Clique aqui para visitar o
Acervo de colunas



 









 

Jornada X: O que vem por aí?

A décima versão de Jornada para a tela grande é alvo de fofocas e especulações há algum tempo. Sendo o primeiro filme da saga no século 21, ele promete algo para um público que se acostumou a olhar para o futuro --através de suas histórias.

Já saíram por aí alguns boatos do que pode estar presente no filme: Riker e Troi vão se casar, haverá um vilão tão marcante quanto Khan, Data vai morrer, Picard vai se tornar embaixador, Worf será governador de uma província Klingon, os Romulanos estarão presentes no centro da trama etc.

Na verdade, poucos sabem o que sairá da cabeça de John Logan, o roteirista escolhido pelo estúdio por causa de seu sucesso em "Gladiador" e "X-Men". Jonathan Frakes não nega que abandonou a cadeira de diretor. Vamos ver no que dá.

Como dizem os Vulcanos, sempre há possibilidades. Então resolvi fazer umas especulações e dar alguns palpites de como as coisas poderiam ser. O problema maior é sempre conciliar as aventuras da Nova Geração com o aproveitamento do desenrolar das outras séries, sobretudo Deep Space Nine, que acabou e desapareceu do mapa da galáxia.

Riker e Troi juntando as trouxas pode significar adeus à Enterprise ou viver como Sisko e Jeniffer viviam na Saratoga. Como é pouco provável o assento definitivo de Riker na cadeira de comando da nave, seria então melhor designá-lo para algum comando numa base estelar, talvez em Betazed, para sua esposa ficar mais perto da mamãe, Lwaxana Troi.

Esta nos deve uma aparição, que deve ser certa no caso de haver mesmo o matrimônio, emperrado há décadas. Outras linhas de ação podem ser traçadas, assim como uma vaga de instrutor na Academia ou um serviço burocrático no Quartel General da Frota Estelar. Em último caso, podemos mandá-los para o quadrante Gama , numa nave exploradora e diplomática para fazer algum tipo de cooperação com outros povos.

Data poderia ser desativado plena e definitivamente pela ação do tal vilão. Ele "morreria" heroicamente tentando salvar a nave e algo muito importante para a Federação, como a Fenda Espacial Bajoriana, por exemplo. Isso já daria um bom motivo para que o tal vilão fizesse algo de importante no seu papel, ainda mais se tiver alguma associação com os Romulanos. Ao mesmo tempo abriria o campo para a participação da turma de Deep Space Nine, exceto Sisko, que continuaria a brigar com Gul Dukat sumido no espaço-tempo.

Alguma menção da volta da Voyager seria bom, pelo que foi feito ao final do sexto ano de produção. O problema é que a série se arrasta e seu desfecho ainda é uma incógnita.

Picard terá, certamente, a participação central, junto com Data. Então, vamos aproveitar a presença dos Romulanos e desenvolver as habilidades diplomáticas do nosso capitão, fazendo-o resolver a crise com eles mais ou menos como Sisko teve de fazer. Sempre houve expectativas de que Picard se tornasse embaixador. Taí uma grande oportunidade.

Qualquer coisa, ele pode se servir de alguma ajuda do nosso bom e velho Spock, que já é do ramo há algum tempo. A doutora Crusher poderia se casar com Picard, prometendo se separar um dia para comandar uma nave médica como a Pasteur, de " All Good Things...".

A "morte" de Data desencadearia um enorme sentimento de ausência na tripulação da Enterprise. A sua falta atingiria sobretudo Picard, seu capitão, e Geordi La Forge, seu melhor amigo na nave. Como o dr. Soong, seu criador, já faleceu, as chances de recuperar o andróide recairiam sobre nosso engenheiro-chefe.

Mas uma explosão provocada pelo vilão espatifaria Data em milhões de pedacinhos. Indignado, porém resoluto, Picard partiria para cima, tentando conter maior destruição entre os seus e mais ainda da Fenda Espacial.

A sordidez Romulana tiraria proveito da situação e arrumaria um jeito de tirar a Federação da jogada com alianças excusas com um povo qualquer do lado de lá da Fenda, como o Dominion ou sei lá mais quem.

Neste caso, a coronel Kira correria atrás da ajuda Bajoriana e forçaria a barra para os Cardassianos ajudarem, uma vez que eles perderam a guerra contra a aliança da Federação e estão combalidos, chateados e ressentidos com o Dominion.

Os Klingons fazem parte da base aliada, mas sempre pode surgir uma facção rebelde conforme já vimos algumas vezes. Aí contaria muito a presença de Worf, reabilitado na honra de sua família e governador de uma província importante. Ele jogaria seu peso político interno e seu conhecimento da Federação e da Frota Estelar para ajudar Picard a resolver o " imbroglio".

Picard poderia sair no braço com o vilão nas cenas de desfecho da trama, como parece ser a obrigação dos nossos capitães-heróis em Jornada e o gosto do público. Daí, salvaria a pátria, mas já começaria a arranjar um canto para se encostar.

Apesar dos conselhos de Kirk no sétimo filme, Picard poderia escolher chutar o pau da barraca e trabalhar para a Federação de forma mais amena e não menos importante. Isto o faria ser personagem recorrente em possíveis outros filmes ou séries, até que a síndrome irumódica o pegasse de vez.

Escolhendo pôr o boi na sombra e pensando na velhice, ele daria aquela olhada de banda para a doutora Crusher e proporia sentarem no aconchego da sala de sua casa em Labarre, França. Com um pouquinho de vinho tinto doce, o resto seria fácil.

Faz parte do "show" terminar tudo bem. Por essa razão as cenas finais seriam na Enterprise com o casamento dos dois pombinhos da tripulação. Imzadi prá cá, Will prá lá, o mordomo da família Troi de porre completo e Lwaxana, discretíssima, jogando na cara de Picard que ele ainda sente atração por ela.

Geordi La Forge, poderia ficar muito dividido entre aceitar a capitania de uma nave ou uma vaga no Instituto Daystrom. Olharia para as estrelas e pensaria no seu amigo "morto". Worf lamentaria Data e mais uma despedida dos amigos da Frota, afogando as suas mágoas ao sair na porrada com uma Klingon-humana em alguma holosuíte.

E assim viveríamos felizes para sempre, chorando de alegria, mas, ao mesmo tempo, pesarosos da última vez que veríamos os "sete magníficos" da Frota Estelar juntos em alguma aventura. Tá aprovado, Rick Berman?


Cláudio Silveira escreve regularmente sobre os filmes com exclusividade para o Trek Brasilis