Chegou ao fim a série Star Trek: Discovery com suas cinco temporadas. Vários personagens se destacaram, além da protagonista Sonequa Martin-Green. No começo da série, o kelpiano Saru, interpretado por Doug Jones, foi mostrado como um rival de Michael na ponte da USS Shenzhou, mas o personagem apresentou evolução, adicionando profundidade a dinâmica do programa e sendo um dos mais queridos dos fãs.
O site TrekMovie conversou com Doug Jones sobre seu trabalho em Star Trek e o que espera deixar como legado para os fãs.
Faltou algo para explorar no personagem?
Nas temporadas anteriores, quando me perguntaram o que eu gostaria de ver para Saru, eu sempre mencionei o romance. Sempre quis ver um relacionamento para Saru. E, então, quando T’Rina apareceu na terceira temporada eu pensei, “Ok, espero que isso se transforme em alguma coisa”, porque funciona para mim. E Tara Rosling, que interpreta T’Rina, pensou a mesma coisa. Então, na 5ª temporada estamos noivos e prestes a nos casar. Mas sim, esse relacionamento é a coisa mais satisfatória para mim. Quando se trata da parte de ficção científica, isso é emocionante e divertido, mas para mim, pessoalmente, o romance sempre me conquistará, sempre.
O legado de Saru
Ah, meu Deus. Sim, é difícil para mim falar. Aproximei-me de Saru com toda a humildade do mundo. Eu me sinto muito, muito sortudo por poder interpretá-lo. Os escritores foram maravilhosos comigo e com o personagem. Disseram-me no início da série que eu seria o Spock desta série. Não um Vulcano, é claro, mas nesse tipo de posição dentro do elenco e da tripulação da Discovery. Eu seria o cara engraçado na ponte, mas com mais emoção do que Spock, é claro, mas também com uma influência calmante, uma influência muito inteligente, um tipo de influência de mentoria com os membros mais jovens da tripulação da Discovery. Então, acho que gostaria de deixar esse legado.
E o que eu já vi no fandom por aí é uma relação com Saru, vindo de suas ansiedades e medos e do que ele vivia como um Kelpiano em seu planeta natal, Kaminar, com os Ba’ul sendo uma espécie predadora que controlava os Kelpianos. Então, veio a libertação de Saru que ele percebeu quando estava sozinho na nave, longe do governo dos Ba’ul. Ele passou pelo Vahar’ai e descobriu: vou superar isso sem medo agora, isso foi apenas na minha adolescência. Acho que isso foi libertador para muitas pessoas que lidam com a ansiedade e o medo na vida real. Assistir Saru certamente foi para mim, porque vivi minha própria ansiedade ao longo dos anos. Medo do desconhecido, lidei com isso durante toda a minha vida. Saru passou por muito crescimento e mudanças pessoais. E o mundo ao seu redor não mudou tanto, mas sua reação a isso sim. Acho que é uma lição que todos podemos tirar. E espero que seja esse o legado que quero deixar, é que a nossa atitude e a nossa reação ao que nos rodeia, temos o controle disso. Não temos controle sobre o que chega até nós, mas temos controle sobre como reagimos a isso.
Participação em Starfleet Academy?
Bem, lembre-se de que a série começou com Saru como oficial científico na nave Shenzhou. Então eu acho que estaria em algum lugar nas ciências. Ele fala 94 idiomas, se bem me lembro do número. E há também a sua resolução de problemas e diplomacia, superando conflitos com uma resolução diplomática e pacífica. Então, ciência, linguagem, resolução de problemas e diplomacia. Esses são seus pontos fortes.
Série Comando Espacial
Um dos antigos trabalhos de Doug Jones finalmente será lançado. Trata-se de “Space Command”. Esta série independente de ficção científica foi inspirada em Star Trek. O elenco apresenta várias celebridades da franquia como Doug Jones, Robert Picardo (Voyager), Armin Shimerman (Deep Space Nine), Faran Tahir (filme Star Trek 2009) e a falecida Nichelle Nichols (Série Clássica). No elenco também temos estrelas de Babylon 5, como Bill Mumy, Bruce Boxleitner e a falecida Mira Furlan. Doug Jones faz o papel de um androide.
Space Command ou Comando Espacial foi escrito, dirigido e produzido por Marc Scott Zicree (roterista de “First Contact” de A Nova Geração e “Far Beyond the Stars” de Deep Space Nine). Uma ideia antiga desde 2012, iniciada com duas campanhas Kickstarter para arrecadação de fundos. Seu conceito para a série era fazer algo mais parecido com Star Trek, em reação à ficção científica sombria e distópica do início dos anos 2000. A série está prevista para ter 12 episódios e aguardava por estes anos sua venda para algum dos serviços de streaming. Agora “Space Command: Redemption”, o piloto de duas horas, pode ser visto gratuitamente no serviço de streaming on demand Tubi, com mais episódios da série em andamento.
Você pode acompanhar o status da série em seu site oficial spacecommand-theseries.com ou pelo facebook.
As cinco temporadas de Star Trek: Discovery estão disponíveis na Netflix.
Fonte: TrekMovie
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