DSC 2×14: Such Sweet Sorrow, Parte II

Misto de Star Wars e Interestelar, episódio abre caminho para o futuro

Sinopse

A batalha está para começar, e Pike anuncia que só existe um objetivo: ajudar Burnham e sua nave a viajarem pelo buraco de minhoca para o futuro. Enquanto isso, a tripulação da Discovery trabalha em ritmo acelerado para concluir a reconstrução do traje temporal. O cristal do tempo ainda está terminando de carregar.

Na armada da Seção 31, Rhys detecta apenas um sinal de vida: Leland. E, com a rede subespacial derrubada, as naves da Frota Estelar continuam sem capacidade de chamar por socorro. Leland abre contato com a Discovery, e Saru adverte a seus colegas: “é uma face humana, mas não um ser humano”.

Leland lança um ultimato: entreguem os dados, ou sejam destruídos. Georgiou aponta que ele está em inferioridade numérica — 30 naves contra cerca de 200 veículos de combate da Frota Estelar. Mas Leland sugere que ela “conte de novo”, enquanto as naves da Seção 31 lançam centenas de drones.

A batalha começa, em ritmo frenético, e tanto a Enterprise quanto a Discovery sofrem danos severos. Pike ordena que os esquadrões ataquem os drones, e então recebe um contato da rainha Po, direto de uma nave auxiliar da Frota Estelar no meio do campo de batalha. Ela avisa que os esquadrões serão destruídos — os drones têm escudos reticulares refratários. Os ataques precisam ser feitos em pares. Pike ordena que os esquadrões adotem padrão duplo e sigam Po.

Na Discovery, Georgiou está insatisfeita com a estratégia adotada. Ela quer convencer Saru a trazer Leland a bordo e lidar com ele diretamente — dizendo não gostar de deixar nada para a sorte. Enquanto isso, o cristal termina de carregar, e Reno e Tilly têm de levá-lo para instalação no traje temporal.

A Enterprise assume uma posição de cobertura para evitar o ataque maciço aos escudos da Discovery. Mas eles estão para cair a qualquer momento.

A equipe transporta o traje temporal para lançamento a partir do hangar de naves auxiliar. A caminho, uma explosão interrompe o avanço deles. Stamets é gravemente ferido. Tilly e Nilsson o levam à enfermaria, enquanto Michael e Spock procedem para o hangar de naves auxiliares.

Na enfermaria da Discovery, é o caos — muitos feridos pela batalha feroz em andamento.

No hangar, Michael entra no traje e se prepara para o lançamento. Spock vai acompanhá-la no espaço a bordo de uma nave auxiliar, para que ela possa abrir o buraco de minhoca. Burnham não gosta da ideia, mas seu irmão diz que não há tempo para debate e que ele voltará à Discovery assim que ela criar a passagem temporal. A partida tem tom de despedida.

Em meio à batalha, Michael é atingida, sem ser ferida, e segue para as coordenadas de onde abrirá o buraco de minhoca. A Enterprise dá cobertura. Mas a Discovery descobre que alguém abordou a nave durante a breve baixada dos escudos para a partida de Burnham. É Leland, que entra na ponte atirando e se fecha no laboratório adjacente. Ele está à procura dos dados da Esfera.

Georgiou e Nhan trabalham para abrir a porta e confrontar Leland.

No espaço, Spock informa que Michael está a uma distância segura. Ela e a nave auxiliar pousam num detrito da batalha vagando pelo espaço, e Burnham tenta ativar os sistemas para abrir o buraco de minhoca para o futuro. Mas o traje parece não estar funcionando.

Enquanto isso, a armada da Seção 31 dispara o torpedo que se aloja no casco da Enterprise — o mesmo que Michael viu em seu flashforward ao tocar o cristal. A Número Um avisa do torpedo não detonado e alerta: se ele explodir, vai abrir um buraco enorme na seção disco da nave. Burnham reconhece o momento, o que aumenta seu desespero.

Pike ordena o lançamento de drones de reparos no casco, enquanto a Número Um e a almirante Cornwell partem para o deque 4, a fim de investigar de perto o torpedo não detonado.

