Uma Breve História de Deep Space Nine 

Durante as comemorações dos 25 anos de Jornada, em 1991, os executivos da Paramount decidiram dar uma "irmã mais nova" à Nova Geração, que já era planejada então para ir para a tela grande ao final de sua sétima temporada, em 1994. Aproveitando-se do desejo dos chefões do estúdio de diferenciar as duas séries, Michael Piller (co-criador de DS9 ao lado de Rick Berman) promoveu uma verdadeira revolução no seio da franquia, inovando quanto aos personagens (na caracterização e em sua dinâmica), ao cenário principal da série, aos temas tratados e às estratégias de abordagem desses temas.

As duas primeiras temporadas da série foram relativamente bem-sucedidas criativamente (definitivamente à frente dos esforços iniciais de A Nova Geração), em particular a segunda temporada (especialmente quando comparada à abismal concorrência da última temporada da turma de Picard e cia.), que se encerrou com uma bela seqüência de oito episódios de inegável qualidade. A terceira temporada levou a uma certa "crise de identidade" da série, em que se mostrava difícil encontrar a melhor forma de utilizar (em diversos níveis) a recém-introduzida nave estelar Defiant no formato pré-existente. Da mesma forma, a pressão do estúdio por histórias que não tivessem nada a ver com Bajor parecia ir contra boa parte do que de melhor a série fez durante as suas duas primeiras temporadas. A qualidade caiu em meio a este cenário de incerteza. 

Análises superficiais teimam em tentar fazer corresponder uma "melhora" na série à introdução da nave estelar Defiant no começo da terceira temporada ou à entrada de Worf (e a retomada da participação mais presente dos Klingons em geral), no início da quarta. Na realidade o fato que representa o verdadeiro "divisor de águas" criativo para a série foi a consolidação de Ira Steven Behr (que iria se tornar o verdadeiro mentor de DS9, e que estava na série desde a sua pré-produção) como produtor-executivo com plenos poderes, no lugar de Piller. Tal fato se deu durante a produção do legendário episódio duplo (e talvez o episódio central da série) "Improbable Cause" e "The Die Is Cast", da terceira temporada. Melhor "estréia" impossível.

Sob a batuta de Behr, a série atingiu o seu potencial máximo. A sua quarta temporada foi possivelmente a melhor temporada de Jornada desde as duas primeiras temporadas da Série Clássica. Com uma qualidade sustentada semana após semana inédita para a marca. A quinta temporada permanece como o melhor momento da série e provavelmente de toda a franquia de Jornada nas Estrelas. A qualidade média por episódio atingida se juntava a um senso de propósito nunca antes visto dentro do universo trekker. As duas últimas temporadas trataram da guerra com o Dominion e desafiaram cada preceito do que havia se convencionado chamar de Jornada nas Estrelas anteriormente. O arco de seis episódios que abre a sexta temporada e o de dez episódios (o conhecido "capítulo final") que fecha a série atingiram extremos níveis de sofisticação, se tornando memoráveis para os fãs.

Com isso tudo a série passou a ser a "queridinha" da mídia (especializada ou leiga) no que diz respeito às séries de Jornada. E inúmeras publicações importantes a saudaram como a "melhor de todas" após o seu final, claramente e na capa de suas respectivas edições comemorativas. É largamente conhecido o caso da "TV Guide" (a "Bíblia" da TV americana), que disse o seguinte sobre a série: "quando uma dia olharmos para trás (e assim o faremos), vislumbraremos a mais bem atuada, escrita, produzida e sob qualquer possível ponto de vista a melhor de todas as Jornadas".

Elenco:

Avery Brooks - Benjamin Lafayette Sisko
René Auberjonois - Odo
Nana Visitor - Kira Nerys
Michael Dorn - Worf
Colm Meaney - Miles Edward O'Brien
Siddig El Fadil - Julian Subatoi Bashir
Armin Shimerman - Quark
Nicole De Boer - Ezri Tigan Dax
Terry Farrell - Jadzia Dax
Cirroc Lofton - Jake Sisko