SNW 1×08: The Elysian Kingdom

M’Benga se despede de sua filha, em trama embrulhada em fantasia, humor e emoção

Sinopse

Data estelar: 2341.6

A Enterprise está realizando pesquisa científica na nebulosa Jonisiana, enquanto o dr. M’Benga segue em busca da cura para a doença terminal de sua filha. O tempo para isso está acabando, mesmo com Rukiya passando a maior parte da vida presa no acumulador de padrão do teletransporte. No pouco tempo que passa materializada, ela pede ao pai que leia para ela seu livro de fantasia favorito, The Kingdom of Elysian. Depois disso, ele retoma seus experimentos médicos e uma reação química o leva a aspirar um composto. Na ponte, Pike dá a ordem para partir, mas a nave não consegue entrar em dobra. Na tentativa de sair em impulso, a Enterprise sofre um solavanco. Ortegas se fere e Pike chama atendimento médico. Meio zonzo, M’Benga vai à ponte. Quando ele chega lá, todos estão vestidos em trajes renascentistas e se comportam como personagens do livro de Rukiya. O médico é o único que se dá conta do absurdo da situação.

Ele vai à enfermaria, mas suas bioleituras parecem normais. Chapel, no entanto, também age como uma das personagens, uma espécie de curandeira, e M’Benga nota que seus níveis de dopamina estão elevados, possivelmente associados a atividade neurológica mais intensa. Dentre os personagens ficcionais, M’Benga seria o rei Ridley, protagonista do livro. Na trama ficcional, ele tem de escolher entre seu reino e a Pedra de Mercúrio. Ao vagar pela nave, M’Benga nota que todos estão de algum modo revivendo a história. Hemmer, contudo, é o único que ainda demonstra conhecimento de sua identidade. Ele é capturado pelas tropas da rainha Neve (vivida por Uhura), e o rei Ridley lidera um grupo para resgatá-lo, já que ele supostamente detém a informação de onde encontrar a Pedra de Mercúrio. Nisso, ele e seu grupo, composto por sir Rauth (Pike) e sir Adya (Ortegas), acabam detidos também. O calabouço é a sala de transporte. Hemmer, graças a um instrumento e a uma “magia” chamada ciência, consegue libertá-los.

Na engenharia, M’Benga e Hemmer especulam que tudo seja obra de uma entidade não corpórea que espontaneamente adquiriu consciência na nebulosa. Quando os soldados da rainha Neve tentam recapturá-los, eles são salvos por Adya e a caçadora Z’ymira (Una), que acerta flechas em vários tripulantes. M’Benga estranha que as duas se conheçam, já que isso não acontecia no livro, embora Rukiya desejasse que sim. Hemmer especula que a história então seja a versão da filha dele. Quando os dois vão ver se Rukiya ainda está no acumulador de padrão do transporte da enfermaria, descobrem que ela sumiu. M’Benga se pergunta onde ela poderia ter ido e conclui que deve procurá-la em seus aposentos. Mas no caminho são interceptados pela rainha Neve e seus soldados. Hemmer usa o teletransporte para levar os inimigos para longe, e M’Benga encontra a filha. Ela parece saudável e explica que é tudo graças à sua amiga, a entidade da nebulosa.

Hemmer se oferece para tentar estabelecer contato telepático com a consciência incorpórea, o que dá certo. M’Benga conversa com a entidade, que diz que a nave tem de ficar lá para preservar a saúde de Rukiya. O médico diz que isso é impossível, que tripulantes acabarão seriamente feridos. Ele tem portanto de escolher entre a tripulação e sua filha – mesma escolha do rei Ridley no livro, entre seu reino e a Pedra de Mercúrio. A entidade, no entanto, oferece outra saída: Rukiya pode se juntar a ela como uma consciência incorpórea. M’Benga decide dar a escolha à menina, que concorda em partir com a entidade. Ela se desfaz em luz, mas volta a reaparecer já adulta, dizendo que está bem, viveu suas próprias aventuras ao lado de sua companheira, a quem chama de Debra – nome de sua mãe morta. M’Benga fica emocionado com o desfecho, e a entidade deixa o corpo de Hemmer. Tudo volta ao normal, e ninguém a bordo, nem mesmo o engenheiro aenar, se lembra do que teria acontecido – exceto M’Benga.

