Série Clássica
Temporada 1

Análise do episódio por
Carlos Santos



 









 

MANCHETE DO EPISÓDIO

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Sinopse:

Data Estelar: 3196.1.

A Enterprise é enviada para ajudar a colônia de mineração Janus VI, que começa a perder homens vitimas de uma misteriosa criatura que mata sem deixar vestígios dos corpos e que não é afetada pelas armas dos mineradores locais. Kirk, Spock e McCoy descem ao planeta a fim de iniciar uma investigação. Os colonos então relatam que as mortes começaram nos últimos três meses imediatamente após as operações atingirem um determinado nível de profundidade no interior do planeta. Além das mortes, também equipamentos vitais passaram a ser atacados por algum tipo de criatura capaz de fazer uso de fortes corrosivos químicos, para os quais não existe defesa. A atenção Spock é atraída por um nódulo de silício que se encontra em cima da mesa do administrador da colônia, engenheiro Vanderberg, que informa haver milhares destes espalhados nas minas.

Durante a conversa mais um homem é atacado. O grupo vai investigar e descobre que uma parte vital do equipamento da colônia desapareceu tornando ainda mais urgente encontrar a “criatura”. Scott monta um substituto provisório para o dispositivo desaparecido enquanto as buscas continuam. Spock começa a suspeitar de uma ação deliberada da “criatura” com o propósito de obrigar os colonos a deixar o planeta, entretanto Kirk estranha o fato de que após cinquenta anos sem incidentes estes eventos tenham começado a acontecer.

Spock conjectura que a “criatura” esteja viva, e que sua existência seja baseada em silício o que explicaria não ser detectada pelos sensores ou afetada pelos feisers padrão em uso pelos colonos. Embora McCoy permaneça cético, Kirk ordena a descida de um destacamento de segurança armado com feisers mais potentes. Spock continua intrigado com os nódulos de silício, porém ainda se nega a informar o capitão de suas suspeitas. Kirk ordena a seus homens que comecem as buscas a partir do nível onde estes nódulos foram encontrados em primeiro lugar.

Durante as buscas Spock ajusta seu tricorder para identificar sinais de silício e consegue com isto identificar o que parece ser a “criatura”, mas antes que possam encontrá-la esta ataca mais uma vez e mata um dos membros da equipe de segurança da Enterprise. Kirk e Spock chegam quase imediatamente ao local do ataque, porém não encontram a “coisa”.

Spock identifica a existência de um novo túnel que não fazia parte dos seus mapas, porém enquanto discutem a “criatura” surge das rochas e tenta atacá-los. Eles conseguem disparar e ferir a criatura que foge abrindo um novo túnel.

Tal disparo feiser consegue arrancar um pedaço da criatura dando a Spock o dado que faltava para confirmar suas suspeitas sobre a criatura ser uma nova forma de vida baseada em silício. Spock acredita que esta possa ser a ultima criatura de sua espécie, e que, portanto deve ser preservada, porém Kirk está convencido a matá-la e mesmo Spock, apesar de contrariado, não parece ver alternativas.

Kirk reúne o grupo de buscas e reafirma a estes a intenção de matá-la. Spock sugere que se possível à mesma deva ser capturada, mas Kirk mais uma vez reforça a ordem: atirar para matar. Kirk pede então que Spock passe a ajudar Scott na manutenção do reator defeituoso, mas este discorda alegando que Scott está plenamente capacitado a efetuar a tarefa sem Spock. Kirk então diz a Spock que este deve se proteger a fim de evitar que ambos sejam mortos num hipotético confronto com a criatura, mas Spock convence seu capitão de as chances disto acontecer é mínima.

A esta altura o substituto construído por Scott para o equipamento avariado quebra em definitivo, deixando Kirk com menos de dez horas para resolver o problema e encontrar a peça original. Ele ordena que os colonos sejam levados para a Enterprise, mas alguns deles resolvem ficar e enfrentar a “criatura”. Logo depois que o pessoal da segurança deixa o local Spock tem a sensação de estarem sendo observados. Ele e Kirk se separam para procurar a “criatura”. Durante a busca Kirk encontra mais nódulos de silício iguais aos que haviam chamado a atenção de Spock. Enquanto ele relata a Spock sua descoberta, acontece um desmoronamento que não o atinge, mas bloqueia seu caminho focando-o a um desvio.