No espaço, Michael avisa a Spock que não está conseguindo marcar um destino para o futuro. E a batalha continua a ir mal para os heróis — até a surpreendente chegada de uma gigantesca nave divisora klingon. Ela parte ao meio alguns dos veículos da Seção 31 e, com ela, chegam caças de combate ba’ul. A Discovery recebe uma comunicação, e é Siranna, irmã de Saru, liderando o esquadrão de Kaminar, depois de receber a mensagem de despedida dele.

Enquanto isso, Pike contata a nave klingon, e descobre que ela é comandada pela chanceler L’Rell — ao lado de Tyler. Uma frota de naves D7 chegará em breve para apoiar a Frota Estelar no conflito.

Saru envia um sinal a todos os combatentes de que os klingons e os kelpianos se juntaram à luta, e Spock tem um lampejo: os sinais vermelhos não serviram apenas para chamar a Discovery a vários locais, mas para preparar as circunstâncias desta batalha. Michael então conclui que precisa gerar os sinais vermelhos a partir daquele momento, mas teme que isso os impeça de fazer a viagem para o futuro depois, dada a baixa durabilidade do cristal do tempo. Ela pergunta a Spock se ele acha que isso será possível, ao que ele responde honestamente que não sabe. “Então você está me pedindo para dar um salto de fé?” E Spock responde: “Um que é apenas lógico.”

Na Discovery, Leland procura os dados da Esfera na base de dados da nave, mas não os encontra em lugar algum. Georgiou e Nhan conseguem entrar no laboratório e a ex-imperatriz diz a ele que sabe onde está o arquivo. “Lembra-se disso?”, ela diz, mostrando o dispositivo que ele havia dado a ela para transferir os dados da Esfera em Essof IV. É uma indicação de que Georgiou transferiu os dados da Esfera para um lugar de sua própria escolha.

Leland exige que ela informe onde eles estão, e as duas atraem o oficial “controlado” para uma armadilha.

Na Enterprise, Cornwell e a Número Um chegam ao local do torpedo, na sala de reuniões. A porta de contenção, que poderia proteger o resto da nave da detonação, está emperrada. Cornwell, por sua vez, informa que a detonação secundária já foi ativada. Ela estima que restem 15 minutos para que o torpedo destrua metade da nave.

Na enfermaria, Culber aparece para tratar Stamets. Paul está grogue, mas Hugh diz que não pôde fazer da Enterprise um lar e que Paul é o lar dele — onde quer que vão dali em diante, eles irão juntos.

No espaço, Michael estabelece as coordenadas de salto para o passado, e o traje aceita. Ela programa os cinco sinais já conhecidos e suas respectivas datas estelares. Mas uma explosão quase a tira de combate, e danifica a nave auxiliar de Spock. Ela então abre o buraco de minhoca e realiza o primeiro salto, chegando à USS Hiawatha, no asteroide interestelar. De lá, ela emite o primeiro sinal vermelho. E ela é o próprio Anjo Vermelho visto na superfície do asteroide. Em seguida, ela vai para Terralísio, onde produz o segundo sinal. Dali, para o terceiro sinal, em Kaminar, onde ela também é a responsável pela aparição diante de Saru, neutralizando o ataque ba’ul às vilas kelpianas. De lá para o quarto sinal, em Boreth, e o quinto, em Xahea.

Na Discovery, Georgiou e Nhan enfrentam Leland pelos corredores, numa perseguição que termina no laboratório da engenharia. Enquanto isso, Tilly corre para restabelecer os escudos da Discovery, sem os quais ela não poderá partir pelo buraco de minhoca.

Na Enterprise, Número Um e Cornwell tentam tudo para desativar o torpedo, mas nada está funcionando. Elas também não conseguem reprogramar a porta de contenção, que terá de ser ativada manualmente. A Número Um sobe de volta para a ponte, e Pike vai se encontrar com a almirante, enquanto a batalha prossegue.

