SNW 2×03: Tomorrow and Tomorrow and Tomorrow

Misto de viagem no tempo e comédia romântica reescreve a história de Khan

Sinopse

Data estelar: 1581.2

La’An confronta Pelia com os itens que trouxe a bordo, dentre elas diversas peças pertencentes ao “departamento de arqueologia”, em Vermont, Terra. A lanthaniana diz que trabalhou lá, portanto as peças lhe pertencem. Mais tarde, praticando luta com M’Benga, ele questiona o isolamento dela, que faltou a uma festa para Una no alojamento do capitão. Andando pelo corredor, ela encontra um homem que não pertence à tripulação. Ele foi ferido por uma bala, diz que houve um ataque no passado e que La’An deve detê-lo. Depois de entregar um dispositivo, ele a instrui a ir à ponte. Algo parece mudar a bordo. Quando ela chega lá, o capitão é James T. Kirk, que diz não conhecê-la.

A nave estelar Enterprise, da Terra Unida, recebe um contato de uma nave vulcana. Spock está no comando dela e destaca que teve um contato catastrófico com os romulanos. Kirk diz que tem seus próprios problemas com o império e não pode ajudar. La’An solicita uma conversa privada com o capitão. Ela tenta convencê-lo de que estão em uma realidade alternativa, em que a Federação e a Frota Estelar não existem. Kirk não está inclinado a acreditar e tenta tomar o dispositivo dela. Ela pressiona um botão e os dois vão parar em Toronto, Terra, em algum ponto do século 21.

Os dois começam a caminhar pela cidade e Kirk revela que nunca esteve antes na Terra, um planeta devastado na linha do tempo dele. Após “pegar” roupas em uma loja de departamentos, os dois constatam que precisarão de dinheiro para sobreviver. Kirk vê algumas pessoas jogando xadrez e entra no jogo, ganhando o suficiente. Os dois alugam um quarto onde passar a noite. La’An está interessada em Kirk, mas ela dorme na cama, e ele no sofá.

No dia seguinte, ela quer confrontar com ele seus conhecimentos do século 21, para que descubram o que está errado. Kirk hesita em “corrigir” a linha do tempo e eliminar a existência da realidade dele. La’An tenta explicar como a versão dela do futuro é a melhor, e que o irmão dele, Sam, está vivo nela, quando os dois testemunham pela janela a explosão de uma ponte. La’An se lembra do que o homem lhe dissera na Enterprise, “vá para a ponte”, e e ela e Kirk partem para lá imediatamente.

La’An acredita que esse evento aconteceu na linha do tempo dela, não sendo o que mudou o futuro. Mas, pedindo a uma fotógrafa que mostre fotos em zoom dos detritos, ela conclui que é fruto de uma explosão fotônica – tecnologia indisponível nessa época. Ela e Kirk então “emprestam” um carro, depois que ele demonstra no proprietário do veículo seu talento para realizar pinças neurais vulcanas.

Os dois trafegam pela cidade e acabam sendo perseguidos pela polícia, que os para. Eles estão prestes a ser presos quando a fotógrafa da ponte aparece e constrange os policiais, dizendo que estão detendo sem motivo um famoso advogado de direitos civis americano. Fingindo transmitir a detenção pela internet, ela convence os oficiais a deixá-los partir com uma advertência. A fotógrafa, Sera, então revela acreditar que a remoção dos detritos na ponte faz parte de uma conspiração internacional para ocultar uma ameaça alienígena na Terra. Ela diz que eles têm várias tecnologias recuperadas de espaçonaves extraterrestres em uma instalação na cidade, dentre elas um reator de fusão a frio que alimenta toda a operação.

Sera mostra várias fotos misteriosas, dentre elas a de uma nave romulana em pleno ar – Kirk reconhece o design –, e a de um homem que parecia estar esperando a detonação da ponte antes que ela acontecesse. Depois que se despedem de Sera, Kirk indica que a história do reator de fusão a frio experimental é real, porque na linha do tempo dele ele foi explodido, como precursor de um ataque romulano. Os dois concluem que precisam de um detector para localizar o reator, e La’An lembra que pode conhecer alguém no vizinho estado de Vermont, nos EUA. Pelia, no Departamento de Arqueologia, um brechó.

