ENT 4×13: United

Entre diplomacia e um duelo mortal, Archer forja as bases para a Federação

Sinopse

Data: 15 de novembro de 2154

O veículo romulano ataca uma nave rigeliana se fazendo passar pela Enterprise. Fica claro que os inimigos estão tentando desestabilizar a região inteira. Archer bola um plano para capturar a nave romulana, mas isto envolve montar uma rede com a cooperação de telaritas, andorianos e vulcanos.

Convencer o governo vulcano a mandar naves não foi tão difícil, mas telaritas e andorianos hesitam em trabalhar juntos. As coisas se complicam ainda mais quando Talas, amante de Shran, morre após ser ferida, de forma aparentemente superficial, por um adido do embaixador telarita. Shran exige vingança na forma do Ushaan, um ritual andoriano de combate até a morte.

Trip e Reed presos em nave romulana não tripulada

Para manter a aliança de pé, Archer concorda em ser um substituto para o telarita desafiado. Consternado, Shran terá de matá-lo. Hoshi e Travis procuram, em meio ao código de honra andoriano, uma forma de cumprir a tradição sem terminar com a morte de um deles. O combate acaba acontecendo, mas Archer tem um plano: em vez de matar Shran, ele corta uma das antenas dele. Incapaz de prosseguir no combate, a luta é encerrada.

Archer entrou no desafio até a morte contra Shran no lugar de um telarita

Trip e Malcolm seguem presos na nave romulana. Eles tentam sabotá-la, causam muitos danos, mas também acabam presos e expostos a altas doses de radiação. Uma voz exige que eles reparem o que danificaram. O veículo volta ao combate e é detectado pela rede conjunta. Trip e Malcolm são resgatados, mas a nave romulana acaba fugindo e descobrimos que ela é pilotada remotamente por um andoriano albino e cego…

Comentários

“United” é um espetacular segundo ato para a chamada trilogia da formação da Federação. Pela primeira vez vemos um projeto de cooperação entre andorianos, telaritas, vulcanos e humanos. Sabemos que essas serão as raças fundadoras da aliança interestelar, o que dá ao episódio um sabor de testemunho da história, por assim dizer.

Mais que isso, contudo, o segmento tem ação para praticamente todos os personagens. Os que menos se destacam são T’Pol (que serve como a representante vulcana, inclusive transmitindo informações enviadas por seu governo) e Phlox (que cuida de Talas até sua morte, o que justifica sua presença em tela). Mas a dupla Trip e Malcolm tem bastante o que fazer a bordo da nave-drone romulana, e até mesmo Hoshi e Travis, normalmente negligenciados, têm cenas charmosas tentando encontrar um meio de salvar o capitão do Ushaan.

Title Card Enterprise "United"

O protagonismo, claro, fica entre Archer e Shran, com o capitão representando ainda mais a “cola” que permitiria a fundação da Federação, e o andoriano mostrando todo seu carisma ao sofrer a perda de Talas e experimentar um conflito interno por ter de enfrentar Archer, a quem ele considera um amigo. Scott Bakula e Jeffrey Combs fazem valer cada segundo das cenas entre os dois. A coisa toda tem um pouco do sabor de “Amok Time”, da Série Clássica, guardadas as devidas proporções. E tanto lá como cá é um lance de esperteza que resolve a questão, sem que alguém precisasse morrer.

Shran com uma das antenas cortadas pelo Archer

(E por falar em referências, a ideia de formar uma grade também lembra bastante a solução encontrada pela Enterprise-D para detectar naves romulanas camufladas em “Redemption II”, que abre a quarta temporada de A Nova Geração.)

Ao mesmo tempo, acompanhamos o desenrolar do projeto romulano conduzido pelo almirante Valdore para desestabilizar as relações entre as espécies daquela área do espaço. Temos um pouco do sabor experimental e controverso da iniciativa, com a visita de um senador para acompanhar o “progresso” da iniciativa — que começa a dar bem errado graças à intervenção da Enterprise. E terminamos com uma surpresa: nossa primeira visão de um aenar, a subespécie andoriana albina e cega, com capacidades telepáticas avançadas. Ele está sendo usado pelos romulanos, mas por ora ficamos apenas com o mistério, e a situação toda só será explicada no episódio seguinte.

