PIC 2×05: Fly Me To The Moon

Encerrando tramas menos relevantes, segmento traz novos elementos ao arco principal

Sinopse

Renée Picard participa de uma simulação de voo da nave Shango, pela missão Europa, mas o treino termina em fracasso. Renée se mostra claramente ansiosa e apreensiva.

Enquanto isso, Jean-Luc Picard surge no apartamento da Supervisora, a quem ele chama de Laris, dada a sua semelhança com a romulana. No entanto, ela insiste que seu nome é Tallinn e que ela está ali para um único propósito: proteger um indivíduo, Renée. Jean-Luc insiste que uma divergência está a caminho e a convence a trabalhar com ele. Analisando imagens de sessões de terapia de Renée, eles descobrem que Q está se fazendo passar pelo terapeuta e tentando plantar dúvidas para que ela desista de participar da missão Europa. Picard se convence de que essa é a divergência e que eles precisam impedir que Renée desista.

Em outro lugar, o dr. Adam Soong se apresenta diante de um comitê para explicar experimentos genéticos ilegais que vem fazendo com ex-soldados. A despeito de sua boa intenção de curar a filha, Kore, que tem uma rara doença que a impede de ficar sob a luz solar, Soong perde sua licença. De volta a seu laboratório privado, ele recebe uma mensagem anônima por computador que o instiga a contatar um tal de Q.

Na Sirena, a Rainha Borg consegue hackear o acesso à torre local de celular e liga para a polícia de La Barre, simulando uma ocorrência.

A caminho da fronteira, Raffi quer simplesmente teletransportar Rios do ônibus da Imigração, mas Sete sugere uma abordagem mais sutil. Com um pulso eletromagnético, ela faz o ônibus pifar. Rios, então, percebe que são suas amigas e avisa os demais “deportados” para se prepararem para agir. Com isso, eles rendem motorista e segurança. Os imigrantes sem documentos fogem.

Jurati tenta dormir no château, mas volta à Sirena, chamada pela Rainha Borg. Descobre que ela está mantendo um policial francês como refém. Para impedir isso, a cientista dispara com um rifle contra sua majestade, que morre. Em seguida, Rios, Raffi e Sete voltam à nave e descobrem o que houve.

Soong se encontra com Q, embora manifeste pouco interesse em interagir com o misterioso homem, até ele revelar ter conhecimento da situação de Kore e oferecer uma cura. De volta a sua casa, Soong testa e a droga funciona — mas apenas temporariamente. Ele volta a procurar Q, que propõe entregar uma solução definitiva em troca de uma ajuda: ele quer tirar um Picard do caminho.

Picard e Tallinn vão à Sirena, onde encontram a tripulação ainda lidando com o policial francês desacordado, e um plano surge: para garantir que Renée esteja na missão Europa, que partirá em 15 de abril, eles precisam apenas se assegurar de que ela entre em quarentena, o que vai acontecer logo após uma festa de gala comemorativa do evento. O plano é se infiltrar na festa e proteger Renée de qualquer influência maléfica, garantindo que ela se mantenha como parte da tripulação da missão.

Para isso, Jurati é escalada para fazer a infiltração inicial e incluir as identidades dos demais no sistema interno de segurança, a fim de que os outros possam também entrar. Ela consegue entrar, mas, então, é detida pela segurança — o que é parte do plano dela. O que ninguém sabe é que a Rainha Borg transferiu sua consciência para a mente de Jurati antes de morrer e agora a acompanha aonde quer que vá.

Comentários

Após o episódio anterior, em que as subtramas pareciam se esticar além do desejável e a principal, estagnar, “Fly Me to the Moon” concentra-se principalmente nos pontos mais relevantes para a trama principal da temporada: Picard e seu encontro com Tallinn (a Supervisora/Observadora); a evolução da perigosa relação entre Jurati e a Rainha Borg; e as ações de Q no século 21. O segmento também conta com rostos conhecidos — seja em novos personagens, porém da mesma família que seus personagens anteriores — seja atrás das câmeras. Jonathan Frakes, mais uma vez, mostra uma direção segura, de quem está mais do que à vontade na franquia. E Brent Spiner e Isa Briones deveriam considerar acrescentar um “Soong” em seus nomes.

