Série Clássica
Temporada 1

Análise do episódio por
Carlos Santos



 









 

MANCHETE DO EPISÓDIO

Episódio anterior  |  Próximo episódio

Sinopse:

Data Estelar: 3198.4.

A Enterprise segue viagem para o planeta Organia com a missão de estabelecer relações diplomáticas com os nativos do planeta que tem posição estratégica para a Federação. Durante a viagem recebe uma mensagem da Frota Estelar informando que as negociações com o império Klingon chegaram ao fim, e que uma guerra é eminente, o que torna sua missão ainda mais importante. Subitamente a nave é atacada, supostamente pelos Klingons que também tem aspirações quanto a Organia, mas a nave consegue revidar ao ataque, destruindo o inimigo e seguindo na missão.

Imediatamente após chegar ao planeta, Kirk é informado da presença de uma frota inimiga próxima ao local. Ele desce a superfície junto com Spock, deixando Sulu no comando com ordens de partir imediatamente caso a Enterprise se encontre frente a um inimigo numericamente superior. Em terra eles logo estabelecem contato com os nativos através de um homem idoso chamado Ayelbourne, que se declara o chefe de conselho dos idosos, aparentemente a única instituição local.

Kirk informa sobre os planos de ocupação dos Klingons e apresenta a oferta da Federação: Preparar o planeta para se defender armando e treinando seus habitantes para a luta, entretanto Ayelbourne rejeita a oferta declarando que seu povo é muito pacifico para lutar. Kirk se desespera e insiste que os Organianos aceitem sua oferta, mas estes continuam inflexíveis.

Spock informa ainda a Kirk que a sociedade local está totalmente estagnada e Kirk tenta usar esta situação para convencer os Organianos oferecendo as mais diversas facilidades. Neste momento a Enterprise informa a presença de naves Klingons em órbita, presença esta também constatada por Trefayne, um dos membros do conselho dos idosos apesar de não haver nenhum tipo de equipamento de detecção ou comunicação aparente que pudesse ser usado.

Os Organianos decidem que Kirk e Spock (agora sem chance de fuga) devem ser escondidos dos Klingons e dão a eles roupas locais na tentativa de disfarçá-los, porém removendo suas armas. Com a chegada de Kor, o comandante das forças de ocupação, Kirk é apresentando como Barona, um Organiano, e Spock como um comerciante Vulcano. Kor ordena que Spock seja levado para interrogatório com um tipo de sonda mental a fim de descobrir se este não é um espião. Quanto a Kirk, apesar de notar que seu temperamento é bem diferente dos demais, a principio consegue passar por Organiano inicialmente sem problemas e é designado como elo de ligação entre as forças de ocupação e os civis locais. Kor deixa o local levando Kirk.

Enquanto Kor informa a Kirk os novos regulamentos que serão aplicados pelas forças de ocupação, Spock é trazido à presença de ambos após ter passado pela sonda mental sem ser detectado como integrante da Frota Estelar. Kor se dá por convencido e deixa o vulcano livre, porém informa-o que será constantemente vigiado após ameaçar passar Kirk/Barona pelo detector mental e de morte caso a ordem não seja mantida.

Após sair do escritório de Kor e passar por uma breve rusga com soldados Klingons, Kirk e Spock planejam como poderão oferecer resistência aos Klingons e tentar trazer os organianos para esta resistência. Decidem então por ação terrorista noturna contra um deposito de munição Klingon. Eles atacam a noite conforme o planejado, e depois vão até ao conselho organiano tentando convencê-los a lutar ainda sem sucesso sem saber que Kor está observando através de uma câmera escondida. 

O Klingon surpreende Kirk e quando Ayelbourne sabe que Kor pretende passar Kirk pela sonda mental informa sua verdadeira identidade, deixando Kirk encurralado e Kor exultante. O klingon se mostra extremante desapontado com mais esta reação dos Organianos, deixando o local e levando os prisioneiros.

