TAS 1×14: The Slaver Weapon

Um antigo artefato de uma civilização perdida ameça a paz galáctica

Sinopse

Data estelar: 4187.3

A bordo da nave auxiliar Copernicus, Spock, Uhura e Sulu viajam para a Base Estelar 25 com uma importante carga: uma caixa de estase dominariana encontrada por arqueólogos no planeta Kzin. Dentro dessas caixas o tempo não passa, milhares de anos não possuem nenhum significado. Os dominarianos foram mestres de todas as criaturas inteligentes da galáxia há um bilhão de anos, até uma raça sob seu jugo se rebelar. As caixas de estase são a única relíquia de um tempo apagado por essa civilização antiga.

O artefato começa a brilhar quando a Copernicus passa por Beta Lyrae. O brilho indica que há uma outra caixa nas redondezas. Spock ordena que Sulu altere o curso da nave para investigar o sistema planetário. Os conteúdos das caixas são maravilhas de uma ciência esquecida e permitiram avanços tecnológicos como o campo de gravidade artificial e a bomba desintegradora. Por esse motivo, as caixas estão sob a jurisdição da Frota Estelar, sendo manuseadas apenas por especialistas.

A Copernicus pousa em um planeta gelado. Enquanto buscam a segunda caixa, Spock, Uhura e Sulu são atacados e atordoados com feisers pelos kzintis e levados como prisioneiros à sua nave, escondida no subterrâneo. De acordo com o Tratado de Sirius, os kzintis não podem possuir nenhuma arma, exceto em naves policiais.

Um dos kzintis, um ser magro e sujo, é capaz de ler mentes. Os telepatas da raça são neuróticos e infelizes. De acordo com Spock, os captores ignorarão a presença dele e Uhura por considerarem vegetarianos e mulheres formas inferiores. Para impedir a invasão telepática contra Sulu, Spock sugere que o tenente evite pensar em alimentos de origem animal. Uhura deve permanecer quieta e evitar assustar os kzintis pois suas fêmeas são seres irracionais. Ocultar a inteligência da tenente pode oferecer uma oportunidade de escape para o grupo.

O líder kzinti, capitão Chuft, ordena que Sulu se identifique. Ele não tem nenhum interesse em Spock, um vulcano comedor de raízes e folhas. Chuft e seus companheiros roubaram a nave de guerra Garra do Traidor.

A caixa encontrada pelos kzintis está vazia e foi usada como isca para atrair a Copernicus ao planeta, uma vez que a única forma de localizar um desses artefatos é com o auxílio de outro. Eles esperam encontrar alguma arma de grande poder. Sulu lembra que os kzintis lutaram quatro guerras contra os humanos, a última há duzentos anos, e perderam todas, sem ter aprendido nada. Chuft não se impressiona com o discurso e diz que nem ele e nem seus homens provaram carne humana, como foi feito por seus ancestrais.

Os kzintis buscam uma arma que derrotará os humanos e a Federação. Trabalham para seu governo em uma nave policial roubada, a Garra do Traidor, fingindo ser independentes. Em caso de captura, o Alto Kzin negará qualquer envolvimento. Mas se forem bem-sucedidos em sua missão, os humanos e o vulcano serão carne em sua mesa.

Com o auxílio de um raio de energia, os kzintis conseguem abrir a caixa de estase. Encontram uma imagem de uma criatura reptiliana. Caso se trate de um dominariano, seria a primeira visão da espécie. Também descobrem um pedaço de carne, fresca mesmo após um bilhão de anos. O último item na caixa é um aparelho de cor verde que se parece com uma arma.

O telepata kzinti consegue ler a mente de Sulu com dificuldade e pede a seu capitão que não leia a mente de Spock, um herbívoro pacifista, e de Uhura, “apenas” uma fêmea. Cada leitura de mente demanda um tempo de recuperação.

