Robert McNeill: piloto à frente e atrás da câmera

Por Salvador Nogueira

Robert Duncan McNeill dispensa apresentações. Trabalha como ator e diretor em Jornada nas Estrelas há quase 10 anos, interpretando um dos personagens mais carismáticos de Voyager, Tom Paris, e dirigindo episódios qualificados de Voyager e Enterprise, como "Body and Soul" e "Cold Front".

Finalmente, após meses de espera, o Trek Brasilis teve a chance de conversar, por telefone, com McNeill, respondendo às perguntas enviadas pelos fãs brasileiros. Apesar de seu atual envolvimento com o franchise, o diretor e ator não teme polêmicas. Ele diz que as críticas de Robert Beltran a Voyager eram mais para impressionar as pessoas do que para qualquer outra coisa, e que os produtores de Enterprise apenas imaginam que a série seja muito diferenciada das anteriores. Para ele, era hora de o franchise dar uma parada, ao menos na televisão.

Confira tudo que Robert "Paris" McNeill tem a dizer, em mais um material exclusivo do TB.


 









 

Ouça a saudação que Robert Duncan McNeill manda aos fãs do Brasil, em formato Mp3 (68Kb)

    

 

 

 

 

 

 

 

 
Trek Brasilis - Vamos começar com sua recente experiência dirigindo. Você acabou de dirigir para Enterprise e "Dawson's Creek", e esteve visitando os sets de "The West Wing". Também já dirigiu Voyager. Como se sente sobre esse início de sua carreira de diretor? Você sente agora que é um ator que dirige ocasionalmente, um ator e diretor, ou um diretor que atua às vezes?

Robert Duncan McNeill - Bem, eu acho que neste momento eu provavelmente estou pondo mais energia em dirigir do que atuar. Então eu diria que agora eu sou um diretor que atua ocasionalmente. Eu adoraria continuar atuando, não é que eu não goste de atuar, é apenas que eu acho que fiz atuação por tanto tempo que dirigir é um pouco mais novo e fresco e mais empolgante para mim agora.


TB - E estando em três séries diferentes, como "Dawson's Creek", Enterprise e "The West Wing", como você sente as diferenças nos ambientes desses três shows?

McNeill - Bem, eu acho que cada série de televisão tem uma personalidade bem singular. Você sabe, a série toda ganha uma vida própria, de certo modo. Nosso set em Voyager era como uma festa o tempo todo, você sabe, estávamos rindo e abobados e nos divertíamos muito. Enterprise me lembra muito do nosso elenco e da nossa série, mas é um pouco mais concentrado e, talvez... uhhh... eu não sei como explicar, mas... (pausa) Eles são mais novos em Jornada nas Estrelas, você sabe, então eles são bem sérios sobre isso agora, e muito empolgados com as coisas que o elenco de Voyager era no início, mas nos acostumamos a Jornada nas Estrelas e pudemos então relaxar e nos divertirmos.


TB - Você acha que, em Enterprise, isso pode ser sentido na tela?

McNeill - Sim, eu acho, especialmente para o conjunto. Não Scott Bakula, mas o resto do conjunto, eu acho, eles são todos muito, muito... a maioria deles é inexperiente. Sabe o que quero dizer? Eles não são estrelas da TV como Scott era. Então eles estão todos bastante empolgados de estar na série, e a história de Jornada nas Estrelas é toda muito empolgante para eles, então eu acho que isso se encaixa na premissa da série, de que a exploração do espaço é recente, e, você sabe, neste momento, há uma qualidade muito fresca para o elenco e a sensação que eles têm.


TB - Os personagens estão tão empolgados quanto os atores, neste caso...

McNeill - Eu acho, sim. (risos) Eu acho que sim. Acho que é algo, você sabe, eu me lembro que em Voyager nós sentíamos a mesma coisa, mas nossa série era bem diferente, éramos personagens que deveriam ser mais experientes com o espaço. Você sabe, um pouco mais esgotados.


TB - Quais são as suas séries favoritas nesse momento?

McNeill - Uhh... uau. Gostaria de poder ver mais televisão. Uhhh... Eu amo "The West Wing", daí a razão de eu perseguir essa oportunidade. De que outras séries eu gosto? Há uma série chamada "Family Law", e, é uma série de advogados, mas, de novo, tem histórias desafiadoras e tem tópicos meio que de notícias bem atualizados. De que outras séries eu gosto? (pausa) Rapaz. Eu tenho visto muitos noticiários recentemente. Mas de que outras séries eu gosto? Ah, eu adoro... sabe que outra série eu adoro? É "Sex and the City".