Kirk é levado ao escritório de Kor onde este tenta extrair dados estratégicos da Frota Estelar sem sucesso. Kirk se nega, mas Kor lhe da 12 horas para mudar de idéia, caso o contrario levará Kirk para a sonda mental e Spock será morto, então o manda para a prisão junto com Spock.

Uma vez lá, ambos ainda pensam em como escapar e conseguir atrapalhar os planos klingons quando de repente a porta da prisão se abre revelando Ayelbourne, que sem explicação aparece e tranqüilamente os convida a deixar o cativeiro. Kirk está desconfiado, pois se considera traído pelos Organianos, mas como não tem opções, acaba por aceitar a oferta. Sem serem importunados eles chegam novamente a sala do conselho dos idosos.

Nesta hora Kor é informado do misterioso desaparecimento dos prisioneiros sem deixar vestígios apesar dos guardas de prontidão, então manda que executem a ordem de ocupação numero IV, ou seja, a morte de mais 200 organianos e depois mais 200 a cada hora até que Spock e Kirk sejam entregues. Enquanto tenta descobrir como conseguiram sair da cela sem serem importunados pelos Klingons Kirk ouve pelos alto falantes a voz de Kor informando sobre as mortes fica ainda mais furioso com a passividade dos membros do conselho. Ele e Spock decidem sair e lutar. Tentar parar as mortes e exigem de Ayelbourne que lhes entregue suas armas. Apesar de relutante este concorda, então Kirk e Spock deixam o lugar, certos de que irão morrer tentando deter os Klingons.

Assim que os dois saem os membros do conselho discutem brevemente sobre o comportamento de ambos e decidem que algo deve ser feito em nome da segurança dos dois. Trefayne usa seu poder empático para “ler” os pensamentos dos dois e informa a Ayelbourne que eles desejam esperar o anoitecer e então atacar os Klingons. 

À noite Kirk e Spock invadem a fortaleza Klingon em busca de Kor, esperando poder para os klingons caso consigam prender o líder. Neste meio tempo o conselho dos idosos se reúne para de alguma forma deter a violência. Kirk e seu imediato surpreendem Kor em seu escritório. Este informa a uma frota da Federação em curso para interceptar a frota Klingon. Neste momento um grupo de guardas armados que estava observando por monitores de vigilância entra na sala e surpreende aos dois.

Quando tudo indica um combate irá se desenrolar subitamente as armas de todos se aquecem a ponto de não poderem ser manuseadas. A mesma sensação de temperatura extrema é sentida quando alguém tenta qualquer tipo de agressão física contra o oponente. O mesmo acontece a bordo da Enterprise, e nas naves Klingons, que não podem disparar suas armas devido à temperatura extrema dos controles.

Ayelbourne chega ao local junto com os outros membros do conselho alegando serem eles os responsáveis pelo fenômeno apesar de Klingons e humanos estarem céticos. Eles entram em contato e suas naves confirmam a total incapacidade de operação. Apesar dos protestos de Kirk e Kor, Ayelbourne afirma que caso ambos os lados não cessem as hostilidades elas ficaram totalmente incapacitadas.

Não havendo mais “como” e nem “por que” argumentar. Os Organianos solicitam a retirada imediata dos estrangeiros e então revelam sua verdadeira natureza, ou seja, são seres totalmente de energia que abandonaram a forma corpórea a milhões de anos, e que tudo o que se vê em Organia é uma ilusão apenas para olhos forasteiros, mesmo as mortes causadas pelos Klingons. Eles revelam sua verdadeira aparência pouco antes de desaparecerem totalmente sob os olhares atônitos de Humanos, Klingons e Vulcanos, que finalmente deixam Organia sem que a guerra tenha sido deflagrada

 

Comentários:

Após assistirmos a USS Enterprise passar por vinte seis episódios navegando em calmaria, salvo uma pequena rusga com os Romulanos e outra similar com os Gorns, repentinamente a Federação se vê em um clima de quase guerra com os Klingons assim sem mais nem menos. De repente um quadro de tensão pré-existente entre as duas potências aparece por mágica para permitir que o episodio funcione, o que é mais complicado de aceitar por que nem mesmo a outra potência, no caso o Império Klingon, existia antes. Tudo bem que esta é maneira como a Série Clássica foi construída, com episódios totalmente desligados um do outro e não cabe agora fazer tempestade em copo d’água por causa deste “detalhe”, mas não dá para deixar passar sem ao menos uma nota sobre assunto. Uma vez ativado o modo suspensão de descrença quanto a isto, vamos ao que interessa.

