SNW 1×05: Spock Amok

Comédia explora empatia e o conflito interno do oficial de ciências da Enterprise

Sinopse

Data estelar: 2341.4

A Enterprise ancora na Base Estelar 1, em órbita de Júpiter, para reparos. Pike, Spock e Uhura são chamados a participar da negociação de um tratado com a delegação de R’ongovia. Seu território fica bem entre os impérios klingon e romulano, de modo que um acordo é fundamental para a defesa da Federação.

Boa parte da tripulação está tirando licença. M’Benga tira um tempo para descansar praticando pescaria, mas não sem antes deixar escapar que Una tem na nave o apelido de “onde a diversão vai parar morrer”.

Chapel e Ortegas também desembarcam na base, e a enfermeira tem um encontro com o tenente Dever, com quem partilha uma amizade colorida. Mas a enfermeira descobre que Dever quer algo mais a sério e se esquiva dele, ao mesmo tempo em que dá conselhos amorosos para Spock, preocupado que seu lado humano esteja impedindo o sucesso de sua relação com T’Pring.

O vulcano também aproveita a ocasião para se reencontrar com sua noiva, que se encontra na base por estar no encalço de Barjan T’Or, um criminoso vulcano que decidiu abandonar a lógica. O relacionamento dos dois passa por dificuldades, e Spock propõe um ritual vulcano de compartilhamento de katras, que permitirá aos dois conhecerem um ao outro melhor. Só que o procedimento acaba tendo um desfecho inesperado: a mente de um vai parar no corpo do outro.

Quando Pike precisa da ajuda de Spock para prosseguir nas tratativas com os r’ongovianos, sua mente está presa no corpo de T’Pring. Ela se voluntaria para tentar se passar por ele e cumprir as tratativas. A reunião passa por problemas quando T’Pring começa a lamentar o quanto Spock se dedica à Frota Estelar, em detrimento de seu próprio povo e costumes. Pike intercede em favor de seu oficial, e os r’ongovianos ficam impressionados com a demonstração de empatia do capitão. Com isso, concedem o direito de uma reunião final.

A bordo da Enterprise, Una e La’An decidiram não tirar licença. Quando elas descobrem duas cadetes prestes a fazer uma caminhada espacial não autorizada, descobrem um jogo praticado pelos novatos da tripulação, o bingo da Enterprise. As duas tentam se divertir praticando as diversas atividades listadas no bingo, que culminam com uma caminhada espacial para assinar a mais antiga placa do casco da Enterprise.

Na base, T’Pring (na verdade Spock no corpo dela) vai conversar com Chapel. O plano é pedir à enfermeira que ajude a encontrar uma solução médica para devolver cada mente a seu respectivo corpo. Ocorre que K’Tyll, auxiliar de T’Pring, precisa dela para a captura de Barjan. Spock decide fazer o trabalho da noiva, já que ela também o ajudou a realizar o dele, e sai ao encalço de Barjan. Ao ser provocada(o), nocauteia o vulcano sem lógica para levá-lo sob custódia.

De volta a enfermaria, M’Benga e Chapel encontram uma solução e desfazem a bagunça de mentes dos dois vulcanos – mas não sem algum choque. Enquanto isso, Pike realiza a última reunião com os r’ongovianos, que perguntam pura e simplesmente por que eles deveriam aderir à Federação. Pike responde que provavelmente eles não devem. Apesar das muitas vantagens que um tratado traria, elas vêm também com problemas. April fica revoltado com a atitude de Pike, mas o capitão explica que apostou na relação dos r’ongovianos com a empatia – talvez, para terem confiança nos federados, eles precisassem de alguém que visse as coisas pela perspectiva deles.

Quando os alienígenas partem em seu veleiro espacial cerimonial hasteando a bandeira da Federação, fica claro que Pike tinha razão. Una e La’An observam a partida da nave r’ongoviana no casco externo da Enterprise, onde decidiram elas mesmas deixar sua assinatura na placa antiga. Spock e T’Pring se reconciliam, e Chapel conversa com Ortegas sobre sua indisposição para relacionamentos – a não ser que seja com o cara certo.

