LDS 2×08: I, Excretus

Tempo de reborgceteio

Sinopse

Data Estelar: desconhecida

O grupo de alferes protagonistas se encontra em trajes de EVA finalizando uma honesta caminhada espacial de reparo de uma sonda não tripulada quando a ponte da Cerritos recebe um sinal de socorro de uma nave federada aparentemente presa em um loop temporal, dada a repetição constante do mesmo pedido de socorro. Devido a um mal entendido de protocolo, a Cerritos não tem registro claro da presença do grupo na sonda, e a nave já some em dobra em resposta ao chamado, para surpresa dos incrédulos alferes. Seis horas depois, o grupo é recuperado pela nave, com Mariner furiosa com sua mãe por os terem esquecido sem eira nem beira, o que na visão da alferes ilustra que a equipe da ponte não dá aos subalternos o devido valor.

Contudo, Freeman não está muito disposta a conversa, pois naquele momento a Cerritos recebe a visita de Shari yn Yem, uma pandroniana que é uma civil com a tarefa de instrutora de avaliação de eficiência para a Frota. Esta espécie tem a habilidade de separar seu corpo em três partes desconectadas, habilidade que Shari parece gostar muito de usar como linguagem corporal em conversas. Com a tripulação reunida, ela troca em miúdos a atividade: cada tripulante irá enfrentar diversos cenários de eventos previamente encontrados por outras tripulações federadas, como simulações em cabines holográficas individuais. A eficiência de cada tripulante será traduzida em pontos, com os subalternos enfrentando cenários tipicamente de comando, e os oficiais mais graduados tendo que realizar atividades tipicamente de subalternos.

As simulações têm início. Mariner está animada para realizar a sua e já ir curtir as benesses de oficiais mais graduados, mas a alferes acaba não tendo muito sucesso na simulação, que emula uma ida ao Universo Espelho, com o Boimler Espelho rapidamente desmascarando-a por sua contraparte maléfica não ser canhota como ela. Mariner tenta a sorte em um cenário que lembra o Velho Oeste do século 19 nos EUA, mas sequer consegue montar no cavalo direito, falhando novamente. Tendi, por sua vez, se mostra empática demais frente à necessidade de oferecer a um paciente klingon paralisado um suicídio cerimonial para que ele possa morrer com honra. E Rutherford não consegue evitar a explosão do núcleo de dobra em colapso de uma Enterprise da classe Constitution reformada, mal tendo conseguido abrir a câmara de dilílio por não ter luvas adequadas.

Apesar das mesmas dificuldades estarem ocorrendo com a tripulação toda, um alferes até que está se dando bem: Boimler. Com a missão de escapar de um cubo borg, ele primeiro consegue uma eficiência de 79%. Inconformado com o que julga ser um placar baixo, pede para repetir o cenário, também salvando bebês borgs no processo, o que lhe garante 83%. Novamente faz a simulação, gradativamente aumentando sua eficiência a cada nova tentativa, que se torna cada vez mais épica.

Enquanto Boimler se ocupa com os borgs, Mariner agora é jogada em um cenário onde o vírus do planeta Psi 2000 infectou a tripulação da Cerritos e, tal qual com outras tripulações, removeu toda a inibição e os freios sociais dos tripulantes. Isso resulta em Mariner encontrar uma verdadeira bacanal no refeitório da nave, e o tanto de bundalelê ocorrendo ali constrange até mesmo Mariner, que sai correndo horrorizada para abrir uma comporta de atracação e falhar de uma vez nesse cenário.

Mais tarde, Mariner, Tendi e Rutherford trocam figurinhas sobre seus cenários enquanto curtem um enorme banquete no escritório da mãe de Mariner, comentando como está sendo efetivamente difícil enfrentar as situações de comando. Eles estranham que Boimler ainda não se juntou a eles para a boca-livre no replicador de Freeman, mas Boimler ainda está repetindo o cenário borg, com crescentes níveis de eficiência.