Todo episodio que começa com muita ação sempre garante a atenção do telespectador e desperta expectativas. Neste caso, o ataque sofrido pela Enterprise praticado pelos Klingons arrasta a atenção da audiência e mais importante, dá a dimensão exata de como andam no momento as relações com estes seres até então desconhecidos.

Pois bem, estabelecidos os dois adversários, vamos aos povos inocentes no caminho da guerra, conforme Kirk diz a Spock ao comparar Organia a Armênia e Bélgica, dois paises que sofreram por estarem na rota das invasões Alemãs nas Guerras Mundiais. Este comentário consternado nos prepara para o que iremos encontrar ao descer ao planeta junto com Kirk e Spock, um povo simples e pacifico que com certeza será presa fácil nas mãos dos terríveis Klingons.

Estes dois pequenos elementos de trama, - ataque a Enterprise e comentários de Kirk – tem função importante para o episodio, pois preparam o terreno para que capitão ponha em ação a sua “Missão de Misericórdia”, ou seja, defender os fracos e oprimidos. Mas após chegar a Organia e encontrar um povo extremamente pacifico em um perigo que só existe devido ao interesse das duas potências pelo seu planeta, nosso herói, James T. Kirk não consegue pensar em outra coisa a não ser armar estas pessoas e jogá-las em um conflito que não lhes pertence.

Kirk chega a ponto de oferecer facilidades aos Organianos como forma de convencê-los a optar pelo lado da Federação. É claro que tanta benevolência só acontece por que Organia passa a ter interesse estratégico vital, pois ele sempre esteve lá e ninguém deu a mínima antes.

Neste primeiro momento o segmento lida com o oportunismo institucionalizado que tenta travestir-se de humanismo, e neste processo beira o assistencialismo que pretende comprar novos recrutas para suas necessidades. Tanto a Federação quanto seus inimigos querem Organia para seus interesses próprios, sendo que a diferença é que os Klingons são mais sinceros quanto a isto, somente. É claro que situações extremas às vezes requerem ações extremas, mas aqui, em nenhum momento Kirk tenta pelo menos entender ou enxergar algum mérito na firme convicção dá filosofia de não violência abraçada pelos nativos do planeta atrasado passa todo o tempo recriminando-os por isto, chegando inclusive a insultar os Organianos. Embora seja esta uma situação extrema não deixa de ser um péssimo exemplo para um primeiro contato com outros mundos.

Aos poucos a frustração se transforma em raiva e Kirk começa a sentir desprezo por aquelas pessoas que se recusam a reconhecer que existe algum valor na morte, morrer lutando por algo que se acredita. Mas e quando a principal crença é a crença na paz? Curiosamente o telespectador também acaba abraçando este sentimento anti organiano, o que demonstra a qualidade da trama. Chegamos a primeira mensagem, se assim podemos chamar, do episodio. Esta era uma pratica comum no tempo da guerra fria (e com certeza ainda hoje) onde EUA e URRS competiam para ganhar aliados para a sua causa particular, e paises como Cuba, Afeganistão e Vietnã (Cujo conflito estava em pleno andamento na época da exibição de “Errand of Mercy”, e onde as duas potências confrontavam a suas propostas ideológicas ao custo de milhares de vidas) entre outros tomaram o lugar de Armênias e Bélgicas.  O segmento também demonstra de forma intencional ou não que a Federação perfeita de Roddenberry não é tão perfeita assim, trazendo para a serie um tom de cinza em suas cores que muitos juram não existir na Série Clássica, mas que está ai para todo mundo ver.