Comentários

Após toda a tensão de “Memento Mori”, Strange New Worlds muda completamente de tom com “Spock Amok”, uma comédia divertida e, por que não dizer, corajosa, centrada no relacionamento entre Spock e T’Pring.

O aspecto mais ousado, claro, é usar o clichê da troca de corpos, algo que rotineiramente serve em produções de cinema e TV como elemento de comédia, mas, para Star Trek, mesmo em tom de troça, exige a sintonia certa para dar certo (tanto na “defesa” da trama pela via da ficção científica como na preservação da integridade dos personagens).

Na história da franquia, o caso não é inédito, e há bons e maus exemplos. Um dos bons, mais em linha com o que vemos aqui, veio em “Body and Soul”, episódio da sétima temporada de Voyager em que o Doutor “habita” o corpo de Sete de Nove (obrigando Jeri Ryan a interpretar o personagem de Robert Picardo). Numa lembrança menos alegre, temos o derradeiro episódio da Série Clássica, “Turnabout Intruder”, em que James Kirk e Janice Lester trocam de corpos – e naquela ocasião o esforço foi tratar a sério a bagunça, para efeito dramático. Acabou sendo humor involuntário, em detrimento dos personagens.

Aqui, esse enredo vem bem cedo na série, e envolvendo uma personagem recorrente, T’Pring, o que aumenta o grau de risco. Ainda assim, o roteiro de Henry Alonso Myers e Robin Wasserman, combinado às atuações inspiradas e cuidadosas de Ethan Peck (Spock) e Gia Sandhu (T’Pring), faz a coisa funcionar. Parte do sucesso tem a ver com a opção por não exagerar na carga – a troca vem só depois de 20 minutos, e numa trama que precisa dividir tempo de tela com outras duas: Una e La’An explorando o “bingo da Enterprise” e a trama “séria” das negociações com os r’ongovianos.

O que torna o episódio especialmente bem resolvido é que todas as tramas abordam o mesmo tema básico: empatia, a capacidade de se colocar no lugar do outro, sentir o que ele sente, refletir o mundo a partir de seu ponto de vista particular. Vale para Spock e T’Pring tentando entender um ao outro, vale para Una e La’An buscando a compreensão do que a tripulação jovem da Enterprise entende como diversão e também vale para Pike fazendo a leitura exata do que os r’ongovianos esperam da Federação para se comprometer com um acordo.

Apesar da seriedade do tema, todas as três histórias – que por vezes se cruzam – são abordadas com a maior leveza possível. Aliás, como um fã da Série Clássica pode não se encantar e não abrir um sorriso de orelha a orelha logo com a abertura, em que Spock tem um pesadelo em que T’Pring invoca o kal-if-fee e ele é obrigado a lutar consigo mesmo – seu lado humano contra seu lado vulcano – para se casar com ela? Os saudosistas vão se lembrar de “Amok Time”, em que o kal-if-fee de fato acontece, mas cerca de oito anos depois deste episódio.

Por sinal, a exploração do passado de Spock com T’Pring em Strange New Worlds oferece novos significados e interpretações para o que vimos no episódio clássico, soprando vida nova nele. O espectador ficará surpreso de ver o quanto as histórias se alinham, a despeito de aparentes contradições. (A maior delas talvez seja o espanto de Chapel, em “Amok Time”, quando T’Pring aparece na tela da Enterprise e, à pergunta de Uhura, Spock diz que ela é sua esposa. Em Strange New Worlds, descobrimos que Chapel sempre soube quem era T’Pring, então o máximo que podemos fazer para realinhar as coisas é pensar que a surpresa de Chapel foi com o anúncio de que ela era esposa de Spock, e não somente noiva ou namorada. É o que tem para hoje. Em compensação, zero conflitos com Uhura, que não aparece em “Spock Amok” e, portanto, não teve a chance de ver T’Pring.)

