Entrevista com Patrick McKay e JD Payne (1)

Patrick McKay e JD PayneDesde que Patrick McKay e JD Payne foram apresentados como co-autores da terceira sequência de Star Trek, não temos ouvido falar muito dessa nova equipe de roteiristas em relação ao novo filme e o que pensam quanto a franquia. Numa entrevista ao site TrekCore, os escritores deram suas primeiras impressões sobre o próximo filme de Jornada. Veja a primeira parte dessa entrevista.

Vocês são dois grandes fãs de A Nova Geração, mas qual é sua experiência com a série original, ou os spin-offs –  Deep Space Nine, Voyager e Enterprise?

JD Payne:  Bem, Patrick cresceu assistindo a série original em casa.

Patrick McKay:  Eu diria que uma das coisas que realmente nos deixou ligados foi o nosso amor compartilhado por Jornada. Meus pais eram grandes fãs de Jornada antes de eu nascer – do tipo que esperava na fila, na neve para ver Star Trek: O Filme em 79. Eles são os verdadeiros fãs, então eu cresci em torno deles, amando todos os episódios clássicos, e fui ver os filmes no cinema, e você sabe, meus pais também amavam Star Wars e Indiana Jones, e todas as outras histórias da época.

JD Payne:  Eu sempre achei que a casa de Patrick fosse o lugar mais incrível, porque eles tinham este telefone que tinha a forma da nave Enterprise. Isso era muito legal.

Patrick McKay:  Completamente verdade. Eu provavelmente já vi todos os episódios da série original, já vi os filmes muitas e muitas vezes. Lembro-me quando A Nova Geração estava estreando, foi um negócio muito legal. Eu assisti pelo menos as primeiras temporadas – você sabe, eu realmente lembro de assistir “Best of Both Worlds”, uma vez que foi ao ar. Isso foi ótimo.

Então, eu estava me tornando um adolescente e – como muitos adolescentes fazem, você rejeita tudo o que seus pais gostam, embora achasse legal, eu não gostava mesmo assim. Mas me voltei para ela quando fiquei mais velho. Mas JD – Agora ele é um fã verdadeiro de A Nova Geração.

JD Payne:  Sim, definitivamente. Eu meio que descobri Jornada naquele momento muito importante para mim. Eu tinha uns quinze anos e socialmente, eu me achava consciente o suficiente para saber que Jornada era uma espécie de série idiota – mas eu também era idiota o suficiente para saber que era muito legal! Para mim, era algo que eu realmente descobri por conta própria; meus pais não apresentaram a mim.

Eu acho que o primeiro episódio que eu vi foi “Frame of Mind”, e foi como descobrir o jazz ou algo assim. Depois disso, eu fiquei conectado a ela. Eu gravava da televisão, editava os comerciais, eu tive a minha pequena biblioteca de Jornada e ficou super. Eu simplesmente amava a sensação da possibilidade de que poderia haver algo ‘lá fora’.

Depois disso, eu definitivamente também entrei em Deep Space Nine e Voyager. Devo ter assistido aqueles que foram ao ar durante todo o meu ensino médio. Quando eu fui para a faculdade, porém, eu estava tão louco, no meu primeiro ano em Yale, para estudar física aplicada e lidar com a escola 14 horas por dia acorrentado a minha mesa, que eu não tinha sequer uma TV no ​​meu quarto dormitório. Eu não assisti muito Enterprise, mas eu já vi alguns episódios.

Patrick McKay:  Eu acho que Riker aparece no final de Enterprise. Eu sinto que vi isso.

Sim, isso é um tipo de coisa controversa; muitas pessoas olham para o episódio que foi ao ar uma semana antes como o “verdadeiro” final da série.

Patrick McKay:  (risos) Ah, claro, eu posso acreditar nisso!

Ao longo dos últimos quinze anos mais ou menos, nós tivemos quatro filmes em uma linha onde temos uma estrela convidada como vilão, e a tripulação da  Enterprise tendo de destruir, a fim de salvar o dia – e não não tem havido um filme sem um vilão como atração principal desde 1986 com Star Trek IV: A Volta Para Casa. Você acha que o estilo moderno, “filme de ação” dos filmes Star Trek é uma necessidade para atrair a audiência de hoje no cinema, ou poderia haver uma ameaça mais intangível – como V’Ger em Star Trek I: O Filme, ou “salvar as baleias” em Star Trek IV – e ainda ter sucesso em 2014?

Patrick McKay:  Eu certamente gostaria de pensar assim!

Você sabe, as pessoas sempre falam “A Ira de Khan! A Ira de Khan!” – E eu adoro Star Trek II, e eu já vi isso tantas vezes, eu também adoro Star Trek III e Star Trek IV. Esses são filmes que têm um pouco mais das relações de personagem e de humor e mais alguns dos elementos sci-fi especulativos. E com certeza, há certamente um monte de problemas que você pode apontar em Star Trek: O Filme, mas eu adoro esse filme também. Eu acho que é um filme legal, e é totalmente Jornada.

Há grandes filmes, ambiciosos e complexos, que também têm um grande público. O Cavaleiro das Trevas  – certamente, é um filme muito centrado no vilão, mas que também é filme muito ambicioso. A Origem  – têm mesmo um vilão? Esse é um quadro muito complexo, e que acabou fazendo 800 milhões de dólares no mundo todo. Há uma série de maneiras de fazê-lo.

JD Payne:  Sim, e isso é uma das coisas que eu acho que é tão maravilhoso sobre  Jornada. É um universo em que há um grande número de possibilidades diferentes em termos de fazer uma boa história.

Eu olho para trás em algum desses episódios de A Nova Geração em que você tem esses episódios que são tão maravilhosos e loucos como “Yesterday´s Enterprise”,”The Best of Both Worlds “,”Chain of Command”, ou “All Good Things”, mas há também estes episódios íntimos como “Tapestry” e “The Inner Ligth” ou “Data´s Day”, onde você tem Data apenas andando com seu gato!

Jornada pode fazer tantas coisas diferentes e fazê-lo bem, que você tem muitas cores nessa paleta para pintar – e eu acho que para nós, em termos do que estamos pensando para o próximo filme, nada está realmente fora da mesa.

(O site TrekCore observa que JD Payne mencionou os episódios sem titubear)

Aguarde pela segunda parte da entrevista onde Patrick McKay e JD Payne falam sobre o roteiro em parceria com o diretor Roberto Orci, o impacto do feedback na Internet em seu processo de escrita, o papel de J.J. Abrams nesta sequência, o 50º aniversário, e muito mais.