Guia de episódios

STAR TREK IV:
THE VOYAGE HOME

1986



 









 


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Data Estelar: 8390.0. 

A nave estelar Federada Saratoga detecta, na vizinhança da zona neutra, um gigantesco objeto com a forma de um cilindro circular de cor negra (com uma espécie de "apêndice esférico submetido a um feixe trator" em sua "parte inferior") em curso direto para a Terra e emitindo um enigmático sinal. Intenções da sonda alienígena? Desconhecidas! Tentativas de comunicação não são bem sucedidas e o Comando da Frota Estelar ordena que a Saratoga continue investigando. Enquanto isto, no conselho da Federação, na Terra, o embaixador Klingon exibe imagens dos ainda recentes acontecimentos no planeta Genesis que (pelo lado Klingon) levaram a morte de praticamente toda uma tripulação Klingon (só sobrevivendo o Klingon Maltz) e a perda (apropriação por parte de Kirk e cia.) de uma Ave De Rapina. O diplomata parece se esquecer dos atos do comandante Klingon Kruge que levaram a tão lamentável situação em primeiro lugar, e insiste que todo o projeto Genesis era simplesmente uma fachada para o desenvolvimento de uma arma definitiva por parte da Federação. O embaixador Vulcano Sarek, pai de Spock, adentra o recinto e toma a atenção do conselho defendendo Kirk e os seus associados. O presidente da Federação garante a todos os presentes que a questão de má conduta dos principais oficiais da antiga nave Enterprise será tratada com a maior severidade e dá mostras claras que não levou muito a sério nada que o representante Klingon disse, para desespero do mesmo. 



<O cenário inicial lembra sobremaneira "Jornada nas Estrelas: O Filme", mas felizmente a grande maioria das cenas envolvendo a sonda tem muito pouco a ver com o sucesso (ou fracasso) do presente filme e de fato toda a "ameaça iminente" não é tratada de forma tão iminente e nem tão ameaçadora assim (para dizer o mínimo), parecendo mais um elemento plenamente consciente da sua função para somente a propelir a trama do que algo que possa existir e ter significado por si só. 

Nada é dito no filme sobre a sonda, sobre quem a enviou e por que diabos tais seres teriam interesse nas baleias em primeiro lugar. Não que as especulações sobre como se deram o início das comunicações entre as baleias e tais alienígenas e de como elas evoluíram ao longo tempo não sejam engraçadas - o autor acha particularmente pitoresca a noção defendida por alguns do "canto subespacial das baleias" (TM) - mas, no fundo, só servem mesmo para realçar a total falta de sentido em tal conceito. 

A irresponsabilidade de tais "superseres" em mandar a já infame sonda com a "Sirene Ligada" (TM) desde a zona neutra (pelo menos) até a Terra: "Que se dane quem estiver no caminho". É não menos absurda. E "para que?" Ninguém se preocupou em explicar. 

A opção de ter a sonda viajando, ao menos se considerarmos o que os efeitos visuais sugerem, em velocidade sub-luz da Zona Neutra até a Terra em tão minúsculo intervalo de tempo foi uma péssima decisão dos envolvidos. 

O embaixador Klingon é bidimensional como poucos Klingons e a sua "causa" tem um único propósito de justificar a cena de maciça exposição que ele protagoniza. A qual inclui uma formal recapitulação do filme anterior. O assunto diplomático com os Klingons não existe antes ou depois desta cena no filme (ficando a dúvida a respeito de que fim levou Maltz, entretanto). Ficamos sem saber exatamente como os nossos heróis conseguiram ficar três meses em Vulcano sem serem perturbados pela Frota Estelar. Aparentemente Sarek mexeu "alguns pauzinhos" e negociou o retorno dos seis (mais o voluntário Spock) para o julgamento. Apesar do filme mostrar não se interessar muito pelo assunto.> 

Longe dali, no planeta Vulcano, um espirituoso doutor McCoy "batiza" a ave de rapina Klingon como "HMS Bounty", lembrando uma antiga e famosa história de um motim na Terra. Kirk e o resto da antiga tripulação sênior da NCC-1701 decidem de forma unânime voltar a Terra para enfrentar as conseqüências dos seus atos. Já se passaram três meses desde que eles trouxeram o corpo e o "espírito" do seu amigo Vulcano ao seu planeta natal e Spock parece recuperado, ainda que o meio Vulcano esteja tendo problemas em se acostumar com o seu lado humano. Uma inesperada pergunta do computador ("Como você se sente?") em meio a um pesado teste computadorizado de conhecimentos multidisciplinares o deixa confuso. Amanda, sua mãe humana, insiste que sua herança humana é parte importante de quem ele é, o que só o deixa ainda mais intrigado. Seus amigos (muitos indivíduos) arriscaram tudo para traze-lo (um único indivíduo) de volta a vida, o que Spock não consegue explicar em termos puramente lógicos. De toda maneira, Spock está decidido a voltar também a Terra para oferecer seu testemunho a respeito do ocorrido em Genesis. 