Enquanto retorna, Kirk se vê frente a frente com a criatura que aparece de repente vinda diretamente da rocha sólida. Esta se dirige a Kirk, mas recua quando este aponta seu feiser. Spock chega ao local em seguida e, após uma breve conversa entre o primeiro oficial e o capitão da Enterprise, os dois decidem que o Vulcano deve tentar usar o “elo mental” Vulcano para estabelecer contato. Após uma tentativa eles conseguem descobrir que a Horta, como a criatura se chama, é uma criatura inteligente, porém esta agonizando devido ao ferimento. Kirk chama McCoy para o local a fim de que o mesmo tente curá-la, e assim ganhar sua confiança e reaver a peça desaparecida do equipamento gerador da colônia. Enquanto isto, Spock tenta um novo elo com a criatura, desta vez tocando-a e descobre que ela é a ultima de sua espécie e que tem como missão proteger os ovos da nova geração de sua espécie.

Enquanto isto o pessoal da colônia se encontra próximo ao local e pressionando para chegar a “Horta” e destruí-la, sem saber o que esta acontecendo dentro da caverna. Spock consegue descobrir o local onde o equipamento está escondido, e Kirk vai buscá-lo. Além da peça que procura Kirk encontra centenas de “ovos” da Horta quebrados dentro da caverna. Neste momento o pessoal da mina engana a segurança da Enterprise e invade a caverna, mas Kirk impede que eles a ataquem e explica que as mortes causadas por ela só aconteceram por que a Horta estava tentando defender sua “cria”.

Kirk propõe que eles utilizem as novas “Hortas” como cavadores de túneis e que ambas as espécies passem a compartilhar o planeta, entretanto Spock está reticente quando as chances da criatura ferida. 

Apesar da desconfiança de Spock, McCoy consegue “suturar” a ferida da criatura com concreto. Ela aceita a proposta de Kirk e a Enterprise deixa o planeta com Hortas e Humanos convivendo em harmonia.

 

Comentários:

“Devil in The Dark” é um típico exemplo da mecânica criativa que envolve a Série Clássica, pois trás em seu bojo inspirações e mensagens diversas. A principio Kirk e cia. chegam a uma colônia de mineração onde tem que resolver o mistério envolvendo a criatura assassina que está aniquilando colonos de Janus VI. A nossa equipe de detetives da Frota Estelar entra então em ação para encontrar a solução, e começam as investigações. 

Depois do inicio “bombástico” onde vemos um dos colonos ser atacado e morto pela “criatura”, outros detalhes nos são apresentados como as circunstancias das mortes anteriores e o resultado da autopsia (?) realizada por McCoy, detalhes estes que formam um ambiente típico dos famosos “Filmes B” tão em moda na década de 1960. É até mesmo possível que este enredo possa ter sido inspirado em um destes filmes, chamado “The Island of Terror” com ninguém menos do que Peter Cushing no elenco. Neste filme, os habitantes de uma ilha isolada (!) começam a ser atormentados por criaturas que atacam pessoas e animais e sugam seus ossos (Isto mesmo que você leu, caro leitor). Estas criaturas são o resultado inesperado das experiências de uma equipe de cientistas que trabalha num projeto usando radiação para tentar descobrir a cura contra o câncer, e lógico, não dá certo. Além da aparência destas criaturas lembrar levemente a “Horta” elas são chamadas de “Silicatos” no filme. Mas é apenas uma lembrança circunstancial, pois o resto da estória não tem nada a ver com este segmento da Série Clássica.

Bem, de volta a Jornada, uma outra mensagem que temos aqui é a que fala da reação ao desconhecido.  Embora possamos simpatizar com os mineradores, afinal eles estão sendo mortos, as descrições feitas por estes usam sempre adjetivos como “monstros” e “assassinos” quando se referem a “criatura”. Não é por acaso que Spock, o elemento lógico e racional da série aponta para a possibilidade de que deve existir uma resposta para os eventos acontecidos em Janus. Spock representa o equilíbrio entre a ação e a reação. O elemento humano quando movido pela emoção reage de uma forma mal ordenada, e esta reação geralmente irá canalizar esforços em uma ação destrutiva. Aplicar a razão significa entender o outro, compreender as verdadeiras motivações e então agir. Agir não simplesmente criando um movimento contrário, mas eventualmente até mesmo mudando seu próprio rumo, e como isto, prosperando. 

