Episódio curto faz ligação entre primeira e segunda metade da temporada, evidenciando suas tramas principais
Sinopse
Jean-Luc Picard aparece desacordado, com um filete de sangue na boca, estirado no chão — o terrível desfecho de ações iniciadas 34 minutos antes, quando ele e sua equipe estão na fila para entrar no baile de gala, aguardando apenas o sinal de Jurati, detida na sala de segurança.
Com um dispositivo, Agnes faz os guardas desmaiarem. Mas, algemada à cadeira, não consegue se levantar. A Rainha Borg, presa em sua mente, se oferece para ajudá-la. Sem opção, Jurati aceita a oferta e acaba conseguindo forçar a abertura das algemas. Ela pluga um pen-drive no sistema bem a tempo de incluir as identidades falsas, e todos conseguem entrar.
De olho em Renée, Jean-Luc e Tallinn notam que ela começou a trocar muitas mensagens de celular. Tallinn intercepta as mensagens e descobre que ela está falando com o psiquiatra, Q. Renée decide que, após a festa, irá abandonar a missão Europa. Jean-Luc contraria a política de Tallinn de não interação e decide falar com sua ancestral. Mas é primeiro interrompido por um encontro inesperado: Adam Soong. O cientista se apresenta e revela ter um amigo em comum com Jean-Luc, Q. Descobrimos que ele fez uma grande doação para o projeto espacial e agora tem grande influência. Seguranças são chamados para deter o almirante, mas ele é rápido em perceber a armadilha e escapar.
Em outro canto, Jurati está confusa, tentando manter a Rainha Borg sob controle. Mas a entidade parece estar levando a melhor, fazendo Agnes ter atitudes impulsivas, como beijar Rios. As duas ficam discutindo, e surge o pedido de Picard por uma distração. A Rainha Borg age, fazendo um impulso eletromagnético apagar as luzes. Então, Agnes surge cantando gloriosamente no salão a música “Shadows of the Night”, de Pat Benatar. Todas as atenções se voltam para ela, que se curva em agradecimento, ao lado de uma Rainha Borg que só ela vê. As endorfinas liberadas acabam permitindo que sua majestade se apodere completamente de Agnes.
Em meio à distração, Rios ajuda Picard a se disfarçar como segurança, e ele vai atrás de Renée. Com um de seus inspiradores discursos, ele tenta aplacar a insegurança dela, dizendo que “medo é medo, e não fala por charadas”. Jean-Luc argumenta que sentir medo é normal e importante, pois mostra que ela é inteligente e capaz de perceber riscos. Isso coloca Renée num estado mais tranquilo e ela decide seguir na missão.
Soong está arrasado e, num ato de desespero, atropela Jean-Luc, que fica desacordado, estirado no chão. Rios, Raffi e Sete vão ao encontro dele. Sem identidade, ele não pode ser levado a um hospital. Eles, então, o transportam à clínica Las Mariposas, de Teresa Ramirez. Lá, a doutora consegue estabilizar Picard (depois de queimar seu desfibrilador), mas ele não acorda. Tallinn usa seu dispositivo para escanear o cérebro do almirante e descobre que ele está preso em suas próprias lembranças — com o equipamento, ela se oferece a “entrar”, como num elo mental, para tirá-lo desse estado e trazê-lo de volta à consciência.
Soong, por sua vez, volta para casa destruído, repetindo que o trabalho de sua vida será perdido. Kore fica intrigada, entra no escritório dele e remexe em arquivos de computador. Ela descobre sobre os experimentos eugênicos de seu “pai” e encara a terrível revelação de que ela é apenas mais uma de uma longa fila de meninas criadas pelo pai como projetos científicos não sancionados.
Enquanto na clínica a equipe acompanha apreensiva a tentativa de reavivar Picard, Agnes Jurati, agora totalmente controlada pela Rainha Borg, caminha pelas ruas de Los Angeles, em seu deslumbrante vestido vermelho.
