VOY 3×25: Worst Case Scenario

Simulação criada por Tuvok para treinar a tripulação caso os maquis tentassem tomar a nava

Seska retorna e a Voyager é tomada em rebelião dos Maquis

Sinopse

Data estelar: 50953.4

Depois que Janeway e Paris partem em uma missão avançada, Chakotay lidera uma rebelião Maquis na Voyager. Com a ajuda de Torres, ele toma o controle da nave e avisa que os princípios da Federação não ficarão mais no caminho de um meio mais curto de chegar em casa. Neste momento Paris entra e pergunta a Torres o que está acontecendo. Irritada, ela para o programa do holodeck que estava rodando – todo o cenário da rebelião fazia parte de uma holo-novela que a tenente acabara de descobrir.

A identidade do autor é desconhecida, mas Paris fica fascinado pelo tema. Ele reinicia o programa e o roda com algumas modificações. Mas, na hora em que a novela atinge o seu clímax, ela para abruptamente e o piloto descobre que quem a escreveu nunca completou a história.

Torres e Paris no holodeck

A história logo vira falatório pela nave, e Tuvok finalmente admite ser o autor. Ele diz que a escreveu como um exercício de treinamento tático quando as tripulações Maquis e da Federação se juntaram. Já que a integração se deu tranquilamente, o tenente não se preocupou em terminar o programa. Mas, depois que Paris se candidata a completar a narrativa, Tuvok decide colaborar na tarefa.

Quando os parâmetros do conto são reabertos para o capítulo final, uma versão holográfica de Seska aparece; a Seska verdadeira tinha descoberto o programa do Vulcano antes de deixar a nave e decidiu terminá-lo a seu modo. Ela diz a Tuvok que selou o holodeck e desativou os protocolos de segurança; se disparar contra eles, os oficiais morrerão.

Reunião dos oficiais da Voyager

Tuvok e Paris descobrem logo que o cenário de Seska é mortal. Ela havia colocado armadilhas nas sub-rotinas, o que significa que um passo em falso poderia significar a destruição da nave. Fora do holodeck, a tripulação descobre o que a cardassiana havia feito e tenta encontrar um modo de ajudar a dupla em apuros.

Enquanto Seska se prepara para executar Tuvok e Paris, a capitã verdadeira trabalha incansavelmente para reescrever a narrativa. Seus esforços distraem Seska o suficiente para Tuvok causar um mal-funcionamento no phaser que a cardassiana usava, matando-a e terminando, assim, o programa. Os oficiais cumprimentam Janeway por suas habilidades literárias e a tripulação decide escrever uma nova aventura no holodeck.

Comentários

“Worst Case Scenario” é o que Voyager deveria ter sido, mas nunca foi. Uma das mais fortes críticas direcionadas à série é o fato de os Maquis terem se integrado muito rapidamente à tripulação da Frota e sem conflito algum. Já ao final de “Caretaker” o público vê que tem algo errado no ar: todos a bordo usam uniformes.

Mas o segmento da semana não funciona como uma redenção para a questão Maquis, que vinha sendo completamente ignorada. Pode-se dizer isso por dois motivos: a problemática se desenvolve exclusivamente no holodeck e, além disso, tudo é esquecido ao fim da história com o tradicional reset button. Em outras palavras, o que deixou de ser feito em três temporadas agora é trabalhado como um paliativo para as cobranças dos fãs.

Title Card Voyager "Worst Case Scenario"

Até a metade do episódio, a história se desenvolve muito bem. B’Elanna descobre um programa no holodeck, em que uma rebelião Maquis é criada por um autor desconhecido. A simulação logo fica popular entre os tripulantes e desperta a curiosidade pela identidade desse talentoso autor.

Os “e se” logo vêm à mente de todos. E se os Maquis tivessem decidido tomar o controle da Voyager nos primeiros dias da viagem, quando os humores das tripulações estavam à flor da pele? Se tivessem sido bem-sucedidos na ação, como a teriam executado? Apesar de restrito à fantasia do holodeck, o roteiro intriga por levantar essas questões, sempre indagadas pela audiência. Biller também foi muito feliz em revelar logo que se tratava de uma aventura holográfica. Teria sido desastroso se os fãs descobrissem a verdade apenas no final da história.

Chakotay e Seska tentando tomar o poder da nave em simulação holográfica

O engraçado é que, dada a natureza controversa do programa, ninguém admite que o está rodando e, sendo a Voyager uma nave pequena, o segredo há muito se espalhou pelos decks. A coisa só vem à tona quando Janeway levanta a questão durante uma reunião com os oficiais superiores. Nesse momento, Tuvok revela ser o talentoso autor e confessa que não o escreveu como obra artística, mas como um treinamento de segurança para o caso de a situação com os Maquis sair do controle. Como isso nunca aconteceu, o Vulcano apagou o arquivo.