A sequência do kal-if-fee explora adequadamente o sabor exagerado da Série Clássica usando-o na forma de hiper-realidade – um sonho –, com direito à trilha original marcante de Gerald Fried para “Amok Time”. Em seguida, temos o traje verde de Pike, mais uma vez ecoando vestimenta similar usada por Kirk na Série Clássica. Está claro que os produtores amam o visual retrofuturista colorido dos anos 1960 e estão tentando repaginá-lo respeitosamente para a nova atração. E como dá certo!

Chapel também ganha destaque interessante durante a trama, já desenhando uma espécie de triângulo amoroso com Spock, e é impossível não torcer pelos dois. Jess Bush faz um trabalho incrível, tornando a enfermeira uma personagem mais rica e interessante do que jamais foi na Série Clássica. Sabemos que terá de ser um amor platônico/frustrado (um dos preços que se paga ao ter uma prequela), mas a tensão é muito bem construída. Ortegas, apesar do papel menor, tem uma função interessante aqui como “parceira de aventuras” de Chapel.

Contudo, o segmento mais despojado, e ao mesmo tempo mais atraente, é o de Una e La’An com o bingo da Enterprise. O senso de comédia de Rebecca Romijn e Christina Chong é fantástico, bem como a química entre as duas personagens. Ao que parece, está totalmente superada a crise de “Ghosts of Illyria”, quando Una se revelou ser geneticamente aprimorada, para a revolta de La’An, que sempre levou a fama, sem nunca ter merecido, por ser uma Noonien-Singh.

As duas fazendo boa policial/má policial com as subalternas é de rachar de rir. Até mesmo a punição – trabalhar sob as ordens do chefe Kyle – é engraçada, pois descobrimos que o personagem, até então sempre retratado como um docinho, aparentemente pode ser um carrasco quando quer. Impossível ver a sequência toda sem esboçar um sorriso. De bom humor, a gargalhada vem fácil.

Por fim, vale falar um pouco sobre a trama mais “séria”, envolvendo os r’ongovianos, que, apesar de curta, tem todos os ingredientes que se espera dela: aspectos de cosmopolítica, diálogos afiados e mais uma aparição de destaque para o lendário almirante Robert April, o primeiro capitão da Enterprise. Adrian Holmes faz jus à presença que se espera do personagem.

Na verdade, o que frustra é essa história em particular ser tão sumária e esparsa. Talvez o maior defeito do segmento seja a dificuldade de dar pesos diferentes às três tramas, o que faz com que no fim o espectador tenha a sensação de que “Spock Amok” mostrou muita coisa, mas não teve um fio condutor muito claro. Só é possível ter a convicção de que a trama de Spock e T’Pring é a mais importante das três por conta do título, que não nos deixa pensar de outra maneira. Para quem entra sem o título, são três tramas de peso praticamente igual.

Estranha também a sequência de M’Benga. Ele aparentemente vai encontrar um médico na Base Estelar 1 e depois irá pescar. Faz todo sentido a parte (e a importância) do encontro médico, à luz do drama da filha dele, revelado em “Ghosts of Illyria”. Mas acabamos não vendo nada disso. Temos apenas uma cena em que o vemos pescando. Fica a sensação de que faltou alguma coisa.

Uma palavrinha também sobre a Base Estelar 1, pois Strange New Worlds deu uma repaginada nela. Quando nós a vimos pela primeira vez, foi em “The War Without, the War Within”, penúltimo episódio da primeira temporada de Discovery, ambientado em 2257. Lá, ela ficava a 100 unidades astronômicas da Terra. Agora, em 2259, descobrimos que ela foi reformada após a Guerra Klingon, mas também mudou de lugar, sendo realocada na órbita de Júpiter, que está a cerca de 5 unidades astronômicas da Terra. Nada que uma reboladinha com o cânone não permita reconciliar. Mas fica o registro. O visual das cenas na base estelar, por sinal, é incrível (beneficiado pelo uso do AR Wall para criar as cenas de reuniões com os r’ongovianos).

