Série Clássica
Temporada 2

Análise do episódio por
Carlos Santos



 









 

MANCHETE DO EPISÓDIO
Alegoria clássica trás Guerra do Vietnã ao debate

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Sinopse:

Data Estelar: 4211.4.

Kirk, Spock e McCoy descem até um planeta para obterem espécimes biológicos vegetais. McCoy reporta que o planeta é um tesouro médico. Kirk conhece o planeta por ser o primeiro mundo em que ele participou de um grupo avançado, 13 anos antes. Kirk diz a Spock que os habitantes do planeta são pacíficos e que estão apenas começando a forjar o ferro. No entanto, o capitão fica extremamente surpreso em ver alguns aldeões com rifles esperando para atocaiar nativos das montanhas, entre eles um antigo amigo chamado Tyree. Para distrair os aldeões, Kirk atira uma pedra perto destes, o que faz com que um deles dispare o rifle acidentalmente. Mas, isso faz com que ele e Spock sejam perseguidos, com Spock sendo baleado enquanto tenta escapar.

O grupo de descida é teletransportado de volta à Enterprise, onde tomam conhecimento de uma nave Klingon próxima ao planeta. Kirk faz com que a nave fique escondida dos Klingons colocando-a atrás do planeta. O Capitão especula que os Klingons violaram o tratado que colocava planetas neutros restritos apenas a pesquisas científicas, e que eles proveram os aldeões com os rifles que viu na superfície. Kirk e McCoy voltam ao planeta para investigar as atividades Klingons, deixando o Dr. M’Benga responsável pelo ferido Spock.

Logo após o teletransporte, Kirk é atacado por uma criatura nativa do planeta, uma espécie de gorila albino venenoso com espinhos nas costas e um chifre denominado Mugato. Não existe antídoto para o veneno deste animal, mas os montaheses acham McCoy e Kirk e os levam até Tyree, que é agora o líder destes nativos. Sua esposa, Nona, é uma curandeira, assim como também é manipuladora e sedenta de poder. Ela cura Kirk usando a raiz de uma planta chamada Mako, fazendo com que Tyree corte a sua mão. Após Kirk ser curado, o ferimento na mão de Nona também desaparece.

Tyree relata que as armas de fogo são fabricadas pelos aldeões, e que elas apareceram cerca de um ano antes. Nona quer que o Capitão Kirk use seus Phasers para aniquilar os Aldeões para fazer de seu marido um homem poderoso. Ela fica extremamente desapontada quando Tyree insiste em não matar e quando Kirk reluta em dividir seus conhecimentos sobre armas.

Kirk e McCoy entram na vila e descobrem o Klingon Krell explicando ao líder dos aldeões, Apella, o funcionamento de inovações tecnológicas avançadas demais para aquela sociedade primitiva. Infelizmente, eles são descobertos quando McCoy acidentalmente aciona seu tricorder, mas com sorte e astúcia eles conseguem escapar.

Enquanto isso, Spock se recupera a bordo da Enterprise: ele diz à enfermeira Chapel para que ela bata nele, para que possa sair de seu transe de recuperação auto-induzido. A enfermeira fica hesitante no início, mas começa a golpeá-lo. Scotty, que fica chocado de vê-la fazer isso, tenta contê-la, mas o Dr. M’Benga chega e continua a bater em Spock, que com ajuda de um indutor de dor, consegue sair de seu transe.

No planeta, Kirk fornece aos montanheses rifles, notando a clara analogia entre os conflitos no continente asiático da Terra séculos atrás. Neste conflito, Kirk diz que duas grandes potências lutaram advogando armas e suprimentos a dois lados opostos com igual força destrutiva, com óbvias referências à Guerra do Vietnam.

Nona usa uma erva para seduzir Kirk, e mesmo Tyree testemunha a sedução, ele é incapaz de apertar o gatilho da arma que carregava, preferindo fugir do local. Enquanto isso, Nona é atacada por um Mugato e Kirk usa o Phaser para matar o animal. Nona paga o favor atingindo Kirk na cabeça com uma pedra e roubando a arma do capitão. No entanto, quando ela tenta se voltar para os Aldeões, estes estão apenas interessados em molestá-la.