TB - Sim, com Kim Catrall?

McNeill - Sim, eu adoro essa série. É muito divertida para mim. Eu gosto de "Sex and the City". Eu também gosto de outra série da HBO, chamada "Six Feet Under". É sobre um negócio caseiro familiar de funerais.


TB - Dos seus trabalhos de atuação, qual foi o que você gostou mais?

McNeill - Bem, acho que um dos meus trabalhos de atuação de que mais gostei, eu fiz uma peça da Broadway, chamada "Six Degrees of Separation". Era baseada em uma história real de um jovem meio que sem-teto que personificava o filho de Sidney Poitier. E ele conseguiu que todas essas pessoas ricas da cidade de Nova York acreditassem que ele era filho do Sidney Poitier, e eles deram dinheiro a ele e lugares para morar, e era uma peça bem esperta, e foi um grande sucesso na Broadway na época.


TB - Quando foi?

McNeill - Isso foi em 1990, 91, por volta disso.


TB - Quais são seus planos para projetos futuros?

McNeill - Bem, estou olhando para um par de filmes que estou empolgado em dirigir. Então isso está tomando muito da minha energia. Estou saindo em algumas semanas para dirigir "Dawson's Creek" novamente. Então, espero que se torne uma boa casa para mim. Adoraria dirigir alguns episódios de "Dawson's Creek" sempre que pudesse.


TB - Você tem algum outro Enterprise também?

McNeill - Não sei sobre isso. Eles não me ligaram de novo, mas eu gostaria de fazer outro Enterprise.


TB - E como foi sua experiência em "Cold Front"?

McNeill - Minha experiência lá foi diferente do que esperava. É divertido quando você é um ator naquela série, e eu conhecia todos os outros atores muito bem, tínhamos atalhos, você sabe, eu poderia usar um exemplo de algo com que todos fôssemos familiares e eles pegariam a idéia imediatamente. Com Enterprise, é tudo novo em folha, e eu não conheço os atores muito bem, então foi bem incomum. Fiquei surpreso em ver quão desafiador foi, porque a maioria dos meus episódios de Voyager foi um verdadeiro prazer, e eles foram trabalho duro, mas eles foram... tudo fluiu junto suavemente, e o de Enterprise foi um pouco mais desafiador.

Mas a outra coisa interessante foi que Enterprise, no episódio que dirigi, era incomum para Jornada nas Estrelas, porque não teve realmente um final. Você sabe, normalmente no fim de um episódio de Jornada nas Estrelas, há uma moral para a história e as coisas acabam meio que bem, e esse aqui foi deixado com o final em aberto. Você sabe, Silik escapa da Enterprise e não há lição a ser aprendida, exceto a de que pode haver mais problemas no caminho.


TB - Você acha que esse tipo de episódio está sinalizando que os produtores estão tentando mudar algumas coisas que estavam estabelecidas em Jornada nas Estrelas?

McNeill - Sim, eu acho. Eu acho que tradicionalmente, desde a série original, as histórias eram muito auto-contidas, você sabe, você não precisava ver o episódio anterior para saber a história toda, se você chegasse a um episódio de Jornada nas Estrelas, você veria uma história completa e pegaria uma boa moral, como em um bom antigo conto de fadas. Bem, a nova série Enterprise é mais como um antigo serial, você sabe, você tem de acompanhar o que está acontecendo semana a semana, e os episódios não terminam sempre tão limpamente.


TB - Como você vê a evolução do franchise Jornada nas Estrelas desde seu primeiro envolvimento com ele?

McNeill - Eu fiz um episódio de A Nova Geração também, então tenho memórias que vão desde... mais de oito anos, desde 1991 ou 1992, não me lembro, quase dez anos agora. Eu acho que o franchise mudou, de modos sutis, mas mudou. Eu acho que quando A Nova Geração estava no ar, Jornada nas Estrelas era singular, não havia outras séries de ficção científica de que falar. As pessoas a viam com um olhar mais fresco, você sabe, elas não tinham visto nenhum Jornada nas Estrelas em 25 anos, e agora havia alguns novos Jornada nas Estrelas, então era um pouco mais fresco. Acho que agora já tivemos tanto, A Nova Geração, Deep Space Nine, Voyager, agora Enterprise, que... não é tão fresco. Você sabe, mesmo a audiência olha e compara a outras séries de Jornada, eles falam sobre como eles já viram isso antes, viram as mesmas histórias, os mesmo truques. Então é... eu não sei. Se eu fosse o cabeça da Paramount, talvez eu parasse de fazer séries de televisão por um tempo.


TB - Você acredita que estamos perto de atingir um ponto de saturação?

