Série Clássica
Temporada 1

Análise do episódio por
Carlos Santos



 









 

MANCHETE DO EPISÓDIO
Tripulação enfrenta raça superpoderosa

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Sinopse:

Data Estelar: 2124.5

A USS Enterprise esta a caminho da colônia Beta 6 com um carregamento de suprimentos quando subitamente os sensores passam a indicar a presença de um planeta não mapeado próximo ao curso da nave. Spock estranha a ausência deste dado nos registros da nave, mas Kirk lembra que não há tempo para investigações devido a urgência para entrega das provisões em Beta 6.

Kirk manda que Uhura notifique a Frota Estelar a descoberta, mas esta reporta forte interferência nas comunicações, interferência que suspeita estar sendo causada pelo planeta recém descoberto. Kirk manda sulu mudar o curso para distanciar-se do planeta, mas enquanto tenta fazê-lo subitamente desaparece da ponte. Logo em seguida é Kirk quem desaparece. Spock coloca a nave em alerta.

A Enterprise permanece em órbita do planeta misterioso, e Spock conduz uma busca em toda a nave e na superfície do planeta usando os instrumentos da Enterprise, mas após quatro horas nenhum sinal de Kirk ou Sulu é encontrado, o que leva o tenente DeSalle a pedir permissão para levar um grupo de desembarque a superfície, no que imediatamente apoiada por McCoy.

Spock entretanto esta preocupado com a segurança dos membros da tripulação, pois as informações coletadas pelos sensores informar que as condições na superfície são extremamente nocivas a vida humana, condições estas que incluem ausência de vegetação, solo estéril, temperaturas extremamente elevadas, atmosfera tóxica, tempestades de tornados e erupções vulcânicas.

Enquanto se discute qual ação a ser tomada, Uhura recebe uma mensagem incomum em uma dos seus monitores : "Greetings...and felicitations.". Intriga, spock manda Uhura enviar uma mensagem destinada a superfície do planeta solicitando alguma identificação, provavelmente esperando que quem mandou a primeira mensagem recebe-se a comunicação da Enterprise. Como resposta uma reposta ainda mais intrigante apareceu no monitor : "Hip-hip...hoorah" e “tallyho”.

Apesar de zombeteira, a mensagem aponta a existência de algum tipo de forma de vida na superfície, o faz Spock decidir-se por mandar um grupo investigar. Scott pede para ser incluído neste grupo mas Spock nega, sob alegação de que o engenheiro não pode ser substituído em suas funções. A mesma alegação vale para o próprio Spock, que decide por enviar Desalle, McCoy e o geofísico Jaeger. O grupo é transportado para as coordenadas de onde foram enviadas as mensagens com ordens de estabelecer comunicação com a nave assim que chegarem à superfície.

Mas assim que o grupo é materializado, eles se vêem em um ambiente agradável e confortável totalmente adequado a sua sobrevivência, em total contraste com as leituras feitas em órbita. Apesar disto eles não conseguem estabelecer comunicações de forma alguma com a nave. Enquanto procuram um melhor local para tentar estabelecer contato, o grupo encontra uma estrutura similar a entrada de um antigo castelo medieval.

Eles movem-se para investigar  a estrutura, e em seu interior encontram uma decoração idêntica a da Terra, do período napoleônico. Também encontram Kirk e Sulu, paralisados como estatuas de cera, porém vivos. Subitamente eles ouvem uma musica e quando se voltam para a fonte de tal som se deparam com um homem vestido em trajes do exercito francês do século XVIII tocando uma espécie de piano. Este dá as boas vindas ao grupo e desperta Kirk e Sulu de seu sono forçado com um simples gesto de mão. A pedido do capitão, que parece ignorar os eventos desde seu desaparecimento, McCoy resume os fatos das ultimas quatros horas.

O anfitrião informar que eles estão no planeta Ghotos, e pede desculpas pela forma como foram levados ali, mas que ele não pode resistir ao vê-los  passando. Kirk se identifica como capitão da nave e após novas felicitações de seu anfitrião, este se identifica como General Trelane, parecendo sempre muito solicito e cordial, entretanto DeSalle lembra a Kirk que eles estão presos, sem comunicação com a nave.