Comentários

Ao colocar finalmente em primeiro plano o drama de M’Benga com sua filha, “The Elysian Kingdom” promove o fechamento deste arco dramático do oficial médico-chefe da Enterprise. E isso se dá de uma forma, para dizer o mínimo, incomum. Temos em essência dois episódios distintos, um sobre o outro, com tons radicalmente diferentes.

O episódio da superfície, com a história tal qual é apresentada, sem qualquer interpretação não ortodoxa, não seria difícil catalogar como uma comédia com uma pitada de drama e um final feliz. A trama vivida pelo ponto de vista de M’Benga é exatamente esta: uma fantasia divertida em que os personagens da Enterprise ganham outras identidades e vivem essa aventura fictícia absurda, com um final emocionante, mas feliz, em que, ainda que de forma não convencional, vemos o drama de Rukiya ser resolvido e M’Benga ter a convicção de que, esteja onde estiver, sua menina está viva e bem.

Se esse foi o episódio que você viu, é possível que tenha ficado um pouco decepcionado, talvez até enfadado, pelo enredo meio repetitivo e arrastado. Embora todos os atores devam ter se divertido a valer fazendo seus personagens alternativos, muitas vezes em forte contraste com suas personas usuais – e esse senso de diversão inevitavelmente contagie a audiência –, temos de admitir que é muito tempo de tela vivendo uma história não muito imaginativa de fantasia medieval-renascentista, com as mesmas batidas de novo e de novo: sir Rauth (Pike), o covarde; sir Adya (Ortegas), a intrépida cavaleira sedenta de batalhas gloriosas; a rainha Neve (Uhura), vilã e grande antagonista da história; a ingênua princesa Thalia (La’an); o poderoso bruxo Caster (Hemmer, o único além de M’Benga consciente do absurdo da situação, tentando se adaptar à ficção); e assim por diante.

É divertido e espalhafatoso, como a trama pede, com figurinos impecáveis e uma redecoração a bordo da Enterprise bem executada (embora a ilusão parcial seja uma daquelas óbvias conveniências de roteiro para efeito de economia). Contudo, é inevitável que a insistência no lado fantasioso da história vá se tornando cansativa com o passar do tempo. Alguns personagens acabam subutilizados (casos de Spock/Pollux e Chapel/Audrey), mas é até bom, pois simplesmente enxertar mais para que tivessem o que fazer ia apenas reduzir ainda mais o ritmo da história, sem grande efeito prático. Afinal, ao fim da trama, todos os tripulantes da Enterprise, inclusive Hemmer, perdem suas memórias, e o único que “sabe” o que aconteceu é M’Benga. Sabe mesmo?

É a partir dessa pergunta provocativa que brota o “segundo episódio”, sob a superfície do primeiro – uma história que anda em paralelo com a primeira e dá significado completamente diverso ao que vimos acontecer e ao desfecho. E se tudo não passou de uma alucinação de M’Benga, uma fantasia que o ajudou a processar a traumática morte da filha, depois de uma infância destruída na busca infrutífera por uma cura para sua doença terminal?

Mesmo vendo o episódio com lupa, é impossível descartar essa hipótese. E a incrível e cuidadosa ambiguidade sobre a qual ele foi construído o eleva acima do que seria, de outro modo, um segmento pedestre, algo similar a uma “aventura de holodeck” em Strange New Worlds.

Sabemos que M’Benga foi afetado por uma substância em um acidente em seu laboratório pouco antes de tudo virar de cabeça para baixo na Enterprise. Sabemos que a nave, por algum motivo, estava presa na nebulosa. Quando o médico é chamado à ponte, ele parece estar zonzo. E então, ao chegar ao comando, o mundo virou do avesso. O próprio M’Benga é o primeiro a supor que pode estar alucinando, o que o leva à enfermaria, onde faz leituras de si mesmo e de Chapel e La’an, constatando que as dele parecem normais, mas as delas indicam excesso de dopamina. Agora, até que ponto podemos aceitar a interpretação dele dessas leituras, estando ele sob efeito de uma droga potencialmente alucinógena? Não dá para saber.