La’An revela que conhece o segredo dela, que é uma lanthaniana infiltrada na Terra, e pede a ajuda da engenheira para criar um detector do reator de fusão a frio, a fim de proteger o futuro da humanidade. Pelia diz não saber nada sobre engenharia e que sua última aula de matemática foi quando Pitágoras inventou a coisa toda. La’An diz que precisam algo que detecte os subprodutos do reator, como trítio. Pelia lembra que relógios de pulso dos anos 1980 tinham fósforo, que brilhava sob a presença de trítio.

Kirk e La’An voltam a Toronto e andam pela cidade com o relógio, buscando sinais de que estivessem próximos. Ela quer dar um jeito de levar esse Kirk para o futuro dela. Os dois se beijam. E então notam os ponteiros brilhando. Eles chegam a um edifício e tentam encontrar um modo de entrar numa área restrita, protegida por uma trava que se abre com o contato da mão em um painel – é o Instituto Noonien-Singh para o Avanço Cultural. Kirk nada sabe sobre a família pregressa de La’An, inexistente na sua linha do tempo, mas está claro que é por isso que ela foi escolhida para esta missão.

Ela usa a própria mão para se identificar e abrir a porta – e então ela e Kirk são rendidos por Sera, que na verdade é uma romulana do futuro infiltrada, trabalhando num esforço para reduzir o ritmo de progresso da humanidade. Kirk diz que, se ela atirar neles, os alarmes vão soar. “Sera” aposta que é um blefe e dispara, matando Kirk. A romulana então entra no prédio com La’An, matando os seguranças pelo caminho. Ela diz que decidiu não mais explodir o reator, mas ir a um laboratório adjacente, onde há um quarto de criança com um nome: Khan. “Sera” ordena que La’An abra a porta e revela que computadores simulando a evolução da linha do tempo indicam que a Terra será enfraquecida com a morte de Khan Noonien-Singh. Ela diz que está presa nessa realidade desde 1992, quando tudo isso deveria ter acontecido, e está determinada a terminar a missão agora.

La’An revela sua verdadeira identidade, e “Sera” diz que ela pode ajudar e voltar ao futuro sem todo o peso de sua ancestralidade. As duas entram em combate corpo a corpo, e La’An consegue matar a romulana, depois de abrir a porta de Khan. O dispositivo do futuro mostra uma luz verde, indicando que ela teve sucesso em restaurar a linha do tempo. No quarto, o que ela encontra é um menino assustado, com medo de ser morto. Ela diz que não fará mal e que ele está justamente onde deveria estar. Despedindo-se do garoto, ela aperta o botão do dispositivo e volta ao futuro restaurado na Enterprise.

Pike está na ponte, ouvindo as desculpas de Pelia sobre as antiguidades, e La’An sugere que o caso seja deixado de lado. De volta a seus aposentos, a oficial de segurança encontra uma agente do Departamento de Investigações Temporais, instituição que só haverá no futuro da Federação e é responsável por proteger a linha do tempo de mudanças espúrias. Ela diz que La’An não pode revelar a ninguém o que aconteceu e leva embora o dispositivo do agente temporal.

Desconsolada, a oficial de segurança entra em contato com o tenente James T. Kirk. Mas ao longo da curta conversa ela percebe a futilidade de procurar uma versão dele que é diferente e que nunca a conheceu. Após encerrar o diálogo abruptamente, La’An precisa confrontar sua solidão, num choro incontido.

Comentários

“Tomorrow and Tomorrow and Tomorrow” é uma comédia romântica embrulhada num envelope de ficção científica e viagem no tempo. Apesar de paradoxos temporais e missões ao passado serem quase um clichê de Star Trek, nunca se viu um episódio com um tom similar a esse. Em compensação, toneladas de filmes “água com açúcar” já foram feitas nesse estilo, o que pode tirar um pouco da sensação de frescor.

Trata-se, mais que tudo, de uma grande peça para explorar La’An Noonien-Singh, personagem que já recebeu tratamento extremamente generoso na primeira temporada e segue sendo desenvolvida como uma das favoritas dos roteiristas. Ela é o elemento que costura os dois gêneros explorados simultaneamente no enredo, por conta de sua ancestralidade famosa (e infame) na saga. Sim, Khan está bem no meio desse rolo.