Quando os montanheses chegam, os aldeões matam Nona, acreditando que ela tentava enganá-los. Os Aldeões são mortos pelos montanheses, mas Tyree está louco de ódio por causa da morte de sua esposa e pede para que Kirk forneça mais armas para que possa matar seus antagonistas. Kirk então ordena a Scotty que produza rifles para os montanheses, referindo-se às armas como se fossem “Serpentes para o Jardim do Éden”. Já na Enterprise, Kirk está aborrecido por ter contribuído para que o povo do planeta perdesse a inocência, mas entende que não havia nenhuma outra alternativa a ser tomada.

 

Comentários:

Em 1954, o General Eisenhower, então presidente dos Estados Unidos, começava a meter o nariz no Vietnã. Embora os narizes ianques fossem sair sangrando de lá, os americanos não foram os primeiros. Antes deles Franceses, Japoneses, e novamente Franceses já haviam tentado submeter à região da Indochina a sua autoridade, mas foi a presença americana que ficou na historia, não só pela sua violência mas pelos desdobramentos daqueles eventos, posteriormente.

Anos depois, Kennedy envia os primeiros "conselheiros militares" a região, conselheiros estes transformados em combatentes, depois de sua morte em 1963, por seu sucessor, o presidente L.Johnson, aumentando a escalada de guerra. Graças ao incidente do Golfo de Tonquim, em setembro de 1964 (o qual se provou posteriormente ter sido forjado pelo Pentágono para justificar a intervenção americana), o Congresso aprova a Resolução do Golfo de Tonquim, que autorizou o presidente a ampliar ainda mais o envolvimento americano na região.

A presença americana saltaria de 900 homens em 1960, para atingir o numero de 540 mil soldados em 1969. Esta participação crescente e brutal incitaria o inicio do movimento da Contra Cultura nos EUA, que teve enorme influencia nos anos sessenta, não só em seu país de origem, mas em todo o mundo. Em março de 1968 surge a grande rebelião estudantil no Brasil contra o regime militar, implantado em 1964. Na França, dois meses depois, a revolta universitária contra o governo do General de Gaulle. Outras manifestações ainda ocorreriam no México e na Alemanha e Itália.

Em 30 de janeiro de 1968, os vietcongs fizeram uma surpreendente ofensiva - a ofensiva do Ano Tet (o ano lunar Chinês) - sobre 36 cidades sul-vietnamitas, ocupando inclusive a embaixada americana em Saigon. A um custo de 33 mil soldados vietcongs mortos nesta operação, eles obtêm uma espetacular vitória política, obrigando o presidente Johnson a aceitar negociações para retirada Americana, além de desistir de tentar a sua reeleição.

Neste cenário, em dois de fevereiro de 1968, ia ao ar pela NBC o episodio de Jornada nas Estrelas "A Private Little War,". Seria “glorioso” poder voltar no tempo e perceber qual teria sido o seu impacto na data de sua primeira exibição, mas como ainda não é possível, o pequeno relato histórico anterior tenta posicionar este segmento de forma a nos relembrar em que ambiente Genne Roddenberry levava a TV a sua metáfora do conflito armado no Vietnã.

Quando Kirk descobre que o “Equilíbrio de forças” desta sociedade foi alterado, por uma ação externa, o que fazer? Como preservar o paraíso da destruição? A partir deste problema, outras questões vão se sucedendo, obrigando os personagens a fazer escolhas e tomar decisões, mesmo que não gostem delas.

A presença de uma nave Klingon e o ferimento de Spock fornecem elementos adicionais ao problema. A USS Enterprise não pode ser comunicar com a Frota, o que obrigara Kirk a agir de acordo com o seu julgamento. Se tal situação já atingiu status de clichê na Série Clássica, por outro lado, todos sabemos o quanto Spock e sua lógica são importantes para que o capitão possa se orientar quando precisa tomar decisões, mesmo que eventualmente discorde das orientações de seu primeiro oficial.