Ignorando as preocupações de DeSalle, Trelane parece surpreso com o fato dos humanos poderem viajar pelo espaço, o que não estaria de acordo com suas “observações”. Jaeger percebe que a decoração do lugar lembra um período histórico de cerca de 900 anos, segundo seus cálculos, o período que alguém poderia enxergar olhando para a Terra daquele ponto do espaço. Tal conclusão aborrece Trelane, por ter sido este incapaz de recriar um ambiente familiar a seus convidados forçados.

Trelane insiste na tese de que são todos convidados de seu pequeno império e que deseja discutir com estes as campanhas de conquista da Terra, aparentemente tendo como referência o período da expansão Militar Francesa sobre a Europa conduzida por Napoleão. Apesar do esforço de Kirk para mostrar a Trelane a missão atual da Enterprise e de exploração cientifica pacifica, este permanece fixado no propósito de estudar a beligerância da Terra.

Quando DeSalle tenta usar o faser contra Trelane, Kirk lembra a este para que use a arma em modo tonteio, Trelane  identifica  o nome do navegador da Enterprise como sendo de origem francesa, inclusive falando algumas palavras em Francês. Tal origem é confirmada por DeSalle que informa ter ancestrais nascidos neste pais, o que faz Trelane declarar sua admiração por Napoleão Bonaparte.

Kirk estende então as apresentações ao restante do grupo, Sulu, McCoy e Karl Jaeger. Trelane identifica a origem alemã deste ultimo, inclusive falando com ele também nesta língua. Jaeger afirma a Trelane ser um cientista e não um militar, afirmação posta em duvida pelo anfitrião. Pensando que Trelane estivesse distraído DeSalle tenta usar o fazer contra ele, mas é paralisado antes que possa disparar.

Trelane pega o faser de DeSalle, rapidamente descobrindo como a mesma funciona e como esta pode ser mortal as disparar com carga máxima em algumas das estatuas que “enfeitavam” o lugar, provocando neste um tipo de admiração. Kirk toma de volta a arma temendo que Trelane possa querer testá-la em algum dos membros de sua equipe.

Trelane deixa transparecer não ser esta sua intenção, e diz que a reação de Kirk era esperada, uma vez que a reação de todo o humano frente ao desconhecido é o temê-lo. Ele antecipa o desejo de Kirk de saber como Trelane criou todo aquele ambiente, e diz que seu povo criou um dispositivo que permite o controle da matéria, transformado-a em qualquer coisa que queiram.

Kirk continua a questionar Trelane, que começa a ficar entediado com tal comportamento, e quando Kirk ameaça ir embora Trelane diz que precisará dar a este uma demonstração de sua autoridade.  Com um gesto ele faz o capitão da Enterprise desaparecer, para ser colocado em um lugar com ambiente irrespirável. Segundos depois Trelane trás Kirk de volta, e diz a este que o lugar onde esteve era um exemplo da real atmosfera do planeta, longe de sua influencia. Trelane ameaça ficar mais “bravo” caso seus convidados não se “comportem”.

A bordo da Enterprise Spock e Scott conseguem alterar o equipamento da nave permitindo que eles identifiquem uma pequena área estável o suficiente para permitir a sobrevivência do grupo de desembarque. Ele planeja focalizar qualquer forma de vida detectável nesta área para bordo, imaginando que caso os membros do grupo estejam vivos, só poderiam estar ali.

De volta a Ghotos, Trelane está discursando para uma platéia pouco atenta sobre períodos violentos da Historia humana, enquanto seus “hospedes” estão mais interessados em discutir entre si a origem de Trelane, e seu propósito uma vez que as leituras do tricorder de McCoy não registram a presença dele, de forma alguma.

Jaeger percebe que o fogo da lareira está aceso e queimando, mas não emite calor algum. Kirk junta este fato aos enganos cometidos por Trelane quanto a ao período histórico da Terra atual para concluir que Trelane, apesar do poder que tem, é passível de muitos enganos, o que lhe da a esperança de poder usar isto de alguma forma para livrar-se de seu anfitrião indesejável. Trelane percebe que estão comentando sobre ele, mas isto o deixa animado, ao invés de aborrecê-lo.