McNeill - Eu acho que seria melhor para o franchise a longo prazo parar e tomar dois anos só para aproveitar os frutos do trabalho que eles fizeram até agora. E talvez permitir que eles se inspirem de um novo modo, de forma que volte ainda mais diferente do que Enterprise. Enterprise é singular, é diferente de Voyager, é diferente de A Nova Geração, certamente tem sua própria personalidade, mas ainda estando tão perto das outras séries, inevitavelmente irá carregar muitos dos mesmos truques, dos mesmos estilos que as outras séries usaram. Então, eu acho que eles precisam se afastar e fazer outras coisas e então voltar.


TB - Antes de aparecer em A Nova Geração, você gostava de Jornada nas Estrelas, era um fã?

McNeill - Eu não sabia nada sobre A Nova Geração antes de fazer. Eu não era realmente um fã de ficção científica, honestamente. Então, quando eu fiz a série, foi muito novo para mim. E eu me apaixonei por ela. Eu gostei dos atores, gostei do tipo de qualidade maior que a vida do episódio que eu fiz, do modo como esse episódio foi feito. Você sabe, foi quase como fazer uma grande peça teatral, ou algo como um drama do tipo Shakespeareano. O primeiro episódio que fiz chamava-se "The First Duty", e foi ótimo, eu estava muito orgulhoso dele, muito empolgado de estar nele, e me diverti muito. Sim, foi ótimo.


TB - Quando você foi contratado para ser Tom Paris, o personagem era muito parecido ao que você fez em A Nova Geração. Como se sentiu quanto a isso?

McNeill - Bem, eu ouvi anos atrás que eles gostaram daquele personagem da Nova Geração tanto que pensaram em trazê-lo como um regular em A Nova Geração, trazê-lo de volta em Deep Space Nine, então ouvi rumores disso por anos. E eu fiquei muito empolgado quando eles pensaram num modo de trazer aquele personagem de volta... você sabe, é basicamente o mesmo personagem, apenas tinha um nome diferente. (risos)


TB - Isso por causa dos direitos do escritor que escreveu aquele episódio.

McNeill - Exatamente. Quando eles começam uma série nova, se eles usam um personagem que outra pessoa criou para um episódio, eles precisam pagar aquele escritor. Então esse foi o meio de... não pagar aquele escritor. (risos)


TB - Você ainda mantém contato com seus colegas de Voyager?

McNeill - Oh sim. Sim. Eu falo com Ethan Phillips [Neelix] o tempo todo. Ele e eu somos muito, muito bons amigos. Eu falo com quase todo mundo. Tivemos um grupo bem amigável, um grupo bem próximo, e acho que serei amigo deles para o resto da minha vida. Você passa sete anos junto em algo como uma série de Jornada nas Estrelas, e isso é parte de sua vida para sempre.


TB - Eles estão todos na cidade agora, em Los Angeles?

McNeill - Kate Mulgrew está fazendo uma peça perto de Nova York, e acho que todo o resto está aqui, sim.


TB - Robert Beltran foi um dos maiores críticos de Voyager durante sua produção. Ele disse que os personagens não tiveram desenvolvimentos, especialmente o dele, Chakotay, e que as histórias eram previsíveis e pouco inspiradas. O que você acha de ele dizer essas coisas, e gostaria de saber se você concorda com ele.

McNeill - Bem, eu... eu discordo em geral, porque eu acho que houve um monte de episódios que eram inspirados, e eu acho... eu acho que os personagens tiveram desenvolvimento. Eu acho que meu personagem mudou dramaticamente a cada temporada. Você sabe, na primeira temporada eu era um solitário, um rebelde, você sabe, cada temporada, mas no final eu era um pai, um marido e um membro da tripulação muito responsável. Então eu acho que meu personagem mudou dramaticamente. Mas a coisa que tenho de dizer sobre Robert é que ele gosta de ser provocativo. Algumas vezes ele dirá coisas só para ter uma reação das pessoas. Honestamente, ele não se leva ou a alguma coisa muito a sério, então...


TB - Então você acha que nem ele concorda com ele mesmo...

McNeill - Sim, eu acho... sim. (gargalhada) Algumas vezes eu acho que ele diz coisas só para ser provocativo, e isso é tudo.


TB - Você acha que Voyager tem um futuro no cinema ou na TV? Ou acabou?

McNeill - Eu acho... eu acho que provavelmente acabou. Eu sei que Kate Mulgrew pegou um pequeno papel no próximo filme, então talvez signifique que há uma chance de que nossa nave esteja nos filmes no caminho, mas eu acho que acabou. Eu realmente acho. E eu gosto do jeito que nossa série começou, conosco nos perdendo imediatamente, e gosto do jeito que terminou, tendo-nos chegando em casa no último momento. Então...




