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Trilha Sonora
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Ficha
Técnica
O
DVD
A Morte Tornada
Chance
de Vida
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Data estelar: 8210.3.
Vemos novamente os últimos momentos de Spock com vida na Engenharia da Enterprise, pouco depois da detonação do dispositivo Genesis no interior da nebulosa Mutara. Lembramos do seu funeral, das últimas palavras de Kirk dedicadas ao amigo ("De todas as almas...") e de como caprichosamente o seu caixão fotônico se depositou intacto na superfície do recém-criado planeta Genesis. Um imortal prólogo, repetido por Spock, marca o início de uma nova aventura.
A maior parte dos danos da Enterprise na batalha com a Reliant (comandada por Khan) já foi reparada e a maioria dos cadetes outrora a bordo (e provavelmente os tripulantes sobreviventes da Reliant também) foi transferida para outras naves. Presentes na ponte estão Kirk, Sulu, Chekov e Uhura. Na Engenharia está Scott. A Enterprise está a
2,1 horas da doca espacial em órbita da Terra. Kirk sente muita falta de Spock. O Comando da Frota não responde
às suas mensagens pedindo informações a respeito do planeta Genesis. Kirk sabe somente que o seu filho David e a tenente Saavik foram enviados para pesquisar o astro recém-formado.
Longe dali, uma pequena nave de carga espera para entregar informação a um cliente. Uma alienígena, de nome Valkris, sinaliza ao seu senhor (e amante), um comandante Klingon de nome Kruge. A Ave de Rapina de Kruge se descamufla, ele recebe os dados (sobre o projeto Genesis) e acaba por destruir a pequena nave de carga, por perceber que Valkris leu os registros enviados a ele.
De volta à Enterprise, agora próxima da Terra, Chekov (no posto de ciências) detecta uma leitura de vida na cabine (selada pelo próprio
russo) de Spock e a segurança diz que a entrada foi forçada. Kirk encontra McCoy no interior da cabine de Spock e ouve o amigo falar com a voz do falecido Vulcano (e de uma forma semelhante à deste). McCoy pergunta (para completa surpresa do almirante) por que Kirk o deixou para trás no planeta Genesis e acrescenta que "ainda há tempo" se ele "o levar para casa". "Casa" sendo o monte Seleya em Vulcano. Kirk teme pela sanidade do amigo e o doutor desmaia nos braços do almirante, pouco depois de dizer um enigmático: "Lembre-se...".
O filme começa com quase cinco minutos e meio entre recapitulação e créditos (obviamente) para cortar os custos da produção. O claudicante roteiro já mostra o seu "valor", trazendo um Kirk absolutamente mal resolvido com relação à perda de Spock no filme passado, o que de forma alguma representa o real estado emocional do almirante ao final daquela aventura (e de fato este não era o objetivo último do roteiro de Meyer -- muito pelo contrário). O conceito do "Katra" como um elemento ativo na mente de McCoy foi algo lamentável durante todo o filme (por elevar os poderes telepáticos de Spock a um patamar absolutamente irreal para o que ele sempre apresentou durante a série) e a utilização da voz de Spock no lugar da do médico se mostrou uma infeliz e proverbial "cereja no bolo as avessas" (TM). Tentando acrescentar um elemento de "choque" que se mostrou muito pouco efetivo (pelo menos a voz sempre saiu de fora da cena, o que minimiza um pouco a utilização de tão infame clichê).
O "Katra de Spock" também parece um pouco confuso, perguntando (através
de McCoy) por que Kirk o deixou para trás. Isto não faz muito sentido, uma vez que o que ficou para trás foi simplesmente um cadáver, extremamente castigado pela radiação e, como fica claro em seguida a bordo da Grisson, ninguém sabia nem ao menos que o caixão de Spock havia sobrevivido, quanto mais que havia um "Spock" regenerado deixado para trás. McCoy em seguida fala do monte Seleya, algo que se alinha melhor com a maior parte do que é dito por Sarek depois, mas a insegurança do roteiro já se mostra clara na cena.