Esse mistério é preservado até o final. Embora Hemmer siga consciente de si mesmo durante toda a saga, ele perde a memória depois de servir de via de comunicação para a entidade na nebulosa, assim como todos. Também não há registro de atividades do período. Por cinco horas, M’Benga é o único com lembranças do que teria ocorrido a bordo da Enterprise. É possível sim aceitar essas lembranças pelo valor de face. É igualmente possível questioná-las como possível subproduto de seu acidente laboratorial. Sabemos que, durante a aventura, supostamente houve tripulantes feridos por flechas. Mas, quando tudo volta ao normal, não descobrimos, enquanto audiência, se eles foram feridos mesmo, deixando evidências materiais do que teria se passado. A conversa de Una e M’Benga ao final sugere que não.

Em compensação, a história toda casa perfeitamente com uma manifestação subconsciente de M’Benga tentando lidar com a perda iminente da própria filha. Vale notar que a fantasia o coloca como protagonista da história e o põe no mesmo dilema do rei Ridley, que precisa abdicar da mitológica Pedra de Mercúrio como M’Benga precisa abdicar de Rukiya. Os desvios na trama do livro que indicam ao médico que a versão da história era a da filha já eram conhecidos dele, portanto poderiam também ter vindo de sua própria mente.

Para terminar, não custa lembrar duas referências tangenciais plantadas no episódio: uma é o fato de que o livro ficcional The Kingdom of Elysian tem como autor Benny Russell, o escritor dos anos 1950 que Benjamin Sisko encarna no clássico episódio “Far Beyond the Stars”, de Deep Space Nine – outro segmento em que fantasia e realidade dentro do universo ficcional de Star Trek se embaralham e colidem de forma ambígua.

A outra pista vem do próprio título, “The Elysian Kingdom”. Vem da mitologia grega. Os Campos Elísios, ou Elísia, são o reino dos mortos honrados, para onde vão os heróis e os justos no pós-vida. Fica a dica, né?

Sob esse prisma, estamos diante de outro episódio – um que explora de forma profunda como humanos lidam com a morte e a perda de entes queridos, muitas vezes revestindo o passamento de uma camada de significado transcendente, mitologia e fantasia. Repare por exemplo como Rukiya, de algum modo, se junta à “mãe”, atribuindo à entidade o nome da esposa morta de M’Benga, Debra. E note a potência da despedida entre pai e filha, ela tentando aplacar sua culpa e dizer que ele fez tudo certo, ele angustiado por deixá-la viver – e morrer – em vez de prendê-la novamente no acumulador de padrão do transporte, apenas pelo benefício pessoal dele de sentir que, de algum modo, ela segue viva. Tudo isso é muito real, palpável, profundo e humano, se você apenas tratar o aspecto fantasioso do episódio pelo que ele literalmente é: uma fantasia.

Star Trek com alguma frequência é profundo. Mas raras vezes é tão sutil e ambíguo como neste episódio. E a delicadeza vem bem a calhar, dando ao espectador a oportunidade de interpretar como bem entender a história. Ele pode aceitar pelo valor de face a versão da superfície – o incrível encontro da Enterprise com uma consciência incorpórea, um “cérebro de Boltzmann”, gerado espontaneamente numa nebulosa. Pode, alternativamente, interpretar que tudo não passou de uma alucinação de M’Benga combinada à perda da filha. Pode ainda acreditar em qualquer coisa entre essas duas versões (por exemplo, que a tal entidade existe mesmo, mas criou a fantasia para o benefício de M’Benga, a fim de que ele processe e aceite que a filha de fato morreu, deixando-o com o mesmo pensamento que tantos de nós temos ao perder um ente querido, a ideia de a pessoa “foi para um lugar melhor”).