<Não é tentado nenhum estudo a respeito da experiência pela qual passou Spock, uma esperta decisão que livra o roteiro de trafegar no traiçoeiro território literário do pós-vida. Fica a necessidade de Spock entrar novamente em contato com seu lado humano e de certa forma com a sua própria mãe, que acaba sendo o principal, ainda que discreto arco dramático do filme.> 

Voltando a sonda alienígena, as misteriosas emanações energéticas do objeto deixam todas as naves estelares e instalações de todos os tipos em seu caminho indefesas, sem energia. A Saratoga se torna a sua primeira vítima. O comando da Frota Estelar começa a temer com o avanço do objeto e recebe a mensagem de mais uma nave estelar neutralizada, a Yorktown. De volta a Vulcano, Saavik, que fica no planeta, se despede de Kirk, Spock e cia. A "Bounty" parte rumo a Terra. A sonda finalmente atinge o seu destino, o seu sinal neutraliza todas as instalações orbitais e as defesas planetárias de forma essencialmente instantânea e os efeitos não param por ai. O sinal começa de alguma maneira a evaporar os oceanos, a cobertura atmosférica global cresce de forma desesperadora e a Terra perde o contato com o Sol. Com a interferência da sonda e sem o Sol, a Terra não vai sobreviver muito apenas com as suas reservas planetárias. 

<A comentada decisão a respeito da "aparente velocidade de impulso da sonda" por parte da produção do filme colhe suas duas vítimas, fazendo primeiro a tripulação da Saratoga parecer um bando de incompetentes e em um segundo momento todo o Comando da Frota (que nem sequer esboça um plano de interceptar a sonda antes que ela chegue ao seu destino e permite tolamente que naves estelares fiquem presas no interior das docas com a chegada do intruso). Custava a Saratoga lançar uma sonda e perceber que a "Sirene" do intruso tinha tal efeito sobre as fontes de energia? Aparentemente sim. 

Então, ainda com respeito ao "cilindro": como um sinal de comunicação pode evaporar os oceanos e desativar todas as fontes de energia em seu caminho? E o mais crítico, como a sonda pode não perceber as vidas que está colocando em jogo (uma possível noção de que ela não reconheceria os seres humanos como conscientes e as baleias sim é de rolar no chão de tanto rir) e então simplesmente sondar os oceanos, verificar a ausência das baleias e ir embora por si só? (Se não pode, quem foi o doido que colocou este negócio no espaço em primeiro lugar?) 

Reparem que aparentemente a "sirene" da sonda desativa todas as fontes de energia, exceto aqueles mínimas para deixar as pessoas vivas por um certo período de tempo. Sem dúvida uma “sirene baseada na tecnologia das necessidades do roteiro”. É engraçado também como o sinal que a sonda emite é aparentemente sempre o mesmo, ou seja, tem-se a impressão que ela veio tentar entrar em contato coma s baleias desde a Zona Neutra. Mais uma cochilada da produção.> 

O Presidente da Federação faz um comunicado subespacial aberto para que todos evitem a Terra. A "Bounty" detecta o sinal e Kirk pede para ouvir a transmissão da sonda. Uhura modifica o sinal de forma que ele seja ouvido na ponte da nave exatamente como seria ouvido no fundo do oceano. Spock acha uma combinação de tal som com os cantos das baleias humpbacks, espécie natural da Terra e já extinta. Como é possível simular o som do seu canto, mas não a sua linguagem, Kirk planeja voltar no tempo para obter um espécime vivo e traze-lo para o seu presente, torcendo que ele possa responder a sonda e fazer cessar a ameaça. Kirk está tentando se comunicar com o Quartel General da Frota para comunicar a sua descoberta e buscar algum tipo de confirmação sobre a teoria de Spock, mas a transmissão se mostra de péssima qualidade e o almirante decide seguir com o plano por sua própria conta. 

