colaborações. Peter e eu passamos a criar e escrever duas temporadas de Space Cases para Nickelodeon, assim como muitos outros projetos de histórias em quadrinhos, contos, animação e filmes. Peter é um cara ótimo e super-prolífico. Eu amo trabalhar com ele. Nós trocamos idéias com facilidade. Naquela época, ele e eu estávamos dirigindo até minha casa em Los Angeles junto da San Diego Comic Con e fomos escrevendo a história de Jornada juntos, no meu carro. Era para ser “Jornada encontra Perdidos no Espaço”. Os fãs sempre quiseram ver algo assim, por isso, dei isso a eles. Claro que, com restrições de licenciamento. Eu vim com o nome “The Worthy” em vez de usar os nomes dos Robinsons. Eu ainda gosto desse nome para um grupo … eu posso usá-lo novamente um dia! Foi divertido fazer e isso levou a muitos outros projetos com Peter, que é uma coisa boa. Jerome Moore forneceu a arte da capa fantástica para esses três livros.
Além de The Twilight Zone, Jornada, Babylon 5 e Perdidos No Espaço, você ganhou a sua quota de cultura pop, o status de ícone com “Space Cases” e “Fish Heads”. Você teve um diversificado e divertido passeio, como isso tem sido para você, sua carreira muito variada e original?
MUMY: Não se esqueça de dois episódios de A Feiticeira, The Munsters, Batman: The Animated Series, Ren & Stimpy, Buzz Lightyear do Comando Estelar, Ultra Man, The Flash, três episódios de Superboy, Roswell Conspiracies, Space Ghost, 13 episódios de Inside Space … Eu não consigo nem pensar em em tudo agora. Sim, este universo do comic book, é um lugar divertido para mim. Assistia George Reeves como Superman, quando tinha 3 e 4 anos de idade, juntamente com Guy Williams como Zorro que me inspirou a “entrar na TV” e deixou meus pais loucos … Assim, ainda é um lugar que gosto de trabalhar. De qualquer forma, a minha vida estranha, diversificada e divertida acaba sendo normal para mim. Comecei a trabalhar quando tinha cinco anos e aqui estou eu, ainda estou fazendo isso hoje em Comando Espacial. Ainda fazendo um astronauta! Sinto-me normal.
Você também tem a distinção de aparentemente ser uma das futuras crianças estrelas que cresceu como um adulto normal. Você sente um certo orgulho nisso? Você teve sorte? Será que você teve um bom sistema de apoio ao seu redor?
MUMY: Essa é uma pergunta difícil. Eu conheço um monte de crianças estrelas que ficaram ótimas e nunca tiveram grandes “problemas” ou desentendimentos com a lei. Muitas delas. Não é apenas algo que vende revistas ou faz manchetes quando as pessoas ficam fora de problemas, sabe? Angela e Veronica Cartwright, Barry e Stanley Livingston, Tony Dow, Johnny Crawford, Jon Provost, Don Grady, Tim Considine, Mike McGreevey, Kurt Russell, Ron e Clint Howard, Jodie Foster, os Waltons … Eu poderia continuar. .. Nenhum deles jamais foi pelo ralo. Então, sim … Eu tive um bom sistema de apoio. Meus pais nunca deixaram que o sucesso subisse a cabeça ou me trataram como se eu fosse especial….
E também, sim … tive sorte. Todos nós já fizemos coisas estúpidas. Especialmente em nossa juventude. Eu certamente poderia ter ficado em apuros ou ser preso por algumas coisas estúpidas que fiz em um momento ou outro … Eu fui aventureiro e cauteloso ao mesmo tempo. Eu vivi uma não comprometedora a vida artística. Eu não posso reclamar das muitas das escolhas que fiz. Mas eu me orgulharia em não ser um completo desastre? Eu acho que ninguém deveria.
Fonte: Star Trek.com e TrekCore