No fim das contas, temos um episódio efetivo, inteligente, delicado e, sobretudo, engraçado de Strange New Worlds, que segue demonstrando a versatilidade da série para transitar semana a semana entre gêneros completamente distintos – algo que, por sinal, a Série Clássica também fazia muito bem.

Citações

“Just try to be honest with what you can and can’t offer from now on.”
“You needn’t worry. Vulcans cannot lie. At least, not the way that humans can.”
“I mean honest with yourself.”
(Apenas tente ser honesto com o que você pode e não pode oferecer a partir de agora.)
(Não se preocupe. Vulcanos não mentem. Ao menos, não como humanos.)
(Quero dizer, honesto com você mesmo.)
Christine Chapel e Spock

“Maybe they’re just looking for somebody to take their point of view. Radical empathy. Maybe what they value the most in others is the capacity to see things their way.”
(Talvez eles estejam apenas procurando por alguém que assuma o ponto de vista deles. Empatia radical. Talvez o que eles valorizem mais em outros é a capacidade de ver as coisas do modo deles.)
Christopher Pike

Trivia

  • Além de ser uma referência ao episódio “Amok Time” da Série Clássica, o título também pode estar se referindo ao clássico Duck Amuck (Pato Enlouquecido), título de um curta Looney Tunes/Merrie Melodies com o Patolino (Daffy Duck) lançado em 1953.
  • Este é o segundo crédito de escrita de Strange New Worlds para o produtor executivo/co-showrunner Henry Alonso Myers e o primeiro para o co-produtor Robin Wasserman.
  • Este é o primeiro crédito de Star Trek para a diretora Rachel Leiterman, que trabalha como diretora e assistente de direção há mais de três décadas, incluindo Battlestar Galactica de Ron Moore.
  • Hemmer (Bruce Horak) não aparece neste episódio.
  • A abertura do episódio, no qual Spock luta contra uma versão humana de si mesmo dentro de um sonho, faz referência ao episódio “Amok Time” da Série Clássica de várias maneiras. No episódio original, a cena prefigura a verdadeira cerimônia de casamento de Spock com T’Pring, na qual ela invoca a Kal-if-fee, forçando Spock a lutar por ela – até a morte. No episódio clássico, Spock luta com Kirk.
  • Aqui estão as indicações visuais específicas tiradas diretamente de “Amok Time”.
    • Spock batendo o gongo
    • Spock usando a saudação vulcana
    • A camisa do Spock é rasgada quase exatamente como a do Kirk é rasgada.
  • Belo toque que o uniforme cortado do Spock mostrou sangue humano vermelho.
  • Finalmente, há aqui uma maravilhosa referência musical. A compositora Nami Melumad reutiliza a partitura de Gerald Fried para “Amok Time”. Especificamente, recebemos uma nova versão da famosa peça musical de Fried, “The Ritual/The Ancient Battle/2nd Kroykah”.
  • O pesadelo de Spock caracteriza suas metades humana e vulcana divididas em indivíduos separados. B’Elanna Torres teve uma experiência semelhante através da experiência Vidiian no episódio “Faces” de Voyager.
  • Quando a Enterprise chega à Base Estelar 1, uma segunda nave de classe Constitution pode ser vista atracando em outro de seus ancoradouros.
  • A Base Estelar Um foi descrita como uma das estações “mais antigas e veneradas” e foi, como dito por Spock, “recentemente reparada desde a Guerra Klingon”. O episódio “The War Without, The War Within” da 1ª temporada de Discovery mostrou como a estação havia sido ocupada pelos klingons e fortemente danificada durante a guerra.
  • Neste episódio, o capitão Pike usa uma túnica verde de capitão. Isto faz referência a uma variante do uniforme semelhante que Kirk usou em toda a série original, provavelmente mais famosa em “The Trouble With Tribbles”. A de Pike tem couro e apresenta uma insígnia da Frota Estelar em dois lugares ao invés de apenas um. Kirk usou também a túnica no episódio “The Enemy Within” da Série Clássica.
  • O chapéu de pesca de M’Benga é ridículo, mas parece uma alusão a outro médico da TV: o tenente-coronel Henry Blake de M*A*S*H.
  • O mapa do almirante April do território r’ongoviano é mais uma modificação do mapa gráfico do Quadrante Alfa introduzido na primeira temporada de Discovery.
  • As discussões das negociações dos klingons e romulanos com os r’ongovianos implicam que mesmo que a Frota Estelar não saiba como é uma nave romulana, ou um romulano, eles têm alguma ideia sobre os motivos políticos do Império Estelar Romulano.
  • A delegação r’ongoviana visitante pilota um veleiro solar; a primeira nave deste tipo foi a nave bajorana do episódio “Explorers” de Deep Space Nine.