Caberá a McCoy tal papel. Embora o bom doutor sempre tenha sido uma voz constante a ser considerada por Kirk, desta vez sua importância é amplificada em função tanto da sua condição de único conselheiro, como da importância do dilema que se seguira, e Kirk terá apenas McCoy como conselheiro, para quem a violência nunca é uma alternativa.

Tal situação provoca certo ineditismo, pois aqui, mesmo sem o equilíbrio emocional, fornecido por Spock, o capitão precisa agir, e dá o primeiro passo, decidindo fazer contato com seu amigo Tyree, que ele havia conhecido treze anos atrás, quando ainda era um jovem tenente. Tal abordagem remove o elemento impessoal na relação entre Kirk e Tyree, e adiciona um sentimento maior de responsabilidade sobre o destino daquela gente, diferente de ocorrências anteriores, como por exemplo, “A Taste of Armaggedom” .

O contato dos homens da Federação com o povo da aldeia aconteceria inevitavelmente, sendo assim, o ataque do “Mugato” ao capitão serve tão somente para permitir o posterior “ritual de cura” de Nona , e acrescentar certo misticismo a questão. Ambiciosa e profunda conhecedora das propriedades terapêuticas (e alucinógenas) das plantas de seu planeta, ela aproveita a chance para colocar Kirk sob sua esfera de poder.

Nona é ambiciosa, inescrupulosa, e manipuladora, e não tem o menor constrangimento em usar o seu conhecimento para proveito próprio, mesmo que custe a vida de seu povo, ou de seu marido. Ela não se importa com nada, desde que esteja do lado vencedor.

A metáfora do episodio é clara, mas levemente alterada. Se o planeta de Tyree é o paraíso, Nona e ao mesmo tempo Eva e serpente, o demônio. Da mesma forma que a serpente se aproxima de Eva e passa a manipular seus pensamentos e sentimentos, Nona faz o mesmo com todos a sua volta, sempre tramando em favor de seus planos ambiciosos.

Embora carregue o segmento de uma aura poética e mística, elementos que voltaremos a perseguir mais a frente, tal abordagem acaba sendo inócua, por não ter nenhuma influencia direta na decisão de Kirk, ou de Tyree, ao final do episodio.

Com Kirk curado, ela transfere a pressão que fazia sobre seu marido para o capitão, mas este provavelmente chegasse sozinho a conclusão que precisaria armar o povo de Tyree, e assim, restabelecer o tal “Equilíbrio”, e evitar que seus amigos fossem subjugados. Mas Nona não quer equilíbrio, ela quer poder superior, com o qual ninguém concorda. Se Nona representa o mal, tentando empurrar Tyree para a guerra por motivos mesquinhos, McCoy está do outro lado, atuando como a consciência de Kirk e lembrando-o o todo momento das conseqüências de suas ações.

O médico da Enterprise sempre esteve ao lado de Kirk em todos os momentos em que foi preciso, mas McCoy em todo este tempo sempre teve como forte característica a defesa da paz, como principio. Aqui neste segmento, tal opção é ratificada de forma incontestável. McCoy não tem duvida quando acha que precisa repreender o amigo, e o faz com veemência. Tal rigidez de caráter, e a defesa passional de tudo o que acredita, ajudaram a formar a sua marca registrada e tornaram o médico tão querido entre os fãs. Aqui tais elementos podem ser vistos em sua plenitude.

Ao confirmar as suspeitas de que são realmente os Klingons que estão fornecendo armas aos homens da tribo rival, Kirk tem a justificativa necessária para tomar uma ação em favor do “equilíbrio”, mas ainda há um problema a vencer: a resistência de Tyree a usar de violência. Tyree na verdade, como toda vitima, jamais percebe realmente as implicações de tudo o que acontece a sua volta, e como ela caminha a passos largos para ser expulso do paraiso.

O aldeão não acredita na violência, e por isto mesmo, será um dos primeiros a morrer quando esta for inevitável, como disse McCoy. Por acreditar nisto, Kirk precisa convencer Tyree a mudar de idéia, mas é justamente a crença deste que o impede de matar seu amigo, quando o encontra nos braços de Nona.