Como drama, o episódio é competente. O roteiro é ao mesmo tempo afiado e sutil, construindo cuidadosamente a carapaça que separa La’An de seu mundo exterior por conta do peso que ela carrega em seu sobrenome, sendo a descendente de um notório tirano e assassino em massa. Solidão é sua marca, algo de que ela parece aos poucos se desvencilhar uma vez que uma alteração na linha do tempo faz com que toda essa opressão de ter um sobrenome que a precede desapareça num passe de mágica.

Livre dessa sina, La’An se permite se apaixonar – por James T. Kirk. Ou melhor, por uma versão alternativa de Kirk (a segunda a ser criada pela série, depois da que vimos em “A Quality of Mercy”, da primeira temporada).

Paul Wesley faz um papel melhor aqui do que em sua aparição anterior, provavelmente beneficiado por um material que lhe cai com mais naturalidade. Mais uma vez, fica a sensação de que há algo de Kirk nele, mas praticamente nada do ator que imortalizou o personagem, William Shatner. É uma nova leitura, tanto no lado da interpretação como no da escrita – claramente polida para dar um verniz mais adequado ao velho capitão no século 21. Se o velho Kirk de Shatner não podia ver um rabo de saia que já estava jogando charme, o Kirk de Wesley parece muito mais contido – o que particularmente aqui funciona bem para a construção do romance puro e inocente com La’An.

E então ela é obrigada a vê-lo morrer, numa cena muito bem fotografada, atuada e, sobretudo, musicada. Nami Melumad usualmente faz um excepcional trabalho com as trilhas de Strange New Worlds, mas neste em particular a música faz um papel fundamental, com um tema ao mesmo tempo doce e melancólico para La’An, combinando influências chinesas ao sabor da música orquestrada ocidental.

Se Wesley faz uma participação razoável, Christina Chong é espetacular. Em nenhum momento ela deixa escapar o protagonismo, carregando o episódio ao longo de toda a hora. E a cena em que ela faz contato com o tenente Kirk (a primeira real aparição de Wesley como o Kirk da linha do tempo principal de Star Trek), sem saber muito bem o que dizer, e confronta a dura realidade de que o Kirk por quem ela se apaixonou e com quem finalmente se abriu não é aquele com quem ela está falando, é muito poderosa. La’An cai num choro incontido, doído, o mais puro suco de coração partido, e Chong vende de forma incrível cada segundo dele.

O envelope de ficção científica da história também traz uma conexão bem pessoal com a oficial de segurança da Enterprise, além de uma ideia intrigante: a de que por vezes fatos históricos medonhos podem proteger o futuro de um desfecho ainda mais devastador. Vamos aprendendo com Kirk ao longo do episódio como aquela linha do tempo alternativa de onde ele vem é amarga – “uma Terra sem poentes” –, com a humanidade vivendo em colônias espalhadas pelo Sistema Solar e sem jamais ter formado uma Federação. E aí vem a surpresa: se Khan Noonien-Singh não houvesse existido, aquele seria o destino dos humanos.

É bem verdade que os roteiristas não topam explicar como. Jogam a coisa toda nas costas de um computador “oráculo” dos romulanos do futuro, que calcula desfechos prováveis da linha do tempo, e sugere que, sem a escuridão trazida pelas Guerras Eugênicas, não haveria o renascimento proporcionado pelo primeiro contato com os vulcanos em 2063, desembocando na cultura federada como a conhecemos. A justificativa evoca outro grande episódio de viagem no tempo em Star Trek, o duplo “Year of Hell”, de Voyager. Lá, civilizações inteiras eram apagadas da existência para tentar restaurar um presente glorioso para o Império Krenim, baseado em cálculos e simulações sofisticados (bem como impenetráveis) do fluxo do tempo.

Aqui, a tinta ganha um verniz “e se você pudesse voltar no tempo e matar Hitler quando ainda era criança?”. Apesar da dificuldade enorme da decisão, uma visão utilitarista diria que essa seria a escolha moralmente correta. Quantas pessoas não poderiam ter sido salvas se Hitler jamais tivesse ascendido ao poder e fundado o Terceiro Reich na Alemanha? E aí o episódio joga a bola de curva da premissa: e se você soubesse que a eliminação de Hitler, talvez da Segunda Guerra Mundial toda, produziria mais adiante um futuro ainda mais horrendo?