  • T’Pring e Spock cumprimentam cada um com um diálogo ouvido pela primeira vez em “Amok Time”, quando o casal diz “Afastado de mim, mas nunca distante. Nunca e sempre tocando e tocado. Nos encontramos no lugar marcado”.
  • T’Pring trabalha para o serviço El-Keshtanktil de Vulcano, um equivalente do Serviço de Delegados dos Estados Unidos (US Marshals Service), encarregado de rastrear e capturar “criminosos perigosos” e “mostrar-lhes o verdadeiro caminho da lógica vulcana”.
  • Barjan T’Or, o fugitivo de T’Pring, é V’tosh ka’tur (ou um “vulcano sem lógica”), um grupo que fez sua primeira aparição no episódio “Fusion” de Star Trek: Enterprise.
  • Spock em conversa com Chapel fala sobre seu animal de estimação sehlat, que foi mencionado pela primeira vez no episódio “Journey to Babel” da Série Clássica. I-Chaya, foi visto no episódio “Yesteryear” da Série Animada.
  • Chapel revelou que ela tinha um cão de estimação chamado Milo, um malamute, uma raça de cães oriunda do Alasca, nos Estados Unidos.
  • O ritual de partilhamento vulcano de almas (soul sharing) não é sem precedentes; Spock transferiu temporariamente sua consciência para a mente da enfermeira Chapel para evitar ser destruído por Sargon no episódio “Return to Tomorrow” da Série Clássica. No filme Jornada nas Estrelas II: A Ira de Khan, Spock colocou seu katra no corpo de McCoy. A propósito, este filme comemorou seu 40º aniversário na mesma semana em que “Spock Amok” foi ao ar.
  • Para completar o bingo da Enterprise, dez itens devem ser realizados sem serem vistos pelos superiores:
    • Usar o teletransporte para reflavorizar o chiclete
    • Duelar com feisers em tonteio
    • Desafio de gritar dois andares no elevador
    • Ajustar o tradutor universal para andoriano
    • Desafio de se pendurar com botas gravitacionais
    • Desafio do tricorder médico: Marsupial vulcano
    • Desafio do replicador de alimentos: Fruto durian
    • Esconder um tribble no buffer do transportador
    • Sentar-se na cadeira do capitão
    • Desafio do traje espacial: Caminhada Espacial não autorizada para assinar o queimado (scorch)
  • Quando La’an e Una pegam duas oficiais subalternas tentando usar a câmara de ar, uma delas é a alferes Christina (Jennifer Hui), uma oficial da ponte de comunicações introduzida no episódio “Children of the Comet”. Com ela, está uma boliana, raça da Federação introduzida em A Nova Geração, que já foi mencionada anteriormente em Enterprise e Discovery. Esta é a primeira boliana de série de ação ao vivo vista desde o final de Star Trek: Voyager. O boliano mais famoso em Star Trek foi o Sr. Mott, o barbeiro da Enterprise-D em A Nova Geração.
  • Como castigo, as alferes foram designadas para trabalhar com o chefe Kyle (Andre Dae Kim), “microlimpando” as plataformas do transportador, e elas ficaram assustadas, dizendo que Kyle era malvado, então aparentemente ele tem um lado de maldade. Tuvok uma vez atribuiu a alguns tripulantes problemáticos uma tarefa semelhante no episódio “Learning Curve” de Voyager.
  • O bingo da Enterprise foi mencionado pela primeira vez por Ortegas em “Children of the Comet”.
  • O queimado (scorch) é a peça mais antiga não substituída do casco da Enterprise, localizada no lado dorsal da seção disco.
  • O desafio “Marsupial vulcano” do tricorder é uma referência a um truque semelhante que Lewis Zimmerman, um cientista humano e holo-engenheiro do século 24, responsável pela criação e desenvolvimento do Holograma Médico de Emergência, ou “EMH”, e considerado o pai da holografia moderna, usou no tricorder do Doutor, no episódio “Life Line” de Voyager.
  • O desafio do replicador de alimentos é replicar o fruto durian, que é muito, muito fedorento. É encontrado principalmente em Brunei, Indonésia e Malásia. O durian é o fruto de uma árvore do gênero Durio, uma planta que pode chegar ter 50 metros de altura.
  • Uma versão curta e modificada do tema de Star Trek toca quando Una assinala uma conquista em um item do bingo da Enterprise. Esta não é a primeira vez que o tema de Star Trek é tocado como música no universo. Em Lower Decks, Boimler cantarola tanto o tema de A Nova Geração quanto o de Voyager. A primeira vez que o tema da Série Clássica apareceu como “música fonte” foi no clássico episódio “The Conscience of the King”, no qual um arranjo jazzístico é ouvido em um salão onde Kirk está. Basicamente, sim, a música de Star Trek existe no cânone de Star Trek.