Começando pelas subtramas menos relevantes, temos o final do drama de Rios com a imigração. Enquanto Raffi continua revoltada a ponto da imprudência, Sete mais uma vez serve como seu ponto de equilíbrio e sensatez. Depois de, em “Watcher”, não ter se importado em fazer um teletransporte em plena luz do dia, de dentro de uma viatura policial roubada cercada por agentes da lei armados, a prudência em viagens temporais volta à tona. A discussão acerca da melhor maneira de ajudar o companheiro de missão não apenas comenta esse tipo de situação específica em si, como também traz importantes reflexões sobre as próprias personagens — e, quiçá, sobre outros. Enquanto Raffi vive procurando um alvo para direcionar suas raivas e frustrações, Sete escolhe manter-se em movimento, em fuga, para não se sentir vulnerável — o que faz sentido se pensarmos que ela foi assimilada na infância, quando era uma pessoa bastante vulnerável, fato que a moldou para o resto da vida. Esse ponto nos remete também ao primeiro episódio da temporada, mas à conversa entre Laris e Picard, quando ela o confronta por ele nunca ter se deixado de fato envolver em sentimentos românticos, seguindo sempre em movimento, sempre em fuga.

Mas, voltando aos três personagens primeiramente em destaque aqui, fica uma impressão um tanto incômoda de que eles têm pouca função na trama proposta — especialmente Raffi. Até o momento, o que podemos ver em relação a ela é o desenvolvimento de um maior equilíbrio no relacionamento que ela tem com Sete. No entanto, como foi um par pouco visto em tela como de fato um casal, pode ser um tanto difícil de se envolver com suas questões. O lado humano de Sete despertado pelo uso do corpo de Annika Hansen é utilizado de forma bastante sutil — interessante, mas sutil e ainda pouco desenvolvido. Mais uma vez, parece que é Rios quem pode ter uma maior participação na trama central, pois, dada a carência dentro da tripulação da Sirena confederada de um profissional da área médica (não temos os hologramas de emergência à imagem de seu capitão), é bem provável que os serviços de Teresa sejam requisitados em algum momento futuro.

Já na parte dedicada a Picard, passamos a conhecer de fato a Supervisora, que diz chamar-se Tallinn. Ao explicar a natureza de sua profissão, ela acaba despertando as lembranças históricas de Jean-Luc a respeito do encontro de Kirk e sua tripulação com certo Supervisor-194, durante sua missão de cinco anos a bordo da Enterprise. Talvez essas lembranças tão específicas a respeito da história da Enterprise clássica estejam emergindo devido à autobiografia de Spock com que ele presenteou Elnor em “The Star Gazer” — ele poderia ter folheado ou lido o livro algumas vezes às vésperas da entrega. Afinal, não podemos pôr na conta do personagem o fato de ele ser um trekker que pesquisa a franquia de entretenimento favorita, como nós — e a equipe criativa da série — podemos fazer. O fato é que, neste episódio, textualmente fica estabelecido que o trabalho de Tallinn é o mesmo de Gary Seven. O comentário de que ela não lida com viajantes temporais nos faz pensar se isso se tornou uma regra entre os Supervisores após o encontro com a tripulação de Kirk, que havia feito uma incursão temporal a fim de testemunhar um acontecimento histórico — e eles acabaram tentando impedir que Gary Seven fizesse seu trabalho de justamente preservar a trama da história.

Voltando a 2024, a incumbência de Tallinn é a de preservar um único fio dessa trama, que atende pelo nome de Renée Picard. Ela deve observar, mas sem ser vista, a vida da ancestral que Jean-Luc mencionou no discurso proferido na Academia da Frota Estelar em “The Star Gazer”. Apesar de ser uma pessoa brilhante, Renée tem problemas emocionais, causando crises de ansiedade em momentos inconvenientes para uma astronauta prestes a partir em missão. E tudo se torna ainda mais perigoso quando Jean-Luc descobre que Q está se passando pelo terapeuta de Renée, tentando persuadi-la a não embarcar na missão. Isso é o suficiente para o velho almirante ter certeza de que essa é a divergência temporal a ser criada, desembocando na Confederação — no entanto, tratando-se de uma interferência direta em uma ancestral dele, não poderia ser uma maneira de Q chamar a atenção de Picard para que ele possa agir da maneira que deve, não sucumbindo ao medo (seja lá o que isso quer dizer na prática)? Com o perigo rondando sua protegida, apesar de relutante a princípio, Tallinn acaba por aceitar ajudar Picard.