Uma mensagem sem duvida mais filosófica do que simplesmente disparar os feisers e sem duvida a principal mensagem do segmento. A esta altura “Devil in The Dark” tem mais a ver com a necessidade de entendimento, tolerância e cooperação e a idéia de que não devemos temer o desconhecido e muito menos destruí-lo. Um grande clichê atualmente, mas ainda uma mensagem bem vinda e necessária mesmo nos dias de hoje.

Entretanto, ainda há um problema a ser resolvido, problema que inclui os misteriosos nódulos de silício e na busca da solução deste mistério Spock e Kirk vão juntando os pedaços até chegar à conclusão de que estão lidando com uma criatura inteligente.

Neste ponto começa o “trekbaboseira” sobre vida baseada em Silício, e o pior é que eles levam tais explicações à sério demais, o que deixa o episodio ainda mais com cara de filme “B”. Mas tudo bem, vamos deixar para lá este pequeno contratempo. De qualquer forma é ai que o destino da “criatura” começa a mudar, no momento em que Spock começa e concluir que ela tem inteligência e age motivada pela sobrevivência, não só a sua mas a de sua espécie.

Este conceito de inteligência é importante. Por que podemos comer um bife grelhado, ou um vegetal sem preocupação com as implicações morais deste ato? Afinal estes elementos (a vaca de onde saiu o bife) crescem e se reproduzem logo eles estão vivos, não estão? A Horta também está e o que faz dela um a ser respeitado é a presença da inteligência, presença esta que pode ser verificada através de suas ações, como o roubo de uma peça vital ao equipamento dos mineiros. Se for inteligente deve ser preservada. Logo seria imoral aniquilá-la em nome da necessidade da Federação de ter o seu “Pergium”, seja lá o que for isto?

Ainda assim Kirk está convencido de que não há alternativas a não ser matar a “criatura” em defesa dos seus homens, e, é claro, das necessidades de mineração. Faltava algo mais para que a criatura ganhasse o status de ser vivo completo. Este elemento chama-se comunicação. Neste sentido o elo mental realizado por Spock é de fundamental importância não só por seu apelo dramático, mas por estabelecer esta comunicação entre espécies que irá propiciar o entendimento, reconhecido por ele e por Kirk como essencialmente vital. Desconsiderando completamente o escorregão pirotécnico “cometido” quando a Criatura espantosamente escreve na rocha a frase “No kill I”, tem-se que, embora ainda também pouco explicável, o elo mental vulcano serve a este propósito, muito mais do que estabelecer inteligência, pois isto já havia sido feito antes.

Quando digo pouco explicável é por que a comunicação é um processo extremamente complexo que exige a criação de protocolos comuns entre ambas as “entidades”, algo que não se faz por mágica. Quem quiser saber do que estou falando vai encontrar um excelente exemplo no episodio de A Nova Geração, “Darmok”, onde este tema é tratado com mais propriedade. Aliás, apesar da USS Enterprise estar indo onde ninguém jamais esteve a 24 episódios surpreendentemente este é primeiro onde é oferecido a Kirk e seus comandados um problema que deveria na verdade ser comum entre espécies diferentes: a comunicação. Tudo bem que o tradutor universal resolveu este problema para a turma da Série Clássica, e mais importante ainda, o olhar da série sempre esteve voltado muito para o interior do ser humano e seus conflitos do que para o mundo exterior, mas não deixa de ser curioso notar isto.

Aqui em “The Devil in the Dark”, quando é preciso estabelecer comunicação com a “Horta” o elo mental quebra o galho, e apesar das reticências, acaba sendo uma solução mais elegante do que simplesmente apertar o botão do tradutor de bolso. 

Uma vez estabelecido que a criatura esta viva, é capaz de se reproduzir e crescer, é inteligente e capaz de se comunicar, esta criado um impasse moral e a necessidade de uma outra solução que contemple os interesses de todos. É curioso notar que ninguém citou a primeira diretriz, mas fica claro que esta seria plenamente aplicável neste caso, não seria?