  • Spock agradece a Chapel, tanto por tratá-lo, quanto por oferecer-lhe conselhos sábios, e está claro aqui que ela está vendo algo nele que ela não tinha visto antes. É bom ver o início da paixão que conhecemos na Série Clássica, começando a aparecer de uma maneira muito mais sutil e moderada.
  • Chapel tinha tanto uma tatuagem em cruz quanto algumas pequenas cicatrizes no braço esquerdo no local do restaurante, ambas as quais devem pertencer à atriz e não à personagem. Rios tinha uma tatuagem de sereia. Além disso, os membros da unidade secreta de Ransom n’Vo episódio “Veritas” tinham o delta da Frota Estelar tatuado. Chakotay também tinha uma tatuagem no rosto.
  • Durante a rodada final de negociações, havia dois modelos classe Constitution sobre a mesa ao lado de Pike e April
  • A paixão de Chapel por Spock é muito evidente neste episódio, que faz referência à Série Clássica em grande parte. A ideia de que Spock a chamaria de “Christine” e não Enfermeira Chapel (ou “Ms. Chapel”) faz referência aos episódios “The Naked Time” e “Amok Time”. Em “Amok Time”, Chapel faz uma sopa plomeek vulcana para Spock, que ele rejeita. Entretanto, no episódio atual, pouco antes de se reunir com T’Pring, Spock pede a Chapel que a faça para ele.
  • A Enfermeira Chapel parece ser bissexual, pois Ortegas menciona um caso com a garota em Argelius. É evidente que, com base em sua linha posterior de “encontrar o homem certo”, ela prefere os homens. É normal que as pessoas bissexuais tenham preferência.
  • Christine Chapel namorou uma garota em Argelius II, um planeta que a Enterprise visitará mais tarde no episódio “Wolf in the Fold” da Série Clássica.
  • A música que toca durante os créditos é Looking for Love, de Riaan Vosloo, Benedic Lamdin & Stuart Na
  • Una apresenta um novo padrão tipo garra nas unhas.
  • La’an disse que ter tempo sozinha na Enterprise era “como o Natal”, uma menção rara a esse feriado em Star Trek. Mais tarde, a USS Enterprise incluirá uma festa de Natal no episódio “Dagger of the Mind” da Série Clássica.
  • M’Benga mencionou que passou um tempo estudando medicina vulcana, que será usada novamente no episódio “A Private Little War” da Série Clássica, quando ele trata Spock depois que ele leva um tiro.
  • Barjan T’or foi responsável por uma revolta no Kepler-22b, que é um verdadeiro exoplaneta descrito como sendo vulcano.
  • No parque, Barjan T’or joga xadrez tridimensional, introduzido no segundo piloto de Star Trek, jogado por Spock e Kirk.
  • Esta é a primeira vez que vemos um Spock totalmente humano na tela em qualquer Star Trek, de todos os tempos. No entanto, a série de quadrinhos IDW, definida na linha do tempo de Kelvin, introduziu brevemente uma realidade alternativa onde Spock abraçou seu lado humano e se tornou Simon Grayson, chegando ao ponto de ter suas orelhas vulcanas cirurgicamente alteradas.
  • Contando com Spock “regular”, na verdade vemos quatro Spocks diferentes neste episódio. Spock como ele mesmo, Spock humano (sequência do sonho), Spock totalmente vulcano (sequências do sonhos), e Spock como T’Pring.
  • O efeito sonoro para a abertura da porta da câmara de ar é o mesmo da Série Original, continuando uma tradição em Strange New Worlds de usar efeitos sonoros da antiga série.
  • Estranhamente, não há tanta troca de corpo em Star Trek como você poderia pensar. O episódio da Voyager “Body and Soul” encontra o Doutor dentro do corpo da Seven, enquanto em A Nova Geração, Picard e Crusher estão ligados telepaticamente no episódio “Attached”. Mas o exemplo mais infame de troca de corpo vem da Série Clássica, no episódio “Turnabout Intruder”. Como “Spock Amok”, esse episódio apresentou uma atriz feminina interpretando um personagem masculino de Star Trek. Gia Sandhu interpreta Spock no corpo de T’Pring, assim como Sandra Smith interpretou Kirk no corpo de Janice Lester.
  • Desta forma, “Spock Amok” traz as coisas em círculo completo com “Amok Time”. Spock pode realmente preferir ter uma relação humana convencional com Chapel, mas quer fazer com que as coisas funcionem com T’Pring.
  • Os aposentos da Spock a bordo da USS Enterprise apresentam um carrilhão e um alaúde vulcano em 2257 no episódio “Brother” de Discovery, em 2259 neste episódio e em 2269 no episódio “The Way to Eden” da Série Clássica.
  • A cadeira vulcana no sonho de Spock é uma cópia exata da cadeira de T’Pau do episódio “Amok time” da Série Clássica, nos mínimos detalhes.
  • Os símbolos vulcanos na fogueira da família Spock no ritual ancestral são recriações da fogueira semelhante de “Amok Time”. Essa mesma fogueira foi reutilizada mais tarde em Argelius II no episódio “Wolf in the Fold” da Série Clássica,