De volta ao presente, Michael diz ter produzido todos os cinco sinais conhecidos. Então ela programa o próximo salto para Terralísio, 930 anos no futuro. Saru informa que será difícil segui-la, e ela decide disparar mais um sinal — o sexto, para guiar a Discovery na direção do buraco de minhoca.

Leland e Georgiou se enfrentam no laboratório de engenharia, e o oficial “controlado” se convence de que ela escondeu os dados da Esfera no console de controle do motor de esporos. Nisso, ela consegue prendê-lo no cubo. Georgiou começa a operar o console ao lado, enquanto Leland tenta escapar.

Na Enterprise, Pike e Cornwell investigam as últimas opções — nada parece funcionar. Faltando 90 segundos, Cornwell se oferece para ficar do lado de dentro e ativar manualmente a porta de contenção, protegendo o resto da nave. O capitão se considera responsável — e o indicado para fazer isso –, mas Cornwell diz que não é daquele modo que a história dele termina. Pike aponta que, se ele tem mesmo outro futuro, aquele torpedo não irá detonar com ele ali. E Cornwell responde: “Talvez. Mas quantas pessoas terão de pagar se você estiver errado?” Com isso, ela convence Pike, que parte. Cornwell ativa a porta de contenção, e limita os estragos severos provocados pela detonação do torpedo — ao custo de sua vida.

Burnham se prepara para a partida e instrui Spock a voltar à Discovery. Mas ele diz que não será possível, que sua nave foi danificada, e que a Discovery não poderá baixar os escudos para transportá-lo a bordo. Os dois se despedem de forma sentida, assumindo o laço indissolúvel que sempre tiveram, mas nem sempre admitiram um para o outro. Spock só lamenta não poder saber se a viagem deles para o futuro terá dado certo. Mas Michael diz que ele irá saber — ela enviará um sétimo sinal pelo buraco de minhoca ao chegarem do outro lado. Spock diz que olhará para as estrelas à procura dele.

Na engenharia da Discovery, Georgiou conta que magnetizou o cubo de esporos. Ao ativar a magnetização, os nanites no corpo de Leland são inevitavelmente atraídos para o chão.

Na Enterprise, Pike retorna à ponte e recebe o comunicado de Spock de que ele está à deriva. O capitão ordena o teletransporte do vulcano a bordo.

Na Discovery, Tilly consegue reativar os escudos. Tudo pronto para a viagem. Burnham abre o buraco de minhoca e gera o sinal vermelho que irá guiar a nave para fora da batalha, rumo ao desconhecido. Saru e Pike trocam palavras de despedida.

Na engenharia, Georgiou observa Leland se desintegrando, com um sorriso sádico nos lábios. Ela comunica à ponte que o Controle foi neutralizado.

Sem comando, as naves da Seção 31 ficam à deriva e se tornam alvo fácil para a Enterprise. Nisso, a Discovery entra no buraco de minhoca e parte, deixando para trás o século 23.

Após a crise, a Enterprise retorna à Terra para reparos, e os envolvidos na crise são interrogados pelo Comando da Frota Estelar em San Francisco. Mas todos são uníssonos em declarar que a Discovery foi destruída numa tentativa de fuga.

Em seu depoimento, Pike culpa a Seção 31 pelo episódio fatídico. Tyler, por sua vez, é oficialmente designado comandante e indicado para reformular a malfadada agência de inteligência. A Frota Estelar indica que o Controle foi totalmente destruído. E Spock recomenda que todos os dados ligados à Esfera, ao Projeto Dédalo, à Discovery e ao motor de esporos sejam eliminados, para evitar que novas incursões temporais possam afetar o rumo de eventos passados e futuros.

A Enterprise passa por uma reforma, e 124 dias se passam desde a batalha que levou ao desaparecimento da Discovery. Spock lamenta a ausência do sinal que indicaria que tudo deu certo, mas se força a lembrar que o tempo é relativo — que 124 dias para um podem ser o piscar de olhos para outro. O vulcano diz escolher acreditar que deu tudo certo — o último presente que ele tem para dar a sua irmã.