Já nos arredores do Château Picard, vemos o desenrolar de mais um round do confronto entre Jurati e a Rainha Borg e as consequências da imprudência de terem deixado Jurati completamente sozinha com ela, que quase a assimilou a bordo da Sirena. Após tomar como refém um policial que fora atender a um chamado de uma suposta mulher mantida em cárcere — em uma cena que nos remete a filmes de terror –, a borg atrai Jurati de volta à nave. Para que a Rainha não assimile o policial e tampouco complete a sua própria assimilação, a cientista atira na rival e a mata — ao menos o corpo. Com certo controle sobre Jurati adquirido em “Assimilation” e com o argumento de ser a única forma de a tripulação da Sirena poder voltar ao próprio tempo, a Rainha consegue injetar um pouco mais de si mesma na cientista, sobrevivendo, assim, no corpo dela.

Pensando na vulnerabilidade da Terra do século 21 a um ataque borg, não há como não considerar que, na verdade, o plano era deixar-se morrer, garantindo antes o avanço do processo de assimilação daquela que tanto a impressionou. Podemos ainda desconfiar de que, desde o século 25 confederado, a Rainha Borg tivesse seus próprios objetivos de ir à Terra do 21 e conseguir algum meio de cooperação mais íntimo — como assimilar Jurati — pode levá-la a atingi-los. Ou seja, o abandono da cientista naquela nave — apesar de compreendermos toda a urgência das ações de Picard –, mais do que perigoso, foi um possível prenúncio de catástrofe. Mais uma vez o confronto de vontades entre as duas personagens traz momentos de excelência em termos de atuação e é interessante ver a alternância da vontade dominante a cada momento, pelo uso de luzes projetadas nos rostos das atrizes: azul, quando é a vez de Jurati, e verde, quando é a da Rainha Borg. A esperança que fica é a de que Jurati consiga prevalecer, agora que briga pelo controle de seu próprio corpo.

Enquanto as peças do elenco principal são movidas em três frentes diferentes, temos a introdução de dois novos personagens, mas com velhos rostos conhecidos. Brent Spiner encarna mais um Soong de sua coleção, agora Adam — se pensarmos que, cronologicamente, ele é o primeiro Soong que vemos com seu rosto e que o nome em inglês corresponde ao nosso Adão bíblico, isso pode nos dar alguma pista, embora ainda não saibamos qual. Dessa vez, não bastasse ser um Soong, o personagem de Spiner é pai da personagem de Isa Briones. Embora alguns fãs possam achar pouco inventivo todos terem os mesmos rostos, fazendo os Soong mais parecerem uma linha de montagem, isso parece fazer sentido com as características dos seus representantes. Megalômanos, sendo eles geneticistas (Adam e Arik, de Enterprise) ou desenvolvedores de vidas artificiais (Noonian, de TNG, e Altan, da primeira temporada de Picard), parecem estar em busca da criação dos indivíduos perfeitos à sua imagem e semelhança. Agora, se os descendentes que já conhecemos de Adam são frutos de suas pesquisas, ainda não podemos saber, mas não aparenta ser mera coincidência os rostos serem iguais. Outra pulga que fica atrás de nossas orelhas, apesar de Adam aparentar ser um pai amoroso, é de que Kore possa ser algo além de sua filha — afinal, não podemos esquecer que os Soong gostam de chamar suas criações de filhos e Adam não parece muito sincero ao falar de uma suposta mãe de Kore.

