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               MANCHETE
              DO EPISÓDIO 
               
              
               Episódio
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            Sinopse: 
            
            Data
            Estelar: 3198.4.
            A
            Enterprise segue viagem para o planeta Organia com a missão de
            estabelecer relações diplomáticas com os nativos do planeta que
            tem posição estratégica para a Federação. Durante a viagem
            recebe uma mensagem da Frota Estelar informando que as negociações
            com o império Klingon chegaram ao fim, e que uma guerra é
            eminente, o que torna sua missão ainda mais importante. Subitamente
            a nave é atacada, supostamente pelos Klingons que também tem
            aspirações quanto a Organia, mas a nave consegue revidar ao
            ataque, destruindo o inimigo e seguindo na missão. 
             Imediatamente
            após chegar ao planeta, Kirk é informado da presença de uma frota
            inimiga próxima ao local. Ele desce a superfície junto com Spock,
            deixando Sulu no comando com ordens de partir imediatamente caso a
            Enterprise se encontre frente a um inimigo numericamente superior.
            Em terra eles logo estabelecem contato com os nativos através de um
            homem idoso chamado Ayelbourne, que se declara o chefe de conselho
            dos idosos, aparentemente a única instituição local. 
            Kirk
            informa sobre os planos de ocupação dos Klingons e apresenta a
            oferta da Federação: Preparar o planeta para se defender armando e
            treinando seus habitantes para a luta, entretanto Ayelbourne rejeita
            a oferta declarando que seu povo é muito pacifico para lutar. Kirk
            se desespera e insiste que os Organianos aceitem sua oferta, mas
            estes continuam inflexíveis. 
            Spock
            informa ainda a Kirk que a sociedade local está totalmente
            estagnada e Kirk tenta usar esta situação para convencer os
            Organianos oferecendo as mais diversas facilidades. Neste momento a
            Enterprise informa a presença de naves Klingons em órbita, presença
            esta também constatada por Trefayne, um dos membros do conselho dos
            idosos apesar de não haver nenhum tipo de equipamento de detecção
            ou comunicação aparente que pudesse ser usado. 
             Os
            Organianos decidem que Kirk e Spock (agora sem chance de fuga) devem
            ser escondidos dos Klingons e dão a eles roupas locais na tentativa
            de disfarçá-los, porém removendo suas armas. Com a chegada de Kor,
            o comandante das forças de ocupação, Kirk é apresentando como
            Barona, um Organiano, e Spock como um comerciante Vulcano. Kor
            ordena que Spock seja levado para interrogatório com um tipo de
            sonda mental a fim de descobrir se este não é um espião. Quanto a
            Kirk, apesar de notar que seu temperamento é bem diferente dos
            demais, a principio consegue passar por Organiano inicialmente sem
            problemas e é designado como elo de ligação entre as forças de
            ocupação e os civis locais. Kor deixa o local levando Kirk. 
            Enquanto
            Kor informa a Kirk os novos regulamentos que serão aplicados pelas
            forças de ocupação, Spock é trazido à presença de ambos após
            ter passado pela sonda mental sem ser detectado como integrante da
            Frota Estelar. Kor se dá por convencido e deixa o vulcano livre,
            porém informa-o que será constantemente vigiado após ameaçar
            passar Kirk/Barona pelo detector mental e de morte caso a ordem não
            seja mantida. 
             Após
            sair do escritório de Kor e passar por uma breve rusga com soldados
            Klingons, Kirk e Spock planejam como poderão oferecer resistência
            aos Klingons e tentar trazer os organianos para esta resistência.
            Decidem então por ação terrorista noturna contra um deposito de
            munição Klingon. Eles atacam a noite conforme o planejado, e
            depois vão até ao conselho organiano tentando convencê-los a
            lutar ainda sem sucesso sem saber que Kor está observando através
            de uma câmera escondida.  
            O
            Klingon surpreende Kirk e quando Ayelbourne sabe que Kor pretende
            passar Kirk pela sonda mental informa sua verdadeira identidade,
            deixando Kirk encurralado e Kor exultante. O klingon se mostra
            extremante desapontado com mais esta reação dos Organianos,
            deixando o local e levando os prisioneiros. 
            Kirk
            é levado ao escritório de Kor onde este tenta extrair dados estratégicos
            da Frota Estelar sem sucesso. Kirk se nega, mas Kor lhe da 12 horas
            para mudar de idéia, caso o contrario levará Kirk para a sonda
            mental e Spock será morto, então o manda para a prisão junto com
            Spock. 
            Uma
            vez lá, ambos ainda pensam em como escapar e conseguir atrapalhar
            os planos klingons quando de repente a porta da prisão se abre
            revelando Ayelbourne, que sem explicação aparece e tranqüilamente
            os convida a deixar o cativeiro. Kirk está desconfiado, pois se
            considera traído pelos Organianos, mas como não tem opções,
            acaba por aceitar a oferta. Sem serem importunados eles chegam
            novamente a sala do conselho dos idosos. 
            Nesta
            hora Kor é informado do misterioso desaparecimento dos prisioneiros
            sem deixar vestígios apesar dos guardas de prontidão, então manda
            que executem a ordem de ocupação numero IV, ou seja, a morte de
            mais 200 organianos e depois mais 200 a cada hora até que Spock e
            Kirk sejam entregues. Enquanto tenta descobrir como conseguiram sair
            da cela sem serem importunados pelos Klingons Kirk ouve pelos alto
            falantes a voz de Kor informando sobre as mortes fica ainda mais
            furioso com a passividade dos membros do conselho. Ele e Spock
            decidem sair e lutar. Tentar parar as mortes e exigem de Ayelbourne
            que lhes entregue suas armas. Apesar de relutante este concorda, então
            Kirk e Spock deixam o lugar, certos de que irão morrer tentando
            deter os Klingons. 
             Assim
            que os dois saem os membros do conselho discutem brevemente sobre o
            comportamento de ambos e decidem que algo deve ser feito em nome da
            segurança dos dois. Trefayne usa seu poder empático para “ler”
            os pensamentos dos dois e informa a Ayelbourne que eles desejam
            esperar o anoitecer e então atacar os Klingons.  
            À
            noite Kirk e Spock invadem a fortaleza Klingon em busca de Kor,
            esperando poder para os klingons caso consigam prender o líder.
            Neste meio tempo o conselho dos idosos se reúne para de alguma
            forma deter a violência. Kirk e seu imediato surpreendem Kor em seu
            escritório. Este informa a uma frota da Federação em curso para
            interceptar a frota Klingon. Neste momento um grupo de guardas
            armados que estava observando por monitores de vigilância entra na
            sala e surpreende aos dois. 
            Quando
            tudo indica um combate irá se desenrolar subitamente as armas de
            todos se aquecem a ponto de não poderem ser manuseadas. A mesma
            sensação de temperatura extrema é sentida quando alguém tenta
            qualquer tipo de agressão física contra o oponente. O mesmo
            acontece a bordo da Enterprise, e nas naves Klingons, que não podem
            disparar suas armas devido à temperatura extrema dos controles. 
            Ayelbourne
            chega ao local junto com os outros membros do conselho alegando
            serem eles os responsáveis pelo fenômeno apesar de Klingons e
            humanos estarem céticos. Eles entram em contato e suas naves
            confirmam a total incapacidade de operação. Apesar dos protestos
            de Kirk e Kor, Ayelbourne afirma que caso ambos os lados não cessem
            as hostilidades elas ficaram totalmente incapacitadas. 
            
