DS9 3×07: Civil Defense

Todos no Ops tentando reverter o programa de destruição do Dukat

Raro segmento orientado à trama opta por tom leve, em vez de um thriller

Sinopse

Data estelar: Desconhecida

Jake Sisko está ajudando o chefe O’Brien na conversão de uma antiga unidade de processamento de minério cardassiana em uma refinaria de deutério em DS9, enquanto o comandante Sisko chega e convida os dois para comer. Subitamente, o procedimento de remoção dos antigos arquivos do computador local esbarra em um antigo programa de segurança, desenvolvido pelo antigo comandante da estação, gul Dukat, que aparece em todos os monitores de DS9 em uma gravação. O tal programa interpreta a tentativa de acesso dos dois como “uma rebelião de trabalhadores bajorianos” (assumindo ainda estar operando nos tempos da ocupação cardassiana). O computador os tranca na unidade e mesmo Kira, Dax e Bashir no OPS não conseguem fazer nada sem um legítimo e válido código de acesso cardassiano.

Odo, no seu escritório, chama Kira e diz que o seu antigo código cardassiano ainda é válido e ele está tentando ajudar do seu terminal (o que não dá em nada). Quark chega e diz que a imagem de Dukat nos monitores da estação está assustando a todos e decide ficar, por achar aquele o lugar mais seguro de DS9 (os dois acabam trancados no escritório do comissário, resmungando um com o outro até o fim). Jake consegue se esgueirar por dentro da tubulação que outrora transportava minério derretido e consegue abrir o alçapão por onde descia o uridium, de forma que os três conseguem escapar na hora em que o computador começa a liberar gás neurocine (fatal) para dentro da unidade. Os três chegam a um pequeno depósito totalmente lacrado, com restos de uridium não processado e um vagão. Com a fuga deles o computador aperta o cerco, entrando no seu primeiro nível de defesa contra insurreições na estação, colocando campos de força envolvendo completamente cada compartimento acessível e bloqueando também as vias de acesso (campos de força que apenas cardassianos devidamente autorizados podem atravessar), além de produzir um campo de dissipação que impede as comunicações. Sisko e cia. tentam usar o vagão como aríete para abrir caminho, sem sucesso. Sisko sugere então usar o uridium como explosivo e O’Brien começa a arrancar uma luminária para obter um cabo elétrico para detonar o minério.

Programa antigo de Dukat é liberado na Estação

Dax está trabalhando no computador, quando um campo de força aparece de repente e queima as suas mãos. Isto faz o programa passar para o nível dois, que envolve a liberação de gás neurocine no anel residencial. Neste momento, Garak (a única pessoa na estação “habilitada” a atravessar os campos de força) chega ao OPS e sugere que para impedir o gás eles devem destruir o controle do suporte de vida, pois ainda ficariam com 12 horas de oxigênio de reserva para resolver toda a situação. Kira assim o faz e o programa vai para o nível três (assume que os “revoltosos bajorianos” tomaram a estação) e ativa o programa de autodestruição de DS9, com retardo de duas horas. Garak está tentando “crackear” o código de Dukat enquanto Dax planeja desativar os sensores do OPS, para que o computador não possa checar o DNA de Garak (e compará-lo com o de Dukat). Infelizmente o plano deles falha antes de ser executado e o computador entra no nível quatro do programa. Uma espécie de arma feiser é materializada pelo replicador e, enquanto todos buscam um abrigo, um tripulante é vaporizado.

O plano de Sisko e cia. funciona e os três conseguem sair do depósito, mas não conseguem ir muito longe nos corredores, com campos de força em todo lugar. De volta ao OPS, em meio ao fogo cerrado de feiser, eis que o próprio Dukat surge se transportando de sua nave (ele recebeu um absurdo “pedido de socorro” que dizia que “revoltosos bajorianos haviam tomado Terok Nor”). Primeiro ele tripudia da situação da tripulação (os disparos não se dirigem a ele e descobrimos que também não para Garak), depois pergunta por Sisko, toma um pouco de chá e diz que pode ajudar, mas quer algo em troca da major Kira (ele desativa a tal arma feiser, como sinal de “boa fé”). Ele quer estabelecer uma guarnição cardassiana permanente em DS9. Kira diz que irá destruir a estação antes de deixá-la cair de novo em mãos cardassianas. Dukat diz que vai voltar para sua nave e daqui a 25 minutos (faltam 30 minutos para a autodestruição) vem saber a resposta de Kira. Quando ele tenta se transportar, acaba por ativar uma contra-medida plantada por um superior dele na época da ocupação (legado Kell), para impedi-lo de fugir se a estação fosse tomada. Agora todos os códigos deixam de ser válidos e Dukat está no mesmo barco que os demais.