Como Kore, apesar de filha de um renomado geneticista, ironicamente é portadora de uma doença genética incurável que a torna incapaz de viver sob o sol, Q se aproveita do desespero do pesquisador e o coopta, garantindo conhecer a cura para a jovem. Dessa forma, ainda que o disfarce como terapeuta não dê certo, ele tem mais um recurso para impedir que Renée siga em sua importante missão, assegurando que o futuro da Confederação se concretize — afinal, uma estátua de Soong é reverenciada pelos confederados, como visto em “Penance”, embora não conheçamos de fato o seu papel nisso tudo. Mas, conhecendo Q ao longo de tantas décadas, não há como imaginar que a escolha de um representante dessa família seja mera coincidência — não apenas pela relação com o futuro distópico, mas pela relação entre os Soong e os Picard. Sem a interferência de Q, esses dois elementos aparentemente tão distantes no século 21 — Adam Soong e Renée Picard — poderiam ter se relacionado? Ou apenas se entrelaçam quando se coloca como peça central do quebra-cabeças Jean-Luc Picard? E o quanto tudo isso se relaciona ao próprio Q ou ao Continuum Q?

Mais uma vez, a série nos deixa com mais perguntas do que respostas para as próximas semanas. O próximo cenário em que a história se desenvolverá é o baile de gala da missão Europa, que ocorre a poucos dias de seu lançamento. De um lado, teremos Q, que, por intermédio de Soong, procurará impedir que Renée vá. De outro, Picard, Tallinnn e a tripulação da Sirena tendo de infiltrar-se no evento para tentar assegurar-se de que a história não seja mudada, porém ignorando as novas peças da equação: Soong — como peça trazida por Q — e uma aliada que pode sucumbir ao poder da inimiga, com quem agora divide um corpo — peça acidentalmente trazida pelo próprio Picard e sua trupe. Como a cientista é o elemento central do plano de infiltração, para realizar a invasão e manipulação do sistema de segurança da festa, as expectativas ficam altas para o que pode ocorrer se a Rainha Borg vencer em definitivo a guerra particular entre as duas. Já em relação a Soong, pelo fato de pouco sabermos sobre ele e tendo em vista seu grau de desespero, podemos esperar qualquer coisa.

“Fly Me to the Moon” acerta ao novamente movimentar as peças do jogo da temporada: mostrar do que um Q com limitações de poder é capaz de fazer para cumprir os seus objetivos; apresentar mais detalhadamente quem é a Observadora e como se relaciona com a trama principal; tornar ainda mais ameaçador um elemento que, ao mesmo tempo, é a única esperança conhecida de retorno à realidade conhecida. Talvez não sejam avanços tão grandes quanto poderíamos querer ter na exata metade da temporada, porém o segmento nos dá uma sensação maior de movimentação da trama do que o episódio anterior. A direção de Frakes, tão seguro e conhecedor da franquia, nos conduz muito bem ao longo do tempo de exibição do episódio e nos faz ansiar pela sua continuação, prometendo algo que nos remete a Onze Homens e um Segredo, já que a ação deve ocorrer majoritariamente na festa de gala, com a infiltração de nossos heróis e, talvez, o uso de suas habilidades individuais para cumprir essa etapa da missão — ou isso já é especular demais?

Avaliação

Citações

“To understand the true potential of the human genome is to envision a future free from disease. Imagine, if you will, I am a god. And as I look down at humanity, I see them at a crossroads. Will they evolve toward enlightenment, or will there be a divergence into darkness?”
(Entender o verdadeiro potencial do genoma humano é vislumbrar um futuro livre de doenças. Imaginem, se quiserem, que eu sou um deus. E enquanto eu observo a humanidade, eu a vejo numa encruzilhada. Será que eles vão evoluir em direção à iluminação ou haverá uma divergência rumo à escuridão?)
Adam Soong

“Who the hell are you?”
“I am the evolution of stardust. I’m the gentle flutter of a butterfly. I am Death, destroyer of worlds. And I’m also a big fan of your work. And a visionary who knows how important you are to the future of this planet.”
(Quem diabos é você?)
(Eu sou a evolução da poeira estelar, sou o tremular suave do bater das asas de uma borboleta. Eu sou a morte, o destruidor de mundos. E também sou um grande fã do seu trabalho e um visionário que sabe o quanto você é importante para o futuro deste planeta.)
Adam Soong e Q