Kirk tenta convencê-lo a libertá-los mas Trelane não demonstra ter tal intenção. Ele diz a Kirk que estava muito “aborrecido” antes que Kirk e seu grupo chegassem e que eles devem ficar.  Kirk insiste, e enquanto tenta convencer Trelane deixa escapar que existem mulheres a bordo da Enterprise, fato que o deixa surpreso e satisfeito. Ele faz menção de trazer algumas mulheres para a superfície, mas antes que possa acontecer, o grupo recebe um sinal de transporte da nave, indicando que Spock conseguiu romper a barreira de impedia sua localização. O grupo desmaterializa-se sob os protestos de Trelane.

A bordo da Enterprise Kirk pergunta a Spock como este foi capaz de localizá-lo na superfície, e Spock responde que simplesmente mandou trazer todas as formas de vida localizadas naquela área. Como Trelane não foi transportado McCoy conclui que este não é uma forma de vida conforme eles suspeitavam.

Na ponte, Kirk ordena partida imediata, mas antes que isto possa ser feito Trelane aparece na ponte da nave, perguntando a Kirk por suas armas e querendo saber quem era Spock, responsável pela fuga do grupo de desembarque, fato que o teria aborrecido. Quando Spock se identifica Trelane espanta-se pelo fato dele não ser humano.

Trelane leva o grupo de volta a Ghotos para um “jantar”, incluindo desta vez Spock, Uhura e a ordenança Teresa Ross, as quais passa a galantear, isto após mais uma tentativa de ataque de DeSalle a Trelane ser impedida por este sem nenhum esforço. Não há represálias, mas Trelane ameaça mais uma vez não ser tão indulgente, caso eles continuem sendo “mal comportados”.

Apesar disto Spock mais uma vez deixa claro a Trelane que se compraz nas atitudes de Trelane. Este ao invés de se irritar com o Vulcano exulta em ver como Spock se opõe a ele, atribuindo tal a fato a parte humana de Spock. Trelane faz com Uhura agora toque o seu o piano enquanto dança com a ordenança Ross.

Enquanto isto o grupo volta a discutir o que fazer e como se livrar do incomodo anfitrião. Diante dos poderes de Trelane Kirk decidi aceitar a “hospitalidade” de Trelane até que eles consigam um modo de escapar. McCoy reclama que a comida servida por Trelane não tem gosto, o que Spock encara como sendo algo esperado, uma vez que este conhece a Terra somente por observação, mas que não tem nenhuma experiência real sobre ela.

Eles mais uma vez concluem que Trelane é poderoso mas falível o que pode ser usado contra ele. Spock conclui também que deve haver alguma espécie de máquina que permita a Trelane fazer suas “mágicas”. Enquanto isto o jovem general providencia uma nova vestimenta para a ordenança Ross, um lindo vestido medieval.

Spock suspeita, e Kirk concorda, que talvez o enorme espelho pendurado na sala, e do qual Trelane está sempre perto, possa ter algo a ver com este suposto dispositivo. Ambos acreditam que o equipamento que permite a Trelane seu controle dentro da sala onde eles estão é independente do equipamento que mantém a atmosfera externa do planeta controlada. Kirk, acreditando que pode tirar proveito do comportamento imaturo de Trelane para de alguma forma ludibriá-lo inicia parte de um estratagema neste sentido.

Subitamente o capitão começa uma discussão com Trelane, causada por ciúmes da ordenança Ross. Após esta breve discussão, Trelane, exultante se auto desafia para um duelo de morte com Kirk. Momentos depois todo o grupo de desembarque esta prestes a assistir Kirk e Trelane lutando em um duelo de armas mortal.

Trelane reclama o direito do primeiro tiro para si, mas Kirk diz que ambos devem atirar juntos. Trelane insiste mais uma vez com ameaças, fazendo capitão ceder, entretanto, Trelane erra o tiro propositalmente disparando sua arma para ao alto e se colocando a seguir  a mercê de Kirk.