Já a equipe de comando da Cerritos está de boas nos alojamentos dos alferes, quando é convocada para a simulação. Em uma das cápsulas holográficas, Freeman, Ransom, Shaxs e T’Ana são colocados para empilhar caixas hexagonais no compartimento de carga da nave ao mesmo tempo que klingons, jem’hadares e um Q aparecem na nave, confusão grande o bastante para atrapalhar até um simples empilhamento de caixas.

Finalmente, Shari coloca a equipe de comando da Cerritos, mais Mariner, Rutherford e Tendi, para um exercício conjunto na própria ponte da nave: uma simulação onde têm que roubar a Cerritos da Doca Espacial em órbita da Terra e com ela salvarem Spock no planeta Gênesis. Mariner assume o posto de capitão, mas ver Shaxs se alongar para tomar o posto de operações da nave faz com que ela se lembre do bundalelê de mais cedo, o que deixa Mariner baratinada, e Freeman tira uma com a cara dela pelo fracasso com o cavalo, já que as simulações são públicas e ela viu o replay do cenário. Mariner se invoca com a mãe e quer tomar dela o controle da nave. Ambas se distraem tanto discutindo que a Cerritos tromba contra as portas da Doca Espacial, fazendo o cenário ser interrompido em um fracasso completo.

Mãe e filha acabam indo afogar as mágoas no bar da Cerritos, e uma abre o coração para com a outra, confessando que ter estado no papel oposto ao seu regular as fez abrir os olhos para valorizar o que a tripulação da Cerritos consegue enquanto equipe. Elas se dão conta de que esse poderia ter sido o propósito da coisa toda, e vão falar com Shari a respeito. A pandroniana ri da cara delas e diz que, na realidade, precisava encontrar uma nave que não tivesse um desempenho tão bom quanto normalmente tem encontrado através da Frota, algo que coloca em risco o emprego dela. Então ela selecionou a dedo a Cerritos e ainda por cima malocou as simulações para que fossem absurdamente difíceis, garantindo o fracasso da tripulação.

Mariner e Freeman se revoltam com essa revelação, mas Shari diz que é tarde demais para elas fazerem qualquer coisa. Só que Mariner percebe que Boimler ainda está na sua simulação com os borgs e, portanto, o exercício não se encerrou, e as notas não são definitivas. Freeman contata Boimler, que diz que está prestes a conseguir 100% de eficiência, mas a capitão explica a situação ao alferes e o ordena a continuar na simulação custe o que custar. Os borgs capturam um frustrado Boimler, que tem que ficar enrolando com a Rainha Borg.

Elas arrastam Shari para a ponte da nave e avisam a instrutora que vão dar a ela uma amostra real do tipo de desafio que normalmente enfrentam, coisa que a pandroniana desdenha. Tendi encontra várias entidades cristalinas e Freeman ordena que a órion pilote a Cerritos no meio das criaturas, o que causa enorme instabilidade na nave e deixa Shari apavorada, com suas partes rolando descontroladas pela ponte. Freeman ordena um curso para outra coisa, o que os leva a um buraco negro, com a Cerritos rodando descontrolada no horizonte de eventos. Shari não aguenta mais e pede arrego, dando à Cerritos nota máxima na avaliação só para fazer Freeman e Mariner pararem com aquilo tudo.

Reputação da tripulação salva, todos vão até a holocápsula onde Boimler ainda se encontra, para felicitarem-no pelo bom trabalho como peça fundamental para conseguirem a aprovação, mas eles têm de arrancar o alferes de lá, que já está pensando que é um drone borg chamado Excretus de Borg. Mais tarde, Freeman e os oficiais comentam com os alferes no refeitório que a instrutora acabou pedindo licença do trabalho por estresse e também oferecem a eles a troca do replicador do refeitório, como um gesto de agradecimento pelos esforços que os subalternos fazem.