Mas tudo muda, graças a serpente. Ao roubar o faser de Kirk e tentar com ele comprar uma posição de destaque na tribo rival, Nona fornece a motivação que faltava a Tyree para abraçar a violência. Como escreveu Milton em sua obra “Lost Paradise” :

“Acontece o inevitável, e, quando a mulher volta para ele, oferecendo-lhe a maçã, Adão não se deixa encantar pelo fruto proibido; as palavras de Satanás não o enganam; sabe exatamente o que significa o gesto de Eva. Contudo, aceita o fruto, come-o conscientemente e deliberadamente, por outro motivo: por amor. Se Eva se perdeu, ele prefere perder-se a ficar separado dela.”

A cena final é simples, porem poderosa e inquietante. McCoy (o anjo) caminha, ferido e atônito, observando a explosão de violência irromper a sua frente. Ele para e ajoelha ao lado do corpo de Nona (a serpente), e assiste a tudo impotente. A serpente esta morta, mas o mal triunfou, e o paraíso nunca mais seria o mesmo depois disto.

Apesar de toda a conotação “bíblica” deste segmento, não há duvidas de que o seu principal objetivo sempre foi o conflito no Vietnã, e todas as citações e referencias a “serpente” e ao “paraíso” parecem ter mais a função de afastar os cães de guarda da censura do ponto principal da trama, como alias, Jornada nas Estrelas sempre procurou fazer, ao tratar de temas complexos disfarçados de ficção cientifica.

Os Klingons aqui são usados meramente para introduzir o elemento central da trama que gira em torno da necessidade do tal equilíbrio de forças, o que seria o mote usado para justificar a corrida armamentista entre EUA e então URSS durante os anos da Guerra fria, e talvez por isto muito pouco se fale deles.

Embora os Klingons da Serie Clássica ainda não estivessem tão bem caracterizados, a forma como este agem aqui, fornecendo armas rudimentares aos aldeões, e melhorando estes equipamentos de forma gradativa não vai muito de encontro aos eventos de “Errand of Mercy”, e da forma como estes são apresentados. Em momento algum o plano deles é esclarecido, por que este plano na verdade não tem nenhuma importância para o objetivo do roteiro.

Tanto não tem que, apesar de todo o esforço feito por Kirk e McCoy para recolher evidencias de que os Klingons estavam fornecendo armas aos aldeões, o rumo da solução final não é alterado. Se existia um tratado, e se os Klingons o violaram, haveria a justificativa para tentar uma “saída diplomática” para a questão. Mas a questão maior do segmento passa obrigatoriamente pela constatação de como os interesses de suas forças superiores podem determinar de forma direta ou indireta a vida de pessoas que sequer imaginam as motivações de seus “aliados”.

A luta de Klingons e Federados para impor o seu sistema e com isto estender a sua esfera de influencia política passa por cima dos interesses dos nativos. Estes, pouco sabem sobre sistemas políticos e equilíbrio de forças, mas serão sem duvida alguma os maiores prejudicados no processo iniciado pelas duas potências. Os Klingons querem impor o seu sistema, que a Federação não aceita, o que determina a resposta de Kirk, que sob o pretexto da sobrevivência da tribo de seu amigo, jogará seu povo num conflito que custará vidas inocentes de ambos os lados.

Neste ponto o episodio representa com fidelidade a “Teoria do efeito Domino”, com a qual Eisenhower justificou a intervenção Americana no Vietnã e outro, pequeno parêntese histórico se faz necessário. .

O argumento de Eisenhower era de que o estabelecimento de um governo comunista, então liderado Ho Chi Minh, criador do Viet-mihn (Liga da Independência do Vietnã) na Indochima (zona intermediária entre a Índia e a China, dividida entre o Vietnã, Laos e o reino do Camboja) levaria inevitavelmente ao comunismo em todo o Sudeste asiático, como uma “carreira de pedras de dominó”. Daí era a necessidade da ação ianque.