            Não
            havendo mais “como” e nem “por que” argumentar. Os
            Organianos solicitam a retirada imediata dos estrangeiros e então
            revelam sua verdadeira natureza, ou seja, são seres totalmente de
            energia que abandonaram a forma corpórea a milhões de anos, e que
            tudo o que se vê em Organia é uma ilusão apenas para olhos
            forasteiros, mesmo as mortes causadas pelos Klingons. Eles revelam
            sua verdadeira aparência pouco antes de desaparecerem totalmente
            sob os olhares atônitos de Humanos, Klingons e Vulcanos, que
            finalmente deixam Organia sem que a guerra tenha sido deflagrada
               
            Comentários:
        Após
        assistirmos a USS Enterprise passar por vinte seis episódios navegando
        em calmaria, salvo uma pequena rusga com os Romulanos e outra similar
        com os Gorns, repentinamente a Federação se vê em um clima de quase
        guerra com os Klingons assim sem mais nem menos. De repente um quadro de
        tensão pré-existente entre as duas potências aparece por mágica para
        permitir que o episodio funcione, o que é mais complicado de aceitar
        por que nem mesmo a outra potência, no caso o Império Klingon, existia
        antes. Tudo bem que esta é maneira como a Série Clássica foi
        construída, com episódios totalmente desligados um do outro e não
        cabe agora fazer tempestade em copo d’água por causa deste
        “detalhe”, mas não dá para deixar passar sem ao menos uma nota
        sobre assunto. Uma vez ativado o modo suspensão de descrença quanto a
        isto, vamos ao que interessa. 
        Todo
        episodio que começa com muita ação sempre garante a atenção do
        telespectador e desperta expectativas. Neste caso, o ataque sofrido pela
        Enterprise praticado pelos Klingons arrasta a atenção da audiência e
        mais importante, dá a dimensão exata de como andam no momento as relações
        com estes seres até então desconhecidos. 
         Pois
        bem, estabelecidos os dois adversários, vamos aos povos inocentes no
        caminho da guerra, conforme Kirk diz a Spock ao comparar Organia a Armênia
        e Bélgica, dois paises que sofreram por estarem na rota das invasões
        Alemãs nas Guerras Mundiais. Este comentário consternado nos prepara
        para o que iremos encontrar ao descer ao planeta junto com Kirk e Spock,
        um povo simples e pacifico que com certeza será presa fácil nas mãos
        dos terríveis Klingons. 
        Estes
        dois pequenos elementos de trama, - ataque a Enterprise e comentários
        de Kirk – tem função importante para o episodio, pois preparam o
        terreno para que capitão ponha em ação a sua “Missão de Misericórdia”,
        ou seja, defender os fracos e oprimidos. Mas após chegar a Organia e
        encontrar um povo extremamente pacifico em um perigo que só existe
        devido ao interesse das duas potências pelo seu planeta, nosso herói,
        James T. Kirk não consegue pensar em outra coisa a não ser armar estas
        pessoas e jogá-las em um conflito que não lhes pertence. 
        Kirk
        chega a ponto de oferecer facilidades aos Organianos como forma de
        convencê-los a optar pelo lado da Federação. É claro que tanta
        benevolência só acontece por que Organia passa a ter interesse estratégico
        vital, pois ele sempre esteve lá e ninguém deu a mínima antes. 
        Neste
        primeiro momento o segmento lida com o oportunismo institucionalizado
        que tenta travestir-se de humanismo, e neste processo beira o
        assistencialismo que pretende comprar novos recrutas para suas
        necessidades. Tanto a Federação quanto seus inimigos querem Organia
        para seus interesses próprios, sendo que a diferença é que os
        Klingons são mais sinceros quanto a isto, somente. É claro que situações
        extremas às vezes requerem ações extremas, mas aqui, em nenhum
        momento Kirk tenta pelo menos entender ou enxergar algum mérito na
        firme convicção dá filosofia de não violência abraçada pelos
        nativos do planeta atrasado passa todo o tempo recriminando-os por isto,
        chegando inclusive a insultar os Organianos. Embora seja esta uma situação
        extrema não deixa de ser um péssimo exemplo para um primeiro contato
        com outros mundos. 
         Aos
        poucos a frustração se transforma em raiva e Kirk começa a sentir
        desprezo por aquelas pessoas que se recusam a reconhecer que existe
        algum valor na morte, morrer lutando por algo que se acredita. Mas e
        quando a principal crença é a crença na paz? Curiosamente o
        telespectador também acaba abraçando este sentimento anti organiano, o
        que demonstra a qualidade da trama. Chegamos a primeira mensagem, se
        assim podemos chamar, do episodio. Esta era uma pratica comum no tempo