Tom Paris sugere, então, que Tuvok escreva a conclusão do programa (agora, uma aventura holográfica), já que todos foram deixados na mão bem no clímax da história. Os dois acabam trabalhando juntos. Destaque para a cena no refeitório, em que eles discutem as possibilidades e Paris sugere que, no final, Janeway consiga retomar sua nave e execute os rebeldes. A resposta do Vulcano é um “este é um desenvolvimento implausível”.

Tuvok e Paris tentando sobreviver em simulação holográfica

Embora o personagem de Tim Russ geralmente se passe por chato, ele representa o tipo de roteirista que os fãs gostariam de ter, e, Paris, o que os fãs têm. Tuvok acredita que os eventos de uma história devem condizer com as ações dos personagens estabelecidas no passado. Janeway jamais ordenaria a execução de alguém. Já Paris acredita que, se há algo que torne a história interessante, as “falhas de continuidade” são aceitáveis. Soa familiar?

Mas é quando a dupla finaliza o programa e o roda que “Worst Case Scenario” dá uma guinada violenta. O episódio começa centrado em uma controvérsia importante que instiga o fã a acompanhar atentamente o que se passa. Porém, de repente, o público é apresentado a uma outra trama, completamente diferente da primeira. Num piscar de olhos, o roteiro se transforma no velho e batido “oficiais presos no holodeck” com um inimigo.

Seska em simulação holográfica

Neste caso, com um inimigo que não poderia estar lá. A morte de Seska em “Basics, Part II” já foi fraca e sem dramaticidade. Não dá para entender as razões que fizeram a produção trazer Martha Hackett de volta ao papel da traidora cardassiana. No início da temporada, Jeri Taylor, a produtora mais influente daquele ano, havia dito que não queria mais ver elementos associados aos Kazons na série. Quanto à personagem no contexto da história, também não fica claro por que Seska teria se dado ao trabalho de armar tudo aquilo. Que era ela dissimulada e perigosa não resta dúvidas. Mas que objetivo prático ela teria com aquilo? Vingança? Sadismo? Não convence.

Assim, enquanto a primeira metade do roteiro é a lógica que a série deveria ter seguido, a segunda é totalmente implausível e descartável, talvez uma apologia à forma como os roteiristas trataram questões fundamentais nas temporadas anteriores. Furos à parte, é seguro dizer que “Worst Case Scenario” é uma hora de diversão. Apesar das reviravoltas, o segmento entretém o telespectador. Seska ainda é a vilã mais forte da série, ainda que tenha sido mal utilizada, e Chakotay até sabe fazer alguma coisa além de se sentar em sua poltrona na Ponte.

Avaliação

Citações

“Well, it’s not as if I caught you dancing the rhumba with a naked Bolian.”
(Bom, não é como se eu a tivesse pego dançando rumba com um Boliano pelado.)
Paris

“You’ve just threatened the wrong woman, Chakotay.”
(Você acabou de ameaçar a mulher errada, Chakotay.)
Janeway

“I just have a couple of comments… about the Neelix character.”
“How surprising.”
(Eu só tenho alguns comentários… sobre o personagem Neelix.)
(Que surpresa.)
Neelix e Tuvok

“I guess we should have known Seska wouldn’t let a little thing like death stop her from getting even.”
(Acho que nós devíamos saber que Seska não deixaria uma coisinha de nada como a morte impedi-la de ficar quite.)
Paris

Trivia

  • No episódio, Martha Hackett volta a aparecer como Seska, a principal vilã da série ao longo da segunda temporada.
  • Este é o sétimo episódio de Voyager dirigido por Alexander Singer e o sexto escrito por Ken Biller, que mais tarde se tornaria produtor da série. Biller também dirigiu dois episódios de Voyager, “Revulsion” e “One”. Em entrevista para a revista Cinefantastique, Biller disse que “Worst Case Scenario” apresentava a sua história favorita até então.

Ficha Técnica

Escrito por Kenneth Biller
Dirigido por Alexander Singer

Exibido em 14 de maio de 1997

Título em português: “Rebelião”

Elenco

Kate Mulgrew como Kathryn Janeway
Robert Beltran como Chakotay
Roxann Biggs-Dawson como B’Elanna Torres
Robert Duncan McNeill como Tom Paris
Jennifer Lien como Kes
Ethan Phillips como Neelix
Robert Picardo como Doutor
Tim Russ como Tuvok
Garret Wang como Harry Kim

Elenco convidado

Martha Hackett como Seska

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Edição de Mariana Gamberger

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