É o que La’An sabe aqui, no que diz respeito a Khan. O que, por sua vez, tornaria a decisão fácil — não fosse outra bola de curva: ela poderia se livrar de todo o peso da sua ancestralidade ao despachar seu tataravô tirano mais cedo para o inferno. Ela viveu apenas dois dias nessas circunstâncias, se abriu para o mundo, se apaixonou por Kirk, e agora terá de voltar a sua “prisão” para salvar o futuro da humanidade. Quem ouviu algum eco do clássico “The City on the Edge of Forever” não está errado. Aqui temos apenas os sinais invertidos: lá era deixar morrer uma visionária para preservar o futuro, e aqui é deixar viver um tirano com o mesmo objetivo.

A trama é bem conduzida pela diretora Amanda Row, que imprime aqui um ritmo similar ao de um longa-metragem, beneficiada pelo tempo maior do episódio e sobretudo pela necessidade de servir poucos personagens, com 90% dele deixando todos os holofotes para La’An e Kirk. Pelia tem uma participação especial, graças a sua origem milenar, e sua entrada na trama é bem costurada para resolver um dos dilemas dos protagonistas: como encontrar um reator de fusão a frio escondido em algum lugar de Toronto?

O que não é tão bem costurada assim é a sequência de coincidências e conveniências para fazer a história toda funcionar. Sem falar no vespeiro canônico em que o episódio decide mexer. Em “Space Seed”, da Série Clássica, é dito que o reinado de Khan, e com ele as Guerras Eugênicas, teriam ocorrido entre 1992 e 1996 – datas que pareciam futuro distante quando o episódio foi ao ar, e hoje já viraram passado. A mesma referência cronológica é reforçada em Jornada nas Estrelas II: A Ira de Khan. Mas agora “aprendemos” que Khan na verdade nasceu no século 21, e era uma criança em 2022 – a data é sugerida por “Sera”, a romulana infiltrada do futuro, ao dizer que esperava que tudo aquilo acontecesse em 1992 e está “presa” na Terra, desde então, por 30 anos.

A ideia é harmonizar o que foi dito em “Space Seed” com o que é mostrado aqui sob o argumento de que os registros da época eram muito falhos (o que, por sinal, é mencionado por Spock naquele episódio clássico). Tão falhos que até os infiltrados romulanos originalmente tinham a data errada para o negócio, provavelmente derivada de espionagem sobre bases de dados da Federação.

O que torna a coisa um pouco mais complicada é que, em Jornada II, o próprio Khan menciona o ano de 1996, e ele saberia mais de sua própria época que qualquer registro fragmentado remanescente.

Essa talvez seja a primeira grande continuidade retroativa (no popular, retcon) produzida por Strange New Worlds – e, a julgar pelo tom dos produtores, não deve ser a última. Quem convive bem com essas alterações não terá problemas com o episódio, e quem não convive será obrigado a se perguntar: por que eles fizeram isso?

O argumento evocado por Akiva Goldsman, showrunner de Strange New Worlds, para justificar a escolha é o de que Star Trek é o futuro da nossa realidade presente, e todo mundo sabe que não houve Guerras Eugênicas nos anos 1990, o que exige a remexida. Parece pouco convincente quando o mesmo episódio que faz a remexida também introduz um atentado a bomba numa ponte em Toronto que não aconteceu em nossa realidade de 2022 (para não falar do reator nuclear de fusão a frio).

É inevitável, portanto, a conclusão de que os produtores ambicionaram criar condições para uma futura atração sobre Khan e as Guerras Eugênicas e se beneficiar da troca dos anos 1990 por um futuro incerto talvez ao redor de 2040 – afinal, o rapazinho visto neste episódio precisa crescer antes de virar um déspota impiedoso.

Por aqui, ficamos apenas com o menino assustado e com medo de morrer, a lembrar de forma poderosa que todo assassino em massa um dia já foi apenas uma criança indefesa.

No frigir dos ovos, temos um episódio que funciona em seus próprios termos, mas que também carrega potencial explosivo suficiente para irritar os fãs mais tradicionais. Ele é excelente para La’An como personagem e cria uma porta de entrada para que finalmente tenhamos a introdução de James T. Kirk em sua versão da linha do tempo principal.