Da mesma forma, a Federação não pode permitir que os Klingons estabeleçam uma presença que de visibilidade ao seu sistema. O final do episodio é na verdade apenas o começo de um futuro que será doloroso para Tyree e seus homens, sem vencedores, apenas vencidos, e sem heróis.

Sobre os atores, Shatner faz o que se espera dele, mas Kelley tem uma participação precisa e grandiosa, conduzindo o roteiro de forma magnífica, transferindo toda a dignidade de seu personagem a trama. A participação de Nancy Kovack como Nona é que pareceu sempre exagerada.

Seria possível alcançar um resultado mais efetivo com um personagem mais sutil e sagaz, mas a atriz optou por atuação exagerada, destoando um pouco do contexto mais poético do segmento. Michael Whitney (Tyree) está na outra extremidade, pois o ator ter muito pouca presença, sem que isto comprometa o contexto de seu personagem.

Em termos de valores próprios, "A Private Little War," rende pouco. A historia é simples (não confundir com simplista) porem eficiente, e é mais uma das muitas já contadas sobre o Vietnã, e em alguns momentos fica a duvida sobre qual é a orientação do segmento, que chega por vezes a passar a impressão que flerta com a aprovação de certas medidas.

O fato é que se não respostas prontas aqui, todos nós sabemos qual a resposta errada, e a exibição deste segmento contendo questões tão importantes e pivotais para a sociedade americana e por que não, para o planeta, merece destaque e mérito não por encerrar uma discussão, mas simplesmente por propô-la em meio ao decisivo 1968, quando a historia estava sendo mudada.

 

 

Citações:

Apella: "I thought my people would grow tired of killing. But you were right, they see it is easier than trading. And it has its pleasures. I feel it myself. Like the hunt, but with richer rewards.”
("Eu pensei que meu povo iria cansar de matar. Mas você estava certo, eles viram que é mais fácil do que trocar. E tem seus prazeres. Eu mesmo senti. É como caçar, mas com recompensas maiores".)

Kirk: "War isn't a good life, but it's life."
("A Guerra não é vida boa, mas é vida".)

Kirk: "The only solution is... a balance of power. We arm our side with exactly that much more. A balance of power -the trickiest, most difficult, dirtiest game of them all. But the only one that preserves both sides."
("A única solução é o equilíbrio de forças. Nos armamos nosso lado exatamente com exatamente o mesmo. Equilíbrio do poder, o mais complicado, mais difícil e mais sujo dos jogos. Mas o único que preserva ambos os lados.")

Nona: "There is an old custom among my people. When a woman saves a man's life, he is grateful."
("Existe um antigo costume entre meu povo. Quando uma mulher salva a vida de um homem, ele lhe é grato.")

Kirk: "We once were as you are. Spears and arrows. There came a time when our weapons grew faster than our wisdom, and we almost destroyed ourselves. We learned from this to make a rule during all our travels never to cause the same to happen to other worlds... just as a man must grow in his own way and his own time."
("Nos já fomos como vocês. Lanças e flechas. Veio um tempo em que nossas armas cresceram mais rápido do que nossa sabedoria e nos quase destruímos a nos mesmos. Nos aprendemos e fizemos uma regra para todas as nossas viagens nunca causem o mesmo a outros mundos. Cada homem deve crescer a sua maneira e em seu próprio tempo.")

 

Trivia:

Na versão original do roteiro, as referencias ao conflito do Vietnã eram mais obvias. Os aldeões usavam trajes em estilo Mongol e Apella era descrito como Ho Chi Mihn. Um Red Shirt seria alvejado, e Spock permaneceria com Kirk no planeta.

Nesta versão, a primeira visita de Kirk teria sido mais recente. O Mugato (ou Gumato) seria morto por Spock, usando uma lança, e não um faser. Haveria um conflito anterior entre Kirk e Krell, que teriam se conhecido na Conferencia de Paz de Orgânia.

Janos Prohaska vestiu a fantasia do Mugato. Prohaska também esteve em The Devil in the Dark, (horta) como o Mugato, e em “The Savage Curtain” como Yarnek. Ele também esteve presente no primeiro piloto da série “The Cage”. Falecido em 13 de março de 1974 na Califórnia nos EUA.

