O site SpaceRef.com reportou que a cientista chefe da equipe de imagens do projeto Cassini, que pesquisa o planeta Saturno, Carolyn Porco, é a mais nova contratação da produção de J.J. Abrams para consultoria técnica do filme de Jornada nas Estrelas. Carolyn ficará responsável pelas imagens planetárias nos efeitos especiais e nos dados astronômicos. Ela falou ao site the Trek Movie sobre a importância de seu trabalho para o filme.
Além de fazer parte do projeto Cassini, Carolyn é frequentemente convidada para palestras e bate papos nos programas de rádios e TVs, cujos assuntos envolvem a exploração espacial, astronomia e a ciência de um modo geral. Seu trabalho no filme de Abrams será o de mostrar artisticamente a realidade e a beleza do espaço em suas dimensões reais. Mas Carolyn não está exercendo essa função pela primeira vez, ela já foi consultora técnica do filme “Contato”, com Jodi Foster e do especial para TV sobre o 25º ano de aniversário da missão Voyager, intitulado “Cosmic Jorney”.
Ao comentar a respeito da contratação de Carolyn, J. J. Abrams disse que esteve presente em 2007 numa conferência sobre tecnologia, entretenimento e design, onde ela fazia uma palestra. O diretor ficou tão impressionado com o trabalho da cientista, que sentiu que ela seria a pessoa certa para guiar a produção na construção dos efeitos especiais. “Carolyn e sua equipe produziram imagens que são simplesmente espantosas. Estou entusiasmado em ver que ela poderá ajudar nossa produção para a criação de uma autêntica visão do espaço”, disse Abrams acrescentando, “Algo que imersa nossa audiência numa experiência visual tão impressionante quanto as câmeras de Carolyn têm capturado”.
Carolyn ainda não iniciou seus trabalhos de assessoria técnica do filme, mas é sabido que ela trabalhará diretamente com Roger Guyett, o supervisor de efeitos especiais. “Todos estão muito animados com o envolvimento de Carolyn. Seu inacreditável conhecimento e especialidade no assunto é obviamente algo que nós iremos aproveitar. Além do sensacional sistema de imagens que ela traz como colaboração, que nos inspirará a criar algumas imagens impressionantes para o nosso filme”, disse Guyett.
Em entrevista ao site The Trek Movie, Carolyn Porco falou um pouco a respeito do que sabe da franquia, dizendo não ser uma autêntica trekker, “Eu nem poderia dizer quando Kirk nasceu”, brincou a cientista, “Mas sou parte do grupo original. Eu era jovem quando a série surgiu, mas assisti a Série Clássica já nos anos 60. Eu assistia, de vez em quando, A Nova Geração e gostei muito. Também vi o melhor dos dez filmes anteriores”.
A consultora técnica disse acreditar que a produção do novo filme de Jornada fará os efeitos especiais mais exatos quanto possível, mas observa que no caso específico da iluminação no espaço não há como fazê-lo real sem prejudicar o visual das cenas, “Nós mesmos tivemos de fazer isso com nossas imagens no site do Cassini. Você não tem nenhum problema em ver estes objetos com seus olhos”, disse em relação a mudança de tonalidade para torná-los mais visíveis, “Mas se você for realmente mostrar isso, do modo como você olha se estivesse no espaço, o brilho seria muito menor, já que a luz do Sol em Saturno é centena de vezes menor. Então existem algumas circunstâncias para se fazer a coisa com viabilidade, que você viole algumas regras. É claro que trazer a realidade para uma tela de duas dimensões, você teria de violar em algum grau. Isso é apenas como as coisas funcionam. Tem sido assim nos filmes de Hollywood, tem havido violações mais extremas que essas. Do que eu tenho visto por aí, creio que essa equipe de produção irá mais longe em tentar fazer a coisa tão exata quanto possível”.
E com relação ao som no espaço? “Ahh, eu não posso dizer nada porque eu não sei, mas é o tipo de questão que provavelmente será debatido. Você se lembra de “2001, Uma Odisséia no Espaço”, que, em minha opinião, é o melhor filme de ficção científica já produzido? Não teve qualquer som no espaço. O diretor Stanley Kubrick queria fazer um filme cientificamente tão preciso quanto possível. Eu devo ter visto esse filme de quinze a vinte vezes, mas ele foi mais um filme cult. Então eu poderia argumentar que não ter som no espaço não é financeiramente uma boa decisão”.
Ela disse que ainda não tem conhecimento do projeto de Abrams, mas acredita que seja algo diferente do que foi feito antes, “Eu tenho uma sensação de que tudo que vi e ouvi sobre o filme é que a produção de Jornada será algo muito diferente”.
Agradecimentos ao colega Fred Melo pela informação.