        da guerra fria (e com certeza ainda hoje) onde EUA e URRS competiam para
        ganhar aliados para a sua causa particular, e paises como Cuba,
        Afeganistão e Vietnã (Cujo conflito estava em pleno andamento na época
        da exibição de “Errand of Mercy”, e onde as duas potências
        confrontavam a suas propostas ideológicas ao custo de milhares de
        vidas) entre outros tomaram o lugar de Armênias e Bélgicas. 
        O segmento também demonstra de forma intencional ou não que a
        Federação perfeita de Roddenberry não é tão perfeita assim,
        trazendo para a serie um tom de cinza em suas cores que muitos juram não
        existir na Série Clássica, mas que está ai para todo mundo
        ver. 
        Com
        a chegada da Frota Klingon a Organia nos somos finalmente apresentados
        ao vilão do segmento face a face. A estréia dos Klingons na Série
        Clássica foi brilhantemente realizada por John Colicos. Ele é Kor,
        o arrogante Governador Militar de Organia como ele mesmo se
        auto-intitula. Kor dá vida a um adversário implacável, violento e
        determinado, que acredita em sua superioridade e que despreza os fracos
        como os nativos do planeta. Colicos tem uma forte presença que consegue
        transmitir força em sua caracterização e apesar do estereotipo
        Klingon da Série Clássica ter sido criado sob o estigma do rufião,
        Kor consegue ser mais do que isto, graças à presença do ator que o
        encarna. Infelizmente isto expõe demais Willian Shatner que sempre que
        contracena com Colicos aparece superado pelo seu talento. Pelo menos
        aqui isto pode ser justificado pela qualidade do ator. 
        Assim
        como Kirk, Kor também se decepciona com a passividade do povo local,
        pois para uma raça que vive de batalhas nada mais frustrante que um
        inimigo que não luta, logo não pode ser vencido. Mas ele mesmo admite
        que admira Kirk e a Frota Estelar, por que vê em suas contrapartes não
        uma negação, mas um complemento. Vejam que a certa altura dos
        acontecimentos Kirk está disposto a usar de violência mesmo contra
        aqueles a quem pretende ajudar quando julga que isto é necessário.
        Anos mais tarde com a chegada de A Nova Geração os Klingons
        ganhariam vida própria e uma nova caracterização, mas em “Errand
        of Mercy” estes seres foram concebidos tão somente para mostrar
        em relevo a faceta violenta e barbara da Humanidade que deve ser
        vigiada, pois está sempre presente; prestes a emergir caso a
        oportunidade apareça.  Os
        klingons representam a força bruta com a qual a humanidade normalmente
        tenta resolver os seus problemas sem muito sucesso. 
         Uma
        vez que Kor descobre a verdadeira identidade de Kirk, ele agora precisa
        extrair algo de extrema importância. Não meras informações estratégicas,
        que ele sabe que poderá obter depois. Para isto não basta jogá-lo na
        máquina de que lê mentes e remover simplesmente informações, mas ele
        precisa vencer a tenacidade de Kirk, a convicção, enfim o orgulho, por
        isto lhe dá 12 horas, nas quais pretende que nosso herói pense em sua
        vida, tema por perdê-la e se convença de que não pode resistir. Mais
        do que isto ele precisa dobrar o inimigo, aterrorizá-lo até que este
        sinta que não há como resistir. Como Kor diz, é um jogo, que inclui
        também a satisfação pessoal de cada oponente embora haja um prêmio
        maior em disputa. 
        Pena
        que o confronto entre as personalidades de ambos seja tão breve, pois
        na maior parte do tempo o episodio insiste na temática pacifista (o que
        é bom, não entendam mal), e muito mais preocupado em analisar o
        tratamento que as duas forças antagônicas dão a questão, deixando as
        relações interpessoais em segundo plano. 
        Finalmente
        chega a hora da verdade, com Kirk e Spock agindo de acordo com seu
        treinamento, e ambas as frotas se aproximando para o confronto final.
        Entretanto os Organianos se revelam e estragam os planos dos
        contendores. Mais uma vez a Humanidade será julgada por seres avançadíssimos
        com poderes além da nossa compreensão, e uma vez mais, a Série Clássica
        reafirma ao seu publico sua mensagem contra a violência. O
        questionamento de Ayelbourne sobre o direito de Klingons e a Federação
        resolverem seus problemas na base da pancada é bastante significativo e
        chama a reflexão sobre o que tais convicções realmente representam. 
        E
        reparem que mais do que poderes além da nossa compreensão os
        Organianos tem outra característica peculiar. A idade. Outros seres
        poderosos de Jornada também tiveram como característica a longevidade,