É curioso que a Frota Estelar estabeleça quarentena em um planeta e não determine um perímetro de segurança com suas naves (e não mande nenhuma outra nave atrás da Enterprise após o fiasco da Excelsior
-- considerando que esta era uma nave experimental, onde estará a tal "Frota Estelar" nestas horas?). É claro um esforço de mostrar Kruge como alguém impiedoso, mas o tiro sai pela culatra embaraçosamente. As motivações do Klingon são absolutamente unidimensionais, tanto ou mais quanto às de Khan no filme passado, e, além disto, mais que unidimensionais,
as motivações de Kruge são mal definidas, sustentadas por uma vaga busca pelos "segredos de Genesis". Sem contar que Lloyd não tem uma fração da presença e do carisma de Montalban e do seu personagem não se integrar tematicamente ao roteiro de forma alguma, parecendo ser enfiado na base do fórceps mesmo. E sobre o seu
"proto-targ de estimação" (TM), quanto menos falarmos melhor. Perguntas: O que
Chekov falou em russo para Scott? Que fim levou a chefe do projeto Genesis, a doutora Carol Marcus? Como Valkris conseguiu acesso ao sumário do projeto Genesis (mais uma economia do filme ao exibir tal sumário, aliás)? Por que tal sumário é apresentado por Kirk e não pela doutora Marcus? De onde saiu aquela frase de Scott sobre automação na Engenharia da Enterprise logo no começo do filme?
A Enterprise chega à doca espacial (que tem o formato de um gigantesco cogumelo) e vislumbra no seu
interior uma grande nave que será o modelo do futuro da Frota Estelar, a Excelsior (NX-2000), equipada com motores transdobra e quase pronta para testes. Janice Rand é uma das presentes
à chegada da Enterprise. O almirante Morrow inspeciona a nave de Kirk e avisa, para surpresa da tripulação, que a Enterprise não vai ser reparada e sim,
decomissionada. Scott é requisitado na Engenharia da Excelsior, os demais ficam sem uma posição imediata. Todos são instruídos a não comentar nada sobre Genesis, que se tornou uma controvérsia galáctica. Literalmente um planeta proibido
Kruge acaba lendo o sumário do projeto Genesis (feito por Kirk) e, percebendo que pode usar tal dispositivo como uma arma quase que definitiva, ruma para o planeta homônimo para tentar conseguir mais informações. A nave de pesquisa USS Grisson chega ao planeta Genesis, sob o comando do capitão J. T. Esteban. Na ponte, David e Saavik começam as
leituras e percebem um planeta com grandes mudanças climáticas localizadas. Descobrem o caixão fotônico de Spock intacto e uma forma de vida que não conseguem
identificar -- não deveria haver vida animal em Genesis. A Vulcana e o filho de Kirk tentam convencer o capitão Esteban a
deixá-los descer para investigar.
O tema "de que o tempo está passando e uma era está terminando" é válido, pena que tão pouco seja feito com ele no filme. Obviamente David e Saavik descem sem uma escolta armada (lamenta-se, mas certos clichês são eternos -- especialmente nestas circunstâncias é muito pouco inteligente deixar David em uma posição vulnerável em que ele possa ser seqüestrado). Perguntas: Exatamente por que Kruge foi ao planeta Genesis? Será que foi para fazer algum tipo de "Engenharia Reversa"!? Como os sensores da Grisson conseguem examinar minuciosamente os climas locais e não conseguem identificar os sinais vitais dos micróbios e depois os de "Spock"? O tricorder de Saavik também falha em identificar os sinais vitais de "Spock" mais tarde na superfície.