“That is your fate. Forever invisible. But I could change all that. Imagine, being loved, completely, every thought and whisper cherished, shared. With our minds joined as one, we could be more. I am the only one in the entire universe that has ever truly seen you.”
“This has to end.”
(Esse é o seu destino. Para sempre invisível. Mas eu poderia mudar tudo isso. Imagine, ser amada, completamente. Todos os pensamentos e sussurros amados e compartilhados. Com nossas mentes unidas como uma só, nós podemos ser mais. Eu sou a única em todo universo que enxergou você de verdade.)
(Isso tem que acabar.)
Rainha Borg e Jurati

“No, it’s-it’s not my blood. But I think I just killed our only way home. I had to do it. She was killing him. He’s all right now. I repaired most of the internal organs.”
“Most?”
“Yeah, his spleen’s in a box over there. I hated shooting her. Organic tissue at the base of the cerebellum. That’s all it took. She’s as vulnerable as we are.”
“There are a few billion souls who might disagree with you there.”

(Não, não é o meu sangue. Mas acho que matei nosso único caminho para casa. Eu tive que atirar, ela o estava matando. Ele está bem agora, consertei a maior parte dos órgãos.)
(A maior parte?)
(É, o baço dele está numa caixa bem ali. Eu odiei atirar nela. Tecido orgânico na base do cerebelo. Foi só o que precisou. Ela é tão vulnerável quanto nós)
(Há alguns bilhões de almas que podem discordar de você nisso.)
Jurati, Raffi e Sete de Nove

“Do you have the cure? The real cure? Not something that wears off. Because if you do, I am a hostage to you, sir.”
“We’re all hostages to what we love. The only way to truly be free is to love nothing. How meaningless would that be? I have what she needs.”
“What do you need?”
“I have discovered of late that I have certain limitations. So I want you to remove an obstacle for us. Does the name ‘Picard’ mean anything to you?”

(Você tem a cura? A cura verdadeira? Não uma coisa com efeito passageiro? Porque se você tiver, eu sou seu refém, senhor.)
(Somos todos reféns do que amamos. A única forma de sermos livres é não amar nada. E como isso seria sem sentido. Eu tenho aquilo de que ela precisa.)
(Do que você precisa?)
(Descobri recentemente que tenho certas limitações. Então, quero que você remova um obstáculo para nós. O nome ‘Picard’ te diz alguma coisa?)
Adam Soong e Q