        mas aqui há uma entrelinha que fala da importância da experiência que
        traz a sabedoria tão necessária para o crescimento pessoal. Não é à
        toa que quando Kirk pergunta a Ayelbourne pelas autoridades de Organia,
        ele é levado ao conselho dos anciões, único corpo de autoridade
        constituída no local. 
        Outros
        dois episódios estão intrinsecamente ligados a este. O primeiro é
        “Arena”, onde uma colônia da Federação é atacada fornecendo o
        pretexto para a Enterprise engajar em uma perseguição com o único
        propósito de destruir seus agressores. Quando Kirk está a ponto de
        derrotar definitivamente seu oponente, eis que uma ponta de
        “humanidade” surge fazendo com que o capitão não desfira o golpe
        fatal sobre o comandante Gorn. Naquele segmento os Metrons apenas
        observam, sem interferir, logo Kirk é dono de suas ações. Um final
        significativo pois aponta claramente para uma aposta na evolução do
        ser humano e sua capacidade de ascender enquanto raça. Já em “Errand
        of  Mercy” apenas a
        interferência dos Organianos é capaz de deter a violência. 
        A
        outra referencia seria “A Taste of Armageddon”. Notemos que
        neste episodio os papeis estão invertidos, sendo que Kirk e seus
        comandados foram os responsáveis por tirar dois povos inimigos (Vendikars
        e Eminianos) do caminho da guerra e coloca-los na trilha da cooperação
        e conseqüentemente do crescimento, abandonado em nome da guerra. Mais
        uma vez é necessária interferência externa para que o conflito seja
        solucionado. Naquela instância de Kirk e seus comandados. 
        Primeira
        Diretriz? Esqueçam definitivamente, pois a Série Clássica
        “prova” sempre que em alguns momentos pode ser que isto seja
        positivo. Talvez seja talvez não, mas isto é outra discussão.
        Fossemos fazer uma leitura dos três episódios como um conjunto, poderíamos
        facilmente concluir que a proposta da Série Clássica é mostrar
        uma humanidade capaz de dar uma no cravo (“A Taste of Armagedon”)
        e outra na ferradura (“Errand Of Mercy”), eventualmente
        precisando de uma mãozinha (“Arena”) para não fazer bobagem. Não
        deixa de ser uma visão realista, e muito interessante principalmente
        levando em consideração a época em que foi levada ao ar. 
        Como
        ressalvas temos principalmente a extensão dos poderes dos Organianos. A
        solução adotada para evitar o combate de Federados e Klingons “onde
        quer que estejam” além de improvável foi convenientemente esquecida
        posteriormente em “The Trouble with Tribbles” e “Day of
        the Dove”, isto somente para falar da Série Clássica. Tal
        decisão teve saldo positivo, caso contrário teria sido praticamente
        sepultada a possibilidade de retorno destes seres a série, mas não
        pode deixar de ser mencionada. 
        Temos
        ainda questões técnicas. A ausência de efeitos especiais condizentes
        com a proposta do episodio o enfraquece muito, e temos que nos contentar
        com uns breves disparos de feisers (ou torpedos!?) reaproveitados de
        episódios anteriores . É muito chato ouvir falar dos combates, frotas
        inimigas e da Federação somente em relatórios de situação, mesmo
        descontando as questões de orçamento e a dificuldade de realizar tais
        efeitos a época. 
        Mas
        algo muito mais difícil de disfarçar é a paupérrima caracterização
        dos Klingons. Nada, nem mesmo a necessidade de economizar alguns dólares
        desculpam a infame barbicha usada por Colicos para caracterizar seu
        personagem. Coisa lamentável. Se havia alguma intenção de relacionar
        os Klingons com o povo Mongol o tiro definitivamente saiu pela culatra.
        Felizmente anos mais tarde a volta da Série Clássica, já em
        sua versão para as grandes telas dos cinemas, daria uma melhor forma a
        uma das criações mais importantes da franquia Jornada nas Estrelas. 
        Outro
        ponto negativo é a utilização de Spock neste episodio, muito
        “robotizado” servindo apenas como apoio para Kirk, um retrocesso
        quando nos vem a lembrança à participação de Nimoy em segmentos
        como: “Galileo Seven”, “The Naked Time” e “The
        Menagerie”.  
        O
        segmento traz em resumo: uma boa trama que tematicamente desnuda uma
        faceta não tão imaculada da Frota Estelar em seus métodos e atitudes,
        a estréia dos Klingons (a raça alienígena mais presente em Jornada
        Nas Estrelas em todas as suas encarnações) na série, um imediato
        elemento moderador para o imediato conflito com tal raça, embutido nos
        Organianos, e um maravilhoso convidado na pessoa de Colicos. Um ótimo
        segmento, com grande relevância histórica dentro da marca.. 
              