Garak consegue chegar ao Ops apesar dos campos de força

O código de Dukat de fato não vale mais nada. O gul explica o processo de autodestruição: ao fim da contagem, o computador desativa o estabilizador de reação e daí o reator de fusão principal sobrecarrega até explodir, levando a estação com ele. Um plano claro é chegar na sala de controle do reator para evitar tal processo manualmente, e eles decidem também que precisam desativar todos os campos de força da estação para chegar até lá (um por um, levaria uma eternidade). Dax sugere que eles sobrecarreguem a grade interna de energia. Como os antigos “neutralizadores cardassianos” (usados para campos de contenção letais) estão desativados, mas ainda fisicamente no lugar, Dukat sugere conectá-los novamente à grade de força e usá-los para produzir a sobrecarga, no que Kira concorda. Após várias explosões devido à sobrecarga, os campos de força se vão e as comunicações voltam. Sisko fala com Kira que explica o plano e Sisko diz que eles são os únicos suficientemente perto para executá-lo.

Sisko, Kake e O'Brien presos em compartimento da Estação

Com o corredor de acesso bloqueado devido às explosões, O’Brien acha um duto de manutenção que eles descobrem cercado de ambos os lados por chamas de plasma. O comandante e o chefe entram no duto, O’Brien se acidenta, mas Sisko consegue chegar à sala de controle. Jake, que havia ficado para trás, entra no duto para ajudar O’Brien a sair. Ben Sisko consegue redirecionar o acúmulo de energia para os escudos defletores e evitar a destruição da estação. Odo e Quark são finalmente libertados e continuam a se provocar mutuamente à medida que andam pelo Promenade.

Comentários

Este é um raro episódio de DS9 por ser, em sua quase totalidade, orientado pela sua trama e não por seus personagens (propositalmente feito fora do formato do programa pelos produtores). Apesar de atípico para a série, o episódio é divertimento garantido e sua trama é sensível e faz sentido a maior parte do tempo. Um (absurdamente) caricato Dukat e o sempre interessante Garak são os astros do segmento, que conta também com os melhores diálogos da temporada até aqui. Uma premissa batida (uma “batalha homem versus computador” que deriva em mais uma “contagem regressiva para a aniquilação”), a falta de relevância das cenas entre Odo e Quark e um final abrupto (claramente algum material foi cortado devido ao tamanho do episódio) ferem o segmento, que é, ainda assim, bastante agradável (ainda que não muito profundo – caindo na categoria de “DS9 Comic Book“(TM)). Saibam mais detalhes, sem ter que salvar DS9 de sua destruição no processo, nas linhas abaixo.

A premissa do episódio definitivamente não ganha muitos pontos por originalidade, apesar de ter uma execução bastante esperta com reviravoltas bastante interessantes. Entretanto, o ponto de partida da história é polêmico e costuma causar problemas para alguns fãs.

Title Card Deep Space Nine "Civil Defense"

Uma frequente discussão entre os fãs da série ao longo dos anos é se a estação Deep Space Nine, com as necessárias e contínuas reformas que a Federação realizou (e realiza), pode ser considerada uma “estação quase que totalmente constituída por tecnologia da Federação, apenas mantendo a sua aparência cardassiana original” ou uma “estação essencialmente cardassiana modificada apenas o suficiente para ser operada por uma tripulação típica da Frota Estelar”. Provavelmente a verdade sobre tal questão está em algum lugar entre estes dois extremos. Tal discussão foge ao escopo desta análise, mas cabe salientar que tal questão nunca foi esclarecida explicitamente ao longo da série. O episódio parece apontar (implicitamente) para a segunda alternativa (que também parece ser mais consistente com a série como um todo).

Dito isto, vamos desconstruir a lógica em que se baseia o episódio. Jake trabalhava com o “moribundo” sistema da workstation daquela unidade de minério, fazendo coisas que não poderiam ter sido feitas quando a unidade estava em boas condições no tempo da ocupação. Por um azar, a tentativa de mover (copiar e deletar) aquele arquivo específico (que não tem nada a ver com o programa de segurança e cujas propriedades “especiais” não interessam, pois o sistema local não estava funcionando direito mesmo, em primeiro lugar) ativou o monitor de segurança da workstation, que pediu a senha de supervisor. O’Brien deu a senha errada, o sistema local mandou uma mensagem para o computador central que ativou o programa de segurança de Dukat e daí segue a história.