Avaliação

Citações

“In my timeline, humanity has spread across dozens of worlds. We’re a part of a federation of species.”
“You don’t need anyone else’s help to survive.”
“And just surviving is good enough for you?”
“Oh, and I suppose you come from some sort of a utopia?”
“My Earth still has sunsets.”
(Na minha linha do tempo, a humanidade se espalhou por dezenas de mundos. Somos parte de uma federação de espécies.)
(Você não precisa da ajuda de ninguém mais para sobreviver.)
(E só sobreviver é bom o suficiente para você?)
(Oh, e eu imagino que você veio de algum tipo de utopia?)
(Minha Terra ainda tem poentes.)
La’An Noonien-Singh e James T. Kirk

“People are usually… difficult for me. There’s always been a barrier and it can get lonely.”
(As pessoas em geral são… difíceis para mim. Sempre houve uma barreira e acaba ficando solitário.)
La’An Noonien-Singh

Trivia

  • O episódio foi filmado em março de 2022, e o uso de locações em Toronto, com o vazamento de fotos das filmagens, obrigou o estúdio a revelar que Paul Wesley havia sido escalado para viver James Kirk na segunda temporada da série – preservando ainda a surpresa de que ele apareceria já ao fim do primeiro ano.
  • Segundo a diretora Amanda Row, em algum momento este episódio foi pensado para ser a estreia da temporada, e seria dirigido por Akiva Goldsman, mas a programação acabou mudando, e ele passou a ser o terceiro episódio, o que foi uma coincidência feliz para ela, que, nascida em Toronto, teve oportunidade de dar destaque à cidade.
  • Várias localidades em Toronto são facilmente reconhecíveis para quem está familiarizado com a cidade: a praça Yonge-Dundas, o Harbourfront e o Royal Conservatory of Music, que aqui faz as vezes do Instituto Noonien-Singh para o Avanço Cultural.
  • La’An se refere a Toronto como “a maior cidade do que costumava ser o Canadá”, indicando que o país, ao menos com esse nome, teria deixado de existir no século 23.
  • A confusão de Kirk ao achar que estava em Nova York é uma referência velada ao fato de que muitas vezes Toronto é usada em filmagens como substituta para a Grande Maçã. Segundo o showrunner Henry Alonso Myers, no início do desenvolvimento da história, era para ter sido Nova York e eles cogitaram ir até lá para filmar em locação, mas, quando essa possibilidade caiu, seu colega showrunner Akiva Goldsman sugeriu que usassem Toronto como Toronto mesmo.
  • O título “Tomorrow and Tomorrow and Tomorrow” é uma citação de Shakespeare. Em Macbeth, o personagem-título fala sobre “amanhã e amanhã e amanhã” em alusão à morte de sua esposa e à sensação de futilidade e de impotência diante do destino. O paralelo cai como uma luva com La’An vendo a morte de Kirk e tendo de preservar a linha do tempo e, com ela, todos os seus sofrimentos.
  • Kirk com dificuldades para fazer o carro andar parece ser uma referência ao episódio “A Piece of the Action”, da Série Clássica, em que ele enfrenta o mesmo desafio. E o carro aqui é um Dodge Challenger, modelo 2022.
  • Parte das cenas de perseguição de carro foram filmadas com o AR Wall, e o veículo parado em frente à tela (lembrando as antigas técnicas de retroprojeção para cenas similares em filmes antigos).
  • Aprendemos várias coisas sobre a linha do tempo alternativa em que Khan nunca existiu. A Terra foi devastada pelos romulanos ainda no século 21, e a humanidade sobreviveu em colônias espalhadas pelo Sistema Solar: Lua, Marte, Vênus e Europa. Uma Federação Unida de Planetas nunca foi fundada, e os vulcanos tiveram de enfrentar sozinhos uma guerra com os romulanos no século 23.
  • O James Kirk da linha do tempo alternativa chegou à capitania mais cedo que sua contraparte na linha do tempo principal, já estando no comando da UEF (United Earth Fleet) Enterprise, uma nave estelar da Frota da Terra Unida, em 2260. Ele nunca foi à Terra, devastada em sua época, e nasceu no espaço, a bordo da USS Iowa. E seu irmão, George Samuel Kirk, estava morto em 2260. De acordo com a placa dedicatória na ponte, a UEF Enterprise foi construída nos Estaleiros da Lua (Luna Shipyards).