Trivia

  • O título do episódio refere-se à canção “Fly Me to the Moon”, de 1954, que é associada à NASA, pois a versão de Frank Sinatra foi tocada para acordar os astronautas, nas missões Apollo 10 e Apollo 11 à Lua. Essa música pode ser ouvida na festa de gala.
  • Este é o primeiro crédito de Star Trek para a escritora Cindy Appel, que se juntou à série como produtora na segunda temporada.
  • Este é o 27º crédito para Jonathan Frakes na direção de uma produção da franquia Star Trek e o terceiro em Picard.
  • A revelação do torso de Annie Wersching pendurado pelas costas na nave La Sirena para abrir a cena é um clássico momento de filme de terror, dirigido com extremo estilo e confiança por Jonathan Frakes. Foi Frakes quem dirigiu a primeira vez em que se deu vida à rainha borg, em Jornada nas Estrelas: Primeiro Contato, com a cena original de seu tronco sem pernas, famoso por ser pendurado nas vigas antes de se fundir com o resto do corpo.
  • Neste episódio, Brent Spiner interpreta o seu quarto dr. Soong, o dr. Adam Soong. O primeiro foi o dr. Noonian Soong, introduzido em “Brothers”, de A Nova Geração; o segundo, o dr. Arik Soong, de Enterprise; o terceiro, o dr. Altan Inigo Soong, que surge em “Et Arcadia Ego I”, da primeira temporada de Picard. Isso sem contar os androides Data, Lore e B4, em A Nova Geração (dentre série e filmes derivados).
  • Como se não fosse suficientemente óbvio, a abertura da porta do apartamento de Tallinn, na forma de um cofre, confirma que ela está conectada a Gary Seven e a quem quer que os supervisores fossem, como visto no episódio “Assignment: Earth”, da Série Clássica. Picard confirma essa suposição, citando que Kirk encontrou um supervisor chamado Gary Seven.
  • “Assignment: Earth” foi originalmente concebido como um piloto para uma possível série de Gary Seven, o que obviamente nunca se concretizou. É notável que a franquia tenha levado mais de 50 anos para retomar a ideia de supervisores de alta tecnologia e seu papel na história de Star Trek.
  • Altan Inigo Soong fez várias filhas à imagem de uma de suas ancestrais. Dahj, Soji e Sutra, da primeira temporada de Picard, foram moldadas a partir de Kore, filha de Adam Soong neste episódio, todas elas interpretadas por Isa Briones.
  • Esta é a primeira vez que ouvimos falar de um micro-organismo potencialmente senciente em Io. Isso também significa que Renée estava em múltiplas missões nas luas de Júpiter, ou ela, de alguma forma, detecta esse micro-organismo em Europa?
  • Picard, na cena em seu château, literalmente pronuncia as palavras “into the darkness, o nome em inglês do filme de 2013 Jornada nas Estrelas: Além da Escuridão.
  • Se você ligar para o número de telefone de Q, 323-634-5667, ele mesmo responde.
  • Lea Thompson, que dirigiu os dois episódios anteriores, “Assimilation”“Watcher”, interpreta a dra. Diane Werner, presidente do comitê que lida com o dr. Soong.
  • Também nesse comitê está um personagem chamado Vasily Rozhenko, possivelmente um ancestral de Sergey Rozhenko, o pai adotivo de Work, o klingon de A Nova Geração.
  • Há algumas cenas de músicos tocando trombone na festa. Riker, interpretado por Jonathan Frakes, o diretor deste episódio, tocava trombone em A Nova Geração.
  • Como na simulação da qual Renée participa, a Apollo 11, enquanto pousava na Lua, apresentou um código de erro chamado 1202. Ele foi causado pelos radares de pouso, jogando muitos dados e fazendo com que o computador ficasse confuso e não fosse capaz de lidar com todas as tarefas que lhe estavam sendo atribuídas. O computador só conseguia lidar com um dos dois radares de cada vez e, portanto, estava reportando esse erro. O erro 1202 foi um erro que poderia ter abortado o pouso na Lua.
  • Acusado de realizar “experimentos genéticos não monitorados, não regulamentados, ilegais… com uma organização militar privada, a Operações Ponta de Lança (Spearhead Operations, no original), em soldados”, certamente parece que o que quer que Adam Soong estivesse tramando era — ou será — uma parte chave das Guerras Eugênicas.
  • A dra. Diana Werner menciona que Soong violou a Convenção de Shenzen, uma proibição (fictícia) internacional de experimentos genéticos humanos, que pode ser baseada em um incidente de 2018, no qual um cientista chinês, na cidade de Shenzen (China), alegou ter editado os genes de meninas gêmeas.
  • A data de nascimento de Renée Picard é a data de lançamento do filme Jornada nas Estrelas: Primeiro Contato, 22 de novembro de 1996, também dirigido por Frakes.
  • O passaporte francês que aparece em tela para identificá-la tem 3 erros: 1) mostra a data de nascimento no formato americano, 11/22/1996, quando deveria estar 22/11/1996, como usado nas datas na França. As datas de emissão e expiração estão na ordem correta; 2) em vez de République Française, está escrito “Republicique Française”; 3) Sous-prèfecture de Bèziers está escrito com acentos graves em vez de agudos, Sous-préfecture de Béziers, que seria o correto.
  • A data no topo da tela é 1º de julho de 1996, que seria a data de nascimento original do escaneado. Talvez tenham feito uma decisão de última hora de alterar a data de nascimento de Renée Picard, em homenagem ao filme Primeiro Contato, mas esqueceram de mudar o topo da página.
  • A duração deste episódio é relativamente curta para os episódios modernos de Star Trek: 41min16s.
  • A atriz australiana Penelope Mitchell (Renée Picard) teve um papel recorrente em The Vampire Diaries, juntamente com o ator Paul Wesley, que recentemente se juntou ao elenco da segunda temporada de Strange New Worlds, como James T. Kirk.
  • Como por tradição familiar, a francesa, nascida em Chateauneuf-Grasse, Renée Picard tem sotaque inglês. Ela também tinha uma bandeira francesa em seu traje de voo da NASA.
  • O nome falso de Agnes Jurati era Holly Eva Visser.
  • tablet de Tallinn parece ser de origem romulana, apesar de suas orelhas serem de aspecto humano. A tela do dispositivo apresenta escrita romulana, e a sua tela holográfica em forma trapezoidal é distintamente romulana também.
  • A astronauta Renée Picard foi mencionada pelo almirante Jean-Luc Picard em “The Star Gazer”, descrita durante o seu discurso na Academia da Frota Estelar como uma ancestral que foi “fundamental na exploração precoce do sistema solar da Terra”.
  • A nave espacial que leva Renée Picard e sua tripulação para Europa é chamada de Shango X-1, possivelmente em homenagem ao deus iorubá conhecido no Brasil como Xangô.
  • Os registros históricos da missão Europa são difíceis de encontrar no futuro, a única informação conhecida sobre Renée Picard foi de que ela descobriu um micro-organismo em Io que ela acreditava ser senciente e que trouxe com ela em sua volta à Terra.
  • A Rainha Borg é o primeiro personagem de Star Trek a fazer uma chamada telefônica desde que o jovem Jim Kirk desligou o telefone celular de seu padrasto, no filme Star Trek, de 2009.
  • Sete menciona o filho de Raffi, Gabe (Mason Gooding), visto na primeira temporada, no episódio “Stardust City Rag”.
  • Os tricorders da Confederação têm a capacidade de liberar tanto o pulso eletromagnético quanto as explosões sônicas de atordoamento.
  • Graças a estar algemado, Pedro, companheiro de detenção e ônibus de Rios, derruba o oficial da agência de imigração usando o clássico golpe de mão dupla de James T. Kirk na Série Clássica. Rios comenta com ele, imitando o golpe.
  • Adam Soong dirige um Tesla, outra confirmação de que Elon Musk existe dentro do universo de Star Trek, seguindo as múltiplas citações do nome do magnata da tecnologia em Star Trek: Discovery.
  • Com seu reverenciado status na Confederação, os purificadores atmosféricos vistos em uso no futuro sombrio daquela linha do tempo provavelmente provêm dos campos de força protetores que Soong usa para proteger a filha Kore da luz solar.
  • Vemos brevemente o logotipo da empresa de Adam Soong, chamada “Soong Dynamics”.
  • Annie Wersching, que faz a Rainha Borg nesta temporada de Picard, trabalhou anteriormente na franquia, interpretando a personagem Liana do episódio “Oasis”, de Enterprise.