Este atira, mas não em Trelane e sim no espelho que julgava ser a fonte do seu poder. O tiro parece causar o efeito esperado, destruindo o espelho e causando uma série de problemas ao ambiente e cessando a interferência que impedia o contato com a nave. O grupo vai embora sob ameaças de Trelane que mataria a todos, especialmente a Kirk.

O grupo chega a Enterprise e esta deixa órbita imediatamente, mas quando pareciam estar livres novamente a nave se vê frente ao planeta Ghotos. Trelane, de alguma forma, trouxe o planeta inteiro a frente da nave. Nenhuma ação evasiva tem sucesso, pois o planeta literalmente muda de posição acompanhando cada mudança de curso de Sulu. Kirk desiste, manda Sulu colocar a nave em órbita e se prepara para descer ao planeta novamente, sob os protestos de McCoy. Ele deixa ordens para que a nave vá embora caso ele não volte em uma hora.

Ao descer Kirk encontra desta vez o cenário de um tribunal, tendo como juiz nenhum outro senão o próprio Trelane, que esta disposto a seguir com seus jogos e avisa a Kirk que desta vez seus instrumentos são indestrutíveis. O capitão pede para Trelane canalize sua raiva nele somente, pois ele era o líder e que deixa a nave seguir, mas Trelane não parece disposto a aceitar tal proposta, além de condenar Kirk à forca.

O tempo passa e Spock está prestes a ter que deixar a órbita de Ghotos sem Kirk. Enquanto Trelane encerra o julgamento de Kirk radiante por ter, segundo ele próprio, conseguido ficar genuinamente enfurecido. Embora Trelane tenha deixado a idéia de que tudo era uma espécie de experiência, ele continua firme em seu propósito de enforcar Kirk, enforcamento do qual pretende ser o carrasco.

Kirk tenta então convencer Trelane a aceitar um desafio “real”, manipulando-o para que este aceite  a proposta de Kirk. Este se oferece para ser a presa de Trelane em uma caçada, o que lhe daria uma real diversão, e em troca a Enterprise estaria livre para partir. Trelane diz aceitar mas não oferece condições para Kirk informe a Spock que pode partir.

Do lado de fora da estrutura, na floresta, o capitão da Enterprise faz o que pode para se manter longe do quase onipresente perseguidor, mas não demora muito para ser encurralado, principalmente por que Trelane não hesita nenhum segundo em usar seus truque para impedir que Kirk tenha alguma chance, e deixa claro que não pretende libertar os outros.

Com kirk preso entre grades sem ter por onde escapar, e com uma espada apontada em sua direção, Trelane se conclama vencedor do jogo, mas Kirk refuta, afirmando que Trelane não vencer nada, por ter usado seus truques mais uma vez, trapaceando. Num ato de ira, o capitão toma a espada de Trelane e a quebra, incrivelmente Trelane fica brevemente desnorteado, então Kirk o esbofeteia, deixando-o mais zangado ainda, porem sem ação.

Mas apesar disto Trelane não dá mostras que vá ceder aos subterfúgios de Kirk desta vez. É quando uma voz feminina surge chamando por Trelane, voz que ele reconhece, chamando de “Mãe”. Em seguida uma voz masculina ecoa, a voz do “pai” de Trelane. Ambas as criaturas aparecem em forma de energia pura, passando uma reprimenda no filho. Ao final de tudo era exatamente isto que Trelane era, um garoto desobediente brincando em seu parque de diversões particular.

O “casal” passa um “pito” no menino reclamão, e Kirk ainda sofre da indignidade de ser comparada a um animal de estimação. Mas pelo menos durante o sermão a Trelane, é dito que eles (os humanos) têm “espírito” e que são superiores. Sobre protestos, o “menino” é retirado do local, sendo possivelmente colocado de castigo em seu quarto e tendo revogada sua permissão para fazer planetas.

 

Após Trelane ter ido embora, o casal dirige-se a Kirk pedindo-lhes desculpas pelos problemas causados pelo seu filho mal comportado. Kirk pergunta quem são eles, mas sua pergunta é ignorada. Os seres apenas informam que manterão as condições de vida no planeta até que ele tenha ido embora e desaparecem.

