MANCHETE
DO EPIS�DIO
Continuidade
e bom uso de premissa
sci-fi garantem epis�dio campe�o
Epis�dio
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epis�dio
Sinopse:
A Enterprise ainda est� se recuperando dos danos sofridos durante o encontro com os Romulanos. Trip e Archer usam um pod de inspe��o para verificar os danos no casco e descobrem que seus problemas est�o al�m das possibilidades de reparos e limitam a capacidade da Enterprise de v�o em dobra, isolando-a das bases terrestres mais pr�ximas. Archer decide ent�o, relutantemente, fazer um pedido de socorro para qualquer nave na regi�o.
Enquanto isso, Reed est� na enfermaria fazendo fisioterapia para recuperar os movimentos de sua perna, ferida durante o encontro com uma mina Romulana. O tenente � informado por Phlox de que seu tratamento ainda o tiraria do servi�o por uma ou duas semanas.
Felizmente, a ajuda vem depressa. Um cargueiro Telarita no alcance das comunica��es abre um canal e informa a Enterprise de que h� uma esta��o pr�xima que pode efetuar os reparos. Sem op��o, Archer decide seguir o conselho Telarita e encaminhar a nave para as referidas coordenadas.
Chegando l�, a Enterprise n�o consegue contatar ningu�m na esta��o, que tem uma atmosfera interior de nitrog�nio l�quido e temperatura pouco acima do zero absoluto. Archer j� est� desesperan�oso quanto � possibilidade de obter reparos, mas a esta��o dispara um raio-sonda na dire��o da Enterprise e milagrosamente come�a a se adaptar para receber os tripulantes humanos. Ela alarga sua ba�a de atraca��o para que a Enterprise possa se aproximar e troca sua atmosfera por uma de oxig�nio-nitrog�nio e temperatura ambiente.
A Enterprise atraca e Archer, Trip e T'Pol v�o a bordo da esta��o. L� eles encontram um ambiente est�ril e nenhum ser vivo -- o complexo parece ser todo autom�tico. Uma tela de computador, em ingl�s, apresenta um relat�rio completo dos danos da Enterprise, incluindo os do tenente Reed, e sugere que os reparos poderiam ser completados em pouco mais de um dia -- dezenas de vezes menos do que levaria para o trabalho ser feito por tripula��es humanas numa base espacial.
Em troca, Archer precisa escolher a forma de pagamento -- uma dentre tr�s op��es bastante razo�veis e pouco custosas para a Enterprise. O capit�o acaba escolhendo ceder 200 litros de plasma de dobra, mas come�a a ficar desconfiado. A esta��o comunica que os reparos ser�o iniciados e que todo o pessoal deve ser evacuado das se��es danificadas. Enquanto isso, eles podem ocupar a sala de recrea��es da esta��o, com mesas equipadas com replicadores.
Archer retorna � nave e est� cada vez mais incomodado com a situa��o -- depois de mais de um ano no espa�o, o capit�o fica cada vez mais c�tico quando encontra situa��es de filantropia alien�gena. Mas os reparos continuam conforme o planejado. Enquanto isso, na esta��o, Trip est� intrigado com o poder computacional da esta��o e quer saber o que a faz "pensar". Ele convence Reed a se infiltrar com ele pelas tubula��es para atingir o n�cleo do computador da esta��o. A transgress�o entretanto ativa um alarme, e a esta��o automaticamente transporta os invasores de volta � ponte da Enterprise.
Enquanto isso, Mayweather, em seus aposentos, recebe um chamado aparentemente de Archer, pedindo que o encontre na ba�a 1. Travis pergunta ao capit�o se aquela n�o � uma das �reas restritas pelos reparos, mas a voz de Archer diz que n�o mais. O alferes segue as instru��es.