Kirk recebe Uhura, Chekov e Sulu em sua casa em San Francisco. O almirante diz que McCoy está em repouso sob sedativos. Vai abrir a porta, esperando por Scott, e dá de cara com o embaixador Sarek, pai de Spock. O Vulcano conversa a sós com Kirk. Sarek está convencido que Spock confiou a Kirk a sua essência, o seu "Katra". Quando a morte está próxima, todo Vulcano procura preservar o seu "Katra", sua "essência vital", fazendo um elo mental com a pessoa mais disponível quando a hora
chega. Este é o "modo Vulcano", segundo Sarek. Daí o portador pode ser conduzido ao monte Seleya em Vulcano, onde
o "Katra" pode ser depositado e o falecido Vulcano pode ficar em paz para sempre. Kirk foi o último a vê-lo com vida,
por isso a certeza de Sarek. O embaixador e o almirante realizam um elo mental, que toca na amizade entre Kirk e Spock. Sarek descobre que Kirk não poderia ter recebido o Katra de Spock, devido à parede que os separava. Sarek lamenta a perda total
do seu filho. Porém, Kirk não desiste e diz que se era tão importante assim
a preservação de seu Katra, Spock teria dado um jeito.
Revendo as gravações dos últimos momentos de vida de Spock na Engenharia da Enterprise, Kirk identifica um breve elo mental entre Spock e um desacordado McCoy. O Vulcano disse um quase inaudível: "Lembre-se..." Enquanto praticava tal elo. Sarek confirma e diz que Kirk deve levar os dois até o monte Seleya em Vulcano para que ambos possam se libertar da dor que os acomete. Kirk diz que tal tarefa não será fácil, mas que fará tudo ao seu alcance para
realizá-la.
A história que Sarek conta faz sentido, o que não faz sentido é por que seria difícil para Kirk levar McCoy a Vulcano para depositar o Katra do Vulcano no monte Seleya. Era só colocar o doutor em uma nave de carreira e ponto final. De novo,
isso faz sentido. O que não faz o menor sentido é esta ida ao planeta Genesis para resgatar o corpo de Spock (que Sarek acaba aparentemente sugerindo ao final de sua conversa com Kirk). Eles não sabem onde o corpo está (ele foi lançado ao espaço em um torpedo, pelo amor de Deus!) e muito menos que este foi regenerado (possibilidade de regeneração deixada escancaradamente visível ao final do filme anterior, aliás). Para que ir a Genesis? E, pior de tudo, justo na Enterprise e com uma tripulação de cinco pessoas. Curiosamente, Kirk já havia falado sobre uma ida com a Enterprise a Genesis, quando da primeira formatura para o almirante Morrow, quando da chegada da nave a Terra. Por que isto? De toda maneira, a partir deste ponto no filme, fica muito difícil levar a sério qualquer coisa vista em tela até o final.
David e Saavik descem à superfície do planeta Genesis, o sinal de vida aparenta em primeiro lugar ser simplesmente o dos micróbios do caixão de Spock que foram modificados pelo efeito Genesis em uma espécie de amebas tamanho família. Os dois detectam uma outra forma de vida e ouvem gritos ao longe enquanto o clima local do planeta enlouquece completamente (o caixão de Spock está vazio, restou somente a sua mortalha no interior do torpedo). Kirk pede autorização a Morrow para levar a Enterprise a Genesis. O comandante da Frota Estelar nega o pedido e diz que Kirk não pode ir, mesmo fretando uma nave. Kirk avisa a Chekov e a Sulu que vai assim mesmo, e com a Enterprise. McCoy também tem interesse de ir ao planeta Genesis e visita um bar onde encontra um alienígena que pode arranjar transporte clandestino para o setor Mutara, agora sob quarentena. O alienígena irrita McCoy na negociação, e o doutor começa a falar alto sobre Genesis. Ele é imediatamente levado sob custódia por um segurança da Frota Estelar (curiosamente ele tenta aplicar um "toque vulcano" em tal agente, porém sem sucesso). A nossa "dupla dinâmica" observa pegadas humanóides na superfície de Genesis.
