Guia de episódios

STAR TREK II:
THE WRATH OF KHAN

1982



 









 


      
Sinopse comentada
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       O Melhor dos Tempos

 



James Horner é o compositor de cinema mais controvertido da atualidade, mas o fato é que muitas de suas trilhas sonoras possuem qualidades legítimas, e indiscutivelmente ele é um profissional que compõe músicas que enriquecem sobremaneira os filmes a que servem.

O momento decisivo na carreira do compositor chegou em 1982, quando a Paramount estava para lançar a aguardada primeira seqüência do controvertido "Jornada nas Estrelas: O Filme" (1979). Depois de despender 40 milhões de dólares no primeiro filme, o estúdio decidiu economizar e liberou apenas ¼ daquele valor para "Jornada nas Estrelas II: A Ira de Khan".

O aperto orçamentário não permitiu a presença, na equipe técnica do filme, de muitos nomes famosos – e portanto caros. Mas a escolha dos profissionais não pôde ser mais acertada, a começar pelo diretor e roteirista Nicholas Meyer, que dirigira em 1979 a interessante ficção-científica "Um Século em 43 Minutos". 

Para a música, Jerry Goldsmith, que compusera a famosa partitura de "O Filme", era caro demais, e o então praticamente desconhecido Horner, que compusera scores de qualidade para filmes “B” como "Humanóides das Profundezas" e "Mercenários das Galáxias", foi escolhido.

Segundo Horner, Nicholas Meyer contratou-o para fazer uma trilha mais acústica, com um senso de aventura em alto-mar, e indiscutivelmente teve sucesso nessa empreitada. Horner não titubeou em descartar o famoso tema criado por Goldsmith para o filme anterior, substituindo-o por um novo de sua autoria, ao qual agregou a introdução da música da série de televisão, de Alexander Courage.

Este vibrante “Main Title”, dedicado ao almirante Kirk e à sua nave, Enterprise, é o motivo propulsor do score: nele as dinâmicas orquestrações de cordas, metais e percussão são traduzidas pela orquestra de 94 instrumentos em uma interpretação acima da média. Outro tema importante é aquele dedicado ao vilão Khan, ouvido pela primeira vez na 2ª faixa do CD, "Surprise Attack". É um motivo ameaçador, que inicia em tom baixo para logo em seguida ser interpretado em alto volume pela orquestra, notadamente nos confrontos da nave de Khan, a Reliant, com a Enterprise.

Sendo a trilha que impulsionou a carreira de Horner, "A Ira de Khan" contém um grande número de "Hornerismos" que se repetiriam em trabalhos subseqüentes (por exemplo, as fanfarras que são quase idênticas às de "Krull", "Rocketeer" e outros filmes...), agregados a composições extremamente criativas. Como se vê é uma partitura enérgica e voltada à ação, que enfatiza as memoráveis batalhas "navais" entre as duas naves estelares (“Surprise Attack”, "Kirk´s Explosive Reply”), com alguns momentos contemplativos e líricos onde ouvimos o terceiro tema principal, dedicado ao capitão Spock. 

Introduzido na terceira faixa, "Spock", ele será plenamente desenvolvido pela orquestra em “Epilogue/End Title”, quando nos é revelado que o esquife do vulcano repousa intacto no planeta Gênesis.

Em “Battle In The Mutara Nebula” o compositor cria efeitos de eco interessantes para metais e sopro, e faz referência à trilha de Goldsmith ao utilizar o “Blaster Beam”, instrumento de percussão metálico que em "O Filme" representava a nuvem alienígena. De um modo geral, a partitura de "A Ira de Khan" captura a visão militarista/naval do diretor Meyer para Jornada nas Estrelas, transmitindo um senso “náutico” que forma uma ótima coreografia com os visuais.

Reparem na cena da Enterprise zarpando da doca espacial: Horner, com sua música, nos faz sentir como se estivéssemos assistindo à partida de um navio pirata comandado por Errol Flynn... Em suma, "A Ira de Khan" pode não ser melhor que o trabalho anterior, de Goldsmith, mas sua grandeza épica a coloca entre as melhores trilhas de Jornada nas Estrelas

A edição em CD da gravadora GNP Crescendo (09 faixas, 44:54 minutos de duração), lançada em 1990, inclui a voz de Leonard Nimoy citando as famosas palavras "Espaço, a Fronteira Final..." entre o epílogo e os créditos finais. Horner retornaria à série mais uma vez em 1984, para "Jornada nas Estrelas III: À Procura de Spock". Mas como que para dar razão aos seus críticos (que o acusam de reaproveitar grandes porções de seus scores anteriores em novos trabalhos), o compositor criou uma partitura “requentada”, com pouco material novo e o uso dos temas de "A Ira de Khan" com poucas alterações.