Na ponte, ele retorna barbeado e pronto para assumir seu posto de oficial de ciências. Uma anomalia é detectada no quadrante Beta — um sinal vermelho de origem desconhecida a 51 mil anos-luz de distância. Spock e Pike trocam olhares cúmplices. Pike ordena que a nave vá investigar uma lua nova recém-descoberta em Edrin II. Spock concorda com a decisão do capitão: “Vamos ver o que o futuro nos reserva.”

Comentários

Such Sweet Sorrow, Part II” é uma incrível aventura, num cruzamento harmônico entre o que há de melhor em Star Wars com o que se pode encontrar em filmes espaciais cerebrais e artísticos como 2001: Uma Odisseia no Espaço, Interestelar e, por que não dizer, Jornada nas Estrelas: O Filme. Ele não é perfeito, mas é competente e emocionante, ao amarrar aquela que provavelmente é a mais complexa história de viagem no tempo já realizada em Star Trek.

De quebra, o episódio literalmente leva Discovery aonde ninguém jamais esteve, com a promessa de que a próxima temporada irá se passar 930 anos após os eventos apresentados aqui — um futuro longínquo jamais vislumbrado por qualquer outra série ou filme do universo ficcional de Jornada.

Por fim, o segmento também se obriga a atar todas as pontas soltas para harmonizar a existência da USS Discovery e seu intrigante motor de esporos com o resto do cânone. É um bocado de tarefas para um episódio só, e as soluções decerto não agradarão a todos, mas ninguém pode acusar os produtores da série de não tentarem abarcar todas as contingências.

A primeira metade da aventura é uma incrível batalha que consegue misturar de forma efetiva dois estilos de combate: o naval, mais próprio de Star Trek clássico, com as naves estelares se comportando como pouco manobráveis porta-aviões, e o aéreo, mais comum em Star Wars, com naves de pequeno porte realizando voos rasantes e perseguições em alta velocidade.

É quase uma metáfora para o que Discovery tem tentado fazer na franquia: trazer algo novo, mais moderno, mais agressivo, sem perder as características básicas que fazem de Star Trek o que ela é. Só assim podemos ter alucinantes caças espaciais manobrando em meio a disparos de feiser contínuos, com direito até ao efeito sonoro usado para eles na Série Clássica — tudo isso ancorado nas ordens dadas a partir das pontes de comando da Discovery e da Enterprise.

O resultado é nada menos que espetacular, com efeitos visuais nunca vistos antes em Jornada nas Estrelas entrecortados por diálogos curtos, mas memoráveis,  num uso excelente de personagens como Pike, Saru, a rainha Po, Georgiou e Jett Reno.

O caldo começa a entornar apenas quando o espectador dá um passo atrás e começa a ver lances da batalha que parecem arbitrários e convenientes demais. Os klingons aparecem para ajudar, apesar de ainda se dizerem hostis à Federação, e Tyler figura ao lado de L’Rell dando ordens na ponte da nave divisora klingon. Mas, peraí, a morte dele não foi encenada para o Alto Conselho, com direito a decapitação falsa, em “Point of Light”? Dois episódios atrás, em “Through the Valley of Shadows”, L’Rell não temia que Tyler fosse a Boreth e expusesse a farsa? Como agora ele está ao lado dela, em uniforme da Frota Estelar, na ponte de uma nave klingon, dando ordens à tripulação? Por mais que se suponha que os subordinados diretos de L’Rell são incondicionalmente leais a ela, é um osso duro de roer. O momento em si é maravilhoso, mas a lógica é sacrificada no caminho.

O mesmo se pode dizer da aparição de Siranna, a irmã de Saru, pilotando um caça ba’ul. É bonitinho e tal, mas quão crível é? Os kelpianos fizeram as pazes com os ba’ul? Ou os subjugaram? Siranna teve tempo de aprender a pilotar um caça? O pessoal de Kaminar só enviou caças, e nenhuma de suas enormes naves sentinela? São muitas interrogações e poucas respostas. Por uma razão óbvia: a presença dos kelpianos ali serve apenas para justificar o porquê de Michael ter produzido o sinal vermelho sobre Kaminar. Como Spock deduz em tela, ela usou todos os sinais para colocar em movimento as peças que permitiriam a vitória nesta derradeira batalha contra o Controle, personificado por Leland.