Brooker Bradshaw, o Doutor M'Benga retornaria a série Clássica na terceira temporada, no episodio That Which Survive. Bradshaw faleceu em 1 de Abril de 2003.

Para quem gosta de especular sobre a “mitologia” da Série Clássica, a forma como os Klingons agem pode ser explicada pelo que seria um desdobramento dos eventos do já citado episodio “Errand of Mercy”, que teria levado a Federação e o Império Klingon a estabelecerem o Tratado de Paz de Orgânia (Organian Peace Treaty). Tal postulado vagamente conhecido em seu conteúdo, foi citado nominalmente em “The Trouble With Tribbles”.

Ned Romero, o Klingon Krell, voltaria a Jornada nas Estrelas em Journey's End, da sétima temporada da TNG, e em The Fight da quinta temporada de Voyager.

Nascida em 11 de março de 1935, Nancy Kovack, começou a carreira de atriz aos 20 anos, e teve participações especiais em varias series famosas ao longo de sua carreira., como Bewitched, Batman, Perry Mason, The Man from U.N.C.L.E., e Burke's Law. Kovack foi indicada ao Emmy em 1969 por sua participação em Mannix, como"Bret Nicols" no episodio: "The Girl Who Came in with the Tide". Em 1969 Kovack casou-se com o famoso maestro Zubin Mehta, e desde então escolheu dedicar-se a seu casamento. Após o casamento ela faria apenas mais uma única participação na TV em 1975, já como Nancy Mehta.

Quem observar os créditos finais verá que Janos Prohaska está creditado como o Gumato, não o Mugato. Alguns dizem que foi William Shatner, outros que foi DeForest Kelley, mas um dos dois pronunciou errado o nome do bicho durante a gravação, e acabou ficando.

Neural: Este era o nome do planeta de Tyree. Embora nunca seja mencionado em tela, estava presente no script do episodio.

As pegadas do Mugato vistas aqui foram feitas a partir dos mesmos moldes das pegadas do Coelho branco de Shore Leave.

Na cena onde Nona tenta “vender” o faser de Kirk aos aldeões, pode-se ver a cidade de Los Angeles ao fundo. Existem também pinturas de spray nas rochas.

Quando Kirk e McCoy lutam com Apella e Krell, McCoy tenta atingir o aldeão com um cano, mas erra o golpe. Apesar disto, Apella cai ao chão do mesmo jeito.

Esta uma das duas únicas vezes que vemos McCoy disparar um fazer. A primeira foi em “The Man Trap”.

Judd Crucis é o pseudônimo de Don Ingalls. Ingalls, diretor do clássico do cinema catástrofe Aeroporto 75, escreveu também para a Série Clássica o episodio da primeira temporada The Alternative Factor.

Numa continuação do segmento, Kirk retornaria ao planeta no episodio da primeira temporada de A Nova Geração, Too Short a Season, para tentar tirar o planeta da Guerra Civil que ele havia ajudado a criar. Entretanto Shatner estava indisponível ou não se interessou, levando a mudança na concepção inicial planejada para a historia

A musica da cena final quando a Enterprise se afasta do planeta é sombria e trágica, e não seria ouvida novamente na Serie Clássica.

 

Ficha técnica:

Escrito por Judd Crucis e Gene Roddenberry
Direção de Marc Daniels
Música de Gerald Fried
Exibido em 02 de fevereiro de 1968
Produção: 45

Elenco:

William Shatner
como James Tiberius Kirk
Leonard Nimoy
como Spock
DeForest Kelley
como Leonard H. McCoy
Nichelle Nichols como Uhura
George Takei como Hikaru Sulu



Elenco convidado:

Michael Whitney como Tyree
Nancy Kovak
como Nona
Booker Bradshaw
como Dr. M'Benga
Janos Prohaska
como Mugatu
Majel Barrett
como Christine Chapel
Ned Romero
como Krell
Arthur Bearnard
como Apella
Gary Pillar
como Yutan

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