Comentários

Uma confissão: a princípio, “I, Excretus” inspirou algum receio. A julgar pelos trailers, parecia ser um episódio onde iriam apenas jogar algumas situações e referências diversas que não se encaixaram em mais nenhum lugar. Por melhor que pudessem ser, isso deixaria esta trama sem coesão, apenas como um apunhado de partes. Contudo, é fácil constatar que houve boa substância debaixo daquilo. A ideia do episódio deu o espaço para as referências ocorrerem, não o contrário.

Quem foi o protagonista de “I, Excretus”? Isso não é realmente estabelecido em pedra, e a coisa toda tocou como uma única “trama A” em que todo o elenco teve bons momentos. O foco da história foi mostrar ao final que eles podem ser sim uma tripulação coesa e alinhada. Claro, ainda existem atritos e mancadas, como a “miniaventura” do teaser retratou de forma contundente, mas ainda assim estamos diante de uma tripulação digna da Frota de que fazem parte, independentemente do seu papel de “nave de suporte”. Sobre isso, a trama se ateve a endereçar a suposta questão “tripulação é incompetente”, algo que sempre foi uma leitura simplória — rasteira, até — da premissa da série por aqueles que não prestam atenção a ela, assumindo que Lower Decks seria pura e simples zoeira com personagens bobos e, portanto, uma desvalorização do conceito de Star Trek.

Contudo, o episódio deixa claro que não é o caso: aquela tripulação não é composta de gente incompetente, é composta de gente realista, algo irônico considerando que é um exercício em animação da franquia. É algo que já havíamos comentado antes em resenhas anteriores de Lower Decks: enquanto séries como A Nova Geração são o palco para os “melhores federados do século 24”, Lower Decks é o palco para os “federados comuns do século 24”: um grupo que ainda está supostamente acima dos valores e habilidades dos humanos de nossos dias, pela premissa da franquia como um todo, mas composto por pessoas normais dessa sociedade, sem aquela aura de perfeição. O final de “An Embarrassment of Dooplers” também tem algumas tintas disso. E tais pessoas podem muito bem atingir o grau de grandeza dos personagens das outras séries.

Em linhas gerais, ainda que de através de ângulo distinto, o mesmo tema de toda esta “avaliação de desempenho” também foi abordado em “The Spy Humongous”: o que é que realmente faz um oficial da Frota? Não é uma leitura superficial dos seus deveres (como Casey fez) ou da suas experiências (como Shari fez), mas sim algo que demanda um entendimento mais profundo. Aqui, ao longo do episódio, fomos tendo o equivalente da Cerritos daquela troca de olhares entre Picard e a sua tripulação em “Allegiance”: a equipe que calhou de estar na ponte entendeu e confiou na habilidade da Freeman de saber o que estava fazendo ao ordenar que a nave fosse até as anomalias, com Mariner improvisando como oficial executiva de maneira muito bem sintonizada com a mãe. Não era Freeman que estava sendo irresponsável, era Shari que estava sendo uma bunda-mole, pelo fato de ser uma mera teórica sem nenhuma experiência real de campo, e a ponte toda ali podia perceber isso.

Pela natureza do universo de Jornada, considerando as características da Federação, existe um limite prático para tentar ilustrar a “tosquice” em que viveriam subalternos da Frota: tem a questão de dormirem em um corredor, mas apesar disso é um alojamento com algum conforto e com manutenção em dia; o replicador deles tem seleção limitada, mas replica comida boa. E assim por diante. Tudo isso é respeitado pela equipe da série, pois eles têm muito em mente a respeito de qual civilização estão escrevendo e em qual franquia. E funciona bem, pois encontram maneiras criativas de ressaltar o humor das situações possíveis disso.

A ideia de utilizarem uma pandroniana foi bem legal, mais um elemento importado da Série Animada que é expandido por uma outra série de Jornada, e foi com uma espécie claramente mais talhada para ser representada em animação, devido à natureza de sua fisiologia. Tipicamente com aquela pegada de “consultora corporativa com atitude de coaching“, vimos que Shari yn Yem se tratava da antagonista do episódio quando colocou as cartas na mesa para Freeman e Mariner, ao confessar que “kobaiashimaruou” o troço todo para atender a sua agenda pessoal, e não fazer uma avaliação honesta da Cerritos.