Comentários
“Two of One” é mais um episódio de ligação, assim como “Watcher”, ocorrendo muito pouca coisa que faça a trama principal avançar e não trazendo novos elementos para o todo da temporada. Um de seus maiores méritos é sua curta duração em relação aos demais episódios da temporada, não apresentando tantos elementos que soam como desnecessários àquilo que quer ser contado. Mais do que um episódio em que o importante é “o que” acontece, ele se inclina mais ao “como” — e é também onde pode dividir mais as opiniões dos telespectadores.
A estrutura do episódio é interessante, ainda que não agrade a todos. Em vez de continuar o que vimos na semana anterior, somos apresentados a um Jean-Luc Picard desacordado, com um filete de sangue escorrendo de seus lábios, e a confusão que toma conta de seus companheiros de jornada. Pelo que entendemos, ele vai ser conduzido à clínica de Teresa, porém logo somos levados para 34 minutos no passado e, agora, sim, nos conectamos com o final de “Fly Me to the Moon”. Essa escolha narrativa nos prende — afinal, o que levou Picard àquela situação? –, mas também nos frustra, pois esperávamos a continuação imediata da história. Só o que podemos supor é que algo deu muito errado nas tentativas de proteger a astronauta e que isso nos vai ser contado aos poucos. A contagem dos minutos continua ao longo do segmento, nos dando alguns flashes do presente de Jean-Luc numa maca na clínica de Teresa — o que, em alguns momentos, dá uma sensação de que Picard está alternando entre momentos recentes, suas recordações mais antigas — principalmente de infância — e uma semiconsciência do que está ao seu redor.
Podemos ver claramente três diferentes focos narrativos: 1) a tentativa de Picard, Tallinn, Rios, Raffi e Sete de proteger Renée dos planos de Q (e de suas inseguranças); 2) o drama de Adam Soong; 3) a luta interna de Jurati contra a Rainha Borg. Ainda podemos acrescentar um quarto, que permeia toda a temporada, que seriam mais reflexões a respeito da adaptação de Rios e Sete ao passado, em contraste com a resistência de Raffi com essa realidade (ou, talvez, qualquer realidade). No entanto, esse quarto foco concentra-se principalmente em uma cena de poucos minutos, na qual vemos que Sete está uma pessoa muito mais leve sem seus implantes borgs e se adaptando bem à sociedade, o que alegra Raffi, que também percebe que Rios está apaixonado por Teresa e curtindo bastante o nosso tempo. Apesar dessa sua percepção, ela não consegue deixar para trás sua dor pela morte de Elnor, embora pareça estar mais equilibrada do que nos episódios anteriores — aparentemente a leveza de Sete no corpo de Annika realmente está trazendo resultados para ela.
Se “Fly Me to the Moon” nos deixou na expectativa de uma narrativa mais ao estilo de Onze Homens e Um Segredo, em que cada personagem de destaque usa seu talento especial para um determinado objetivo em comum (ambientado em um cenário chique de cassino ou festa de gala), “Two of One” nos frustra nisso também. De fato, apenas Picard — com seus belos discursos inspiradores — e Jurati — com seu conhecimento científico-tecnológico turbinado com a presença e a força da Rainha Borg, além de certo talento artístico até então desconhecido — que realmente se encaixariam nesse tipo de premissa na tentativa de garantir que Renée cumpra sua missão espacial. Não à toa, são os personagens que mais facilmente identificamos como pertencentes à temática sugerida pelo título do episódio: Jurati e a Rainha Borg compartilhando um único corpo; Jean-Luc e Renée compartilhando o sobrenome Picard, de grande importância histórica dentro do universo ficcional da franquia.