Kirk volta a Enterprise e esta retoma seu curso e enquanto se afasta de Ghotos,. Kirk nota que pelo menos Spock ainda pensa bastante sobre o assunto. Indagado sobre a questão Spock revela estar em duvida sobre como registrar Trelane no Banco de Dados da Enterprise. Kirk sugere “Deus da Guerra”, algo que causa estranheza a Spock. Kirk então sugere chamá-lo de menino malcriado, comparando as ações de Trelane as brincadeiras de gosto duvidoso que qualquer criança faz na infância, o que deixa Spock indignado.


Comentários:

Mais uma vez a tripulação da Enterprise é levada a um confronto com uma entidade super poderosa, capaz de proezas inimagináveis para um ser humano. Se alguém duvida que este é um tema recorrente, vai encontrar as provas só na primeira temporada em pelo mais quatro episódios : “Where No Man Has Gone Before”, “Charlie X”,“Arena” e “Errand of Mercy”.

A novidade aqui é Trelane, personagem com vaga cativa na galeria de vilões da Série Clássica e alma deste segmento. Num dia calmo e rotineiro ele surge para infernizar a vida da brava tripulação da Enterprise, e como toda criança levada, além de nos tirar do sério, ainda tem a capacidade de fazer os adultos de bobos.

Aqui não é diferente, pois se o episodio começa sério e até com um certo ar de mistério, com o sumiço de Sulu e Kirk colocando o sisudo Spock no comando da nave e conseqüentemente na busca ambos, o panorama muda quando somos apresentados ao Senhor de Ghotos, que apesar de pegajoso em sua curiosidade infantil e com uma admiração de gosto duvidoso, jamais aparenta ser realmente perigoso.

Este é o mote de The Squire of Ghotos: Kirk e sua tripulação levando Trelane a sério e sem saber como escapar, enquanto Trelane leva a tripulação da Enterprise na brincadeira,  literalmente. E enquanto o espectador não sabe do que se trata, (assim como Kirk e sua tripulação) é divertido acompanhá-lo em sua “experiência”, divertido por que em quase todo o episodio não se sente uma real ameaça por parte de Trelane.

Mérito absoluto de William Campbell, que conseguiu compor um personagem absolutamente fiel a proposta do trama: Uma criança, embora uma criança com poderes extraordinários, ainda uma criança, curiosa e ávida por companhia. É muito difícil para qualquer um que assista ao episodio não se identificar em algum momento com Trelane, em algum momento da própria infância.

Do ponto de vista de Trelane a tripulação da Enterprise não passa de mero brinquedo, de seres primitivos e selvagens que servem apenas como distração. Embora as referências do “jovem” sejam um pouco atrasadas, não há como negar que mesmo no século 23 a cultura da Federação ainda é consideravelmente atrasada pelo menos tecnologicamente em relação a seu anfitrião. É interessante como apesar de retratar uma raça humana evoluída em Jornada nas Estrelas, muito mais do que nos mesmos acreditamos que um dia venhamos a ser, Roddenberry sempre que pode faz questão de ressaltar que sempre encontraremos alguém que nos supere, uma mensagem que hoje fica no campo da metafísica, mas que na década de sessenta tinha uma relevância muito forte para o ser humano da século vinte, considerarmos a intervenção americana no Vietnã e a luta contra o racismo.

Mesmo os exemplos escolhidos por Trelane como objetos de sua admiração são uma representação sutil daquilo que os seres humanos também admiram, pois tanto Napoleão Bonaparte como Alexander Hamilton (este ultimo mais conhecido dos americanos) foram homens que se impuseram pela força e violência. Napoleão, apesar de derrotado, é admirado por muita gente até os dias de hoje e o sistema estatal Napoleônico influenciou a formação da Europa moderna, e mesmo adversários do imperialismo Francês como Espanha, Itália e Alemanha se inspiram neste modelo.  Hamilton é herói nacional.

“The Squire os Ghotos” traz na entrelinhas algumas metáforas sob o comportamento  humano de forma absolutamente subliminar, talvez até de mais, pois apesar do bom trabalho de Campbell o segmento segue meio morno, sem se definir se quer ser engraçado ou s