Spock e os demais são levados à superfície, presos a uma teia de energia, para que o capitão Chuft teste a arma dominariana. Eles começam verificando a carne e constatando que é venenosa. O primeiro teste com a arma parece não produzir efeito. Ao pressionar botões aleatoriamente, o dispositivo alienígena altera sua forma e função, sendo transformado em um tipo de telescópio, um laser de baixa potência e um propulsor miniatura, que ao acionado causa um acidente rompendo o traje do telepata. Uhura aproveita a situação e tenta escapar, mas é atordoada com um disparo de feiser.

Com Uhura recapturada, os kzintis testam uma nova configuração da arma e não percebem que ela produz um campo de energia que neutraliza os efeitos da teia onde os agentes federados estão cativos, a oportunidade perfeita para escaparem. Uhura e Sulu correm em direção à Copernicus, equanto Spock ataca o capitão kzinti e toma a arma dominariana; contudo, Uhura é recapturada.

O ataque de Spock contra Chuft foi uma afronta a sua honra, derrubado por um devorador de folhas e raízes. O kzinti se sente humilhado e portanto não contatará o planeta Kzin solicitando auxílio. Antes de pedir ajuda, ele tentará se vingar. Entretanto, os alienígenas ainda mantêm Uhura prisioneira e tentarão negociá-la para reaver a arma. Observando as configurações do artefato dominariano, Sulu deduz que foi utilizado por um espião e deve haver uma função de autodestruição escondida.

A Garra do Traidor decola e contata Sulu, propondo uma negociação: Uhura pela arma e Spock. Sulu recusa a oferta.

Enquanto procura a configuração de autodestruição, Sulu descobre uma arma de grande potência, capaz de converter matéria em energia a uma grande distância. Esse artefato não pode cair nas mãos dos kzintis. O disparo produz uma onde de choque de tamanha força que atordoa Spock e Sulu.

O vulcano e o tenente são recapturados pelos kzintis, que tentam inutilmente descobrir a configuração do raio conversor. Os vilões descobrem uma função que os assusta: seu povo possui lendas de armas assombradas por seus donos. Na verdade, trata-se de um pequeno computador pensante. Os kzintis tentam obter informações do computador, mas este recusa-se sem as devidas senhas de acesso. Contudo, o computador dá instruções sobre como ativar o raio de conversão.

Os kzintis deixam a Garra do Traidor para testar a arma. Contudo, pensando ainda estar em guerra e desconfiando ter sido capturado por forças inimigas, o computador fornece a configuração errada e ao disparar a arma, o dispositivo explode, abrindo uma cratera no chão e destruindo parte da nave. Apenas o telepata sobrevive.

Com os kzintis mortos, a Copernicus retoma seu curso em direção à Enterprise.

Comentários

Um episódio curioso e atípico. “The Slaver Weapon” se passa totalmente a bordo da Copernicus, da Garra do Traidor e do planeta alienígena. Em nenhum momento vemos a Enterprise, sendo a única ocasião que isto ocorreu na Série Clássica, Animada e nos filmes com o elenco original. A nave aparece apenas na sequência dos créditos. Também não participam da aventura o capitão Kirk, o doutor McCoy e Scott, apesar de o ator James Doohan fornecer a voz dos kzintis.

Atípico também é o ritmo da narrativa. Uma das críticas à Série Animada é a lentidão no desenvolvimento dos plots. Aqui, o ritmo é ainda mais lento, com longas tomadas onde nenhuma ação dramática é desenvolvida. Mesmo assim, é uma aventura interessante e elogiada por muitos críticos.

Outro ponto incomum é a morte dos kzintis. A única a aparecer em tela durante toda a série.

Dorothy Fontana era uma grande fã do trabalho do escritor Larry Niven, autor da série literária Ringworld, iniciada em 1970. Gene Roddenberry sugeriu que Niven adaptasse sua história “The Soft Weapon”, um conto publicado pela primeira vez na edição de fevereiro de 1967 da revista It.

No conto original, Nessus volta de uma missão diplomática em uma nave de passageiros do casal Jason e Anne Marie Papandreou, trazendo consigo uma caixa de estase thrint. Eles são atraídos para Beta Lyrae por uma armadilha dos kzintis. Na nova versão, Nessus tornou-se Spock; Jason, Sulu e Anne Marie, Uhura.