  • A nave do capitão Spock da linha do tempo alternativa, a Sh’Rel, é o mesmo design visto na nave de Sarek nas duas primeiras temporadas de Discovery.
  • No começo do episódio, La’An aparta uma briga entre o chefe de transporte Jay (introduzido nesta temporada) e um cadete denobulano. É a primeira vez que vemos um denobulano em live-action desde o fim de Enterprise. Antes disso, contudo, eles já haviam aparecido de forma animada, em episódios de Lower Decks e Prodigy.
  • Há duas canções na trilha deste episódio: “This Is It”, do The Home of Happy, que toca quando Kirk vence seus jogos de xadrez, e “Modern Art”, do The Black Lips, durante a perseguição de carro.
  • O dispositivo de viagem no tempo usa o mesmo sistema de interface TCARS visto a bordo das naves da classe Wells da Frota Estelar no século 29; uma delas foi vista no episódio “Relativity”, de Voyager.
  • O episódio marca a primeira aparição de agentes do Departamento de Investigações Temporais desde sua introdução, em “Trials and Tribble-ations”, de Deep Space Nine.
  • Kirk aborda seu nome do meio, Tiberius, dizendo que veio de seu avô, algo originalmente apresentado no começo do filme Star Trek (2009). O episódio também estabelece pela primeira vez de forma oficial que Jim e seu irmão Sam nasceram, na linha do tempo principal, em Riverside, Iowa.
  • La’An corrige Kirk quando ele diz que todos chamam seu irmão de George, e só ele de Sam (como o personagem disse em “What Are Little Girls Made Of?”, da Série Clássica), dizendo que todo mundo na Enterprise o chama de Sam (como vimos na primeira temporada de Strange New Worlds).
  • Pelia aqui revela, no século 21, que sua última aula de matemática foi quando Pitágoras era vivo, indicando que ela morou na Terra por milhares de anos – o que reforça o elo de seu personagem e de sua espécie, os lanthanianos, com Flint, personagem de “Requiem for Methuselah”, da Série Clássica, que teve trajetória semelhante.
  • O episódio transfere Khan Noonien-Singh dos anos 1990 para algum ponto da primeira metade do século 21, e aprendemos que ele foi criado, ao menos em sua infância, no Instituto Noonien-Singh, em Toronto, Canadá, ao lado de outras crianças geneticamente alteradas.
  • A teoria da conspiração apresentada por Sera envolvia o desastre de Chernobyl, o assassinato de John F. Kennedy e o evento de Tunguska, todos que figuram em conspirações apresentadas na série dos anos 1990 Arquivo-X. Como Sera estava presa na Terra desde aquela época, é possível que ela tenha visto a série.
  • Relógios de pulso dos anos 1980 usando trítio para serem fluorescentes são uma coisa real, e alguns deles ainda usam até hoje.
  • Jess Bush (Chapel) não aparece neste episódio, nem é creditada.

Ficha Técnica

Escrito por David Reed
Dirigido por Amanda Row

Exibido em 29 de junho de 2023

Título em português: “Amanhã e Amanhã e Amanhã”

Elenco

Anson Mount como Christopher Pike
Ethan Peck como Spock
Christina Chong como La’An Noonien-Singh
Celia Rose Gooding como Nyota Uhura
Melissa Navia como Erica Ortegas
Babs Olusanmokun como Joseph M’Benga
Rebecca Romijn como Una Chin-Riley

Elenco convidado

Paul Wesley como James T. Kirk
Adelaide Kane como Sera
Carol Kane como Pelia
Dennis Barham como jogador de xadrez 1
Noah Lamanna como Jay
Caeden Lawrence como alferes segurança
David Leyshon como jogador de xadrez 3
Luke Marty como policial
Sean Meldrum como cadete denobulano
Brian Quintero como segurança da loja
Robin Schisler como mulher na loja
Randy Singh como guarda do instituto 1
Desmond Sivan como jovem Khan
Mish Tam como jogador de xadrez 2
Allison Wilson-Forbes como agente Ymalay
Christopher Wyllie como homem de terno cinza

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Edição de Maria Lucia Rácz
Revisão de Susana Alexandria

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