Como a perda de pontos era imperdoável por isso, qualquer consideração sobre a implausibilidade dos cenários e de seus detalhes internos que eventualmente não fazem sentido cai na conta de “ela dificultou exageradamente as simulações”, claro. Um bom exemplo disso foi Rutherford ser inserido no cenário semelhante ao final de Jornada nas Estrelas II: A Ira de Khan com meros segundos antes da ruptura completa do reator e sem as luvas que naturalmente seriam parte daquele uniforme de engenharia da época retratada.

Mas, se dá para destacar alguém no episódio, claramente é Boimler. Deixá-lo enrolado o tempo todo com os borgs pareceria limitá-lo enquanto personagem, não dando chance a ele de interagir com outras possibilidades cômicas de cenários, e também negaria a ele um confronto com a instrutora, mas isso tudo foi papel mais adequado para Mariner. Boimler tem todo o jeitão de que iria querer ter nota perfeita, sendo aquele entre todos ali que acabaria travando a simulação da forma que ocorreu para termos a situação ao final do episódio.

E em si foi bem divertido ver ele zerando os borgs e depois tendo que aguentar o outro lado da moeda disso com a Rainha Borg. Pelo menos deu para notar que a tripulação como um todo claramente ficou sabendo do real desempenho do alferes no cenário antes que ele tivesse que sacrificar seu placar em nome do bem comum da nave, algo que se refletiu na confraternização final da equipe na conclusão do episódio, onde a sacada que Freeman e Mariner tiveram mais cedo continuou válida e ressoando entre eles.

Novamente, é um episódio que se destaca por sua interessante direção de arte, considerando todos os elementos diferentes necessários aos cenários, além das belas renderizações das anomalias espaciais ao final, como as entidades cristalinas e a irônica utilização de nada menos que o buraco negro visto na abertura da série. E, mais uma vez, as propriedades naturais da animação nos ajudaram a ter em uma cena praticamente todos os tripulantes já vistos antes nos episódios, onde muitos deles ganharam nomes completos. Detalhe curioso é que a primeira tomada no hangar tem uma tripulante repetida: apesar de existirem duas usuárias distintas de VISOR na Cerritos, o modelo utilizado em locais diferentes da tomada foi o da mesma oficial.

A geração do cenário com o vírus de Psi 2000 (“The Naked Time” e “The Naked Now”) de maneira descontrolada em cima da Mariner foi hilária ao ponto de fazer até ela perder o rebolado, o que me faz pensar que qualquer “protocolo de privacidade” que exista no sistema de holoimagem estivesse desabilitado: existiriam proteções de “direito de imagem” que impediriam a retratação da tripulação daquele jeito? Ainda mais considerando a (inadequada) falta de privacidade dos resultados finais das simulações? Claro que, para efeito cômico, tinha que ser a tripulação com quem a Mariner interage normalmente, mas episódios de A Nova Geração e Voyager chegaram a abordar algumas questões éticas a respeito. Em relação a ser ou não algo adequado para Lower Decks retratar da maneira que retratou, tudo o que o episódio fez foi ilustrar algo que era totalmente implícito que ocorreria nos eventos originalmente vistos na Série Clássica e A Nova Geração. Então, se pensar nessa possibilidade em primeiro lugar, está mais na conta daquelas séries, e não desta animação.

De certa forma, “I, Excretus” ressoa até como uma metáfora do atual momento da franquia. Shari personifica aqueles que adoram julgar de maneira injusta e arbitrária que isto ou aquilo não é Star Trek de verdade, e, sendo algo sem a aprovação pessoal deles, tem que ser desconsiderado e cancelado. E da mesma maneira que Shari, eles se sentem obsoletos e ameaçados de ostracismo com as obras mais recentes da franquia se mostrando as boas séries de Star Trek que têm sido.