Jake trabalhando na Estação com o'Brien

O programa de Dukat poderia fazer parte do subsistema de segurança do sistema operacional do computador central de DS9, com a hipótese de que o sistema original ainda estaria sendo usado de alguma maneira (por exemplo, em operações em que a confiabilidade e um baixo tempo de resposta fossem fundamentais, onde “segurança” se encaixa perfeitamente). Se assumirmos que não existe mais uma linha de código cardassiano no computador central de DS9, ainda assim o programa de Dukat poderia estar escondido em hardware, por exemplo, no periférico responsável pelo recebimento de mensagens de unidades remotas. O tal periférico recebeu, reconheceu o cabeçalho daquela mensagem específica e “despertou” o programa de Dukat e daí também segue a história. A existência da tal workstation funcionando e ainda conectada ao computador central garante o ponto de partida da trama.

Se a existência e a ativação de tal programa é até justificável, a sugestão de Dax para pará-lo não é tão robusta assim. A única maneira de garantir o sucesso na erradicação do tal programa seria um shutdown completo do computador principal e de todos os periféricos conectados a ele, seguidos por um “boot limpo” (de uma versão dedicada de hardware e software específica para isso) e um completo e cuidadoso back-up.

Dukat chega na Estação

A melhor escolha do roteiro foi fazer o programa acreditar plenamente estar ainda sendo executado no tempo da ocupação. Além disso, mudanças na configuração dos sistemas da estação (desde aquela época) garantem dar trabalho para o programa também, produzindo justificáveis atrasos e falhas que os “nossos heróis” podem explorar. A ameaça cresce de forma gradual e consistente com tal escolha e faz bastante sentido nesses termos.

Podemos dividir o episódio em três ângulos relacionados: “xadrez”, “mineração” e “OPS”.

A parte do xadrez é a menos interessante, pois sua única conexão com a trama real do episódio é a tentativa de Odo de obter acesso ao sistema (uma boa ideia, aliás). De resto temos Odo e Quark interagindo, o que isoladamente é até divertido, mas faz pouco pelos personagens e nada pela presente história. O pior este ter sido o “ângulo” escolhido para encerrar o episódio, que claramente ficou muito longo. Por que então não cortar esta parte?

Quark e Odo presos na sala do Comissário

A parte da “mineração” foi mais interessante. Ben, Jake e O’Brien conseguem superar os obstáculos de forma inteligente, sem maiores exageros estilo “MacGyver” (apesar de aquele “cabo de força” ser meio ridículo). Jake ajuda de uma forma crível, sem parecer uma espécie de “superboy” (um ponto negativo é ele continuar usando aqueles “pijamas”). O problema da sequência final, com Sisko finalmente evitando a explosão, é que ela é um bocado clichê. Apesar das “chamas verdes” tentarem dar “um clima”, o resultado é extremamente previsível. A princípio seria de se esperar que Sisko simplesmente iria desviar a descarga para o espaço através dos circuitos dos defletores, mas os efeitos visuais parecem indicar que ele desviou para os próprios escudos, que já deveriam estar levantados (ou não?). O pessoal de efeitos visuais também teve o cuidado de “ocultar” a Defiant e a nave de Dukat nas tomadas.

A interação no “OPS” foi a melhor do episódio, com a presença de Garak e de um Dukat “pra lá de over“. O “replicador assassino” foi uma grande ideia, mas empalidece frente à chegada de Dukat (aparentemente de volta às boas graças do Comando Central cardassiano, após os eventos vistos em “The Maquis”), que vai falando com toda a calma enquanto se apossa da situação e os demais tentam se proteger dos disparos de feiser. Ainda temos Dukat dando um peteleco na bola de beisebol de Sisko (uma questão recorrente entre os dois ao longo da série) e finalmente (e esta é a melhor cena do episódio) caindo refém do seu próprio programa (a reação dos outros à situação do gul é hilária, principalmente a face de Kira). Por outro, lado a “proposta” de Dukat e a noção de poder fazer alguma espécie de “guerra de trincheira” dentro da estação é meio idiota. Faltou um fechamento do papel de Dukat nesta história (talvez uma cena com Sisko e Dukat fosse a solução ideal para o encerramento do episódio, que ficou faltando).