O episódio “The Devil in The Dark” pode ser considerado uma evolução em relação ao segmento “The Man Trap”, onde a criatura que vivia de sal não recebeu a mesma consideração que teve a Horta. Poderíamos imaginar que ir audaciosamente onde ninguém jamais esteve proporcionou a tripulação da Enterprise um crescimento pessoal que permitiu um tratamento diferente nesta situação, um salto qualitativo sem duvida alguma. Embora o pensamento seja utópico e fantasioso, notem que é a tripulação da Enterprise que consegue não só resolver o mistério, mas estabelece um vinculo de beneficio mutuo onde antes havia somente medo e beligerância. O que tem a tripulação da Enterprise de diferente dos mineiros de Janus VI? A experiência com o desconhecido, experiência adquirida através da exploração não só de novos planetas e novas civilizações, mas principalmente da própria condição humana, que ensina obrigatoriamente uma lição de tolerância. Uma analogia interessante que cabe na leitura deste episodio. 

Voltando ao que interessa, mais um elemento é incluído a geografia social e política da Federação, pois durante o episodio temos varias referencias a importância comercial das operações da colônia, deixando claro que nesta Federação a economia ainda é fator importante, apesar de ao longo dos anos a discussão sobre o uso do dinheiro em Jornada ter sido um dos assuntos favoritos a mesa dos fãs. Fica claro aqui que pelo menos ainda existem necessidades orçamentárias a serem satisfeitas, e este deixou apenas de ser um tema central.

Em alguns momentos existe uma tentativa de definir melhor o vinculo de amizade entre Kirk e Spock. Primeiro é o capitão que quer tirar Spock do caminho de um possível ataque da criatura, criando um momento engraçado quando Spock cita as chances de ambos serem mortos pela criatura. Kirk parece chamar a atenção de uma criança levada ao pedir que seu primeiro oficial não se meta em encrencas, um momento sem maiores implicações para o episodio. Depois é Spock quem quase tem um ataque de pânico quando percebe que Kirk está encurralado pela Horta, chegando inclusive a chutar a lógica de lado e mandar que Kirk a mate. Diferente da anterior esta ação além de desnecessária colide um pouco com a intenção central do segmento, mas não o compromete mortalmente pelo menos.

Também não deixa de ser curioso o fato de não existirem peças de reposição para as partes principais do principal equipamento da colônia, que se pifar não só paralisa as operações de uma das principais colônias mineradoras, mas também coloca em risco a vida das pessoas presentes.

Dramaticamente falando este episodio é todo de Shatner e Nimoy, com Deforest Kelley fazendo participações pontuais de pouca importância para a trama embora estas sejam lembradas com carinho pelos fãs. James Doohan rigorosamente faz ponta, embora acrescente mais um feito ao seu currículo de fazedor de milagres. O pessoal convidado também não acrescenta muito, incluindo ai o comandante Gioto, apesar deste aparecer com as insígnias de comando, alias a equipe de segurança da Enterprise continua sendo motivo de piada de tão mal preparados que são. Takei e Nichelle Nichols nem dão as caras, nem mesmo tradicional momento final na ponte. De qualquer forma podemos considerar este episodio um excelente resumo de como as coisas funcionam na Série Clássica, e sem duvida uma boa diversão.

 

Citações:

Spock: Captain, there are approximately 100 of us engaged in this search against one creature.The odds against you and I both being killed are 2,228.7 to 1.
("Capitão, há aproximadamente 100 dos nossos empenhados nessa busca contra uma criatura. As chances de o senhor e eu sermos mortos são de 2.228,7 para 1.")
Kirk: 2,228.7 to 1? Those are pretty good odds, Mr. Spock.
("2.228,7 para 1? As chances são boas, Sr. Spock.")

Spock: Jim, I remind you that this is a silicon-based form of life. Dr. McCoy's medical knowledge will be useless.
("Jim, devo lembrar que esta é uma forme de vida baseada em silício. Os conhecimentos médicos do Dr. McCoy serão inúteis.")
Kirk: He's a healer, let him heal.
("Ele cura. Deixe-o curar.")

McCoy: Help that? You can't be serious.That thing is virtually made out of stone!
("Ajudar aquilo? Não pode estar falando sério. Aquela coisa é virtualmente feita de pedra!")
Kirk: Help it. Treat it.
("Ajude-a. Trate-a.")
McCoy: I'm a doctor, not a bricklayer.
("Eu sou um médico, não um pedreiro.")
Kirk: You're a healer. There's a patient. That's an order.
("Você cura. Lá está um paciente. É uma ordem.")