Seja qual for a interpretação, para M’Benga, essa foi uma experiência espiritual – não no sentido de que necessariamente envolveu algo sobrenatural, longe disso, mas pelo fato de que ela exige a fé de que as coisas transcorreram como ele se lembra delas. Ninguém pode corroborar a versão dele dos eventos, exceto no que diz respeito a dizer que algo estranho aconteceu e afetou de forma profunda a tripulação da nave por cinco horas.

O desfecho lembra um pouco uma das melhores apresentações céticas de uma experiência espiritual do cinema e da literatura: a viagem interestelar da astrofísica Eleanor Arroway, protagonista do filme e do livro Contato, romance de Carl Sagan. A cientista, vivida no cinema por Jodie Foster, passa por uma máquina de projeto alienígena e, para todos que viram o experimento de fora, pareceu nunca ter deixado a Terra. Em sua perspectiva pessoal, ela teria atravessado uma rede de buracos de minhoca e ido parar numa praia alienígena, onde encontrara um extraterrestre que se manifestou como seu pai morto, antes de mandá-la de volta à Terra. Equipada com câmeras, Arroway ficou chocada ao descobrir que os dispositivos não registraram uma só imagem de sua vivência pessoal. Apenas estática. Contudo, eram horas e horas de estática, indicando que, de fato, ela vivenciou algo que ninguém mais percebeu ou é capaz de dizer o que é. Na falta de evidências para corroborar sua história, a cética Arroway tem de aceitar que acreditar ou não que o que ela viu foi real é uma questão de fé. Foi real para ela, sem necessariamente ter sido real para todo mundo.

Da mesma maneira, M’Benga parece ter fé de que sua filha está salva, segura e bem, como disse a Una ao final do episódio. Será que é esse mesmo o caso? Talvez um segmento futuro revisite a questão. Mas será um desserviço se ele desfizer o belo véu de mistério que foi lançado sobre esta visita ao insondável reino elisiano…

Avaliação

Citações

“You know how in the story King Ridley has the Mercury Stone? He wants to keep it. It protects him, makes him happy. Until he learns that it has a soul and that it will die if he holds onto it. He has to let it go. Even though it means he won’t be happy anymore. You’re my Mercury Stone.”
(Você sabe como na história o rei Ridley tem a Pedra de Mercúrio? Ele quer ficar com ela. Ela o protege, o faz feliz. Até que ele desobre que ela tem uma alma e que irá morrer se ele se apegar a ela. Ele tem de deixá-la ir. Mesmo que signifique que ele não será mais feliz. Você é a minha Pedra de Mercúrio.)
Joseph M’Benga para a filha Rukiya

“Chief medical officer’s personal log, supplemental. None of the crew remember what happened. The entity’s doing, my daughter’s doing, I’m sure. The surveillance logs are blank. It’s as if every one of them lost five hours. Except for me.”
(Diário pessoal do oficial médico-chefe, suplemento. Ninguém na tripulação se lembra do que aconteceu. Coisa da entidade, coisa da minha filha, tenho certeza. Os registros de vigilância estão apagados. Como se cada um deles tenha perdido cinco horas. Exceto eu.)
Joseph M’Benga

