Star Trek: Prodigy estreia na próxima semana, dia 28 de outubro pelo Paramount+ dos EUA. A série animada também chegará, pelo mesmo streaming, ao Brasil, bem como a toda a América Latina, mas não há confirmação se acontecerá no mesmo dia da estreia americana. A atriz Kate Mulgrew tem uma participação especial na série, no papel do holograma da capitã Kathryn Janeway.
Falando para o TrekMovie, durante a New York Comic Con, Mulgrew comentou sobre a importância do personagem na forma de um holograma.
Mulgrew começou dizendo que o holograma de Janeway está lá para fins de orientação, mas você entenderá, durante os episódios, que ela os está liderando de uma maneira inesperada.
Acho que não tenho permissão para dizer como é isso, seria um spoiler. Basta dizer que o holograma é muito parecido com a Capitão Janeway e tem muitos de seus traços, e todos os seus tipos de qualidades. E as crianças respondem a essas qualidades. Portanto, não é como se eles estivessem respondendo a algum tipo de máquina.
É muito mais uma colaboração. E é uma relação muito sentida que ela tem com essas crianças. Caso contrário, eles não ouviriam, certo? Que criança escuta um adulto que está gritando com eles, ou os repreendendo severamente ou simplesmente dizendo a eles o que fazer? Uma criança ouve quando o adulto está interessado nela. E é isso que o Holograma Janeway é com todas essas crianças.
Para a atriz, ver o holograma de Janeway apenas como um software educacional seria inútil para a história, e para uma boa expressão de Star Trek ela deve esta plenamente viva.
Ela deve ser dotada de vitalidade, de coração e de grande capacidade de ternura e afeto. Também discernimento. Ela gosta mais de alguns do que de outros. E responde a alguns mais positivamente do que a outros e vice-versa. Portanto, não há nada clínico sobre este holograma, nem funcionaria se fosse assim. Tem que estar vivo. E ela está muito, muito viva. Não seria interessante para mim como dublador. Por que eu faria isso? Tem que ressoar. Tem que ter todas as nossas qualidades humanas, é claro.
Bem, ela é animada [risos]. É uma diferença distinta da Janeway humana. Ela não sou REAL nesta série. Mas todas as características e todas as virtudes e algumas das falhas da Janeway estão em evidência. A Janeway essencial está lá. Esse é o ponto principal. Isso é o que é tão provocativo, e o que provará ser tão evocativo sobre esta Janeway. Ela incorpora o que era real e está dando a esse grupo algo por meio de um gênero que não é real. Então, é uma espécie de prestidigitação extraordinária, se você quiser entender desse modo.
Mulgrew já fez trabalho de voz em animação antes (Infinity Train, Batman: A Série Animada), e dar voz a um personagem que já interpretou foi fácil, deliciosamente e refrescante fácil, na opinião da atriz.
O que é um presente maravilhoso, depois de ter trabalhado tanto por sete anos para criar a verdadeira Capitã Janeway. Tê-la assim no bolso e ter ela brotando com tanto entusiasmo e vivacidade me agrada muito. É um prazer. E neste momento – 26 anos depois – deve ser nada menos que um prazer.
Perguntada se deu alguma contribuição para o design animado do holograma, disse que ela e a produção estavam em uma colaboração próxima, já que seria fácil errar, mas suas características físicas ficaram exageradas propositadamente para atrair a atenção das crianças.
Dee Bradley Baker, Kevin Hageman, Ben Hibon, Kate Mulgrew, Dan Hageman, Brett Gray e Rylee Alazraqui.
Esses animadores fizeram isso lindamente. Para que os olhos fiquem um pouco realçados, o próprio rosto fica um pouco encurtado, um pouco quadrado, a boca fica mais fácil. As crianças precisam responder aos olhos, à boca. Cada centímetro e passo do caminho, desde o cabelo, que você sabe, foi diabolicamente difícil para a verdadeira Janeway. E esses caras – Kevin e Dan Hageman – são ótimos para se trabalhar.
Existe um gênio na animação que eu mesmo não tinha pensado. E fazer parte disso está me ensinando que é uma forma de arte muito rara e excelente. É um trabalho artesanal que tenho que dar um passo para trás e dizer “Uau”. São homens que não são apenas incrivelmente inteligentes e muito talentosos, mas que podem, de alguma forma, entrar na imaginação de uma criança de seis anos e produzir o diálogo que estaria de acordo com essa personalidade. É maravilhoso fazer parte disso. Eu estou aprendendo.
Mulgrew precisou de um tempo para avaliar se a importância da personagem animada valia o seu retorno à franquia.
Esperei um tempo, embora o telefonema tivesse vindo diretamente de Alex Kurtzman. E ele é alguém que admiro muito. Gosto da inteligência dele. Gosto da maneira como ele pensa. Eu amo seu amor por Star Trek. Porque muitas vezes em um produtor e criador, essas duas coisas não são necessariamente compatíveis. Nele são, muito mesmo. Mas eu tive que sentar por um tempo, porque minha criação de Kathryn Janeway não foi apenas totalmente investida, foi muito definidora. Essa foi uma década da minha vida que nunca acabou. Simplesmente continua e continua. Portanto, o significado de Janeway é muito aparente para mim. Se vou entrar em alguma cabine de gravação e trazê-la à vida novamente, é melhor eu entender isso. Depois de considerar o assunto por cerca de dois dias, eu disse: “Adoraria fazer”. E tem sido ótimo.
Para atriz, fazer parte de uma série animada como Prodigy, e talvez servir de inspiração para toda uma nova geração de fãs, é uma experiência maravilhosa.
E principalmente porque são crianças. Na minha experiência com Star Trek, o público-alvo sempre foi pela idade dos vinte para cima. Entrar na mente dos jovens será emocionante. E estou muito surpresa que Star Trek não tenha feito isso antes. Estou absolutamente encantada e honrada por ser a único a aceitar isso. Porque quem absorveria isso mais prontamente do que uma mente jovem? Esse tipo de filosofia. A ideia da Primeira Diretriz é algo muito fácil. Deixe-me ser nobre. Deixe-me ficar bem. Deixe-me ficar feliz por ser grandioso. É isso que as crianças aspiram. E é isso que vamos dar a eles.
Mulgrew pode assistir aos primeiros episódios e acredita que a reação das crianças será a melhor possível.
Acho que só vai ficar cada vez melhor. Assisti a tudo hoje pela primeira vez – os dois primeiros episódios. E pude ver claramente o desenvolvimento disso. Conforme os personagens são apresentados, você tem de esperar. Você precisa realmente prestar atenção. Isso requer uma certa concentração. Esse é o personagem, é isso que esse personagem vai representar. E, então, Janeway aparece no final, de repente, e você sabe que algo incrível vai acontecer. E de fato funciona, porque ela vai ajudá-los a motivar aquela nave para a vida e em sua direção adequada. Emocionante!
Fonte: Trek Movie