Partindo do primeiro foco elencado acima, Picard passa a maior parte do tempo em que esteve dentro da festa ao lado de Tallinn. Essa interação dos dois tem seus momentos pitorescos, como quando Tallinn atenta para o tique nervoso de Renée de mexer no lóbulo da orelha — gesto nem tão sutil, mas cujo significado Jean-Luc não identifica. Outro desses momentos é o uso excessivo do celular pela astronauta para troca de mensagens, que o almirante considera estranho, mas a supervisora, normal. Embora, ao hackear a conversa, descubramos que Renée fala com seu “terapeuta” (Q) sobre desistir da missão e está sendo incentivada por ele a isso, é divertido acompanhar essa diferente maneira de lidar com um aparelho hoje em dia tão cotidiano. Além de remeter à idade de Jean-Luc Picard ou ao futuro de que ele vem, pode-se associar também à época em que o personagem foi criado, a como era a relação entre as pessoas e seus aparatos tecnológicos cotidianos nas décadas de 1980 e 1990. Pensando assim, nesse momento, Picard não soa antigo por sua idade avançada, mas pelo contexto em que A Nova Geração foi criada e desenvolvida em comparação àquele em que Picard está sendo produzida.
Outro fator interessante nessas interações com Tallinn é que ele claramente está sendo galante com a mulher que é a cara da sua atual musa romulana Laris. Além de ambas serem interpretadas pela mesma atriz, Orla Brady, o fato de Tallinn pertencer ao passado e de este não ser um potencial romance que poderia frutificar acaba fazendo com que se assemelhe com todos os romances vividos por Jean-Luc que conhecemos: breve e sem maiores consequências duradouras. Algo que dificilmente ocorreria se Picard assumisse seus sentimentos pela romulana — e que foi o ponto de partida dessa trama da temporada. Relacionamentos não são o foco principal de Picard, e sim seu dever, e a missão deve ser cumprida. Como não conseguem contactar Jurati para auxiliá-los a impedir que a astronauta comunique sua decisão de desistir da missão, Picard parte para a ação — ou melhor, para uma intervenção mais direta e que envolve um belo e longo discurso, com o intuito de persuadir sua ancestral de desistir de desistir.
E é quando decide partir para a ação mais direta que Picard encontra uma pedra em seu caminho: Adam Soong. O geneticista deixa claro que não vai permitir que o velho almirante faça o que deseja, pois está aliado a Q. Sempre chama atenção quando dois atores que trabalharam juntos por muitos anos contracenam novamente — não que no caso de Patrick Stewart e Brent Spiner dentro do universo trekker seja uma novidade. E, por mais que Spiner tenha interpretado vários personagens nessas interações ao longo das décadas, podemos ver tanto a química já existente entre os atores quanto, ao mesmo tempo, a construção de outras relações, uma vez que o personagem de um dos lados sempre muda. Já na primeira cena em que contracenam, embora não haja violência, podemos perceber a agressividade por parte de Adam Soong, ainda que ele apenas avise à segurança local da “periculosidade” de Picard. O até então pai zeloso que quer curar a filha doente passa a apresentar maiores indícios de que não mede consequências para cumprir seus objetivos, aproximando-o cada vez mais da imagem que o comitê científico que revogou sua licença tem dele.
Isso primeiramente se evidencia quando, frustrados seus planos de impedir Picard de interferir no destino da antepassada, Soong toma a decisão violenta de atropelá-la, resultando no atropelamento do almirante — razão pela qual Jean-Luc no início do episódio está em uma maca de hospital. Após a ação agressiva, ao voltar para casa e extravasar a sua frustração para Kore, ele deixa escapar que ela é fruto de seu trabalho, corroborando algo que era presumível e que o aproxima ainda mais de seus descendentes. Embora seja questionável que Kore consiga entrar tão facilmente no computador de seu “pai”, não seria absurdo pensar que um homem com um ego tão inflado fosse soberbo o bastante para não acreditar que a “filha” seria capaz de realizar buscas em seu computador e na Internet sobre seu trabalho. E, ainda que acreditasse, tampouco seria absurdo que ele presumisse que ela não fosse achar suas ações como algo ruim, já que ela é uma criação sua e fora criada durante anos como sua filha. Ela, contudo, se mostra demasiadamente humana, possuindo sua própria individualidade e sensibilidade, e se horroriza com as descobertas.
