Voyager
Temporada 2

Análise do episódio por
Daniel Sasaki



 









 

MANCHETE DO EPISÓDIO
Enredo força a barra para manter a 
premissa da série e traz reforço para Kes

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Sinopse:

Data Estelar: 49164.8.

Enquanto trabalham na Enfermaria, Kes e o Doutor percebem mudanças nos restos mortais do Guardião, a entidade alienígena responsável pelo aprisionamento da Voyager no quadrante Delta. Os restos aparentam estar ressonando em resposta a uma fonte de energia exterior, uma outra forma de vida. Janeway cogita a possibilidade de a companheira do Guardião (citada no piloto da série) estar na região e de como encontrá-la poderia significar a passagem sem escalas para o espaço da Federação.

Como precaução, no entanto, Tuvok desenvolve uma toxina capaz de debilitá-la, no caso de ameaça. Seguindo uma trilha de energia, a tripulação chega a uma estação de 300 anos habitada por Ocampas, a raça de Kes. Tanis, o líder desses Ocampas abre fogo contra a Voyager e diz que a nave não é bem-vinda.

Kes concorda em ser a mediadora entre a tripulação e seu povo e, quando Tanis vem a bordo, ela o assegura que a Voyager vem em paz. Em encontro particular, Tanis diz a Kes que Suspiria, a "Guardião" fêmea, está nas proximidades. Ela vem cuidando desse grupo de Ocampas há 300 anos, ensinando-lhes a desenvolver suas habilidades mentais. Ele mostra a Kes um pouco dessas habilidades ao manipular o crescimento das plantas no hangar de hidropônicas. Mais tarde, Tanis contacta Suspiria, que diz não se importar com o potencial de Kes, apenas quer a nave.

Enquanto Tanis guia a Voyager para o ponto de encontro com Suspiria, também tutela Kes em suas habilidades telepáticas. Entretanto, as lições praticamente acabam em desastre, quando ela tenta ferver água com a força do pensamento e quase mata Tuvok no processo. Felizmente, o tenente se recupera. Kes então percebe que seus poderes, ainda sem disciplina, podem causar mais mal do que bem.

Tanis insiste que Kes deixe a Voyager e vá viver com os outros Ocampas na estação, sob a proteção de sua "Guardiã". Suspiria vem a bordo e diz a Janeway que destruirá a nave em retaliação à participação da tripulação na morte de seu companheiro. Mas Kes descobre as verdadeiras intenções em questão e usa seus novos dons para incapacitar Tanis e, consequentemente, Suspiria. Janeway então dispara a toxina e Tuvok ativa um campo de força. Para provar sua boa fé, a capitã liberta a entidade e diz que não deseja ferir ninguém; quer apenas voltar para casa. Suspiria deixa a Voyager, levando consigo Tanis, e Kes permanece com seus amigos.

 

Comentários:

Basta dizer que "Cold Fire" é um dos vários episódios em que a capitã desperdiça uma boa chance de voltar para casa em uma fração de segundos. A justificativa para isso, como sempre, deve ser a necessidade de manter a nave perdida a 75 anos de casa.

Na iminência de finalmente encontrar a entidade sobre a qual o Guardião falou no piloto, a tripulação nem ao menos ficou entusiasmada. Todo o roteiro foi centrado em Kes, o que por um lado foi bom pois desenvolveu bem a personagem. Porém, esqueceu-se a própria premissa do seriado. Os outros personagens foram pouco utilizados e a participação de alguns foi de certo modo decepcionante.

O grande exemplo dessa vez foi a capitã. Ao incapacitar Suspiria e mantê-la atrás de um campo de força, Janeway poderia muito bem estabelecer um diálogo com ela, provando através do banco de dados da nave que a Voyager não teve participação na morte do Guardião. Pelo contrário, apenas concedeu seu pedido de destruir a estação para proteger os Ocampas da ameaça Kazon e que esse ato de compaixão privou sua tripulação de voltar para o quadrante Alfa. Será que se essa conversa tivesse ocorrido, ela ainda estaria guiando a nave pelo quandrante Delta?

Isso não aconteceu, contudo o que impediu a Voyager de voltar à estação de Tanis e tentar novo contato? Janeway optou por continuar no curso original, deixando o ocorrido para trás. Novamente, a explicação está em manter a premissa.

Ao se observar o lado positivo da história, a figura de destaque é mesmo Kes. Antes de "Cold Fire", o único roteiro a ela dedicado foi "Elogium", que não havia acrescentado nada à personagem. Aqui, pela primeira vez suas habilidades são verdadeiramente estimuladas. A atuação de Jennifer Lien foi muito boa e mostrou todo o potencial da atriz e seu papel.

 

Citações:

Tanis - "Where Voyager appears, people fear destruction."
("Por onde a Voyager passa, pessoas temem a destruição.")

Kes - "The oldest Ocampa only lived to be nine."
("O Ocampa mais velho só viveu até os nove anos.")

Neelix - "May I say something now?"
("Posso falar agora?")

Doutor - "Vulcans make the worst patients."
("Os Vulcanos são os piores pacientes.")

 

Trivia:

int.jpg (476 bytes) Gary Graham, que interpreta Tanis em "Cold Fire", já é veterano em ficção científica. O ator esteve no elenco fixo de "Alien Nation".

int.jpg (476 bytes) Além de episódios de Voyager, o diretor Cliff Bole também dirigiu episódios das séries "O Homem de Seis Milhões de Dólares", "O Homem-Aranha", "Carro Comando", "V", "MacGiver", A Nova Geração, Deep Space Nine, "Baywatch", "Arquivo-X" e "Millennium".


Ficha técnica:

Escrito por Anthony Williams
Direção de Cliff Bole
Exibido em 13/11/1995
Produção: 026

Elenco:

Kate Mulgrew como Kathryn Janeway
Robert Beltran como Chakotay
Roxann Biggs-Dawson como B'Elanna Torres
Robert Duncan McNeill como Tom Paris
Jennifer Lien como Kes
Ethan Phillips como Neelix
Robert Picardo como Doutor
Tim Russ como Tuvok
Garrett Wang como Harry Kim

Elenco convidado:

Gary Graham como Tanis
Lindsay Ridgeway como Suspiria
Norman Large como Ocampa

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