            Citações: 
            
            Kirk: Of course we blew it up.
            Deliberately. 
            ("É claro que o explodimos. Deliberadamente.") 
            Trefayne: But that was violence. 
            ("Mas isso é violência.") 
            Kirk: You can fight back. Instead of sheep, you can be wolves. 
            ("Você pode lutar. Em vez de ovelhas, vocês podem ser
            lobos.") 
            Trefayne: Terrible...To destroy. 
            ("Terrível... Destruir.") 
            Kor:
            The fact is, Captain, I have a great admiration for your Starfleet.
            A remarkable instrument. And I must confess to a certain admiration
            for you. 
            ("O fato é, capitão, que tenho uma grande admiração
            pela sua Frota Estelar. Um instrumento notável. E devo confessar
            uma certa admiração pelo senhor.") 
            Kor: You of the Federation, you are much like us. 
            ("Vocês da Federação, vocês são muito parecidos
            conosco.") 
            Kirk: We're nothing like you. We're a democratic body. 
            ("Não temos nada em comum. Somos um corpo
            democrático.") 
           Kor: Come now. I'm not referring to minor ideological differences. I
            mean that we are similar as a species. 
            ("Ora, não estou me referindo a pequenas diferenças
            ideológicas. Quero dizer que somos similares enquanto
            espécies.") 
            Kor: I respect you, Captain, but... This is war, a game we Klingons
            play to win. 
            ("Eu o respeito, capitão. Mas... isto é guerra, um jogo
            que jogamos para vencer.") 
            Kirk: You expect us to trust you now? 
            ("Agora você espera que nós acreditemos em vocês?") 
            Ayelbourne: Is there really a choice, Captain? 
            ("O senhor tem alguma alternativa, capitão?") 
            Kirk: You've told us you hate violence. Unless you tell me where
            those phasers are, you'll have more violence than you know what to
            do with. 
            ("Você nos disse que odeia violência. A não ser que me
            diga onde estão aqueles phasers, terá tanta violência que nem
            saberá o que fazer.") 
           Ayelbourne: You mean you would actually use force? 
            ("Quer dizer que o senhor usaria a força?") 
            Kirk: It's entirely up to you. 
            ("Depende inteiramente de você.") 
            Kirk: What are the odds on our getting out of here? 
            ("Quais são as nossas chances de sair daqui?") 
            Spock: Difficult to be precise, Captain. I should say approximately
            7,824.7-to-1. 
            ("É difícil ser preciso, capitão. Devo dizer que são de
            aproximadamente 7.824,7 para 1.") 
            Kirk: Difficult to be precise? 
            ("Difícil ser preciso?") 
            Ayelbourne: Oh, eventually, you will have peace, but only after
            millions of people have died. It is true that in the future, you and
            the Klingons will become fast friends. You will work together. 
            ("Oh, eventualmente você terá a paz, mas só depois que
            milhões tiverem morrido. É verdade que, no futuro, vocês e os
            Klingons se tornarão amigos rápido. Vocês trabalharão
            juntos.") 
              