Trivia

  • Este é o segundo crédito de escrita de Strange New Worlds para a coprodutora executiva Akela Cooper, e o primeiro crédito de escrita de televisão para a assistente de redação Onitra Johnson.
  • Este é o primeiro crédito de Star Trek para a diretora Amanda Row.
  • Embora brevemente mencionada em “Children of the Comet”, a utilidade da habilidade telepática aenar foi previamente exposta na trilogia romulana da 4ª temporada de Enterprise, episódios “Babel One”, “United” e “The Aenar”.
  • O título do episódio é derivado de Elysium, um paraíso idílico na mitologia grega, e os feiticeiros Castor e Pollux são nomeados para os meios-irmãos gêmeos. Sua mãe era Leda, mas eles tinham pais diferentes; Castor era o filho mortal de Tíndaro, o rei de Esparta, enquanto Pollux era o filho divino de Zeus, que seduziu Leda com o disfarce de um cisne.
  • Jess Bush (Christine Chapel), Christina Chong (La’an Noonien-Singh) e Celia Rose Gooding (Nyota Uhura) interpretam seus personagens regulares, mas esses personagens só são vistos enquanto acreditam ser os personagens de fantasia Lady Audrey, Princesa Thalia, e Rainha Neve, respectivamente.
  • O cão no colo da Princesa Thalia Runa é interpretado por Runa Ewok, que é a própria cadela de estimação de Christina Chong. [2]
  • Os guardas carmesim da Rainha Neve são uma alusão bastante óbvia aos camisas vermelhas de Star Trek.
  • The Kingdom of Elysian, o livro de histórias em que se baseia a aventura desta semana, é escrito por ninguém menos que Benny Russell, o alter-ego de Benjamin Sisko que o capitão de Deep Space Nine habitou em “Far Beyond the Stars”. É bastante apropriado que esta história de mundos de fantasia – usada para mascarar realidades dolorosas – seja escrita por esta pessoa.
  • Este episódio estabelece que Benny Russell foi uma pessoa real, histórica na linha do tempo do seriado, e não apenas uma identidade fictícia induzida em Benjamin Sisko pelos Profetas, uma invenção de sua mente ou um humano de um universo paralelo ou de uma realidade alternativa.
  • No hilário episódio “A Piece of the Action” da Série Clássica, os alienígenas que vivem em Sigma Iotia II também baseiam toda a sua cultura nos ensinamentos de um livro específico, um livro de história chamado Chicago Mobs of the Twenties (A Máfia de Chicago dos Anos Vinte).
  • Em um toque divertido, o mapa do reino da fantasia de Lorde Rauth (Pike) tem a forma da Enterprise.
  • Algumas das joias da enfermeira Chapel no episódio, particularmente seus anéis, foram criadas pela própria Jess Bush.
  • No episódio “Imaginary Friend” de A Nova Geração, a USS Enterprise-D também encontrou uma forma de vida não corpórea em uma nebulosa que realizou as fantasias de uma menina.
  • No episódio “Masks” de A Nova Geração, a Enterprise-D também encontrou um arquivo cultural alienígena que, à semelhança de Debra, fez com que Data assumisse a personalidade de figuras mitológicas e transformou também o interior da Enterprise-D para recriar os locais a partir dos mitos alienígenas.
  • No episódio “Dramatis Personae” de Deep Space Nine, a impressão telepática dos Saltah’na, que se destruíram em uma luta de poder, fez com que as tripulações do IKS Toh’Kaht e de Deep Space 9 reencenassem os eventos que levaram à destruição dos Saltah’na, ao mesmo tempo em que assumiam as personas dos indivíduos envolvidos nesses eventos. .
  • A base estelar McNair provavelmente recebeu esse nome em homenagem a Ronald McNair, o segundo astronauta negro da NASA a voar para o espaço, que mais tarde morreu no desastre da Challenger.
  • Ao tentar curar a doença fictícia cygnokemia de sua filha, M’Benga criou uma substância chamada 3QND, um inibidor sintético real que poderia ser usado para combater vírus.
  • O Dr. M’Benga descobriu que a tripulação tinha altos níveis do neurotransmissor dopamina, exatamente como o Doutor descobriu quando a tripulação da USS Voyager estava sob a influência da planta telepática lançadora, nome dado a um antigo e enorme organismo bioplásmico do espaço que se alimenta de naves estelares e suas tripulações usando um campo neurogênico para telepaticamente induzir ilusões na mente da tripulação. Esta criatura foi encontrada no Quadrante Delta, no episódio “Bliss” de Voyager.
