Jason Zimmerman fala sobre efeitos em Picard

Após três meses do encerramento da primeira temporada de Star Trek: Picard, a CBS publicou através da sua conta oficial no twitter e no canal do youtube da Pixomondo, empresa responsável pelos efeitos visuais da série, vários vídeos com os efeitos utilizados.

A CBS está esperançosa que Star Trek: Picard continue a tradição da franquia de ser reconhecida por seu trabalho em efeitos visuais. É mais uma categoria que ela tenta indicação ao Emmy Awards através de sua campanha “For Your Consideration”.

A Pixomondo é uma empresa alemã responsável pela produção de efeitos visuais para longas-metragens, televisão e comerciais, e hoje responde pelos efeitos visuais de Star Trek: Picard e Star Trek: Discovery. Ela conta com estúdios em Frankfurt, Stuttgart, Vancouver, Beijing, Toronto, Montreal, Shanghai e em Los Angeles onde é feito o trabalho de produção de Picard.

O Supervisor de Efeitos Visuais da Pixomondo, responsável por Picard é Jason Zimmerman (não confundir com o veterano Herman Zimmerman, designer de produção de A Nova Geração).

Jason Zimmerman trabalhou pela primeira vez na franquia em Star Trek: Discovery e depois Star Trek: Short Treks, antes de seguir para Star Trek: Picard. Ele também possui créditos em séries como NCIS, Pushing Daisies, Lost, Terra Nova, Jogos Vorazes, Hawaii Five-0,  entre outros.

Numa entrevista ao site Deadline, Jason fez uma comparação entre o trabalho de Picard e Discovery.

Sou um grande fã de Star Trek com certeza, por isso foi definitivamente algo importante quando recebi a ligação e a oportunidade que não poderia deixar passar. Do ponto de vista dos efeitos visuais, o que era atraente em Picard era, diferente, estilisticamente, em Discovery. Eu também estava empolgado por poder esticar as pernas, como uma equipe de efeitos visuais, e tentar coisas diferentes.

Uma grande parte do trabalho de Zimmerman na série é no chamado “worldbuilding” (construção de mundos), como os cenários de Freecloud e Vergessen, assim como ambientes na Terra do século 24, como Okinawa e a Grande Boston.

Acho que você primeiro estabelece a geometria e o layout básicos da cidade ou o local em que está filmando. Então, você começa a vestir as roupas para a câmera, como ônibus espaciais, hologramas, para dar vida ao mundo e fazê-lo parecer imenso.

Em relação a escala de dimensão visual, o grande desafio para Zimmerman foi o cubo Borg e seu interior.

Com o cubo, é uma coisa gigantesca, e quando você está no espaço, é sempre um desafio mostrar sua dimensão, porque, a menos que você mostre uma iteração de coisas ao lado do cubo, você realmente não tem um ponto de referência quanto ao tamanho.

Outro desafio foi buscar inovar, mas mantendo-se dentro das restrições estabelecidas no cânone:

Trabalhar com essas coisas canônicas como a Enterprise e o Cubo Borg é sempre um pouco assustador, ser responsável por algo tão reverenciado e retratado tantas vezes. O que você definitivamente não quer fazer é voltar atrás e começar do zero. Você tem provavelmente a melhor quantidade de pesquisa e referência humanamente possível para qualquer espetáculo. Portanto, você, definitivamente, começa lá e não quer fazer nada que não faça sentido. Para nós, fazer nossa pesquisa é uma parte importante do processo e verificar com todos que conhecem o universo de Star Trek para garantir que estamos realmente tratando essas coisas de forma apropriada. Que não estamos fazendo nada que não faça parte do cânone ou que de outra forma não seria o que se espera de Star Trek.

Um dos supervisores de efeitos visuais, Dan Smiczek (da Pixomondo), falou com a Digital Trends sobre o trabalho de recriar um Cubo Borg mais realista do que o mostrado em A Nova Geração.

O Cubo é supostamente de 4,7 quilômetros de cada lado. Assim, sabíamos que tínhamos que ter um nível de detalhe de muito longe, mas também de perto. Fizemos algo onde criamos o termo “greeble”  ele serve para um objeto pequeno e de alto detalhe, que você pode colocar digitalmente sobre outros elementos para acrescentar mais detalhes a eles. Assim, tínhamos uma biblioteca de 23 greebles diferentes nesse estilo Borg, com ângulos retos, como você mencionou, e muito parecidos com cubos. Nós os colocamos em cada superfície do cubo Borg para dar-lhe este nível extremo de detalhe. No final, acabou sendo cerca de 82,7 bilhões de polígonos no cubo Borg que criamos… Felizmente, você não vê tudo isso ao mesmo tempo, mas nós definitivamente o construímos para que você pudesse estar bem perto da superfície e ver muitos detalhes. E de longe, você também entenderá. Esse foi um dos desafios: Quando você está contabilizando esse tipo de tamanho e cobrindo essas distâncias, você tem que ter detalhes grandes o suficiente para dar-lhe alguma variedade, mas não ter esses detalhes parecem repetitivos quando você se aproxima, também.

Os outros vídeos sobre os efeitos estão no @CBSTVStudios, conta oficial da empresa no twitter.

Na campanha “For Your Consideration”, além de efeitos visuais, a CBS tenta a indicação de vários atores para o prêmio. Suas maiores expectativas repousam em Sir Patrick Stewart para a categoria de Melhor Ator em Série Dramática e Isa Briones, para a categoria de Melhor Atriz em Série Dramática.

A primeira temporada Star Trek: Picard esta disponível no Brasil pelo Amazon Prime Video. O segundo ano ainda está em produção.

Fonte: Dailystartreknews