De volta ao comando, Archer passa uma reprimenda em Trip e Reed, chegando a ordenar que fiquem ambos restritos a seus alojamentos, quando � interrompido por Phlox, chamando-o com urg�ncia na ba�a 1. L�, ele informa o capit�o de que Travis est� morto, aparentemente atingido por um disparo vindo de um dos pain�is na parede, em raz�o dos reparos sendo ali conduzidos. O capit�o est� desolado pela morte de Travis e intrigado pelo fato de ele ter desobedecido � ordem de ficar longe das �reas em reparos. Ele pede que Reed investigue os aposentos do piloto, � procura de pistas, mas o tenente n�o descobre nada.
A evid�ncia acaba vindo de Phlox, enquanto faz a aut�psia de Travis. Ap�s ser interrompido por Hoshi, que queria se despedir do colega morto, o doutor descobre que pequenos organismos que faziam parte de uma vacina recentemente inoculados em todos os tripulantes estavam mortos no corpo de Travis, algo que n�o deveria ter acontecido com a morte do oficial. Phlox imediatamente comunica a Archer sua descoberta, afirmando que o corpo na enfermaria n�o � Travis, mas uma c�pia muito bem feita.
O capit�o ent�o convoca Reed e Trip para saber o que eles descobriram ao invadir a �rea restrita da esta��o. Os dois falam que aprenderam muito pouco, pois foram transportados a alguns metros de atingir o n�cleo do computador. Archer pergunta a Reed se ele conseguiria desativar o alarme que os transportou para fora, e o oficial de armamentos diz que sim.
Os dois e T'Pol ent�o voltam � esta��o, enquanto Trip vai entregar o pagamento -- os 200 litros de plasma de dobra. O engenheiro tenta enrolar ao m�ximo a conclus�o do neg�cio, reclamando dos servi�os da esta��o, enquanto Reed volta a ativar o alarme e � teletransportado para a ponte. Mas dessa vez Archer e T'Pol est�o com ele e usam suas pistolas de fase para desativar o sistema.
A dupla ent�o invade o n�cleo do computador, descobrindo toda a verdade -- o sistema todo � alimentado pelas mentes de diversos alien�genas, conectados em rede e ampliando a capacidade computacional da esta��o. Travis foi a �ltima aquisi��o da esta��o, mas os demais est�o por muito tempo l� para serem salvos. Archer e T'Pol levam Travis dali, embora a esta��o ameace danificar a Enterprise.
Trip deixa l� os 200 litros de plasma, mas com uma surpresa -- um explosivo acoplado por Reed aos cont�ineres. Archer e T'Pol est�o de volta com Travis e Malcolm aciona o explosivo, fazendo com que toda a esta��o comece a entrar em colapso. Com a ajuda de torpedos para livrar a nave dos bra�os mec�nicos da esta��o, a Enterprise consegue fugir. Mas nem toda a destrui��o proporcionada pela explos�o foi capaz de terminar com a esta��o, que, depois que a Enterprise partiu, iniciou o processo de auto-repara��o.
Coment�rios:
"Dead Stop" � o primeiro epis�dio da segunda temporada que realmente sobrevive �s expectativas. Isso porque ele alia tr�s elementos vencedores de forma bastante convincente. O primeiro deles � a continuidade -- o fato de a Enterprise ter sido seriamente no epis�dio anterior e ainda precisar de reparos nesse � digno de nota. O segundo � a premissa da s�rie -- lembrar constantemente o fato de que essa nave � a primeira da Terra a estar realmente "l� fora" e de que ela depende de seus pr�prios meios para garantir sua sobreviv�ncia. O terceiro � fazer bom uso de um belo tema para um epis�dio de fic��o cient�fica.
� incr�vel como n�o � preciso solu��es mirabolantes para fazer um epis�dio de
Enterprise brilhar. Basta seguir a l�gica da pr�pria s�rie para descobrir onde est�o as fontes da sua for�a. Tome por exemplo o comecinho do epis�dio, em que Archer e Trip est�o verificando os danos no casco da nave. Quando o engenheiro revela ao capit�o que eles n�o t�m a menor chance de fazer os reparos e seguir viagem, ou mesmo voltar � Terra, Archer se v� numa posi��o absolutamente singular para um protagonista de
Jornada nas Estrelas: ele � obrigado a enviar um pedido de socorro.