Aenar (andoriano albino e cego) comandando a nave romulana remotamente

Apesar desse cliffhanger, temos a sensação de um fechamento para o episódio, ao vermos o embaixador Gral e Shran trocando um aperto de mão e se mostrando dispostos a trabalhar juntos, numa cena bonita e representativa do que há de mais puro na mitologia de Star Trek: é com diálogo e compreensão que conflitos podem ser de fato resolvidos e superados.

“United”, no fim das contas, é um episódio completo de Enterprise: apela ao senso de nostalgia (temos até um feiser em sobrecarga, algo muito sabor Série Clássica), mas traz também novidades, aprofundando o que sabemos de andorianos e telaritas, usando de forma plena os personagens dos elencos principal e recorrente e atendendo às expectativas geradas pela premissa da série. Um dos grandes sucessos desta temporada.

Avaliação

Citações

“From what I’ve heard about these Romulans they mean business. If they’re behind these attacks, we have to find some way to stop them, or next time, they might come back with a thousand of those ships.”
(Do que eu ouvi falar desses romulanos, eles são pra valer. Se eles estiverem por trás desses ataques, temos de encontrar um meio de pará-los, ou, da próxima vez, eles podem aparecer com mil dessas naves.)
Archer, antecipando a Guerra Romulana

Trivia

  • Este episódio traz a primeira cooperação entre humanos, vulcanos, andorianos e telaritas, as quatro espécies que fundariam a Federação Unida de Planetas em 2161. Temos aqui também uma noção do motivo da Terra ter se tornado a capital da Federação, sendo o planeta com melhores relações com todos os demais membros.
  • No roteiro original, o espião do senador Vrax no centro de comando romulano seria Nijil, e o episódio terminaria com Vrax e Valdore tramando contra Archer.
  • O roteiro também indicava, por meio de uma fala de Valdore, que a nave romulana se chamava Raptor, embora o termo não tenha sobrevivido nas cenas que efetivamente compuseram o episódio.
  • Este foi o terceiro episódio com roteiro de Judith e Garfield Reeves-Stevens, depois de “The Forge” e “Observer Effect”. Desta vez, contudo, eles escreveram o roteiro baseados em argumento de Manny Coto.
  • Esta é a segunda vez que vemos os remanos em Star Trek, depois de Jornada nas Estrelas: Nêmesis.
  • Este episódio foi o primeiro a ir ao ar depois que a UPN anunciou o cancelamento de Enterprise. Foi também o último de 62 episódios dirigidos por David Livingston em Star Trek.
  • O cruzador telarita é um reaproveitamento da nave militar arkoniana vista na segunda temporada, que, por sua vez, voltou a ser utilizada como uma nave estelar dos xindis arbóreos.
  • O episódio foi indicado a um Emmy de melhor maquiagem protética para série, minissérie, filme ou especial.

Ficha Técnica

História de Manny Coto
Roteiro de Judith & Garfield Reeves-Stevens
Dirigido por David Livingston

Exibido em 4 de fevereiro de 2005

Títulos em português: “Unidos”

Elenco

Scott Bakula como Jonathan Archer
Jolene Blalock como T’Pol
John Billingsley como Phlox
Anthony Montgomery como Travis Mayweather
Connor Trinneer como Charlie ‘Trip’ Tucker III
Dominic Keating como Malcolm Reed
Linda Park como Hoshi Sato

Elenco convidado

Jeffrey Combs como Thy’lek Shran
Lee Arenberg como Gral
Brian Thompson como Valdore
Geno Silva como Vrax
Kevin Brief como Naarg
Molly Brink como Talas
J. Michael Flynn como Nijil
Scott Allen Rinker como piloto

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Edição de Mariana Gamberger
Revisão de Susana Alexandria

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