Replicador assassino

O “novato” Reza Badiyi foi feliz em perceber o “problema” das cenas envolvendo Odo e Quark e utilizou uma estratégia compatível com isso. Ele não tentou transformar o episódio em um thriller intenso, pois se assim o fizesse as cenas entre o comissário e o Ferengi colidiriam flagrantemente com as das outras duas histórias, daí, adotando então um tom de farsa em que é enfatizado mais o caráter de entretenimento e menos o de um perigo real e imediato. A música do episódio foi bastante fraca, basta conferir a cena em que Sisko e O’Brien rastejam, ladeados pelo fogo. A trilha é anêmica, para dizer o mínimo.

Apesar de pouco efetivas (para a presente história e para os seus personagens), as cenas dos dois juntos ganham o destaque para Shimerman e Auberjonois (grande química) dentre os regulares. Visitor também esteve ótima. Brooks deu algumas patinadas e Farrell não foi muito feliz no seu tratamento das queimaduras das mãos de Dax. Lofton, Meaney e El Fadil se saíram bem também (o “acidente de O’Brien” e o imediatamente posterior “resgate do chefe por Jake” poderiam ter sido mais bem-executados, apesar de a culpa dos atores ser normalmente pequena em tais situações).

Alaimo, talvez inspirado pelo tom de farsa do episódio, lança mão da sua mais exagerada e caricata atuação no curso da série, o que acaba funcionando e produzindo momentos bastante engraçados (e felizmente não traz nenhum dano grave ao seu personagem). Robinson é sempre um prazer de se assistir. A participação de Danny Goldring, como o legado Kell, foi meio ingrata (para o ator), mas o resultado final da sua única cena foi excelente.

Dax com as mãos queimadas devido à um campo de força

O passado entre Dukat e Garak (especialmente os eventos que levaram à morte do pai de Dukat) foi referido novamente ao longo da série, mas nada muito específico foi estabelecido sobre tal assunto. Uma versão (não-canônica) da origem de tal rivalidade pode ser encontrada no livro A Stitch In Time, do próprio ator Andrew J. Robinson (o nosso querido Garak), que esmiúça este e muitos outros pontos obscuros envolvendo o nosso “alfaiate” predileto, contando toda a sua vida desde a infância (leitura altamente recomendada para os fãs de Garak e de DS9).

Durante a série, Dukat flertou com Kira sempre que pôde, ainda que nunca tenha sido correspondido. Tal linha de história teria um bizarro payoff em “Wrongs Darker than Death or Night”, da sexta temporada. O curioso é que os relacionamentos entre Dukat e Garak, entre Garak e Kira e entre Dukat e Kira seriam impactados por um mesmo evento: a introdução de Zyial, a filha bastarda (e mestiça bajoriana/cardassiana) de Dukat, em “Indiscretion”, da quarta temporada.

Kira e Dukat em Civil Defense

Devemos também notar que os reatores, os computadores, a sequência de autodestruição e os defletores de DS9 continuaram a funcionar apesar do colapso da rede de força interna da estação, o que mostra a qualidade do seu projeto.

A ideia de uma unidade dedicada de campo de força para o “xadrez” da estação também é válida. Apesar de ser concebível que ela tivesse sido instalada para obter um certo controle sobre Odo, faz muito mais sentido como uma óbvia medida para impedir que potenciais revoltosos não libertassem os presos para aumentar a anarquia, senão por alguma outra razão específica.

A visão de fundo da cena final também é fraca por não demonstrar nenhuma urgência nos reparos da estação. Eles tinham que recuperar o suporte de vida (que aparentemente fica em um sistema de força separado também – Kira só destruiu a sua interface com o computador), que precisava ser restabelecido em menos de 12 horas. Dax falou sobre a eventual falta de oxigênio, mas o suporte de vida também regula o aquecimento do ambiente, entre outras tantas coisas. Na boa tradição de Jornada, a gravidade artificial, ainda que conceitualmente parte do sistema de suporte de vida, nunca “pifa” (por óbvias dificuldades técnicas) quando este o faz. O que mostra aqui também possuir um sistema de força independente em DS9, assim como os campos de força estruturais. Demais danos à estação: bagunça generalizada no sistema de computação, sobrecarga da grade interna de força com danos de toda espécie em todo lugar, sem campos de força de segurança, transportes ou turbo-elevadores (e talvez os replicadores e outras coisas mais) etc. O pior é que tais danos e reparos não seriam referidos em tela mais tarde, o que fica debitado na conta da série como um todo.

