TNG 2×21: Peak Performance

Em meio a jogos de batalha, Riker demonstra seu valor e salva a Enterprise

Sinopse

Data estelar: 42923.4

A Enterprise recebe a visita do estrategista zakdorn Sirna Kolrami, em antecipação a uma simulação da batalha a ser realizada no sistema Braslota. O comandante Riker assumirá lá o comando da antiga USS Hathaway, que então participará de jogos de guerra contra a nave de Picard.

Riker seleciona Geordi, Worf e Wesley Crusher para liderar uma tripulação-esqueleto de 40 pessoas, mas a nave está em frangalhos, sem nem mesmo capacidade de dobra. Kolrami, por sua vez, tem total desprezo pelo comandante, a quem bate de forma humilhante em um jogo de Estratagema. Instado por Pulaski a desafiar Kolrami, Data também é batido e se sente incapaz de trabalhar como primeiro oficial de Picard durante a simulação.

Riker encoraja sua tripulação a dar o seu melhor. Worf desenvolve um meio de enganar os sensores da Enterprise, simulando a incursão de uma nave inimiga. Wesley, por sua vez, resgata um experimento seu que continha modesta quantidade de antimatéria, a fim de dar um pulso de dobra de dois segundos à Hathaway.

Os jogos começam. Riker surpreende e a Enterprise acredita erroneamente estar sendo atacada por uma nave romulana. Picard age para evitar que o truque se repita. Quando surge uma nave ferengi no sistema, de início ele acha que é mais uma miragem. Mas era real. Os ferengis atacam a Enterprise, que, configurada para a simulação, é incapaz de se defender.

Os alienígenas acham que a Hathaway tem algum valor. Riker revela a Picard sua capacidade mínima de dobra, e os dois formulam um plano: a Enterprise vai disparar torpedos fotônicos contra a Hathaway, que vai saltar em dobra e assim parecerá ter sido destruída. Se os motores falharem, a nave será de fato perdida, com todos a bordo.

O plano, contudo, dá certo. Os ferengis pretendem revidar contra a Enterprise, até detectarem a chegada de uma nave da Frota Estelar — mais uma miragem produzida por Worf. Vendo-se em inferioridade, eles batem em retirada, e Kolrami admite que Riker foi muito bem no teste. Por fim, ele prova um pouco de seu próprio veneno conforme Data o desafia para uma revanche de Estratagema e joga para empatar, prolongando o jogo para além da capacidade do zakdorn de continuar na partida.

Comentários

“Peak Performance” é um episódio despretensioso que serve para, mais uma vez, levantar a bola do comandante Riker. Através do olhar crítico (e cínico) de Kolrami, vemos por que devemos respeitar o primeiro oficial da Enterprise, normalmente postado sob a sombra do capitão Picard.

O episódio é efetivo em mostrar a lealdade da tripulação para com Riker, a despeito de seu estilo mais despojado de comando. E ainda vemos um androide passar por uma crise de insegurança, depois de ser batido com facilidade por Kolrami em uma partida de Estratagema. É uma lembrança de que, mesmo entre os melhores dos melhores, como é o caso da tripulação da Enterprise, por vezes é preciso dar atenção especial ao aspecto psicológico.

Wesley mais uma vez é bem usado, agregando à turma de Riker na Hathaway sem virar o menino-prodígio que frequentemente se tornava irritante. Como um colaborador, e usando justamente de seu status de estudante, ele vai muito bem aqui.

As atuações são todas competentes, mas vale destacar o desempenho do ator convidado Roy Brocksmith como Kolrami. Ele é extremamente irritante na tela, e é isso que ele está lá para ser. Boa parte do sucesso do episódio gira em torno de ver o zakdorn quebrar a cara, e para isso era preciso que ele fosse o suprassumo da antipatia. Vibramos ao ver sua frustração após a “derrota” para Data ao fim do episódio.

Também é interessante ver A Nova Geração explorando mais sua própria continuidade, algo que se tornaria ainda mais marcante nas temporadas subsequentes. Aqui vemos a Enterprise se desvirtuando de seu papel de exploradora em razão da ameaça borg, apresentada antes em “Q Who”. Embora seja só uma menção jogada para justificar a trama da simulação de batalha, é algo que agrega à série como um todo.

E tudo isso a um custo razoável. O único cenário adicional foi o núcleo de dobra da Hathaway. A ponte era uma adaptação do cenário usado para a Enterprise dos filmes do elenco clássico e da ponte de batalha da Enterprise-D. As cenas externas da Hathaway, por sua vez, são reciclagens da Constellation em “The Battle”. Claro, isso torna os confrontos espaciais mais pobres, e é um pouco cansativo ver os comandantes dando ordens, sem acompanhar de fato o que as naves estão fazendo, mas era o único modo com as restrições orçamentárias da época.

No fim das contas, a combinação de “baixas apostas”, aventura e humor faz de “Peak Performance” uma contribuição agradável, ainda que não brilhante, desta segunda temporada.

Avaliação

Citações

“It is possible to commit no mistakes and still lose. That is not a weakness, that is life.”
(É possível não cometer erros e ainda perder. Isso não é uma fraqueza, é a vida.)
Picard

Trivia

  • Apesar de creditado inteiramente a David Kemper, o episódio sofreu uma pesada reescrita de Richard Manning e Hans Beimler, seguida por revisões de Melinda Snodgrass.
  • Snodgrass elogiou a história. “Eu adorei aquele roteiro. Quando ele chegou, achei que era um veículo maravilhoso para Jonathan e me diverti muito fazendo a reescrita. Eu realmente gostei de escrever a ação, mas tivemos dificuldade em vendê-la, porque custa muito dinheiro ter espaçonaves lutando.”
  • Os restos de cristal de dilítio na Hathaway eram cera de uma vela azul.
  • Algumas tomadas com a Hathaway tiveram a nave substituída por um modelo em CGI na versão remasterizada do episódio.
  • Armin Shimerman interpreta o capitão ferengi, Bractor. Ele já havia vivido um ferengi em “The Last Outpost” e mais tarde faria o mais famoso de todos, Quark, de Deep Space Nine.
  • O showrunner Maurice Hurley comentou sobre o episódio: “Uma boa ideia que funcionou. Os jogos de guerra foram divertidos, e os personagens estiveram bem.”
  • O diretor Robert Scheerer curtiu as filmagens. “Esse foi aquele em que Riker assumiu uma nave velha. Aquela nave foi legal de brincar. Senhor, eu me diverti arrancando cabos e fazendo se parecer com uma nave velha, sucateada. O diretor de arte foi uma alegria. Jonathan se divertiu com o episódio também, enfrentando o Patrick. Era competitivo e, além disso, tivemos um maravilhoso personagem de comédia tocando o episódio; ele foi maravilhoso, Roy Brocksmith.”

Ficha Técnica

Escrito por David Kemper3 de julho de 1989
Dirigido por Robert Scheerer

Exibido em 3 de julho de 1989

Título em português: “Jogos de Guerra”

Elenco

Patrick Stewart como Jean-Luc Picard
Jonathan Frakes como William Thomas Riker
Brent Spiner como Data
LeVar Burton como Geordi La Forge
Michael Dorn como Worf
Marina Sirtis como Deanna Troi
Wil Wheaton como Wesley Crusher

Elenco convidado

Diana Muldaur como Katherine Pulaski
Roy Brocksmith como Sirna Kolrami
Armin Shimerman como Bractor
David L. Lander como oficial tático ferengi
Leslie Neale como alferes Nagel
Glenn Morshower como alferes Burke

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Edição de Maria Lucia Rácz
Revisão de Susana Alexandria

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