A "Bounty" faz uso do conhecido "efeito estilingue" com o auxílio do Sol e consegue voltar ao ano de 1986 e pousa camuflada no parque Golden Gate em São Francisco. Devido ao esforço envolvido na dobra temporal, os cristais de dilítio da ave de rapina começam a se esfacelar e Scott diz que não seria possível regenera-los mesmo no século XXIII. Spock tem uma teoria de que produtos colaterais de reatores de fissão nuclear (como aqueles usados em porta-aviões) possam ser injetados sob certas condições na câmara dos cristais e causar a regeneração dos mesmos. 

<O comando da Frota não conseguiu nem mesmo organizar parte das suas naves fora do alcance da “Sirene” da sonda para dar tempo para que as tripulações delas tivessem a chance de encontrar um plano alternativo para parar o intruso. Parece inevitável que Kirk e cia. estavam voltando para a Terra neste exato momento e são os únicos com os quais a Federação pode contar. 

É importante que alguém tenha feito objeção ao absurdo do plano de Kirk (e da própria situação). A montagem que marca a viagem no tempo é do tipo “quanto menos se falar melhor”. 

Outro bom ponto foi reconhecer o esforço na manobra da “Bounty”. A idéia que Spock tira literalmente do bolso lembra muito a sua sugestão para regenerar os motores da Enterprise em “The Naked Time”, episódio pioneiro das viagens no tempo em Jornada. Além de dar algo a Uhura e Chekov para fazer em seguida.> 

Kirk organiza seus homens em três equipes. Uhura e Chekov vão colher os Fótons do reator de um porta-aviões, Sulu, McCoy e Scotty vão providenciar material para a construção do tanque das baleias, enquanto Kirk e Spock (o Vulcano com uma faixa na cabeça para esconder as orelhas) vão atrás das próprias baleias (Uhura detectou sons de baleias na cidade e os dois vão investigar). Kirk vende os seus óculos (agora com as lentes quebradas, que McCoy lhe deu de presente dois filmes atrás) e distribui o dinheiro pelas três equipes. 

Kirk vê em um anúncio na lateral de um ônibus que indica que existe em cativeiro um casal de baleias humpbacks em um Instituto Oceanográfico em Sausalito. Não que tal viagem seja simples, em primeiro lugar os dois amigos tem que entender o conceito de “troco certinho” para embarcar em um ônibus e Spock acaba usando o seu “Toque Vulcano” em um passageiro que ouvia Rock bastante alto e acaba sendo aplaudido pelos demais passageiros por causa disto (Spock está também intrigado pelo uso de palavrões por parte de Kirk desde que eles voltaram para o passado, palavrões que o Vulcano chama de: “Metáforas Coloridas”.) Enquanto isto o “grupo do tanque” entra em contato com a idéia de “algo” chamado “Paginas Amarelas” e identifica um possível fornecedor para os materiais do tanque. O “grupo dos fótons” não é tão sutil e começa a perguntar no meio da rua onde é a base nave de Alameda, onde o sotaque Russo de Chekov parece causar alguma desconfiança dos pedestres, inclusive de um policial. 

<Ao se entrar no núcleo da história, praticamente tudo funciona bem e a idéia de vender os óculos foi um genial ponto de continuidade. Fica somente a dúvida se os sensores e principalmente o banco de dados (que muito provavelmente foi substituído por um repositório Federado de informações em Vulcano, pois lá se encontram informações a respeito de uma espécie animal extinta na Terra, três séculos antes) da “Bounty” não poderiam ter sido utilizados para aumentar a eficiência das três missões.> 

No Instituto em Sausalito, Spock e Kirk participam de uma tour do lugar com a doutora Gillian Taylor, especialista em baleias. Ela finalmente apresenta o tanque com o casal de baleias (que ela informa que vão ser libertadas em breve, devido aos altos custos de sua manutenção – Gillian está muito triste por ter que deixa-las ir) e quando os visitantes descem para observar a vista do interior do tanque através das vigias de observação laterais, eis que percebemos que Spock se precipitou e entrou no tanque para fazer um elo mental com as baleias. 