A Estação em Civil Defense

Um regenerador dérmico não fazer parte do kit de primeiros socorros de Bashir é um pouco estranho. Algo mais estranho ainda é a ordem de Sisko para Kira iniciar uma evacuação da estação utilizando os exploradores e a Defiant. Como as naves poderiam partir com os escudos levantados? Se os escudos não estavam levantados (o que aparentemente não é a verdade aqui), por que eles não usaram os transportes das naves (incluindo também a de Dukat) para encurtar a missão no final? Mesmo que os escudos estivessem levantados, será que tais transportes não poderiam ter sido usados de alguma maneira?

“Civil Defense” é um bom, ainda que raso, episódio de DS9. O roteiro soube como despertar interesse em sua batida premissa, mas teria produzido um melhor episódio se as seguintes recomendações tivessem sido seguidas em uma hipotética “versão final e definitiva”: reduzir ao máximo as cenas entre Odo e Quark, apertar o passo do episódio e transformá-lo em um real thriller (sem abrir mão do bom humor), produzir uma alternativa mais criativa para evitar a destruição de DS9 e principalmente oferecer uma cena divertida com Dukat e Sisko como encerramento. O episódio foi uma boa diversão, que poderia ter sido realmente excelente.

Avaliação

Citações

“You know, I never knew how much this man’s voice annoyed me.”
(Sabe, nunca pensei no quanto a voz desse homem me irritava.)
Sisko

“Home is where the heart is, but the stars are made of latinum.”
(Lar é onde está o coração, mas as estrelas são feitas de latinum.)
Quark

“Let me guess; someone tried to duplicate my access code, hm?”
(Deixe-me adivinhar; alguém tentou duplicar meu código de acesso, hm?)
Dukat

“Garak groveling in a corner; this alone makes my trip worthwhile.”
(Garak se encolhendo num canto; só isso já fez a viagem valer a pena.)
Dukat

“I see. The auto-destruct program has begun. Well, well, well… you are in trouble.”
(Sei. O programa de autodestruição foi iniciado. Bem, bem, bem… vocês estão encrencados.)
Dukat

