Produtores de Strange New Worlds sugerem nome para série ambientada na era Kirk

Durante o painel da série Strange New Worlds na San Diego Comic-Con, os produtores executivos revelaram que já pensam numa possível continuação da série do capitão Pike, e até fizeram um apelo direto aos fãs para que ajudem a promover a ideia junto aos novos donos da Paramount, após a fusão com a Skydance.

Akiva Goldsman explicou que já tinha um desejo antigo de explorar os anos anteriores à missão original da Enterprise de Kirk, e foi a partir daí que surgiu Strange New Worlds, com o Capitão Pike assumindo o comando da nave. Mas com o fim da série de Pike, os produtores já imaginam uma série derivada de Strange New Worlds dando início a série original.

Começamos com essa ideia daqueles grandes anos perdidos que existem em todo o nosso cânone principal e secundário, mas nunca tivemos muita chance de aparecer nas telas. Então, o que tentamos fazer é voltar à Enterprise de Pike e incutir nela o tipo de valores narrativos que temos hoje, e nos trazer direto para o primeiro dia de Kirk no cargo.

Os produtores de Strange New Worlds, segundo Akiva, delinearam um plano ambicioso: conduzir a série até sua quinta e última temporada, culminando com o momento em que a USS Enterprise, sob o comando do Capitão Christopher Pike (Anson Mount), passa o leme para a icônica era de James T. Kirk (Paul Wesley). Com a recente fusão entre Paramount e Skydance trazendo novos rumos para a empresa, Goldsman fez um chamado apaixonado aos fãs. Ele pediu que a comunidade trekker una forças para conquistar o apoio dos novos executivos, incentivando-os a aprovar uma nova série que explore as aventuras de Kirk no comando da Enterprise e para isso ele já tem até um título imaginado:

E essa é a nossa esperança, e esse é o nosso plano. E planejamos levá-los até lá… e se gostarem de nós o suficiente, basta escrever: “Queridos Skydance e Paramount, sabemos que vocês ainda têm os sets. Vocês não querem fazer Star Trek: Year One?”

O título Year One (Ano Um) que Akiva Goldsman sugeriu dá a entender que a nova série pretende explorar a primeira missão do Capitão James T. Kirk no comando da USS Enterprise, antes dos eventos da Série Clássica. O primeiro episódio produzido da série original, “Where No Man Has Gone Before”, não mostra Kirk assumindo a cadeira de capitão pela primeira vez, nem dá pistas de que se trata de sua missão inicial. Esse vazio narrativo abre um leque de oportunidades para contar histórias inéditas sobre os primórdios da liderança de Kirk, preenchendo o espaço entre o final de Strange New Worlds e o início da famosa missão de cinco anos retratada na Série Clássica.

Outro showrunner de Strange New Worlds, Henry Alonso Myers, em entrevista à Entertainment Weekly, também ressaltou o interesse deles em aprofundar a transição entre as tripulações de Pike e Kirk.

Nada nos deixaria mais felizes do que poder continuar contando as histórias de como a tripulação de Pike transita para a tripulação de Kirk e como a tripulação de Kirk parte.

Myers compartilha da visão de que o início da Série Clássica não marca o primeiro dia de James T. Kirk como capitão da USS Enterprise. Ele enxerga nesse intervalo uma oportunidade única para uma nova série (Star Trek: Year One), que exploraria as origens dos laços entre os icônicos personagens da franquia. 

Obviamente, quando entramos na Série Original, não é o primeiro dia de trabalho deles… Fundamentalmente, existem relacionamentos que já existiam. Como eles surgiram? E, obviamente, temos a oportunidade para Sulu, e temos a oportunidade para McCoy em uma vida mais longa, e oportunidade para Chekov. Então, seria incrível poder continuar.

Myers também observa que ele e Goldsman já pensaram em arcos narrativos ou desfechos significativos para os personagens de Strange New Worlds, mesmo que suas histórias não sejam explicitamente mostradas na Série Clássica:

Temos destinos reservados para aquelas pessoas que não parecem aparecer no cânone pós-nossa série (Strange New Worlds), mas isso não significa que elas não existam na receita.