Enquanto todos estão ocupados na tentativa de ajudar Renée ou com o estado de saúde de Picard, Jurati apenas é lembrada pelos seus companheiros nos momentos em que eles precisam dela para cumprir a missão: para se infiltrarem na festa, para tentar ocupar pessoas com quem Renée deveria comunicar sua desistência ou para arrumar uma distração para que a segurança não pegue o almirante. No restante do tempo, ela está apenas largada à própria sorte e à influência da Rainha Borg, que agora reside dentro dela. É impressionante que ninguém repare em seu estranho comportamento e em sua ausência até que seja tarde demais. Se, para que não houvesse uma assimilação completa em “Assimilation” ela precisou que Picard conversasse com seu subconsciente, soa no mínimo insensível não pensar que ela precisava de pelo menos alguma companhia enquanto esteve na Sirena com a Rainha Borg e mesmo após a morte desta, afinal Picard e Sete conhecem o trauma do processo e teriam noção de que poderia ter deixado marcas em Jurati.
Toda a endorfina liberada pelo beijo em Rios ou pela cantoria para distrair a segurança da festa após a denúncia de Soong dispersa o estresse que mantinha Agnes no controle do próprio corpo. Fazendo ou não sentido o uso da endorfina na assimilação, o fato é que isso vem sendo dito de forma direta ou indireta ao longo dos episódios, tanto por Picard quanto por Sete. Ou seja, quando comportamentos estranhos e que levam à liberação da enzima são tão facilmente observáveis, deveriam chamar a atenção ao menos dos ex-borgs. No entanto, com uma missão muito mais urgente e com a cantoria ajudando a cumpri-la, o assunto é deixado de lado. Aproveitando-se de que a atenção dos companheiros de sua vítima está voltada para outro lado, a Rainha Borg assume o comando do corpo de Jurati e sai, exuberante em seu belo vestido vermelho, pelas ruas do século 21. A possível dominação de Jurati pela Rainha Borg e o significado de seu sumiço apenas são percebidos na clínica de Teresa, com Picard já moribundo na maca. Ainda assim, sem grandes autorrecriminações pelo desleixo por parte dos companheiros de viagem.
O episódio termina com dois grandes ganchos. Por um lado, a ameaça ambulante de vermelho; por outro, um Picard em coma, preso em suas lembranças do passado traumático e prestes a ser socorrido por Tallinn, utilizando um dispositivo que, de alguma forma, emula um elo mental, prometendo retornar ao tema lançado em “The Star Gazer” e em “Penance”: um mergulho profundo na psique de Picard.
Como dito anteriormente, “Two of One” tem o seu maior mérito em sua curta duração, que é a necessária para apresentar o que foi proposto no roteiro e servir de ligação entre os episódios anteriores e os próximos. Concentrando-se em Jurati e Picard (e apresentando Soong como uma ameaça real), evidencia que as tramas principais da temporada estão relacionadas a ambos, relegando os demais personagens a papéis coadjuvantes. Embora incomode alguns fãs, sua estrutura narrativa mantém a atenção do telespectador pela tensão de ver um personagem tão querido em uma situação tão frágil — por mais que saibamos (ou ao menos fortemente presumamos) que, por ser o protagonista e homônimo da própria série, sua vida não está realmente em perigo. O mais importante é vermos como Picard chegou àquela situação e como vai sair dela — ou pelo menos ter um indício de como isso seria possível. Muitas vezes numa narrativa o “como” é mais interessante do que “o que” aconteceu — e este segmento é um exemplo disso, para o agrado ou desagrado do espectador.
Avaliação
Citações
“I do miss Locutus.”
“I’m a hundred percent sure he does’t miss you.”
(Sinto falta do Locutus.)
(Eu tenho cem por cento de certeza de que ele não.)
Rainha Borg e Jurati
“I’m gonna see who she’s texting.”
“She does seem to check her mobile device quite a bit.”