Fácil, a pior cena do filme é a visita de McCoy a um bar futurístico. Lugar aparentemente refugado de alguma paródia mal feita de "Star Wars", com direito a jogos "pseudo-holográficos" e a um alienígena falando de forma embaralhada (ou invertida, além de outros "mimos",, é claro), característica daquela outra
franquia. Fica ainda pior quando chega para servir McCoy uma inacreditável "garçonete felina" (TM), tão mal caracterizada (falando do vestuário e adereços somente, é claro, pois a atriz e o roteiro são casos absolutamente perdidos) quanto os pingos semelhantes a bolas de algodão-doce que enfeitam o estabelecimento. Esta cena dá a clara certeza de que uma aberração completa como o
quinto filme poderia ser produzida por Bennett. Nada ocorre no vácuo ou por acaso,
e a possibilidade de tal desastre se mostra clara neste momento.
Perguntas: Por que Morrow não colocou um destacamento armado na Enterprise, "só por precaução", após a sua conversa com Kirk? Exatamente por que "Spock" foi refeito fisicamente
à imagem e semelhança de Spock e os micróbios em seu caixão sofreram as mais absurdas mutações? Se Genesis cria vida de acordo com a sua matriz, como "Spock" foi refeito idêntico ao que era antes? Por que a matéria do caixão fotônico não foi arranjada também segundo o efeito Genesis?
Kirk vai visitar McCoy em uma cela de detenção, estando o doutor já a caminho de um sanatório. Sulu chega um pouco depois
à instalação de segurança e consegue dominar um guarda, ajudando Kirk a fugir com o "bom doutor". Scott termina o seu turno de serviço a bordo da Excelsior. Kirk, Sulu e o doutor chegam a uma estação de transporte terrestre operada por Uhura e um oficial novato. A oficial de comunicações da Enterprise domina com facilidade este novato e transporta o trio de fugitivos para a ponte da NCC-1701, prometendo se juntar a eles em breve em um certo "ponto de encontro". Na ponte da nave, eles se juntam a Scott e Chekov. O "fazedor de milagres" diz que automatizou completamente o funcionamento da Enterprise e que
ela poderia ser operada apenas da ponte, mesmo que somente por Kirk e McCoy. Os demais se oferecem como voluntários para a missão. A nave entra em movimento e imediatamente o capitão Stiles da Excelsior é avisado
de que alguém (Kirk) está roubando a Enterprise. Scott realiza mais um milagre e consegue abrir remotamente as comportas da doca espacial. A Enterprise entra em dobra espacial, mas quando a Excelsior tenta o mesmo o seu computador "dá pau". Scott ri a bordo da Enterprise por mais um "milagre" (ele sabotou a Excelsior) realizado, enquanto a Enterprise ruma velozmente para Genesis com os cinco amigos a bordo.
A fuga de McCoy até que funciona bem, apesar de não ficar muito claro qual seria a diferença prática em usar diretamente os transportes da Enterprise ao invés da central de transportes terrestre. Por outro lado é absolutamente constrangedora a caracterização de Stiles, com direito até a um absolutamente absurdo ginete. Como se o grupo da Enterprise fosse composto pelos únicos oficiais da Frota que pudessem compreender o sentido da profunda lealdade e amizade que nasce no seio de uma tripulação estelar. Lamentável!
Cabe citar (não para reforçar a posição já apresentada, mas para ilustrar a questão com uma impressionante coincidência) que a mesma situação já havia ocorrido alguns anos antes na conhecida "Saga do Cometa Império" da clássica série de animação
japonesa: "Yamato". Lá, Andromeda, Gideon, Yamato e Wildstar ocupavam exatamente os mesmos lugares da Excelsior, de Stiles, da Enterprise e de Kirk neste terceiro filme de
Jornada. Não somente as motivações para o roubo da nave titular da respectiva série eram infinitamente mais sólidas no caso da "versão da Yamato" da história (em que a nave partia com um bando de cadetes como tripulação a bordo, aliás), mas a forma como tal fuga foi resolvida, baseada apenas nas decisões de pessoas que partilham um meio de vida em comum, é tão mais satisfatória que faz a "versão de
Jornada" da situação parecer algo escrito por um amador. É particularmente digna de nota (no caso da história da "Yamato") a cena em que, resolvido o conflito,
as tripulações da Andromeda e da Yamato acenam uma para outra a distância, enquanto temos narrativas de ambos os capitães que pontuam tal cenário extraindo até a última gota de sentimento da despedida da grande nave (após esta bela construção, a perda da Andromeda no final da saga é tão emocionante ou mais).