Segundo os produtores, o cenário é propício para esse próximo passo. Os sets da USS Enterprise já estão prontos, e boa parte do elenco clássico da Série Clássica está em atividade dentro da franquia, incluindo Paul Wesley como Kirk, Ethan Peck como Spock, Celia Rose Gooding como Uhura, Jess Bush como Chapel, Martin Quinn como Scotty, além de Babs Olusanmokun como o Dr. M’Benga. Disse Myers num recado aos executivos do Paramount+:

Sonhamos alto. Gostamos de dizer em voz alta: ‘Ei, temos todos esses cenários incríveis. Vocês são os donos deles. Vocês ganham dinheiro com eles.

No entanto, Myers observa:

Apesar de todos os nossos sonhos de iterações pós-Stranger New Worlds, [salários] à parte, temos que aterrissar.

O universo de Star Trek é vasto, e enquanto a Série Clássica apresentou as aventuras do Capitão James T. Kirk durante a famosa missão de cinco anos da USS Enterprise, os detalhes de suas primeiras missões como capitão, antes do início da série original, permaneceram pouco explorados na tela. No entanto, romances e quadrinhos da franquia preencheram essa lacuna, oferecendo histórias que detalham os primeiros dias de Kirk no comando da icônica nave. Um dos romances mais notáveis nesse contexto é “Enterprise: The First Adventure”, de Vonda N. McIntyre, publicado em 1986, que não apenas mergulha na primeira missão de Kirk, mas também estabelece elementos importantes do universo de Star Trek.

Um dos legados mais significativos do romance é a introdução do nome da mãe de Kirk, Winona, usado pela primeira vez na literatura de Star Trek. Esse detalhe foi adotado no filme Star Trek (2009), dirigido por J.J. Abrams, que oficializou Winona Kirk como a mãe de James T. Kirk no Universo Kelvin, solidificando a influência do livro no cânone expandido. Quem sabe, se a série Star Trek: Year One for produzida, os roteiristas possam trazer essas primeiras missões de Kirk para a tela, preenchendo as lacunas narrativas com elementos inspirados nos romances e quadrinhos que expandem o universo da franquia.

Fusão e o impacto para Star Trek

Antes que o futuro imaginado pelos produtores de Star Trek se concretize, muita coisa ainda precisa rolar, incluindo os desdobramentos da fusão entre Paramount Global e Skydance Media. As duas empresas selaram um acordo intricado, e, com o último entrave regulatório superado, o palco está montado para que a aquisição seja oficialmente finalizada nas próximas semanas.

A fusão entre a Paramount Global e a Skydance Media deve redefinir os rumos do streaming Paramount+. A nova gestão planeja parcerias com outras plataformas para competir com gigantes como Netflix e Disney+/Hulu, o que pode impactar diretamente os conteúdos de Star Trek, incluindo projetos em andamento e futuras produções. Além disso, a nova diretoria demonstrou maior abertura a acordos de licenciamento, o que poderia alterar a forma como a Paramount historicamente gerencia a biblioteca de Star Trek. No momento, Strange New Worlds e Starfleet Academy seguem confirmadas.

Com a fusão Skydance-Paramount, Star Trek pode tomar novos rumos. Atualmente, Alex Kurtzman e sua produtora, Secret Hideout, estão no comando da franquia, mas o contrato de Kurtzman com a CBS Television Studios termina em 2026. Não está claro se ele será substituído ou se os novos donos optarão por uma nova visão criativa para o universo Star Trek.

No âmbito cinematográfico, onde projetos de Star Trek têm enfrentado um histórico de anúncios e cancelamentos, a fusão entre Skydance e Paramount pode trazer novo fôlego à franquia. A Skydance já colaborou com a Paramount nos dois filmes mais recentes, Star Trek Into Darkness e Star Trek Beyond, com David Ellison, futuro líder da nova empresa, atuando como produtor executivo. De acordo com relatos, a Skydance planeja reestruturar as principais marcas da Paramount, incluindo Star Trek, com o objetivo de criar uma estratégia mais integrada que una cinema, televisão e produtos licenciados em uma visão coesa para a franquia.

O próximo ano celebrará o 60º aniversário de Star Trek, e o momento não poderia ser mais promissor para a criação de Gene Roddenberry. Esperamos que os novos donos pavimentem novos caminhos de sucesso para a franquia.

Fonte: Trek Movie e Trek Central

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