TB - Eu agora vou passar às questões que foram mandadas pelos fãs.

Márcio Henrique Guimarães pergunta:
Gostaria de saber sua opinião sobre a conclusão de Voyager. Você acha que eles deviam ter usado mais tempo de tela mostrando a chegada da Voyager na Terra e o encontro de sua tripulação com o pessoal de casa, como o almirante Paris, Barclay e todo o resto?


McNeill - Acho que não. Eu gostei do jeito, em geral, gostei do jeito que chegamos em casa. Eu acho que se tivéssemos chegado na Terra e tivéssemos mostrado nossas relações com nossas famílias, nossos amigos e coisas assim, isso teria nos transformado em uma novela, sabe? Eu acho que foi legal que permitiu que nossa tripulação, o pessoal na Voyager, lidasse uns com os outros até o último momento. Eu acho que o último momento, a excitação de chegar, tudo poderia ter sido um pouco maior e um pouco mais... havia alguma emoção que não estava suficiente para mim, mas... talvez tenha havido muita ação no final, e não emoção suficiente, mas eu acho que a emoção foi boa para manter, mantê-la dentro da nave, e não voltar à Terra e virar uma novela com todo mundo que nem conhecemos, você sabe, as famílias e os amigos em casa, esses são personagens que a audiência nem conhecia. Então, foi bom ficar só com a tripulação da Voyager.


Fernando Bergamaschi (São Paulo) pergunta:
O que você achou da morte de Kirk no filme "Jornada nas Estrelas - Generations"? Você viu?


McNeill - Eu vi. Pareceu um pouco forçado para mim. Parece que eles sentiram que tinham de passar a tocha em tela, então vieram com essa idéia, pareceu um pouco forçada. Na verdade, foi um jeito legal de fazer um tributo ao capitão original, à série original. Foi um gesto legal, mas um pouco forçado.


Tânia Santos de Marco pergunta:
Eu gostaria de saber o quanto Jornada nas Estrelas mudou sua vida e se você teme que seu papel como Tom Paris possa eventualmente tirá-lo de outros projetos fora de Jornada.


McNeill - Eu não acho que iria evitar que eu fizesse outros trabalhos. Eu acho que essa é uma idéia velha em Hollywood e no entretenimento de que, se você faz uma coisa, não pode fazer outra. Você sabe, costumava ser que se você era um ator de televisão, não podia fazer cinema, ou se fosse um ator de cinema, não fazia televisão. Mas agora, todo mundo faz o cruzamento, você sabe, atletas são atores, cantores são atores, estrelas de cinema fazem TV, estrelas de TV fazem cinema, é tudo aceito agora.


Alexandre Bortuluci (Vitória) pergunta:
Primeiro, gostaria de parabenizá-lo pelo seu trabalho.
Gostaria de saber o que você achou das fortes críticas de Brannon Braga sobre Voyager, feitas recentemente durante uma entrevista para a "SFX Magazine". Eu cito:
[..."Nesse ponto, o sr. Gross nota que há um vigor renovado na voz de Brannon, como se o produtor-executivo de Enterprise estivesse excitado pela oportunidade oferecida pela nova série. 'Está brincando? É melhor acreditar. Eu precisava de algo novo, algo fresco. Como escritor, eu não acho que pudesse ter escrito mais uma linha de diálogo para Voyager. Eu realmente estava farto do século 24.' ..."]
[..."Os criadores de Enterprise aprenderam com os erros do passado: 'Sabemos dos erros que fizemos, e sabemos o que funcionou e o que não funcionou. Os problemas que tivemos foram usualmente dinâmica pobre dos personagens, histórias bobas, alienígenas de aparência boba, algum tipo de sensação de desgaste em certos elementos. No outro lado, nós teremos problemas novos em folha, mas pelo menos serão os problemas novos em folha versus velhos problemas."]

McNeill - Bem, eu acho, eu acho que é legal que ele está sendo honesto. Eu acho que ele está certo, eu acho que eles estavam todos entediados com o século 24. Eu acho que é verdade, eu não acho que eles tivessem mais idéias para escrever para o futuro, para aquela série.


TB - Você sentiu isso mesmo enquanto eles estavam produzindo a série? Talvez nas últimas temporadas...