Definitivamente, a possibilidade de automatizar completamente o funcionamento da Enterprise (como apresentada aqui) é um feito tão grande que beira a irresponsabilidade criativa por parte dos realizadores do presente filme. Se Scott conseguiu realizar tal tarefa em tempo recorde, trabalhando ao mesmo tempo na Excelsior, e em segredo, exatamente por que são necessárias 430 pessoas para operar uma nave de tal porte? Quando as habilidades de Scott (ou de qualquer um) viram passes de mágica, a Enterprise vira ao mesmo tempo apenas mais um modelo filmado pelos técnicos da IL&M, nada mais, nada menos que isto.
Mais um anacronismo: força de impulso dentro da doca espacial!
Saavik e David encontram um menino Vulcano em meio a uma tempestade, um jovem que o doutor Marcus acredita ser Spock, de alguma forma regenerado pelo efeito Genesis. Entretanto, o capitão Esteban está em dúvida se transporta o trio a bordo da Grisson ou não devido ao risco de contaminação, que David acredita não existir. Neste momento a
ave de rapina de Kruge chega a Genesis e destrói a Grisson. Os Klingons detectam o trio na superfície do planeta, Kruge decide investigar, não sem antes matar o seu armeiro, que falhou em cumprir a sua ordem de simplesmente atingir o motor da nave da Frota Estelar. O trio na superfície consegue se esconder em um sistema de cavernas por algum tempo. Este "Spock" envelhece rapidamente, de uma forma aparentemente associada ao planeta, cuja estrutura começa a entrar em colapso. Saavik pergunta a David o que aconteceu de errado com o experimento. Marcus confessa que usou uma substância
(protomatéria) ilegal e instável para acelerar o começo dos testes. Genesis é um fracasso e o planeta está condenado. Saavik acaba por "ajudar" quando "Spock" atinge o seu Pon
Farr.
O "esporro" que Saavik ministra em David é completamente sem sentido (e ilógico!): primeiro que ele não era o responsável pelo projeto (!) e segundo que ela desconsidera toda a cadeia de eventos (e do papel de Khan nestes) que levaram
à criação do planeta Genesis em primeiro lugar. Se o planeta Genesis entrou em colapso, as duas primeiras fases do experimento (em laboratório e no subterrâneo) não deveriam ter entrado em colapso antes? Saavik falha em perceber que
,mesmo que Genesis seja um fracasso em seus termos originais, ainda pode ser usada como uma arma terrível, o que revela uma certa ingenuidade da Vulcana no seu trato seguinte com os Klingons. Lamenta-se que os efeitos do "encontro" entre Saavik e "Spock" não tenham sido desenvolvidos nos filmes seguintes. Lamenta-se também a caracterização de Kruge (mais a seguir).
Kruge e cia. encontram o caixão fotônico de Spock e os micróbios agora viraram um tipo de criatura com tentáculos (que tenta estrangular o
Klingon). Kruge rapidamente mata a criatura com as próprias mãos e eles continuam a procura. Os Klingons encontram o trio (David, Saavik e "Spock") dormindo. A Enterprise chega a Genesis e Kruge é transportado a bordo de sua nave, deixando guardas na superfície. A Enterprise combate
a nave Klingon. Em um primeiro momento, Kirk consegue antecipar a ave de rapina se descamuflando e ataca incapacitando a nave inimiga. Mas a central de controle instalada por Scott entra em sobrecarga e a Enterprise é incapaz de levantar os seus escudos. Quando Kruge recupera a força auxiliar e dá apenas um tiro de torpedo a Enterprise fica completamente indefesa. Kirk tenta ganhar tempo, mas a situação é difícil. Kruge contata Kirk e diz que quer toda a informação a respeito de Genesis.
