Texto de
Fernando Penteriche


Conceito criado por Freeman Dyson e usado em Jornada já tem mais de 40 anos


 









 

 

 
Nascido na Inglaterra em 1923, o físico e educador Freeman Dyson é conhecido por seu trabalho especulativo sobre civilizações extraterrestres. Entre estes trabalhos está a teoria da "Esfera Dyson" (ou "Concha Dyson"), um conceito publicado por ele em 1959 e que foi explorado no episódio "Relics", do 6º ano da Nova Geração.

Seus pais eram músicos e compositores. Quando jovem Dyson estudou na Universidade de Cambridge, uma das mais conceituadas da Inglaterra, mostrando uma grande paixão pela matemática. Em 1943, os estudos em Cambridge tiveram que ser interrompidos, pois Dyson foi convocado para combater na 2º Guerra pela Real Força Aérea Britânica. Formado como bacharel em matemática por Cambridge em 1945, Dyson veio para os Estados Unidos em 1947 para estudar física na Universidade Cornell, em Ithaca, Nova York, e depois Princeton.

Dyson retornou para a Inglaterra em 1949 para ser pesquisador junto à Universidade de Birminghan, mas foi chamado para ser professor de física na Universidade Cornell em 1951 e dois anos depois no Instituto de Estudos Avançados, IAS, o mesmo que abrigou Albert Einstein depois que ele abandonou a Europa e passou a trabalhar nos EUA. 

Freeman Dyson tornou cidadão americano em 1957.

Em uma vida inteiramente dedicada à estudos de exploração e colonização do Sistema Solar e além, Dyson estudou maneiras de procurar evidências de vida extraterrestre inteligente pelo cosmo. Ele escreveu diversos livros, incluindo "Disturbing the Universe" (1979), uma autobiografia; "Weapons and Hope" (1984); "Origins of Life" (1985) e "Infinito em Todas as Direções" (1988), recentemente publicado no Brasil.


A Esfera 

A Esfera Dyson foi originalmente proposta em 1959 por Freeman Dyson na revista Science, no artigo "Busca por Fontes Estelares Artificiais de Radiação Infravermelha" como uma maneira para que uma civilização avançada utilizasse toda a energia irradiada de seu Sol. Seria uma esfera artifi
cial maior do que o tamanho do diâmetro da órbita que um planeta percorre em volta do Sol.



A esfera consistiria em uma concha de coletores solares em torno de uma estrela, e toda a energia coletada seria utilizada para criar um enorme habitat com uma quantidade inesgotável de energia. Em nosso Sistema Solar, uma Esfera Dyson com um raio de 1 Unidade Astronômica (UA, o equivalente à distância média entre a Terra e o Sol, 150 milhões de km) teria uma superfície de pelo menos 272 milhões de bilhões de km², em torno de 600 milhões de vezes o tamanho da superfície de nosso planeta.

A proposta original simplesmente assumia que tendo os coletores necessários em volta da estrela para absorver sua luz, não seria necessário construir uma esfera completa e fechada, como visto em "Relics". Junto com Ron Moore e a produção da Nova Geração, esse tipo de engano é comum por parte de muitos autores de ficção-científica.



Até hoje, nossos telescópios obviamente não localizaram nenhuma Esfera Dyson pelo espaço afora, mas você pode ler sobre três estudos para a procura delas em http://www.seti-inst.edu/.