Com a chegada da Frota Klingon a Organia nos somos finalmente apresentados ao vilão do segmento face a face. A estréia dos Klingons na Série Clássica foi brilhantemente realizada por John Colicos. Ele é Kor, o arrogante Governador Militar de Organia como ele mesmo se auto-intitula. Kor dá vida a um adversário implacável, violento e determinado, que acredita em sua superioridade e que despreza os fracos como os nativos do planeta. Colicos tem uma forte presença que consegue transmitir força em sua caracterização e apesar do estereotipo Klingon da Série Clássica ter sido criado sob o estigma do rufião, Kor consegue ser mais do que isto, graças à presença do ator que o encarna. Infelizmente isto expõe demais Willian Shatner que sempre que contracena com Colicos aparece superado pelo seu talento. Pelo menos aqui isto pode ser justificado pela qualidade do ator.

Assim como Kirk, Kor também se decepciona com a passividade do povo local, pois para uma raça que vive de batalhas nada mais frustrante que um inimigo que não luta, logo não pode ser vencido. Mas ele mesmo admite que admira Kirk e a Frota Estelar, por que vê em suas contrapartes não uma negação, mas um complemento. Vejam que a certa altura dos acontecimentos Kirk está disposto a usar de violência mesmo contra aqueles a quem pretende ajudar quando julga que isto é necessário. Anos mais tarde com a chegada de A Nova Geração os Klingons ganhariam vida própria e uma nova caracterização, mas em “Errand of Mercy” estes seres foram concebidos tão somente para mostrar em relevo a faceta violenta e barbara da Humanidade que deve ser vigiada, pois está sempre presente; prestes a emergir caso a oportunidade apareça.  Os klingons representam a força bruta com a qual a humanidade normalmente tenta resolver os seus problemas sem muito sucesso.

Uma vez que Kor descobre a verdadeira identidade de Kirk, ele agora precisa extrair algo de extrema importância. Não meras informações estratégicas, que ele sabe que poderá obter depois. Para isto não basta jogá-lo na máquina de que lê mentes e remover simplesmente informações, mas ele precisa vencer a tenacidade de Kirk, a convicção, enfim o orgulho, por isto lhe dá 12 horas, nas quais pretende que nosso herói pense em sua vida, tema por perdê-la e se convença de que não pode resistir. Mais do que isto ele precisa dobrar o inimigo, aterrorizá-lo até que este sinta que não há como resistir. Como Kor diz, é um jogo, que inclui também a satisfação pessoal de cada oponente embora haja um prêmio maior em disputa.

Pena que o confronto entre as personalidades de ambos seja tão breve, pois na maior parte do tempo o episodio insiste na temática pacifista (o que é bom, não entendam mal), e muito mais preocupado em analisar o tratamento que as duas forças antagônicas dão a questão, deixando as relações interpessoais em segundo plano.

Finalmente chega a hora da verdade, com Kirk e Spock agindo de acordo com seu treinamento, e ambas as frotas se aproximando para o confronto final. Entretanto os Organianos se revelam e estragam os planos dos contendores. Mais uma vez a Humanidade será julgada por seres avançadíssimos com poderes além da nossa compreensão, e uma vez mais, a Série Clássica reafirma ao seu publico sua mensagem contra a violência. O questionamento de Ayelbourne sobre o direito de Klingons e a Federação resolverem seus problemas na base da pancada é bastante significativo e chama a reflexão sobre o que tais convicções realmente representam.

E reparem que mais do que poderes além da nossa compreensão os Organianos tem outra característica peculiar. A idade. Outros seres poderosos de Jornada também tiveram como característica a longevidade, mas aqui há uma entrelinha que fala da importância da experiência que traz a sabedoria tão necessária para o crescimento pessoal. Não é à toa que quando Kirk pergunta a Ayelbourne pelas autoridades de Organia, ele é levado ao conselho dos anciões, único corpo de autoridade constituída no local.