            Trivia: 
             
            O
            saudoso ator Canadense John Colicos, falecido em 6 de março de
            2000, também participou de outra marca famosa da ficção
            cientifica televisiva, tendo interpretado o Lorde Baltar na série
            “Battlestar Galactica”. Ele voltaria a Jornada Nas Estrelas
            em Deep Space Nine com o mesmo personagem Kor nos episódios:
            “Blood Oath” da segunda temporada (juntamente com Michael
            Ansara como o Klingon Kang, de “The Day Of The Dove” e
            William “Bill” Campbell como o Klingon Koloth de “The
            Trouble With Tribbles”, ambos da Série Clássica), “The
            Sword of Kahless” da quarta temporada, e “Once More Unto
            the Breach” da sétima temporada (neste último Kor morre, em
            um segmento que é uma grande homenagem ao personagem, sendo um dos
            últimos trabalhos profissionais do ator). 
             
             
            O
            diretor deste episódio, John Newland, foi a principal força
            criativa da série cult: “One Step Beyond”. 
            
          
        Ficha
            técnica: 
            História de
            Gene
            L Coon
              
            
            Direção de 
             John
            Newland 
            Música:
            Alexander Courage  
            Exibido em 23/03/1967  
            Produção: 27
            Elenco: 
             
            William Shatner
            
 como James Tiberius Kirk 
            Leonard Nimoy como Spock 
            DeForest Kelley como Leonard H. McCoy 
            Nichelle Nichols como Uhura 
            George Takei como Hikaru Sulu 
             
             
             
            Elenco convidado:
            
            
            
             
            John Colicos como Kor 
            Jon Abbott como Ayelbourne 
            David Hillary Hughes como Trefayne 
            Peter
            Brocco como Claymare 
            
        
            Episódio
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