Eis aí um dos dramas que tornaram este episódio, por vezes, um pouco tortuoso: a necessidade de se dobrar às circunstâncias para que o arco do Anjo Vermelho fosse satisfeito, em prejuízo da verossimilhança. Os problemas são muito mais sistêmicos, ligados ao desenvolvimento da temporada toda, do que individualizados no episódio. Paradise, Lumet e Kurtzman se viram encurralados pela trama.

Mesmo com todos os esforços, restaram, é claro, pontas soltas. Quantos paradoxos temporais essa história não gerou? Melhor não pensar neles. Também não tente entender como Spock sabia antes dos sinais vermelhos — a única explicação possível é que tenha sido uma legítima premonição. O que, de certa maneira, é até tolerável, numa temporada marcada pela discussão da fé e pontuada aqui de forma refletida na decisão de Michael, ao saltar para o passado e gerar os sinais vermelhos antes de poder ir ao futuro com a Discovery. Ela precisa dar um “salto de fé”.

O lance dos sinais vermelhos em si ficou bem resolvido, e iniciou aqui a segunda “fase” do episódio, em que ele se reverte de Star Wars em Interestelar/2001. As cenas de Michael saltando pelo buraco de minhoca são esplêndidas, e referenciam esses dois grandes filmes da ficção científica. Já a passagem da própria Discovery evoca diretamente uma circunstância similar em Jornada nas Estrelas: O Filme. E lá se vai a nossa tripulação, rumo ao desconhecido. Uma sequência fantástica, pontuada por uma trilha sonora poderosa e emotiva, cortesia de Jeff Russo.

 

Os elementos mais “baratos” dessa nova etapa da trama são o duelo entre Leland e Georgiou (com Nhan como coadjuvante) e a morte gratuita e meio sem pé nem cabeça da almirante Cornwell. Nenhuma das duas sequências é tecnicamente ruim; muito pelo contrário, aliás. A luta de Georgiou e Leland no corredor, a la Inception, com falha na gravidade artificial, é espetacular, e o mesmo se pode dizer do emotivo diálogo entre Cornwell e Pike antes que ela faça o sacrifício final. O problema aí é a artificialidade. No caso de Leland, pela opção irrealista e incoerente de “personificar” o Controle nele; no caso de  Cornwell, pelo fato de podermos pensar em diversos modos de salvá-la (um robô para puxar a alavanca? Teletransportá-la depois que ela puxasse a alavanca, mas antes da detonação do torpedo?) e de não fazer muito sentido que aquela porta de contenção ofertasse grande proteção à nave.

São problemas de roteiro, sim, e teremos de viver com eles. Da mesma forma, sentimos a mão pesada dos roteiristas para “apagar” a Discovery dos registros oficiais da Frota Estelar. Isso não era necessário, nem particularmente convincente. Tudo bem esconder que a nave foi para o futuro. Mas por que ninguém jamais poderá mencionar a tripulação da nave, que supostamente teria perecido na batalha? A vontade de “explicar” por que a Discovery e Michael nunca foram mencionadas por Spock ou qualquer outro (algo que, na real, nem requeria explicação) falou mais alto que o bom senso.

Entre os destaques positivos, temos a bem executada (embora previsível) despedida de Michael e Spock, e a reconciliação de Culber e Stamets. Elogiar o elenco da série é chover no molhado, e mais uma vez eles arrebentaram em suas atuações.

O final poético, com Pike, Spock, Número Um e a Enterprise partindo rumo ao horizonte depois de terem a confirmação de que Michael e a Discovery sobreviveram, é sensacional. (A propósito, esperemos que os produtores de alguma forma voltem a visitar a nave mais famosa da Frota Estelar adiante.)

 

Quanto a Star Trek: Discovery, a série sai do arco da temporada literalmente renovada, com a promessa de um futuro intrigante e livre das amarras do cânone. Apesar dos problemas pontuais de enredo e roteiro, o desfecho do mistério dos sete sinais vermelhos e do Anjo Vermelho não desaponta, e faz de “Such Sweet Sorrow, Part II” um segmento que dá gosto de ver e rever — um espetáculo visual único e um fim satisfatório para este segundo ano.

