A Nova Geração
Temporada 4

Análise do episódio por
Salvador Nogueira



 









 

Extras:

Referências
culturais

MANCHETE DO EPISÓDIO
Episódio mostra paranóia de Beverly
e traz de volta personagem recorrente

Episódio anterior   |   Próximo episódio

Sinopse:

Data Estelar: 44161.2.

Após dar as boas-vindas ao seu mentor, o dr. Quaice, um homem idoso triste pela perda de sua esposa e amigos, a dra. Beverly Crusher visita seu filho, Wesley, na seção de engenharia da Enterprise.

Wesley está trabalhando em um experimento com o campo de dobra espacial. Enquanto a doutora assiste o filho trabalhar, um súbito flash de luz ocorre, e o projeto fracassa.

De repente a Dra. Crusher começa a ver os tripulantes da Enterprise sumindo, um por vez. Alguns permanecem, porém nenhum deles sabe algo sobre os desaparecimentos. Até que a doutora se vê sozinha na nave.

Na verdade, o experimento de Wesley jogou sua mãe em uma bolha de dobra, onde ela está vivendo uma realidade criada por seus próprios pensamentos.

Após duas tentativas fracassadas de resgatar a doutora, a única esperança de recuperá-la antes que seus pensamentos a matem é a ajuda do Viajante, um ser que compreende perfeitamente a relação entre espaço, tempo e pensamento. Ele já havia topado com o pessoal da Enterprise em 2364.

Graças à pronta aparição do Viajante e a consequente colaboração entre ele e Wesley, a tripulação consegue tirar Beverly de seu Universo pessoal.

 

Comentários:

"Remember Me" tenta trazer de volta um personagem recorrente, utilizar as mesmas possibilidades abertas no episódio "Where No One Has Gone Before" e mostra uma paranóia pessoal da doutora Beverly Crusher. Como se pode ver pelos elementos acima listados, o resultado final só poderia ser o que foi: um episódio que fala, fala, fala e não diz nada, por perder seu próprio foco e senso de propósito.

Se tudo deu certo na primeira aparição do Viajante, em um dos melhores episódios do primeiro ano, agora parece que os produtores quiseram mostrar como é possível usar mal o personagem.

Ele chega do nada, nem toca no assunto de sua desaparição anterior (em "Where No One Has Gone Before"), troca algumas idéias com Wesley e ajuda o menino-prodígio a tirar sua mãe de um fenômeno esquisito em que os pensamentos de Beverly tornam-se realidade.

Ou seja, sua volta pode ser boa para a doutora, mas para o telespectador, não diz absolutamente nada. E não é porque o personagem não tenha carisma ou personalidade a ser explorada; o roteiro é que não ajuda.

Aliás, o episódio é uma prova viva de quanto pode ser perigoso e desinteressante a idéia de juntar pensamento, espaço e tempo, quando não há um propósito definido. Quando a idéia foi aplicada em "Where No One Has Gone Before", o objetivo era mostrar a capacidade da tripulação de controlar seus próprios pensamentos. Aqui, só serve para desenrolar uma paranóia da doutora, que acha que seus colegas de nave estão desaparecendo.

Por incrível que pareça, apesar de o episódio girar 100% em torno de Beverly, não aprendemos nada de interessante sobre sua personalidade. Só podemos pensar que, em seu íntimo mais profundo, ela teme ficar sozinha. Mas não há razão para isso. Os escritores simplesmente cismaram com isso e acharam que dava uma boa história. Enganos acontecem.

A história só não é pior graças à química existente entre os personagens, que conseguem segurar o episódio somente em seus diálogos e interações, dispensando a necessidade de um roteiro mais interessante ou elaborado.

O único personagem que sai ganhando é Wesley, o que é sintomático. Vemos que ele dá mais um passo em sua caminhada rumo a um destino diferenciado, como o Viajante havia previsto em sua primeira aparição. A jornada de Wesley seria concluída na sétima temporada da série, no episódio "Journey's End", que também conta com uma aparição-relâmpago do Viajante.

 

Citações:

Beverly - "If there's nothing wrong with me... maybe there's something wrong with the Universe."
("Se não há nada errado comigo... talvez haja algo errado com o Universo.")

Trivia:

Este episódio marca a volta do ator Eric Menyuk como o Viajante. Ele havia participado do episódio "Where No One Has Gone Before", da 1ª temporada, e ainda voltaria na 7ª temporada, em "Journey's End".

Alguns dias após a filmagem deste episódio, Gates McFadden (dra. Crusher) descobriu que estava grávida.

O termo "cochrane" é utilizado neste episódio. Trata-se de uma unidade para medir a tensão do campo subespacial. Esse termo, é claro, é uma homenagem à Zefram Cochrane, o inventor da dobra espacial.

Aqui ficamos sabendo que a Enterprise carrega 1014 pessoas, contando com o Dr. Quaice, que estava a bordo neste episódio.

 

Ficha técnica:

Escrito por Lee Sheldon
Direção de Cliff Bole
Exibido em 22/10/1990
Produção: 079

Elenco:

Patrick Stewart como Jean-Luc Picard
Jonathan Frakes como William Thomas Riker
Brent Spiner como Data
LeVar Burton como Geordi La Forge
Michael Dorn como Worf
Gates McFadden como Beverly Crusher
Marina Sirtis como Deanna Troi
Wil Wheaton como Wesley Crusher

Elenco convidado:

Bill Erwin como comandante Dalen Quaice, M.D.
Colm Meaney como tenente Miles Edward O'Brien
Eric Menyuk como Viajante

Episódio anterior   |   Próximo episódio