Burrice Klingon
Nº1: Kruge tem sob o seu poder um dos criadores de Genesis, por que diabos ele não se aproveitou do mesmo furo do
roteiro que permitiu que ele se transportasse de volta a sua nave -- sem sair da camuflagem
-- de modo a poder enfrentar Kirk, para pegar David e sumir dali?
Kruge deixa que Kirk fale com os três reféns, que explicam sobre "Spock" e sobre o fracasso do projeto Genesis. Kruge se cansa de esperar por uma decisão de Kirk a respeito do problema e manda matar um dos prisioneiros. David é morto. Kirk fica devastado. Entretanto, o almirante não se dá por vencido e, sabendo da pequena tripulação de uma
ave de rapina, planeja acionar o mecanismo de autodestruição da Enterprise, se transportar (com os demais) ao planeta, enquanto um grupo de choque Klingon se transportaria a bordo, teoricamente (como parte de um "acordo" de Kirk com Kruge) para tomar a nave e obter informações sobre Genesis. O plano tem sucesso e a nave explode, levando os Klingons a bordo com ela. Os cinco companheiros observam, na superfície de Genesis, a sua casa por anos a fio se incendiar, deixando um rastro flamejante, na atmosfera do planeta.

Burrice Klingon
Nº2: Kruge manda matar David, um dos criadores do experimento (arma) que ele queria desesperadamente. Depois desta, é realmente claro que estes Klingons tem muita sorte de andar sobre dois pés (apesar de "sobre duas patas" descrever melhor a sua absoluta incapacidade).
Burrice Klingon Nº3: Apesar da "Manobra Kirk" (TM) empregada pelo almirante ter o seu apelo em um primeiro minuto, tal desenvolvimento não resiste a muito escrutínio. Como diabos os sensores da nave Klingon não funcionaram para detectar o número de sinais vitais a bordo da Enterprise? O que diabos Kruge pretendia realizar com uma "meia dúzia" de Klingons contra teoricamente 400 Federados? De onde saiu esta idéia absurda de "acionar os transportes ao mesmo tempo"!? Se os escudos da Enterprise estavam abaixados por que simplesmente Kruge não transportou
todos da ponte para uma cela de segurança, o trio na superfície para uma outra cela de segurança e rebocou a Enterprise até o Império Klingon para ser saudado como uma lenda que nasce?
A cena em que vemos a Enterprise se desintegrando na atmosfera de Genesis funciona de fato como uma grande homenagem ao personagem de Kirk, e seria muita mais efetiva se precedida por um clipe com os melhores momentos do eterno capitão/almirante e não com o que temos imediatamente antes neste filme.
Kirk e cia. conseguem derrubar facilmente os guardas Klingons que tomavam conta de Saavik e "Spock", este último já tendo atingido a aparência física de quando Spock morreu. McCoy e Saavik concordam que o Vulcano tem que ser retirado dali, pois a sua ligação com o planeta (cuja destruição é iminente) acabará por
matá-lo. O doutor ainda acrescenta que a mente de "Spock" é um completo vazio. Kirk mal tem tempo de velar o corpo de David e se comunica com Kruge (só sobraram dois: o comandante e um outro Klingon, de nome Maltz, a bordo da
ave de rapina).