McNeill - Sim, acho que isso é verdade. Não acho que eles estivessem empolgados sobre Voyager após a quarta ou a quinta temporada. Eu acho que eles estavam apenas correndo para terminar suas obrigações e coisas assim. Mas eu preciso dizer, não sei se concordo que eles tenham aprendido de erros passados. Eu acho que, como eu disse antes, eles deveriam provavelmente se afastar de Jornada nas Estrelas por um tempo, e crescer fazendo outras coisas, porque eu acho que eles imaginam que Enterprise é mais singular do que realmente é. Eu acho que é muito como as outras séries. Eu acho que os roteiros são muito como as outras séries. E eu acho que eles estão imaginando que é mais diferente. E se eles fizessem outra coisa, talvez pudessem voltar e fazer algo diferente. Mas [Enterprise} não é tão diferente quanto eles pensam. 


José Alexandre Galvão (São Paulo) pergunta:
Você já leu fanfics com personagens de Jornada nas Estrelas? Você se sente incomodado pelo fato de que os autores desses trabalhos podem usar seu personagem do modo que quiserem, sem consultar você ou os criadores originais?


McNeill - Não, eu acho que é ótimo que haja fãs que se relacionam com os personagens a ponto de querer escrever suas próprias histórias e imaginar suas próprias idéias. Enquanto for sobre o personagem, eu não me incomodo. Se eles começarem a escrever coisas sobre mim e minha vida real, então isso ia me incomodar. Mas, se são as histórias e os personagens, eu acho que é ótimo.




Gustavo Leão (Belo Horizonte) pergunta:
Você está ficando careca?


McNeill - Se estou ganhando uma careca?


TB - Careca, sim.

McNeill - (gargalhada) Eu estava olhando a Bald Magazine quando estava dirigindo Enterprise, e eu quase comprei uma careca, mas não, eu vou ondular.


Cássio Mengato (Videira) pergunta:
Você achou interessante a história em que Tom Paris se casa com a tenente Torres?


McNeill - Oh... Eu achei que eles não souberam como escrever o relacionamento muito bem quando eles estavam namorando. Mas eu senti que uma vez que eles decidiram casar os personagens, ficou muito melhor. Quando eles estavam namorando, algumas vezes eles se amavam e se importavam muito um com o outro, e em outros episódios era como se eles nem se conhecessem. Então, era muito inconsistente quando eles estavam namorando. Mas uma vez que decidiram casar os personagens, achei ótimo. Achei que o episódio sobre mudar a genética Klingon foi muito interessante e uma grande idéia... eles fizeram várias boas histórias depois que casaram os personagens. 

Camila Boanova pergunta:
Primeiro, gostaria de expressar o quanto amo seu trabalho, e parabenizá-lo por sua grande atuação como Tom Paris em Voyager. Agora, às perguntas:
Você gosta de outras séries ou filmes de ficção? Quais?


McNeill - Que outras séries de ficção? Uhmm... Eu sempre amei "Arquivo-X". Para mim, é uma série bem interessante, porque os personagens, eles são sempre muito complexos, e eu gosto do lado misterioso dessas histórias.


TB - Mesmo nas últimas temporadas? Eu acho que eles perderam o fio da meada recentemente, não sei se você concorda...

McNeill - Não, não tenho visto muito ultimamente. Mas, como Jornada nas Estrelas, acho que toda série precisa acabar um dia, e provavelmente, eu acho que é provavelmente hora para "Arquivo-X"...


Camila Boanova pergunta:
Você conhece o Brasil? Gostaria de conhecer o Brasil e os trekkers brasileiros, talvez participando de uma convenção?

McNeill - Adoraria ir ao Brasil. Sempre fui muito curioso e interessado em ir, e adoraria ir a uma convenção de Jornada nas Estrelas. Eu acho que Tim Russ foi aí para baixo também, sim?


TB - Tim Russ, acho que não. Houve dois atores no Brasil, um era Brent Spiner e o outro era George Takei. Tim Russ, eu sei que ele conhece um rapaz que toca aqui e que eles são meio que amigos, mas não sei de Tim Russ ter vindo ao Brasil.

McNeill - Sim, eu adoraria vir. Talvez Tim Russ e eu pudéssemos ir, nós tocamos nossa música, fazemos um pouco de rock'n'roll e nos divertimos muito às vezes tocando em convenções, então talvez desçamos e cantemos algumas músicas e façamos uma convenção.


TB - Isso seria ótimo!

McNeill - Sim!


TB - Muito obrigado pela entrevista.

McNeill - Absolutamente, obrigado a você. Sinto que tenha demorado tanto, pensei que o computador fosse o melhor, mas era muito difícil sentar e digitar tanto. Muito obrigado.



Entrevista realizada em 10 de janeiro de 2002.