Ao longo de todas as s�ries da franquia, cansamos de ver os oficiais da Frota Estelar respondendo a pedidos de socorro de outras naves. Mas foi muito raro vermos a principal nave daquela s�rie pedindo ajuda. E certamente nunca vimos algo nessas circunst�ncias. Nas raras ocasi�es em que Picard ou Kirk pediam socorro, eles sempre tinham a quem chamar: seja o Comando da Frota Estelar, ou uma nave amiga nas redondezas. Aqui Archer precisa enviar um pedido de socorro geral, a qualquer nave na regi�o. Depois de mais de um ano sofrendo no espa�o, vemos toda a ang�stia do capit�o em dar essa ordem -- poderia muito bem aparecer uma nave Suliban ou Klingon pronta para dar o golpe de miseric�rdia na Enterprise, em vez de ajud�-la.
E de onde veio tudo isso? Do uso correto, coerente e respons�vel da premissa da s�rie. E os parab�ns v�o todos para Mike Sussman e Phyllis Strong, os roteiristas.
Tamb�m h� de se parabenizar o excelente uso da continuidade aplicado aqui. � um grande al�vio vermos que os danos na Enterprise n�o sumiram por m�gica depois de
"Minefield", e � melhor ainda quando vemos que mesmo Malcolm Reed n�o est� recuperado de seu encontro com a mina Romulana. De quebra, temos refer�ncias no epis�dio ao piloto
"Broken Bow" e ao epis�dio
"Fight or Flight", mostrando que a dupla de roteiristas sabe mesmo sobre o que est� escrevendo. E para completar, mais uma refer�ncia Telarita (que devem dar as caras ainda nesta temporada), algo que Sussman e Strong j� haviam experimentado em
"Civilization", da temporada passada.
Para completar a festa, a id�ia por tr�s de uma est�ril esta��o automatizada que usa c�rebros para alimentar seu sistema de "computa��o" �, embora n�o original, muito interessante. Ela j� havia sido explorada antes, mas com total incompet�ncia, no cl�ssico trash da s�rie original
"Spock's Brain". Mas s� aqui, em "Dead Stop", o conceito recebe o tratamento que merece.
Adicionalmente, alguns personagens recebem um tratamento bastante digno. Os destaques v�o para a amizade de Trip e Reed (� impressionante como a qu�mica entre Trinneer e Keating cresce a cada novo epis�dio), novamente bem colocada e explorada, e para o capit�o Archer, que mostra tamb�m n�o ter esquecido do epis�dio anterior, quando pega o "certinho" Reed em um ato de flagrante insubordina��o.
Os demais personagens recebem o tratamento usual, que n�o valoriza nem deprecia, � exce��o do coitado de sempre, Travis Mayweather. A fun��o do piloto de Enterprise no epis�dio � fundamental: ele se torna o primeiro "camisa vermelha" da s�rie. E o que � pior, est� na cara que ele n�o havia mesmo morrido, ou que seria trazido de volta ao final, de algum modo. Isso tira totalmente o impacto da morte do alferes dentro do epis�dio, al�m de impedir que ele tenha alguma participa��o importante, ou mesmo algum di�logo minimamente representativo. Pobre Mayweather, usado como "elemento de trama", em vez de "personagem". Alguma coisa realmente est� muito errada com a forma com que os produtores est�o lidando com ele.