  • A teoria de Hemmer é baseada no experimento real do pensamento do cérebro de Boltzmann, uma entidade autoconsciente hipotética que surge devido a flutuações aleatórias de um estado de equilíbrio termodinâmico. A ideia leva o nome do físico austríaco Ludwig Boltzmann (1844-1906), que propôs a ideia de que o Universo está em um estado altamente improvável de desequilíbrio, pois somente quando estados aleatórios assim ocorrem é que cérebros podem existir e ficarem conscientes do Universo.
  • O Pântano da Morte Infinita é provavelmente uma referência ao filme A Princesa Prometida (The Princess Bride) que coloca nomes nos perigos, como os Penhascos da Insanidade e os Pântanos de Fogo.
  • A espada de Ortegas/Adya foi chamada de Starfall, nome do oitavo romance para jovens adultos da série A Nova Geração – Academia da Frota Estelar, escrito por Brad e Barbara Strickland.
  • Este episódio estabeleceu o primeiro nome de M’Benga como Joseph. Em abril, a Paramount teve de retirar os cartazes expostos na convenção de Star Trek, Missão Chicago, que mostrava seu primeiro nome como Jabilo.
  • Quando Z’ymira vem em socorro de M’Benga e seu grupo, ela parece derrubar dois guardas com flechas. Apesar de M’Benga declarar seu desejo de que ninguém se machuque seriamente, os guardas parecem estar fatalmente feridos. Como não há referência a isto mais tarde, Debra presumivelmente os restituiu à vida quando a realidade foi restaurada. Uma missão posterior da Enterprise, no episódio “Shore Leave” da Série Clássica, também viu tripulantes aparentemente mortos durante um cenário de fantasia serem restituídos à vida.
  • Nunca chegamos a ver quem era o bobo da corte, mas as apostas são em Sam Kirk.
  • Com relação à entidade alienígena, conhecemos muito bem este tipo de história, como as dos episódios da Série Clássica “The Squire of Gothos”, “Catspaw”, “Spectre of the Gun” e “The Savage Curtain”. Uma forma de vida alienígena que se esforça para entender a tripulação e cria um cenário personalizado para que eles se divirtam e/ou se provem dignos. Esta noção de que os alienígenas podem replicar a ficção baseada simplesmente na telepatia ocorreu ao longo de todo o cânone de Star Trek.
  • Em “Shore Leave” da Série Clássica, os scanners telepáticos criam robôs sob medida dirigidos a partir da imaginação da tripulação, e é por isso que nos momentos iniciais deste episódio, Bones vê Alice e o Coelho Branco de Alice no País das Maravilhas. É um momento icônico, mas assim como em “The Elysium Kingdon”, também teve uma tripulante, a ordenança Barrows, se vestindo de princesa quando de repente um vestido de conto de fadas apareceu do nada.
  • Embora a Série Original fosse toda sobre audaciosamente ir e encontrar novos alienígenas, frequentemente vários planetas eram povoados por figuras e situações do passado da Terra; um novo Império Romano em “Bread and Circuses”, Abraham Lincoln em “A Cortina Selvagem” e tudo sobre Trelane em “The Squire of Gothos “.

Ficha Técnica

Escrito por Akela Cooper & Onitra Johnson
Dirigido por Amanda Row

Exibido em 23 de junho de 2022

Título em português: “O Reino Elisiano”

Elenco

Anson Mount como capitão Christopher Pike e Sir Amand Rauth
Ethan Peck
como oficial de ciências Spock e Mágico Pollux
Jess Bush como enfermeira Christine Chapel e Lady Audrey
Christina Chong
como La’an Noonien-Singh e Princesa Thalia
Celia Rose Gooding
como cadete Nyota Uhura e Rainha Neve
Melissa Navia
como tenente Erica Ortegas e Sir Adya
Babs Olusanmokun como Dr. Joseph M’Benga
Bruce Horak como Hemmer, Caster e Debra (no corpo de Hemmer)
Rebecca Romijn como Una Chin-Riley e Z’ymira, a Caçadora.

Elenco convidado

Sábio Arrindell como Rukiya
Belinda Corpuz como Paciente
Rong Fu como Jenna Mitchell e Guarda Carmesim
Alex Kapp como computador da USS Enterprise
Makambe Simamba como Rukiya adulta

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Revisão de Susana Alexandria

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