Trivia

  • Ira Behr lembra do episódio como uma daquelas terríveis experiências em que o resultado acabou (felizmente) sendo satisfatório para a equipe de produção da série. A história (e primeiro rascunho) de Mike Krohn sobre o tema “homem versus máquina” intrigou os roteiristas da série, que tiveram um enorme trabalho para terminar o roteiro final (todos estiveram envolvidos no episódio, apesar do free-lancer Krohn ser o único creditado). No processo, cada roteirista que arriscava uma rescrita tinha o “prazer” de voltar da sala de Michael Piller com uma cara desanimada, depois de levar mais uma “lavada” do chefe. Behr lembra: “ele odiava cada versão, nada funcionava para ele”. Ira acredita que a pressão e a literal insanidade envolvida foi similar à que ele passou para transformar a premissa do clássico “Yesterday’s Enterprise” em um sólido roteiro, durante a terceira temporada de A Nova Geração, junto com a equipe de escribas daquela série na época.
  • Entretanto deve-se registrar que a idéia do episódio não veio de Piller, mas sim de Behr, que queria fazer “um thiller, um episódio de ação com várias reviravoltas, 100% trama”. Robert Wolfe lembra que na época eles estavam um pouco atrasados no cronograma da temporada e que um episódio acabava de ter sido retirado da “linha de montagem” da série. Entretanto todos os envolvidos gostaram do resultado, com suas inúmeras reviravoltas e com uma continuação da rivalidade entre Dukat e Garak (que havia sido sugerida em “Cardassians”). Existe também uma sugestão de que Dukat tenha algum tipo de atração pela major Kira. Tal elemento teria certas repercussões em episódios posteriores, ainda que Kira – de forma alguma – tenha dado a entender que um relacionamento fosse possível entre os dois. Por outro lado, Marc Alaimo, sempre colocou ao longo da série bastante subtexto (sugerindo que de fato Dukat sempre esteve interessado em Kira) nas suas cenas com Nana Visitor.
  • Nana Visitor não ficou muito satisfeita com a maneira em que foi tratado no episódio o possível flerte de Dukat. Ela disse na época que tal momento não deveria ter sido tratado como um momento cômico. Segundo ela, existe uma coisa muito assustadora nisso tudo, se Dukat a quisesse na época da ocupação ele teria conseguido a major e ela não poderia ter dito nada a respeito. E Visitor gostaria que Kira tivesse feito esse ponto claro no episódio. Em episódios posteriores (“Return To Grace”, da quarta temporada, “By Inferno’s Light”, da quinta etc.), os roteiristas fariam valer as preocupações da atriz. Mesmo que Kira aprendesse a enxergar os cardassianos como indivíduos, “ela SEMPRE vai odiar Dukat”, sempre repetiu a atriz em suas entrevistas ao longo da série.
  • Por sua vez, o ator Armin Shimerman gostou de trabalhar em um mesmo cenário com René Auberjonois, mas ficou decepcionado que toda a conversa não tenha trazido nenhuma nova revelação à relação dos dois. Descobrimos algumas informações sobre o Ferengi Quark (ouvimos, por exemplo, pela primeira vez sobre o seu infame “primo Gaila, aquele que tem uma lua”, depois referido em “Little Green Men”, da quarta temporada, visto em “Business As Usual”, da quinta, e “The Magnificent Ferengi”, da sexta, e mencionado novamente em “Profit and Lace” da sexta temporada), mas nada de Odo e nada novo do relacionamento dos dois, realmente. Tal relacionamento teria melhor sorte em “Crossfire”, da quarta temporada, e “The Ascent”, da quinta.
  • O diretor de fotografia Jonathan West teve um trabalho especial em baixar o nível de iluminação dos cenários, como pedido pelo roteiro. O especialista em efeitos visuais, Gary Hutzel, teve especial dificuldade na sequência envolvendo o replicador replicando uma arma feiser que atirava em todo o OPS. Uma dificuldade foi ter um contínuo diálogo durante os disparos (quase 60) e como posicioná-los em tempo e posição contra a edição do episódio. Cada disparo aparece pouco em tela, mas é bastante caro na pós-produção – a sequência foi extremamente cara. Entretanto, a cena em que Sisko e cia. se arrastam pelos tubos de acesso foi relativamente simples. Eles modificaram um inofensivo “fogo dourado” em “fogo verde de plasma” com o auxílio de um programa de computador. Para obter o efeito “em cena”, eles teriam que ter usado produtos químicos que, quando queimados, produzem substâncias tóxicas.
  • Esta foi a primeira participação do veterano diretor Reza Badiyi (Mission: Impossible, Mannnix etc.) em Jornada. Foi sua filha (e também fã de Jornada), Mina, que ensinou “tudo” sobre DS9 ao pai. Depois o diretor retribuiu o favor, arrumando um pequeno papel para ela em “Paradise Lost”, da quarta temporada (que foi também o último que ele dirigiu para DS9). O diretor voltaria nesta temporada em “Past Tense, Part I”, “Life Support” e “Visionary”.
  • O uniforme de Odo mudou de novo. René Auberjonois tinha gostado muito do uniforme do “Mirror-Odo” de “Crossover”, mas ao usá-lo começou a achar o cinto meio “esquisito”, “meio coisa de Buck Rogers”, disse Auberjonois na época. Daí o cinto foi retirado do uniforme. Uma piada entre os roteiristas foi feita em “Crossfire”, da quarta temporada, quando Kira finalmente nota a falta do cinto.
  • O ator Danny Goldring (aqui como legado Kell) retorna na quinta temporada para viver Burke em “Nor The Battle To The Strong”. Ele também apareceria como um Hirogen em “The Killing Game, Part I” e “The Killing Game, Part II”, da quarta temporada de Voyager, e como um capitão Nausicaan em “Fortunate Son”, da primeira temporada de Enterprise.

Ficha Técnica

Escrito por Mike Krohn
Dirigido por Reza Badiyi

Exibido em 7 de novembro de 1994

Título em português: “Defesa Civil”

Elenco

Avery Brooks como Benjamin Lafayette Sisko
René Auberjonois como Odo
Nana Visitor como Kira Nerys
Colm Meaney como Miles Edward O’Brien
Siddig El Fadil como Julian Subatoi Bashir
Armin Shimerman como Quark
Terry Farrell como Jadzia Dax
Cirroc Lofton como Jake Sisko

Elenco convidado

Andrew Robinson como Elim Garak
Marc Alaimo como gul Dukat
Danny Goldring como legado Kell

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Edição de Mariana Gamberger
Revisão de Roberta Manaa

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