Se Spock morreu pleno, fazendo apenas uma cópia do seu "Eu" (na realidade apenas um subconjunto deste
-- o Katra não traz, por exemplo, informações sobre a morte do personagem, sobre o ponto de vista deste, uma vez que a morte do Vulcano ocorreu depois da realização de tal "cópia" e nem tampouco traz a plenitude do conhecimento enciclopédico de Spock, contendo realmente apenas a "essência do Vulcano", cuja precisa definição é um ponto de um potencialmente interessante debate, que o filme, obviamente, passa longe de sequer iniciar) na mente de McCoy, como diabos
a mente de "Spock" é um vazio? Sendo "Spock" (na falta de melhor termo) um clone de Spock, por que ele não desenvolveu uma consciência durante a sua vida na superfície do planeta? Poderia até ser razoável que ele fosse completamente insano devido ao seu desenvolvimento acelerado, mas nunca alguém "cuja mente fosse um completo vazio" (seria esta uma referência a
"Spock's Brain"?). Se o efeito Genesis não afetou os demais em nenhum momento, por que ele continuou afetando continuamente "Spock" e os micróbios? Por que ninguém ao menos perguntou se "Spock" poderia ser afetado negativamente por deixar Genesis? Uma pergunta mais do que razoável, uma vez que o roteiro estabelece que eles estão ligados de alguma maneira. Por que "Spock" chegou
à exata aparência física final de Spock quando o momento de deixar o planeta chegou?
Kruge lamentando pela vida dos seus homens é simplesmente ridículo, o tipo de coisa de que quanto menos falarmos melhor. Tal desenvolvimento, ao invés de dar alguma profundidade ao personagem, só reforça os defeitos do roteiro.
Kirk propõe uma troca: a vida dos seus homens pelos segredos de Genesis, que ele diz agora possuir. Kruge acaba por transportar todos para a sua nave, exceto Kirk e "Spock", e se transporta para
a superfície atrás de tais segredos. Os dois acabam brigando em meio ao colapso completo do planeta, com terremotos e fogo em todo lugar. Kirk sai vitorioso, conseguindo "despachar"
Kruge precipício abaixo. Em um ato de desespero, Kirk imita a voz de Kruge e Maltz acaba se confundindo e transportando o almirante e "Spock" a bordo. O Klingon é facilmente desarmado e feito prisioneiro.
Burrice Klingon
Nº4: Por que Kruge simplesmente não transportou todos na superfície do planeta para uma cela de segurança e voltou para o Império Klingon como herói? Lloyd e Shatner brigando em meio a claudicantes valores de produção passa longe de ser bom entretenimento, principalmente (mas não somente) por que não tivemos nenhuma preparação para tal encontro.
Burrice Klingon Nº5: Como Maltz foi cair no absurdo truque de Kirk? Como ele pode se deixar dominar em seguida?
O planeta Genesis acaba se destruindo e a ave de rapina ruma velozmente para Vulcano, onde já esperavam Sarek e Uhura. No monte Seleya, a alta sacerdotisa T'Lar realiza o Fal-Tor-Pan (ou
"re-fusão"), que retira o Katra de Spock de McCoy e o coloca em "Spock" (em um ritual que não era realizado há milênios). Fica uma grande incerteza no ar a respeito dos resultados práticos de tal procedimento. Mas "Spock", que já caminha ladeado por alguns sacerdotes (pois terá que sofrer uma profunda terapia de recuperação mental e emocional), pára por um momento, encara o almirante e se lembra do nome de Kirk, os demais o rodeiam e se regozijam com o retorno do amigo perdido.
Uhura fatalmente foi interrogada com a fuga dos demais. Foi completamente arriscado que ela fosse ao tal "ponto de encontro" com a possibilidade de ser seguida. Também não é explicado exatamente por que ela ficou para trás em primeiro lugar. Supondo um grande número de oficiais da Frota Estelar servindo em Vulcano, é praticamente impossível que ninguém tenha notado a chegada de uma
ave de rapina Klingon e alertado o comando da Frota. De toda forma, fica implícito que Sarek fez algum tipo de manobra política para permitir o que se vê em tela ao menos do lado Vulcano da questão, pena que não descobrimos exatamente o
quê.
Se levarmos ao pé da letra o que disse T'Lar, Spock não foi o primeiro Vulcano a voltar
à vida. Fica apenas curiosidade de em que circunstâncias tal coisa ocorreu.
Apesar das mazelas que a antecederam, a cena final é muito bonita, vendida mais pelo talento de ator de Nimoy de que por qualquer outra coisa.

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