ESPECIAL: Esperando Enterprise

O objetivo aqui é tentar, através de algumas cuidadosas especulações, descobrir os objetivos dos criadores de Enterprise, Rick Berman e Brannon Braga, com relação a mais nova série de Jornada.

A premissa do “Nascimento da Federação + um vilão do século XXIX”, que acabou sofrendo modificações até o conceito atual de Enteprise, aparentemente existia DE FORMA BASTANTE CLARA para os dois criadores desde meados de 1999, mesmo antes do início da sexta temporada de Voyager. O “por que” da escolha desta premissa por parte dos criadores e da “luz verde” finalmente dada pelo estúdio é sempe um convite a especulação sobre os motivos envolvidos, especialmente se considerarmos as possíveis alternativas.

Muitas premissas foram veiculadas na Internet (quais vieram da mente dos fãs e quais vieram de testes conduzidos pela Paramount, aparentemente sem nenhum envolvimento de Berman e Braga, continua um mistério), tais como: Star Trek: JAG (contando as histórias do departamento jurídico da Frota Estelar ; ambientada no século 24), Star Trek: The Klingon Renegades (contando as histórias de um bando de Klingons renegados ; ambientada possivelmente em um futuro pós-apocalíptico, ao menos para o Império Klingon), Star Trek: The Temporal Investigators (contando as histórias de agentes como os vistos interrogando o capitão Sisko no clássico da quinta temporada de DS9, “Trials and Tribble-ations” ; sem época e elenco fixos), Star Trek: Section 31 (contando as aventuras desta parte clandestina e sinistra da Federação, introduzida em DS9 ; sem época e elenco fixos), Star Trek: StarFleet Academy (contando as aventuras de uma turma de cadetes da academia da Frota Estelar ; ambientada talvez no século 24), Star Trek: Starfleet Marines (sobre uma arrojada equipe de elite de oficiais da Frota Estelar, envolvendo missões que nenhum outro grupo poderia realizar ; ambientada no século 24), Star Trek: TransWarp Enterprise (contando as aventuras da primeira nave Enterprise com propulsão Transdobra ; ambientada em meados do século 25), Star Trek: TimeShip Enterprise (contando as aventuras da nave temporal Enterprise ; ambientada possivelmente no século 29) etc.

(Se alguém se lembrar de mais alguma premissa QUE FOI VEICULADA, favor me escrever.)

(A idéia da “TransWarp Enterprise” seria a mais óbvia a ser seguida e felizmente NÃO foi utilizada.)

(Houve também especulação sobre onde a série seria exibida e Enterprise acabou na capenga, e menos assistida rede de TV Americana, UPN. Aparentemente como parte de um programa de revitalização da empresa. O interessante é que a VIACOM, empresa mãe da Paramount, também é dona da rede CBS, a mais assistida dos EUA.)

Dentre os motivos que levaram os criadores a escolher a premissa de Enterprise, possivelmente figuram: a utilização de uma nave de nome Enterprise em um formato similar ao da série original (a utilização do senso de nostalgia do Fandom foi sempre uma arma efetiva para trazer audiência) ; recapturar o senso de explorar o desconhecido (uma nave com tecnologia limitada, frente ao REAL infinito) ; utilizar um senso de humanidade mais próximo ao do nosso tempo (antes do estabelecimento da primeira diretriz e dos rígidos protocolos da Frota Estelar) e trazer um público novo para o Franchise (que poderá ser atingido sem necessitar de nenhuma bagagem anterior de Jornada, pois a série vai virtualmente começar do zero, mesmo com uma referência a Zefram Cochrane, criador da dobra espacial para os humanos, criador das “Jornadas nas Estrelas”).

(Esta série vai estar completamente livre de quaisquer restrições estabelecidas nas séries anteriores e têm embutido em sua premissa uma motivação para que todos os envolvidos em sua produção, principalmente os roteiristas, façam as suas escolhas criativas sob uma ótica completamente distinta do que já foi feito no passado de Jornada, que é o futuro para Enterprise.)

(Espero que a premissa decrete o final da “tecnobaboseira” em Jornada, aquela interminável “sopa de letrinhas”, que não têm nenhum efeito dramático e, em seu pior, se reduz a um “efetivo” meio de “colocar” e “tirar” os nossos heróis de alguma confusão. A redução do nível de tecnologia, que em certos pontos das séries passadas, parece mais “mágica” do que qualquer outra coisa, também é bem vinda.)

Podemos esperar uma série com muito ação que (aparentemente) irá tentar angariar espectadores entre adultos machos de 18 a 49 anos, típicos fãs de filmes de ação. Acredito que iremos ter um visual “industrial” similar ou mesmo baseado em recentes filmes situados em “um futuro próximo”, como “X-Men” e os dois últimos filmes sobre a exploração do planeta marte, por exemplo. Neste contexto, um grande cuidado vai ter que ser tomado com a estética da série (maquiagem, cenários, uniformes, naves, locações, efeitos visuais, linguagem, apelo sexual etc.), de forma a atrair (e principalmente não afugentar) o público potencial de tais filmes.

(Eu particularmente duvido que possamos ter “cenas de luta estilizadas alá Matrix” na série, como alguns fãs sugeriram na Internet.)