Outros dois episódios estão intrinsecamente ligados a este. O primeiro é “Arena”, onde uma colônia da Federação é atacada fornecendo o pretexto para a Enterprise engajar em uma perseguição com o único propósito de destruir seus agressores. Quando Kirk está a ponto de derrotar definitivamente seu oponente, eis que uma ponta de “humanidade” surge fazendo com que o capitão não desfira o golpe fatal sobre o comandante Gorn. Naquele segmento os Metrons apenas observam, sem interferir, logo Kirk é dono de suas ações. Um final significativo pois aponta claramente para uma aposta na evolução do ser humano e sua capacidade de ascender enquanto raça. Já em “Errand of  Mercy” apenas a interferência dos Organianos é capaz de deter a violência.

A outra referencia seria “A Taste of Armageddon”. Notemos que neste episodio os papeis estão invertidos, sendo que Kirk e seus comandados foram os responsáveis por tirar dois povos inimigos (Vendikars e Eminianos) do caminho da guerra e coloca-los na trilha da cooperação e conseqüentemente do crescimento, abandonado em nome da guerra. Mais uma vez é necessária interferência externa para que o conflito seja solucionado. Naquela instância de Kirk e seus comandados.

Primeira Diretriz? Esqueçam definitivamente, pois a Série Clássica “prova” sempre que em alguns momentos pode ser que isto seja positivo. Talvez seja talvez não, mas isto é outra discussão. Fossemos fazer uma leitura dos três episódios como um conjunto, poderíamos facilmente concluir que a proposta da Série Clássica é mostrar uma humanidade capaz de dar uma no cravo (“A Taste of Armagedon”) e outra na ferradura (“Errand Of Mercy”), eventualmente precisando de uma mãozinha (“Arena”) para não fazer bobagem. Não deixa de ser uma visão realista, e muito interessante principalmente levando em consideração a época em que foi levada ao ar.

Como ressalvas temos principalmente a extensão dos poderes dos Organianos. A solução adotada para evitar o combate de Federados e Klingons “onde quer que estejam” além de improvável foi convenientemente esquecida posteriormente em “The Trouble with Tribbles” e “Day of the Dove”, isto somente para falar da Série Clássica. Tal decisão teve saldo positivo, caso contrário teria sido praticamente sepultada a possibilidade de retorno destes seres a série, mas não pode deixar de ser mencionada.

Temos ainda questões técnicas. A ausência de efeitos especiais condizentes com a proposta do episodio o enfraquece muito, e temos que nos contentar com uns breves disparos de feisers (ou torpedos!?) reaproveitados de episódios anteriores . É muito chato ouvir falar dos combates, frotas inimigas e da Federação somente em relatórios de situação, mesmo descontando as questões de orçamento e a dificuldade de realizar tais efeitos a época.

Mas algo muito mais difícil de disfarçar é a paupérrima caracterização dos Klingons. Nada, nem mesmo a necessidade de economizar alguns dólares desculpam a infame barbicha usada por Colicos para caracterizar seu personagem. Coisa lamentável. Se havia alguma intenção de relacionar os Klingons com o povo Mongol o tiro definitivamente saiu pela culatra. Felizmente anos mais tarde a volta da Série Clássica, já em sua versão para as grandes telas dos cinemas, daria uma melhor forma a uma das criações mais importantes da franquia Jornada nas Estrelas.

Outro ponto negativo é a utilização de Spock neste episodio, muito “robotizado” servindo apenas como apoio para Kirk, um retrocesso quando nos vem a lembrança à participação de Nimoy em segmentos como: “Galileo Seven”, “The Naked Time” e “The Menagerie”

O segmento traz em resumo: uma boa trama que tematicamente desnuda uma faceta não tão imaculada da Frota Estelar em seus métodos e atitudes, a estréia dos Klingons (a raça alienígena mais presente em Jornada Nas Estrelas em todas as suas encarnações) na série, um imediato elemento moderador para o imediato conflito com tal raça, embutido nos Organianos, e um maravilhoso convidado na pessoa de Colicos. Um ótimo segmento, com grande relevância histórica dentro da marca..