Avaliação

 

Citações

Pike – “This is Starfleet. Get it done.” (“Esta é a Frota Estelar. Executem.”)

Georgiou – “Leland. We were just talking about you. Everybody hates you. Congratulations.” (“Leland. Estávamos falando de você. Todo mundo te odeia. Parabéns.”)

Trivias

  • Com uma hora e cinco minutos de duração, esse é o mais longo episódio da série.
  • Ao final, temos a data estelar 1201.7, provavelmente no ano de 2258, a sete anos de Where no Man Has Gone Before, o piloto da Série Clássica, cuja data estelar é 1312.4.
  • Aqui vemos pela primeira vez desde “Battle at the Binary Stars“, segundo episódio da série, a klingon cleave ship, ou, “nave separadora klingon”. Repare que a ponte de comando dela lembra bastante a ponte das naves klingon classe K’T’inga vistas em Jornada nas Estrelas: O Filme.
  • Spock cita o Regulamento 157, Seção 3, que diz que “os oficiais da Frota Estelar são obrigados a tomar todas as precauções necessárias para minimizar qualquer participação em eventos históricos”. Esse mesmo regulamento também é citado em “Trials and Tribble-ations“, de Deep Space Nine.
  • Glenn Hetrick, chefe do departamento de maquiagem com próteses e digital de Discovery, faz aqui uma ponta como o klingon K’ort, a bordo da “nave separadora klingon”.
  • Mesmo com a legenda traduzindo diferente na Netflix, o nome da Número Um é Una, de acordo com a co-escritora do segmento, Michelle Paradise. A frase que canoniza isso é dita por Pike. “Report back to the bridge, I’m giving you the conn Una” (“Retorne para a ponte. Vou te passar o comando, Una”).
  • E enfim descobrimos quem é a ordenança Colt, na ponte da atualizada Enterprise. Se em “The Cage” ela era uma humana, aqui é uma mulher alienígena, de raça ainda não revelada. A informação também foi passada pela futura co-showrunner de Discovery na terceira temporada, Michelle Paradise, que co-escreveu as duas partes de “Such Sweet Sorrow“.

 

Ficha técnica

Escrito por Michelle Paradise & Jenny Lumet & Alex Kurtzman
Dirigido por Olatunde Osunsanmi
Exibido em 18/04/2019
Produção: 214

Elenco

Sonequa Martin-Green como Michael Burnham
Doug Jones como Saru
Anthony Rapp como Paul Stamets
Mary Wiseman como Sylvia Tilly
Wilson Cruz como Hugh Culber
Shazad Latif como Ash Tyler
Anson Mount como Christopher Pike
Michelle Yeoh como Philippa Georgiou

Elenco convidado

Jayne Brook como Katrina Cornwell
Mary Chieffo como L’Rell
Hannah Spear como Siranna
James Frain como Sarek
Yadira Guevara-Prip como Me Hani Ika Hali Ka Po
Mia Kirshner como Amanda Grayson
Tig Notaro como Jett Reno
Ethan Peck como Spock
Rebecca Romijn como “Número Um”
Sonja Sohn como Gabrielle Burnham
Alan van Sprang como Leland
Rachael Ancheril como Nhan
Emily Coutts como a tenente Keyla Detmer
Patrick Kwok-Choon como a tenente Gen Rhys
Oyin Oladejo como a tenente Joann Owosekun
Ronnie Rowe Jr. como o tenente R.A. Bryce
Sara Mitich como a tenente Nilsson
Julianne Grossman como o computador da Discovery
Raven Dauda as Dr. Tracy Pollard
Zarrin Darnell-Martin as Nurse
Glenn Hetrick as K’vort
Thom Marriott as Council Member
Kyana Teresa as Doctor
Samora Smallwood como a tenente Amin
Hanneke Talbot como a tenente Mann
Chai Valladares como a tenente Nicola
Nicole Dickinson como a ordenança Colt

TB ao Vivo

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