“Oh, we all do that.”
(Vou ver para quem é a mensagem.)
(Ela parece olhar o celular com muita frequência.)
(Ah, todos nós fazemos isso.)
Tallinn e Jean-Luc Picard
“Picard! Adam Soong. I believe we have a friend in common. A Mr. Q.”
“He’s not a friend.”
“That’s what he said about you.”
(Picard! Adam Soong. Acredito que temos um amigo em comum. Um Sr. Q.)
(Ele não é meu amigo.)
(Foi isso que ele disse sobre você.)
Adam Soong e Jean-Luc Picard
“Sometimes those who whine the brightest feel the sting of fear and melancholy in ways that others can never understand.”
(Às vezes aqueles que mais brilham sentem a pontada do medo e da melancolia de maneiras que os outros nunca podem entender.)
Jean-Luc Picard
Trivia
- Tallinn usa a mesma ferramenta que Gary Seven usou no episódio “Assignment Earth” da Série Clássica.
- Jurati (Alison Pill) canta a música “Shadows of the Night”, de Pat Benatar. Segundo Jonathan Frakes, no roteiro, a música era “Feeling Good”, de Nina Simone, ativista pelos direitos civis dos negros norte-americanos. Essa música é um hino à sensação de liberdade e Pill se sentiu desconfortável, como uma mulher branca, apropriando-se da música para esse fim. De comum acordo com Frakes, mudaram a música para “Shadows of the Night”.
- O vídeo musical de Pat Benatar de “Shadows of the Night” teve a participação de Dennis Tracy, que era um stand-in de Patrick Stewart. Ele substituiu Jeffrey Deacon como stand-in em 103 episódios, desde o início da quarta temporada de A Nova Geração, nos filmes Generations, Primeiro Contato e Insurreição e no episódio piloto de Deep Space Nine.
- Este episódio é o mais curto da série, com 39 minutos.
- Depois da semana passada, este é o segundo crédito de Star Trek da escritora Cindy Appel, que se juntou à série como produtora na segunda temporada.
- Este é o primeiro crédito para a escritora Jane Maggs, que entrou na série como produtora supervisora na segunda temporada.
- Jonathan Frakes retorna para o segundo de seu bloco de dois episódios, completando um total de 28 créditos de direção de Star Trek, e o quarto de Picard.
- Pela primeira vez nesta temporada, o Q de John de Lancie não aparece.
- Este é o primeiro episódio da temporada sem cenas ambientadas na nave La Sirena.
- A festa foi filmada principalmente no Hotel Biltmore, no centro de Los Angeles, com o Teatro Fox Village, em Westwood, servindo como o exterior.
- A identificação falsa inicial de Rios tinha o nome de Karl Leonard Kelley, um cirurgião cardíaco de 60 anos, nascido em El Paso, Texas, onde nasceu Gene Roddenberry. O nome é uma provável homenagem a DeForest Kelley e Karl Urban, os dois atores que interpretaram Leonard McCoy. Depois que Jurati invade o sistema, ele se torna Xavier Vicente Villalobos, de 45 anos.
- A data de nascimento listada no crachá inicial, 11 de março de 1964, é a data da famosa carta de apresentação “Star Trek is…”, de Gene Roddenberry, na qual se encontra o conceito do que se tornaria Star Trek. A data de emissão do mesmo crachá, 23 de janeiro de 2020, é a data de estreia da série Star Trek: Picard.
- A data de aniversário de Xavier Vicente Villalobos é a do ator Santiago Cabrera: 5 de maio de 1978.
- Rios também se disfarçou de segurança com o crachá P. Trotter, dando mais tarde a Picard esse crachá e a auricular.
- Os nomes das garotas anteriormente criadas por Soong incluíam Perséfone, Despoina, Persephatta e Artemis, todas elas da mitologia grega. Kore é outro nome para Perséfone, a rainha do submundo.
- A nave espacial da missão Europa chama-se Shango, em homenagem ao deus africano do trovão, do relâmpago e do fogo. No Brasil, é conhecido como Xangô.