Ficha Técnica

Escrito por Cindy Appel
Dirigido por Jonathan Frakes

Exibido em 31 de março de 2022

Título em português: “Me Leve para a Lua”

Elenco

Patrick Stewart como Jean-Luc Picard (voz também imitada pela Rainha Borg)
Alison Pill como Agnes Jurati (voz também imitada pela Rainha Borg)
Jeri Ryan como Sete de Nove
Michelle Hurd como Raffi Musiker
Evan Evagora como Elnor (ilusão)
Orla Brady como Laris (apenas flashback) e Tallinn
Isa Briones como Kore Soong
Santiago Cabrera como Cristóbal “Chris” Rios (voz também imitada pela Rainha Borg)
Brent Spiner como Adam Soong

Elenco convidado

John de Lancie como Q
Annie Wersching como Rainha Borg
Penélope Mitchell como Renée Picard
Lea Thompson como Diane Werner
Leif Gantvoort como Morris
Jackie Geary como Personagem
Ivo Nandi como Leclerc
Oscar Camacho como Pedro
Michelle Haro como Armstrong
Shaw Jones como guarda 2
Daniel Mooney como jovem
Zach Sowers como guarda de segurança 1
Kareem Stroud como guarda de segurança 2

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Edição de Nívea Doria

Revisão de Susana Alexandria

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