No final das contas, tivemos um engraçado episódio bem encaixado no universo de Jornada, e isso acima de tudo é a melhor definição do mandato da série.

Avaliação

Citações

“They actually think they’re going to be able to handle our jobs?”
“This is gonna be rich.”
“All right, deck 12, follow the yellow line. Move it along, lower decks.”

(Eles realmente acham que vão conseguir fazer nossas tarefas?)
(Isto vai ser ótimo.)
(Muito bem, convés 12, sigam a linha amarela. Vamos andando, subalternos.)
Ransom, Freeman e o tenente encarregado de tarefas da Cerritos, mandando a tripulação de ponte ir para os alojamentos dos subalternos

“If they wanted us to stack these, then why are they shaped like this?”
(Se eles querem que nós empilhemos isto, porque então têm esse formato?)
Shaxs, questionando a razão da Frota ter caixas para carga em formato hexagonal

“All right, look alive, people. Yeoman Ransom, let’s get some fresh coffee on deck.”
“Yes, sir.”

(Muito bem, estejam alertas, pessoal. Ordenança Ransom, providencie café fresco para a equipe.)
(Sim, senhor.)
Mariner e Ransom, durante o exercício conjunto na própria ponte da Cerritos

“A remarkable creature. Your design very nearly passes as human.”
“I am human.”
“Oh! Wow. Then you need to drink more water. Your skin is a mess.”

(Uma criatura incrível. Seu projeto quase passa por humano.)
(Eu sou humano.)
(Oh! Uau. Então você precisa beber mais água. Sua pele está horrível.)
Rainha Borg holográfica e Boimler, durante a simulação do alferes

“Unstable, huh? Seems like something we should investigate. Shields up, take us in.”
“What? No! In my drill, you’re never supposed to…”
“This isn’t a drill.”

(Instável, hein? Parece algo que deveríamos investigar. Subir escudos, nos aproxime.)
(O quê? Não! No meu exercício, não se deve nunca…)
(Isto não é um exercício.)
Freeman, Shari yn Yem e Mariner, quando a Cerritos encontra uma entidade cristalina

Trivia

  • David Gerrold, autor do episódio “Bem” da Série Animada em que os pandronianos foram primeiro introduzidos, comentou que a espécie foi originalmente imaginada para ser introduzida na Série Clássica, mas o conceito se mostrou dificil demais de ser criado usando os efeitos práticos da época, sendo algo mais possível em animação, como eventualmente foi feito.
  • A equipe de animação fez com que Shari yn Yem tivesse em algumas cenas quatro dedos nas mãos, mas cinco dedos em outras cenas, emulando as falhas de animação do episódio “Bem”, onde o pandroniano Ari bn Bem também foi ilustrado com quatro dedos em algumas cenas, mas cinco em outras.
  • Alice Krige reprisa seu papel de Rainha Borg neste episódio, tendo-a interpretado pela primeira vez em Jornada nas Estrelas: Primeiro Contato.
  • Você pode conferir todas as referências e easter eggs do episódio neste artigo de Maria-Lucia Racz no Trek Brasilis.

Ficha Técnica

Escrito por Ann Kim
Dirigido por Kim Arndt

Exibido em 30 de setembro de 2021

Elenco

Tawny Newsome como Beckett Mariner
Jack Quaid como Brad Boimler
Noël Wells como D’Vana Tendi
Eugene Cordero como Sam Rutherford e Winger Bingston, Jr.
Dawnn Lewis como Carol Freeman
Jerry O’Connell como Jack Ransom
Fred Tatasciore como Shaxs
Gillian Vigman como T’Ana

Elenco convidado

Alice Krige como Rainha Borg holográfica
Lennon Parham como Shari yn Yem
Paul Scheer como Andy Billups
Lauren Lapkus como Jennifer
Jessica McKenna como Barnes e computador da Cerritos
Ben Rodgers como Steve Stevens

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Edição de Leandro Magalhães
Revisão de Salvador Nogueira

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