Gillian fica furiosa com a invasão de Spock e com a possibilidade dele ter contaminado o tanque, mas acaba deixando os dois irem embora sem chamar a polícia. Spock diz a Kirk que as baleias toparam o plano. Algum tempo depois, Gillian acaba encontrando com os dois voltando para cidade e lhes dá uma carona em sua caminhonete. Kirk se desculpa pelo mau jeito de Spock e pede compreensão para o amigo, dizendo que ele: “abusou do consumo de ‘LDS’ nos seus tempos de Berkeley”. A conversa entre os três até que vai bem até o momento em que Spock diz (acertadamente) que a baleia fêmea está grávida, quando Gillian freia o carro exigindo explicações. Kirk garante que eles não são militares nem malucos e podem ajudar a ela e as suas baleias mais do que ela poderia sequer imaginar. A doutora permanece intrigada pelos dois e os convida para jantar. Spock acaba abrindo mão da gentileza e volta para o parque (obviamente para bordo da “Bounty”) o que Gillian naturalmente acha muito esquisito. 

<O fato de Gillian inexplicavelmente “pegar leve” com Spock e Kirk nunca é explicado a contento pelo roteiro, mas muito mais estranho é o elo mental que Spock faz com as baleias. O “Elo” é uma maneira de Spock partilhar pensamentos com criaturas conscientes, como a Horta, por exemplo. Nunca em Jornada, Spock foi este “Doutor Doolittle Alienígena” (TM) que aparece retratado aqui. A não ser que se assuma que estas baleias são um “pouco diferentes” das baleias de nosso universo, levando em conta diferenças óbvias como no caso do “Deus Grego Apolo”.> 

Enquanto isto Uhura e Chekov conseguem chegar a bordo do porta-aviões Enterprise para coletar fótons do seu reator. Scotty, se passando por um renomado professor visitante, juntamente com McCoy, consegue trocar, com o dono da empresa Plexicorp, o material necessário para construir o tanque pela fórmula do “Alumínio Transparente”. Sulu consegue “pegar emprestado” (isto é, roubar e devolver) um helicóptero para transportar o material. 

Gillian e Kirk chegam a pizzaria e a doutora diz que vão soltar as baleias no dia seguinte ao meio dia e que elas vão ser embarcada em um 747 e levadas para o Alaska. Elas vão ser marcadas com um transmissor de freqüência conhecida para rastreio. Gillian parece meio que engolir a história de que Kirk veio do futuro para levar o casal de baleias para recuperar a espécie, mas ainda não dá a freqüência do transmissor. Depois ela dá uma carona ao almirante até o parque. Scotty está com pouca energia para o transporte, ele traz Uhura a bordo com o receptáculo dos fótons, mas demora muito e Chekov é preso, interrogado e sofre um acidente grave ao tentar escapar. 

<Foi um belo toque o nome do porta-aviões ser Enterprise. A reação de Scotty a pergunta de McCoy sobre a idéia de trocar a fórmula do composto do futuro (“Quem garante que não foi ele quem inventou?” Diz o Engenheiro) define perfeitamente a atitude geral do filme a respeito dos paradoxos temporais. Os detalhes do “empréstimo” do helicóptero fazem falta em tela. A “briga” de Scotty com um antigo computador Apple não envelheceu muito bem. Gillian provavelmente aceita a conversa de Kirk pelo amor que ela tem pelos animais e a certeza de que as baleias serão uma presa fácil para os baleeiros quando libertadas, o almirante trouxe aquela “luz no final do túnel”, por mais absurda que fosse, que ela tanto precisava na falta de qualquer outra opção. Atitudes rasas para um personagem é verdade.> 

De manhã Gillian vai trabalhar e dá de cara com o tanque vazio e a notícia que as baleias foram despachadas sem que ela soubesse de madrugada. Ela vai ao parque e dá uma trombada na “Bounty” camuflada. Kirk a transporta a bordo. Ela diz o que aconteceu, mas apesar do plano de Kirk estar funcionando, ele decide não partir ainda por que Chekov está em um hospital local em estado grave. Spock diz que não é a coisa lógica a fazer, mas é a coisa humana a ser feita. Gillian, Kirk e McCoy partem ao resgate de Pavel. 

O trio chega ao hospital correto e McCoy fica um pouco chocado ao ver dois residentes de Medicina debatendo um caso, ele acha que os métodos apresentados por ambos são dignos da santa inquisição. Eles fingem que Gillian é uma paciente a caminho de uma operação delicada e entram na sala do centro cirúrgico onde esta Chekov onde prendem toda a equipe e McCoy cura o Russo. Os quatro fogem da segurança do hospital até um elevador quando são transportados em segurança para o parque. Gillian fornece a freqüência do transmissor das baleias a Kirk, mas não quer ficar para trás se agarrando no almirante e sendo transportada com ele a bordo. A “Bounty” localiza as baleias, as salva de um barco baleeiro e as transporta confortavelmente a bordo. Usando de novo o “Efeito Estilingue” e apesar de toda a trepidação, a “Bounty” está novamente de volta ao futuro. 