 

Citações:

Kirk: Of course we blew it up. Deliberately.
("É claro que o explodimos. Deliberadamente.")
Trefayne: But that was violence.
("Mas isso é violência.")
Kirk: You can fight back. Instead of sheep, you can be wolves.
("Você pode lutar. Em vez de ovelhas, vocês podem ser lobos.")
Trefayne: Terrible...To destroy.
("Terrível... Destruir.")

Kor: The fact is, Captain, I have a great admiration for your Starfleet. A remarkable instrument. And I must confess to a certain admiration for you.
("O fato é, capitão, que tenho uma grande admiração pela sua Frota Estelar. Um instrumento notável. E devo confessar uma certa admiração pelo senhor.")

Kor: You of the Federation, you are much like us.
("Vocês da Federação, vocês são muito parecidos conosco.")
Kirk: We're nothing like you. We're a democratic body.
("Não temos nada em comum. Somos um corpo democrático.")
Kor: Come now. I'm not referring to minor ideological differences. I mean that we are similar as a species.
("Ora, não estou me referindo a pequenas diferenças ideológicas. Quero dizer que somos similares enquanto espécies.")

Kor: I respect you, Captain, but... This is war, a game we Klingons play to win.
("Eu o respeito, capitão. Mas... isto é guerra, um jogo que jogamos para vencer.")

Kirk: You expect us to trust you now?
("Agora você espera que nós acreditemos em vocês?")
Ayelbourne: Is there really a choice, Captain?
("O senhor tem alguma alternativa, capitão?")

Kirk: You've told us you hate violence. Unless you tell me where those phasers are, you'll have more violence than you know what to do with.
("Você nos disse que odeia violência. A não ser que me diga onde estão aqueles phasers, terá tanta violência que nem saberá o que fazer.")
Ayelbourne: You mean you would actually use force?
("Quer dizer que o senhor usaria a força?")
Kirk: It's entirely up to you.
("Depende inteiramente de você.")

Kirk: What are the odds on our getting out of here?
("Quais são as nossas chances de sair daqui?")
Spock: Difficult to be precise, Captain. I should say approximately 7,824.7-to-1.
("É difícil ser preciso, capitão. Devo dizer que são de aproximadamente 7.824,7 para 1.")
Kirk: Difficult to be precise?
("Difícil ser preciso?")

Ayelbourne: Oh, eventually, you will have peace, but only after millions of people have died. It is true that in the future, you and the Klingons will become fast friends. You will work together.
("Oh, eventualmente você terá a paz, mas só depois que milhões tiverem morrido. É verdade que, no futuro, vocês e os Klingons se tornarão amigos rápido. Vocês trabalharão juntos.")

 

Trivia:

O saudoso ator Canadense John Colicos, falecido em 6 de março de 2000, também participou de outra marca famosa da ficção cientifica televisiva, tendo interpretado o Lorde Baltar na série “Battlestar Galactica”. Ele voltaria a Jornada Nas Estrelas em Deep Space Nine com o mesmo personagem Kor nos episódios: “Blood Oath” da segunda temporada (juntamente com Michael Ansara como o Klingon Kang, de “The Day Of The Dove” e William “Bill” Campbell como o Klingon Koloth de “The Trouble With Tribbles”, ambos da Série Clássica), “The Sword of Kahless” da quarta temporada, e “Once More Unto the Breach” da sétima temporada (neste último Kor morre, em um segmento que é uma grande homenagem ao personagem, sendo um dos últimos trabalhos profissionais do ator).

O diretor deste episódio, John Newland, foi a principal força criativa da série cult: “One Step Beyond”.

 

Ficha técnica:

História de Gene L Coon
Direção de
John Newland
Música: Alexander Courage

Exibido em 23/03/1967
Produção: 2
7

Elenco:

William Shatner
como James Tiberius Kirk
Leonard Nimoy
como Spock
DeForest Kelley
como Leonard H. McCoy
Nichelle Nichols como Uhura
George Takei como Hikaru Sulu



Elenco convidado:

John Colicos como Kor
Jon Abbott como Ayelbourne
David Hillary Hughes como Trefayne
Peter Brocco como Claymare

Episódio anterior  |  Próximo episódio