Kirk: I also found about a million of these... silicon nodules. They're eggs, aren't they?
("Eu também encontrei cerca de um milhão desses... nódulos de silício. Eles são ovos, não são?")
Spock: Yes, Captain, eggs...
("Sim, capitão, ovos...")

McCoy: Did she happen to make any comment about those ears?
("Ela fez algum comentário sobre essas orelhas?")
Spock: Not specifically. But I did get the distinct impression she found them the most attractive human characteristic of all. I couldn't bear to tell her that only I have--
("Não especificamente. Mas tive a distinta impressão de que ela as achou a mais atraente característica humana. Eu não podia dizer a ela que tenho apenas--")
Kirk: Mr. Spock I suspect you're becoming more and more human all the time. You...
("Sr. Spock, eu suspeito que você está se tornando cada vez mais humano o tempo todo. Você...")
Spock: Captain, I see no reason to stand here and be insulted.
("Capitão, não vejo razões para ficar aqui e ser insultado.")

 

Trivia:

Janos Prohaska: A Horta foi planejada, construída e interpretada por Janos Prohaska. Nascido Em Budapeste - Hungria, em 10 de outubro de 1919, e falecido em 13 de março de 1974 na Califórnia nos EUA em um acidente de avião. Prohaska também “atuou” em “A Private Little War” como o Mugato, e em “The Savage Curtain” como Yarnek. Ele também esteve presente no primeiro piloto da série, “The Cage”.

Mais Prohaska: O mesmo Prohaska foi responsável por conceber também uma criatura (uma espécie de Microorganismo superdesenvolvido na realidade) para o último episódio de “The Outer Limits” (versão original), intitulado “The Probe”. Reza a lenda que da visita de Prohaska “acompanhado de tal criatura” ao escritório de Gene Coon que nasceu “The Devil In the Dark”. Em três dias a versão final do roteiro estava pronta. 

Morte do pai de Shatner: Durante as filmagens deste segmento o ator William Shatner recebeu a notícia do falecimento do seu pai, Apesar do apelo geral, ele insistiu em terminar as cenas do dia. Leonard Nimoy foi um grande apoio para Shatner (que costuma citar com carinho este segmento) neste momento de grande dor. De volta ao trabalho algum tempo depois, Shatner tinha que fazer as tomadas de reação ao que Nimoy já tinha gravado, especialmente as cenas do elo mental com a Horta. Nimoy estava no Set para refazer a performance e dar ao seu amigo algo para reagir, enquanto Kirk seria capturado em vídeo. Em meio a total concentração de Nimoy, falando “dor, dor, dor...”, Shatner soltou o absurdo “Ninguém ai tem uma aspirina para dar para este Vulcano?”. Toda a equipe caiu na gargalhada e demorou um bom tempo para se recompor e Nimoy ficou algum tempo sem falar com Shatner depois do “incidente”.

 Hortas: Pelo menos na literatura de Jornada as Hortas entraram para a Federação. No Pocket Book “My Enemy, My Ally” a Enterprise tem um alferes de nome Naraht, um dos filhos da criatura encontrada por Jim Kirk em Janus VI. Sua especialidade ? Biomatemática.

 Barry Russo: O ator do tenente comandante Giotto aqui viria a “ganhar uma promoção” no segundo ano da série, interpretando o comodoro Wesley em “The Ultimate Computer”.

 

Ficha técnica:

História de Gene L Coon
Direção de
Joseph Pevney
Exibido em 09/03/1967
Produção: 2
6

Elenco:

William Shatner
como James Tiberius Kirk
Leonard Nimoy
como Spock
DeForest Kelley
como Leonard H. McCoy
Nichelle Nichols como Uhura
George Takei como Hikaru Sulu



Elenco convidado:

Janos Prohaska como Horta
Ken Lynch como Vanderberg
Frank Vinci como Tenente Osborne
Dick Dial como Sam
Brad Weston como Ed Appel
Biff Elliot como Schmitter
George E. Allen como um Engenheiro
Jon Cavett como um oficial de segurança
Barry Russo comandante Giotto

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