<O resgate do hospital de Chekov é até bastante efetivo em termos cômicos, mas parece distanciado ao extremo do que se espera tipicamente de Jornada. Além da obviedade do cenário diferenciado e de uma música ainda mais atípica, temos detalhes como uma infame “Pílula que faz crescer um rim” que mais parece coisa saída de um episódio dos “Jetsons”, além de um curioso dispositivo capaz de realizar cirurgias cerebrais não invasivas, aparentemente por que McCoy assim o deseja. O fato de a doutora jogar tudo para o alto para embarcar com Kirk e cia. só enfatiza a superficialidade da sua personagem.> 

Sob a perspectiva do pessoal da Frota não se passou tempo algum entre a mensagem inicial de Kirk e a volta da nave dele. Nossos heróis caem perto da ponte e Kirk tem que arriscar a vida para libertar as baleias. Todos saem da nave se agarrando a mesma enquanto ela não afunda esperando as baleias responderem ao sinal da sonda. Elas finalmente o fazem, a sonda responde se desarma e à medida que vai se afastando da Terra todos os efeitos da sua “Sirene” vão sendo revertidos. Um transporte vem buscar os oito náufragos da “Bounty”. 

<Uma dos momentos de maior humor involuntário do filme se dá quando Sarek consegue enxergar a “Bounty” a olho nu (através de uma janela que se quebra) em meio à tempestade. Felizmente não foram colocadas legendas na “conversa” das baleias com a sonda. “Baleias Hortas” ou não, tais “diálogos” seriam temerários de serem escritos e apresentados. É fascinante como aparentemente não temos baixas, apesar da uniforme e global falta de energia, e também como as coisas voltam ao normal como em um passe de mágica com a retirada do intruso.> 

Em uma cerimônia no Conselho da Federação, em virtude da antiga tripulação da Enterprise ter salvado a Terra da destruição mais uma vez, todas as acusações contra Kirk e cia. são retiradas exceto uma direcionada somente a Kirk: “Desobedecer a ordens de um superior hierárquico”. Kirk é então rebaixado a capitão como punição e receberá o comando de uma nave estelar com a tripulação de sua escolha. Gillian diz a Kirk que já está instalada e pronta para embarcar em uma nave científica. Spock e Sarek se encontram e o pai de Spock diz a seu filho que os companheiros dele (e ele próprio) são de fato muito valorosos e que ele estava errado em ser contra o ingresso de Spock na Academia da Frota Estelar em primeiro lugar. Spock pede que Sarek diga a sua mãe que “Se sente bem”. Seu pai não entende o que ele quer dizer, mas acena positivamente e parte. 

<Tal desenvolvimento vai à direção do “sincronismo” de acontecimentos e conveniência para restaurar o Status Quo a todo preço, o que mostra a coerência do roteiro em abrir conscientemente mão de uma maior peso dramático de forma até a não convidar um maior escrutínio a respeito dos acontecimentos vistos em tela. O personagem da doutora Taylor termina extremamente mal resolvido indo para o espaço enquanto as “suas” baleias acabam ficando na Terra, lidando com alienígenas como se estivesse em uma convenção de fãs fantasiados e de uma forma geral agindo como a trama necessitava que ela agisse para realização da missão de Kirk e dos demais. Por outro lado à resolução do antigo conflito entre Spock e o seu pai, algo introduzida para a audiência em “Journey To Babel”, fecha com chave de ouro o pequeno arco de Spock na recuperação de sua humanidade durante o filme.> 

Um transporte leva os nossos sete velhos conhecidos no interior da doca espacial para o seu novo comando, uma nave também da classe Constitution de nome USS Enterprise e prefixo NCC-1701-A Kirk menciona se sentir de volta ao lar e a tripulação parte em um cruzeiro de testes. 

<A cena final é um tanto deslocado do restante do filme. Terminar com a visão externa da nave auxiliar com a tripulação chegando a o seu “novo lar” seria muito mais satisfatória. Quem da produção terá achado imprescindível uma cena na ponte da Enterprise?>