O final do epis�dio, com o "Resgate do Soldado Mayweather", tamb�m foi um pouco problem�tico. Primeiro, soou um pouco esquisito Archer nem parar para pensar na hora de decidir por tentar salvar outros alien�genas conectados � esta��o. � verdade que T'Pol diz que eles provavelmente n�o teriam salva��o, mas Archer n�o mostra nenhuma d�vida ou remorso em ir direto a Mayweather e largar os demais l�, intocados. Ademais, a fuga de T'Pol, Archer e Mayweather da esta��o foi meio r�pida demais, considerando que foi feita sem a ajuda de um teletransporte.
Essa �ltima cr�tica, entretanto, deve ser aliviada pelo fato de que ajudou muito a ditar o ritmo fren�tico do cl�max do epis�dio -- a Enterprise tentando escapar da esta��o, que estava "furiosa" com a devolu��o involunt�ria de Mayweather.
A sequ�ncia final (assim como o epis�dio como um todo) conta com espetaculares efeitos especiais, que sem d�vida figuram entre os melhores feitos para a s�rie. E a dire��o de Roxann Dawson, com algumas tomadas excepcionais (como a em que Archer se revolta com o computador de bordo da esta��o), valorizou bastante a produ��o, dando vida e personalidade ao cen�rio aparentemente est�ril do complexo automatizado.
No fim, apesar de algumas pequenas rusgas, "Dead Stop" � um excelente epis�dio, tanto conceitualmente quanto por valor de entretenimento, e deve acabar figurando entre os melhores da temporada.
Cita��es:
Phlox - "It's unethical to cause a patient harm. I can inflict as much pain as I like."
("� anti-�tico causar mal um paciente. Eu posso infligir quanta dor eu quiser.")
Esta��o - "Your inquiry was not recognized."
("Sua pergunta n�o foi reconhecida.")
Tucker - "We're explorers. Where's your spirit of adventure?"
("Somos exploradores. Onde est� seu esp�rito de aventura?")
Reed - "I left it in a Romulan mine field."
("Eu o deixei num campo minado Romulano.")
Archer - "You've made it clear that you think discipline aboard Enterprise has gotten a little too lax -- I'm beginning to agree with you."
("Voc� deixou claro que pensa que a disciplina a bordo da Enterprise ficou um pouco frouxa demais -- come�o a concordar com voc�.")
Trivia:
"� um epis�dio incr�vel", diz John Billingsley. "Tem essa esta��o espacial que � usada para reparos e estamos desesperadamente procurando algu�m que nos ajude a consertar a nave, porque estamos muito longe de qualquer instala��o
conhecida. Chegamos e ela parece ser computadorizada e ela concorda em consertar a nave. Parece estar fazendo um trabalho memor�vel e pedindo muito pouco em troca. E ent�o, � claro, h� uma reviravolta misteriosa quando percebemos que algo sinistro est� acontecendo!"
A diretora, mais uma vez, foi Roxann Dawson. "Acabei de terminar outro epis�dio de
Enterprise", disse. "Foi sensacional trabalhar nele! Nossa gangue faz um acordo com uma esta��o de reparos automatizada, que n�s descobrimos que tem uma mente pr�prio. O conceito era �timo." Dawson gostou tanto que foi ela mesma quem forneceu a voz � esta��o.
As filmagens come�aram em 9 de agosto de 2002 e foram conclu�das em 20 de agosto. Cenas adicionais foram gravadas em 19 de setembro. Embora esse tenha sido o quinto epis�dio a ser filmado na temporada, foi o quarto a ser exibido, por ser uma continua��o direta de
"Minefield".
Ficha
t�cnica:
Escrito por Michael
Sussman & Phyllis Strong
Dire��o de Roxann Dawson
Exibido em 09/10/2002
Produ��o:
031
Elenco:
Scott
Bakula como Jonathan Archer
Jolene Blalock como
T'Pol
John Billingsley
como Phlox
Anthony Montgomery
como Travis Mayweather
Connor Trinneer como
Charlie 'Trip' Tucker III
Dominic Keating como
Malcolm Reed
Linda Park como Hoshi Sato
Elenco convidado:
Roxann Dawson como voz da
esta��o (n�o-creditada)
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