A Skydance Media fez nesta segunda-feira (4) o anúncio da equipe de executivos que vão assumir postos no conglomerado de mídia resultante da fusão entre a Paramount Global e a Skydance, finalmente autorizada pelo governo americano depois de se livrar de pendências regulatórias de uma maneira bastante polêmica. A fusão passa a ter efeito a partir de quinta-feira, 7 de agosto.
A lista divulgada inclui:
- David Ellison, CEO
- Jeff Shell, Presidente
- Andy Gordon, Diretor de Operações e Estratégias Corporativas
- George Cheeks, Diretor para divisão de cabo e TV linear
- Dana Goldberg, Co-Líder da Paramount Pictures e Líder da Paramount Television
- Josh Greenstein, Co-Líder da Paramount Pictures e Vice-Líder de Plataformas
- Cindy Holland, Líder da divisão de mídia direta ao consumidor (streamings)
- Stephanie Kyoko McKinnon, Advogado Corporativo e Relações Jurídicas
- Jim Sterner, Líder de Recursos Humanos
- Melissa Zukerman, Líder de Relações Públicas
Da equipe anunciada, os que provavelmente terão maior poder de decisão sobre todas as coisas referentes a Star Trek enquanto propriedade intelectual devem ser Dana Goldberg e Josh Greenstein. Dana Goldberg tem a posição de liderança no braço de produção televisiva, e compartilha essas mesmas responsabilidades no braço de produção de cinema com Josh Greenstein, que por sua vez também participa da divisão de plataformas.
Além deles dois, certamente George Cheeks e Cindy Holland devem ter influência, uma vez que lideram as divisões onde o material produzido pelas divisões de Goldberg e Greenstein serão distribuídos, como os canais de TV aberta, os de cabo e o streaming.
Dana Goldberg tem experiência e crédito de produção de diversos filmes nos quais a Skydance trabalhou, como vários filmes na franquia Missão Impossível, além também de filmes como World War Z, The Tomorrow War, Top Gun: Maverick, e séries como Foundation e Altered Carbon. Ela não é estranha a Star Trek, tendo participado dos filmes Star Trek Into Darkness e Star Trek Beyond (os dois foram cofinanciados pela Skydance, em parceria com a Paramount Pictures, e produzidos pela Bad Robot, de J.J. Abrams).
Josh Greenstein não é estranho aos estúdios Paramount, tendo sido Diretor de Marketing do estúdio até 2014, quando saiu para ser Presidente da Sony Pictures. Portanto, é um nome acostumado à tarimba de liderar um estúdio. Embora tenha filmes como Ghostbusters: Afterlife e Once Upon a Time in Hollywood em seu currículo, certamente também teve participação na tentativa da Sony Pictures de conseguir na marra criar um universo cinematográfico de um pedaço de direitos sobre personagens da Marvel relacionados apenas ao Homem-Aranha, ainda que a divisão de animação tenha tido mais sucesso nessa seara.
Em termos práticos, o que isso pode significar para a franquia? Certamente esses novos produtores vão desejar reavaliar a direção criativa da atual terceira era televisiva de Star Trek, o que pode ou não incluir a manutenção da direção criativa atual, com as equipes que conduzem a produção de Strange New Worlds e Starfleet Academy sob a liderança da produtora Secret Hideout, de Alex Kurtzman.
Strange New Worlds já teve o seu encerramento anunciado, provavelmente como forma preventiva de fazer um pouso controlado e evitar um eventual cancelamento abrupto na transição entre gestões. Já Starfleet Academy tem duas temporadas garantidas (a segunda começa a ser filmada ainda neste ano), mas uma série tão nova assim sempre tem futuro muito incerto em reorganizações desse tipo. Quanto a projetos ainda em estágio inicial de desenvolvimento, como a série de Tawny Newsome que seria uma sitcom live-action, o desfecho é ainda mais imprevisível.
Como o time que entra tem maior aproximação com as produções cinematográficas da chamada linha do tempo Kelvin, com Dana Goldberg tendo participado da produção de dois deles, isso pode sugerir a possibilidade de uma coordenação mais próxima de produções de cinema e de TV da franquia, algo que sempre foi compartimentalizado até demais dentro da antiga Paramount, o que acabou sacrificando oportunidades criativas.
Fontes: Deadline, The Wall Street Journal
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