Ficha Técnica

Escrito por Henry Alonso Myers & Robin Wasserman
Dirigido por Rachel Leiterman

Exibido em 2 de junho de 2022

Título em português: “Loucura e Spock”

Elenco

Anson Mount como capitão Christopher Pike
Ethan Peck
como oficial de ciências Spock, T’Pring (no corpo da Spock), Spock humano (pesadelo) e Spock vulcano (pesadelo)
Jess Bush
como enfermeira Christine Chapel
Christina Chong
como La’an Noonien-Singh
Celia Rose Gooding
como cadete Nyota Uhura
Melissa Navia como tenente Erica Ortegas
Babs Olusanmokun como Dr. M’Benga
Bruce Horak como Hemmer
Rebecca Romijn
como Una Chin-Riley

Elenco convidado

Adrian Holmes como Robert April
Gia Sandhu como T’Pring e Spock (no corpo da T’Pring)
Alden Adair
como Barjan T’Or
Jennifer Hui
como alferes Christina
Alex Kapp
como computador da USS Enterprise
Ron Kennell
como Vasso
André Dae Kim
como chefe Kyle
Graham Parkhurst
como tenente Dever
Tahirih Vejdani como K’Tyll
Carlisle J. Williams
como Brax
Torri Webster
como alferes Zier

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Revisão de Susana Alexandria

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