Pegg diz porque não acha o filme um remake

simon.jpgO ator Simon Pegg (Scott), que sonha em escrever uma história para a franquia de Guerra nas Estrelas, acredita que o filme de Jornada não é um remake, ”Eu ouço frequentemente dizerem que Jornada é referida como um remake, o que não é na realidade”. Veja também a opinião de Orci e Kurtzman sobre o assunto.

“É um outro filme, um outro filme da série. É a missão contínua”, explicou o ator a revista Starlog. Para Pegg, a nova produção é como uma volta as raízes, “É muito mais sobre voltar ao que fizeram de bom. Isso foi o que Casino Royale e Batman Begins fizeram, eles se despiram para o começo e para o que atraiu na concepção”.

Pegg acredita que franquias de longa data, como Jornada, podem se tornar, com o tempo, inchadas e desacreditadas, “O que acontece com as coisas que duram muito tempo é que elas se tornam multiplicadas e sem seriedade. E as coisas mudam. A elas são adicionados e adicionados elementos para tentarem fazê-las melhor, mas terminam por tropeçarem nas próprias pernas, como uma paródia de si mesmas. Eu sei que existe uma certa consternação dos fãs, mas eles verão uma nova Jornada com os personagens originais. Eu não sei como não ficar muito excitado com isso. Eu estou. E a franquia está nas mãos de uma pessoa que se preocupa com isso. Nós tínhamos conselheiros no set de filmagens o tempo todo. Se precisávamos saber o que conteceu sobre uma coisa, por exemplo, se havia uma missão fora e somente uma certa quantidade de pessoas ía para lá, então quem carregava o tricorder? Nós pegávamos tudo das pessoas que realmente sabiam. E J. J. (Abrams) procurava estar absolutamente convicto para certificar-se de que era totalmente e completamente certo. Existe muito dessa coisa para os fãs. Há um pouco de ironia que você captará se conhecer a série e conhecer da mitologia”.

No entanto, o ator concorda com algumas opiniões de que o otimismo de Jornada, alvancado por seu criador, possa não funcionar no mundo conturbado de hoje, “Eu não sei. Creio que é uma pena, se isso for o caso, porque eu acho que foi o que marcou a série, quando começou. Gene Roddenberry criou essa visão de um universo integrado, que estava a frente de seu tempo. O primeiro beijo interracial na TV foi em Jornada. Eu adoro o fato de um engenheiro (Scott) ser escocês, porque a Escócia tem uma história incrível de engenheiros inovadores. Gene pintou esse lado inteligente do futuro. Desse modo, sugerir que nós ainda não poderemos chegar lá é como se estivéssemos abrindo mão dele. Então espero que não seja esse o caso”.

Como o filme terá a visão de J. J. Abrams, sua história será atual e mais realista, “Obviamente, na Jornada nas Estrelas de J.J. (Abrams) estará estampada a sua marca. Ela será contemporânea e corajosa, mas é muito Jornada. A ponte de comando (da Enterprise) era a (mesma) ponte. Era incrível. Mas, de um certo modo, não é igual a que foi construída nos anos 60. O design de produção ficou inteligentemente com um determinado tom e completamente convincente, mas ainda muito parecido com o que você esperaria”.

Mesmo com todo o otimismo em relação ao filme, Pegg disse ao site National Post que o elenco sente a responsabilidade e uma expectativa com a reação do público, mas ele está convencido de que não agradarão a todos, especialmente aos fãs mais meticulosos e detalhistas.

A respeito de seu personagem, Pegg disse como procurou interpretá-lo sem imitar o ator original, “James Doohan (ator original) é o dono do personagem e sempre será. Scott é rico em detalhes e interessante. Não é como Hamlet (que teve várias interpretações), houve apenas um Scott. A única coisa que eu poderia fazer para prestar um tributo a ele era tentar me aproximar do personagem do ponto de partida e tentar descobrir a mesma coisa que ele fez quando pegou o script pela primeira vez. Não quero fazer uma imitação dele, que seria um desrespeito não apenas a James, como também a franquia e a série. Assim, como todos, eu voltei as raízes do personagem e todos nós fizemos nossa atuação em cima disso. Eu creio que Zachary Quinto, como Spock, teve de estudar o personagem de Nimoy um pouco mais porque ele é um personagem específico e também porque Nimoy está no filme, de modo que tem de haver essa similaridade. Mas para o restante de nós, apenas pegamos da descrição do personagem”, disse ao site Hardcore Nerdity.

Os roteiristas do filme, Roberto Orci e Alex Kurtzman estiveram presentes no programa Life After Film School da emissora Fox, onde falaram entre outras coisas sobre o filme de Jornada e sua relação com o cânon. “Nossa versão de Jornada não é exatamente um prequel”, disse Orci, “É isso de algum modo, mas você terá de vê-lo para classificá-lo exatamente. O cânon, que é uma palavra inventada por Jornada, significa situar-se dentro da continuidade desse quebra-cabeça de 40 anos. Mas ficou maravilhoso quando voltamos a olhar Jornada, onde ninguém havia feito a história sobre como a tripulação original se reuniu”.

Kurtzman: “Como isso é possível?”, respondeu Orci, “Existem 5.000 horas de Jornada e nenhuma abordou como eles todos se encontraram. Assim, esse caminho estava livre, já que ninguém estabeleceu como isso aconteceu exatamente. E também porque temos sido verdadeiramente fãs e que sabíamos que todos esses anos sentados em frente da TV assistindo TransformersJornada não seria um tempo em vão. Foi intimidante, mas imaginávamos que se não pudéssemos fazer isso, ninguém poderia (risos). Não, não foi exatamente isso. Foi como se tivéssemos sido chamados ao dever e que não poderíamos covardemente recuar apenas porque a franquia tinha 40 anos”.

“Eu acho também que tanto quanto intimidante, foi devido aos fãs radicais e tem sido 40 anos de regras que você não pode reescrever”, disse Kurtzman continuando, “O que nos compeliu a fazer isso é que é raro termos em mãos uma franquia que amávamos quando crianças. Primeiro, que ficamos amedrontados, mas não era porque não achávamos que esse trabalho não fosse dígno, e sim porque nós não nos achávamos dignos para ele. Depois vieram os pensamentos de que se vamos fazer isso, o que nos fez adorar essa série, nos inspirarmos quando crianças e como trazer esse sentimento de volta. No final das contas era muito sobre Kirk e Spcok e a tripulação da ponte. E o que nos levou a enfrentar o medo e a excitação dessa oportunidade é que isso, provavelmente, aparece uma vez em nossa vida”, finalizou.

Fonte: Trek Movie, TrekWeb e TrekToday.