“The Soft Weapon” foi a segunda ideia apresentada por Niven para a produção da Série Animada. A primeira, rejeitada, tornou-se a história “The Borderland of Sol”, publicada em janeiro de 1975 na Analog. Ambas narrativas fazem parte da série Known Space.

Avaliação

Citações

“These statis boxes are the most remarkable thing the Slavers ever produced. Time stands still inside a stasis box. A billion years means nothing there.”
(Estas caixas de estase são a coisa mais incrível que os dominarianos já criaram. O tempo fica parado dentro de uma caixa de estase. Um bilhão de anos não significa nada dentro dela.)
Spock

“Mr. Spock, if it takes a statis box to find another statis box, how did anyone ever find the first one?”
“As with a number of discoveries, purely by accident, Lieutenant.”
(Sr. Spock, se precisamos de uma caixa de estase para encontrar outra como é que a primeira delas foi encontrada?)
(Como ocorre com várias descobertas. Por puro acidente, tenente.)
Sulu e Spock

“The Kzinti fought four wars with humankind and lost all of them. The last one was 200 years ago, and you haven’t learned a thing since.”
“Guard your speech. None of my crew has yet tasted human meat as our ancestors did. We would welcome the opportunity.”
(Os kzintis lutaram em quatro guerras com os humanos e perderam todas. A última foi há 200 anos, e não aprenderam nada desde então.)
(Economize sua saliva. Nenhum dos meus tripulantes experimentou a carne humana como nossos ancestrais. Nós gostaríamos de ter a oportunidade.)
Sulu e Chuft

“You have observed the aliens. Can you read their minds?”
“I can read Sulu, with difficulty, Chuft Captain. The other human is only a female. The third is a pacifistic herbivore. Surely you would not force me to delve such minds.”
“If it is necessary.”
(Você observou os alienígenas. Consegue ler a mente deles?)
(Consigo ler a de Sulu, com dificuldade, capitão Chuft. A outra é só uma fêmea. O terceiro é um herbívoro pacifista. Não me forçaria a penetrar essas mentes, certo?)
(Se for necessário.)
Chuft e Telepata

“They think very little of you.”
“Wrong. They don’t think much of you.”
(Eles não ligam para você.)
(Errado. Não acham que você valha a pena.)
Chuft e Uhura

Trivia

  • Esse foi o 11º episódio produzido para A Série Animada e o 14º exibido.
  • William Shatner não estava disponível para as gravações do episódio, mas o rosto do capitão Kirk é visto como sendo o de Sulu.
  • Por muitos anos circulou o boato que a nave e os uniformes kzintis eram rosa porque o diretor Hal Suherland seria daltônico, mas o fato foi desmentido por Bob Kline, designer da Filmation.
  • Manny Coto planejava apresentar os kzintis na quinta temporada de Enterprise.
  • Os kzintis foram mencionados por William Riker no episódio “Nepenthe” de Picard.
  • Um alferes kzinti serviu a bordo da USS Cerritos em Lower Decks.
  • O episódio foi adaptado por Allan Dean Foster no livro Star Trek Log Ten, publicado pela Ballantine Books em janeiro de 1977.

Ficha Técnica

Escrito por Larry Niven (adaptado do conto “The Soft Weapon”)
Direção de Hal Sutherland

Exibido em 15 de dezembro de 1973

Título em português: “A Arma”

Elenco

William Shatner como James T. Kirk (apenas nos créditos)
Leonard Nimoy como Spock
DeForest Kelley como Leonard McCoy (apenas nos créditos)
George Takei como Hikaru Sulu
Nichelle Nichols como Uhura
Majel Barrett como Chirstine Chapel (apenas nos créditos)/computador dominariano
James Doohan como Montgomery Scott (apenas nos créditos)/capitão Chuft/telepata/Flyer

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Edição e Revisão Ricardo Delfin

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