- A nave espacial da NASA que Jean-Luc aponta para Renée Picard é um modelo OV-165, que foi apresentado na montagem da história dos voos espaciais nos créditos de abertura de Star Trek: Enterprise. Ela o chama de “Spike”, porque tinha os motores aerospike, como o proposto para Lockheed VentureStar/X-33, que inspirou o OV-165. Spike foi também o nome original do personagem que mais tarde seria Charles “Trip” Tucker.
- A designação OV-165 sugere que essa nave foi um resultado do programa de ônibus espaciais da NASA, no qual todas as naves recebiam o prefixo “OV” para veículo orbital (orbit vehicle, em inglês).
- Além da falta da síndrome irumódica, o feedback explosivo dado pelo choque com o desfibrilador é a primeira alteração física que vimos do novo corpo sintético de Picard.
- Em um caso muito raro em Star Trek, pelo menos na metade da temporada, a música durante os créditos de abertura mudou misteriosamente neste episódio. As diferenças são sutis, mas também claras, especialmente nas notas de abertura.
- Rios fala que o charuto que está segurando em cena é real, implicando que o que quer que ele tenha fumado em “The Star Gazer” e em toda a temporada passada foram charutos falsos.
- Na cena em que os dois Picard estão conversando, há uma referência à Série Clássica. Logo atrás de Jean-Luc, vemos um modelo original da sonda espacial Nomad. No episódio “The Changelling”, da Série Clássica, soubemos que a sonda Nomad foi lançada da Terra no ano de 2002. Ela se fundiu a uma inteligência alienígena chamada Tan Ru e tornou-se uma espécie de versão amoral de um Dalek. O modelo atrás de Picard parece corresponder ao design que Spock encontrou na biblioteca dos computadores da Enterprise em “The Changelling”. Nomad também aparece no episódio de Enterprise “Dead Stop”, em que se revela que Travis tem um modelo em seus aposentos. Claramente, na linha do tempo de Star Trek, esta foi uma sonda espacial muito popular no início dos anos 2000.
- Em uma homenagem à mais famosa história de viagens no tempo de Star Trek, “The City on the Edge of Forever”, Jean-Luc se joga na frente do Tesla de Adam Soong, o que o deixa em estado de coma e salva Renée. O vislumbre de um viajante do tempo em Star Trek impedindo que alguém no passado fosse atropelado por um carro é exatamente o cenário desse episódio clássico, no qual ficamos sabendo que McCoy, em alguma versão da linha do tempo, salvou Edith Keeler de ser atropelada por um caminhão. No segmento em questão, para que a linha do tempo regular continue, Edith Keeler deve morrer.
- Nas cenas da festa de gala da missão Europa, as cortinas têm o logotipo da CBS virando para o lado e sem o círculo no meio.
Ficha Técnica
Escrito por Cindy Appel e Jane Maggs
Dirigido por Jonathan Frakes
Exibido em 7 de abril de 2022
Título em português: “Dois de Um”
Elenco
Patrick Stewart como Jean-Luc Picard
Alison Pill como Agnes Jurati
Jeri Ryan como Sete de Nove
Michelle Hurd como Raffi Musiker
Evan Evagora como Elnor (ilusão)
Orla Brady como Tallinn
Isa Briones como Kore Soong
Santiago Cabrera como Cristóbal “Chris” Rios
Brent Spiner como Adam Soong
Elenco convidado
John de Lancie como Q
Annie Wersching como Rainha Borg
Penelope Mitchell como Renée Picard
Sol Rodriguez como Teresa Ramirez
Alexandre Chen como garçom engraçadinho
Ren Hanami como diretor Lee
Michelle Haro como guarda 1
Shaw Jones como guarda 2
Richard Leacock como comandante Musa
Zach Sowers como guarda de segurança 1
Kareem Stroud como guarda de segurança 2
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Edição de Nívea Doria
Revisão de Susana Alexandria