Todd Stashwick gostaria de ver United e Legacy em produção: “Façam os dois!”

O ator Todd Stashwick foi um dos convidados para um bate papo com o público na ST:CHI Trek to Chicago, que ocorreu mês passado.  Aos 57 anos, Stashwick foi o intérprete do capitão Liam Shaw da série Star Trek: Picard e ganhou a simpatia dos fãs.

Em entrevista exclusiva ao TrekMovie após seu painel, o ator revelou sua longa admiração por Star Trek e o desejo de continuar atuando na franquia.

Stashwick teve duas participações no universo Star Trek: como Talok (2004), o espião romulano disfarçado de vulcano, na 4.ª temporada de Star Trek: Enterprise, no episódio “Kir’Shara”. E o Capitão Liam Shaw (2023), como comandante da USS Titan-A na 3.ª temporada de Star Trek: Picard. O arco do personagem durou quase toda a temporada, morrendo no episódio final, “The Last Generation”.

Na entrevista, Stashwick revelou que começou a brincar de Star Trek ainda nos anos 70 com bonecos MEGO, nunca escondeu que interpretar um capitão da Frota Estelar era um sonho de infância.

Em 2023, Todd Stashwick realizou seu sonho de infância ao interpretar o Capitão Liam Shaw, um dos personagens mais marcantes, complexos e adorados da terceira temporada de Star Trek: Picard – um oficial durão, sarcástico e profundamente marcado pelo trauma de Wolf 359.

Perguntado se para fazer o personagem, ele se inspirou em algum modelo, disse:

Não gosto de revelar o segredo. Assim você acaba estragando tudo. Conheço minhas influências. Às vezes, falo abertamente sobre elas. …Tudo estava no roteiro. Não precisei me inspirar em nada específico. Assisti a outras atuações de atores que estavam em situações parecidas, meio atarefados, meio que seguindo o fluxo e administrando tudo com mão de ferro. Então, observei como eles lidavam com isso. Mas ele foi uma criação totalmente original.

Eu sabia tudo sobre o passado trágico de Shaw na Batalha de Wolf 359. Só descobri que ia morrer lá quando já tinha assistido a uns três quartos do episódio, o que é bom. Como o personagem não sabe de nada, eu fui interpretando os episódios conforme iam acontecendo.

Sobre a experiência em Enterprise, ele só tem boas lembranças – o oposto do colega Jeffrey Dean Morgan, que odiou as longas horas de maquiagem protética.

Ah, Jeffrey Dean Morgan, eu vivo sendo confundido com ele por aí. Uma vez, um ator com quem eu tinha trabalhado em outro projeto chegou a pensar que estava falando com o próprio Jeffrey Dean Morgan.

Eu adorei (Enterprise). Me diverti muito. E minha amiga Kara Zediker interpretou T’Pau. Então, passei o dia todo com ela. E ainda pude ter orelhas pontudas, estar em Vulcano e lutar com uma lirpa. Foi uma experiência incrível.

Stashwick rejeita o rótulo de “arco de redenção” que muitos fãs e críticos colaram no personagem Shaw:

Não se trata de uma jornada de redenção, meu amigo. É uma questão de amadurecimento. Redenção significa que ele era uma pessoa má que aprendeu uma lição e se tornou uma pessoa boa. Ele sempre foi uma boa pessoa, tentando proteger seu povo. Ele só foi um pouco desrespeitoso à sua maneira. Porque ele não estava errado sobre tudo aquilo com o Picard e todos aqueles caras.

E quanto à forma como Shaw tratava Sete de Nove, aquele misto de rispidez e desconfiança que irritou tantos fãs logo nos primeiros episódios,  para Todd Stashwick, ali não havia preconceito gratuito, muito menos um chefe que agia por prazer:

Era ali que ele precisava amadurecer, como homem. Mas ele também precisava compartimentalizar o lado Borg dela para poder tirar o melhor proveito dela, porque ele tinha um problema com esse lado Borg. Mas ele a escolheu como primeira oficial. Ele sabia que ela era parcialmente Borg, mas teve que bloquear isso em sua mente por causa de sua dor. Ele teve que compartimentalizar isso para poder tê-la como sua primeira oficial. No fim, o que ele aprendeu, e o que precisava fazer, era respeitá-la completamente por quem ela era e, finalmente, chamá-la assim [“Sete”]. Mas não é um arco de redenção, porque ele não estava se redimindo. Ele já estava pronto para se sacrificar pelas pessoas. Ele já ia fazer a coisa certa por sua tripulação. E, então, quando descobriu quem Picard e Jack eram, quando descobriu que Jack era realmente um cidadão da Frota Estelar e filho de um Almirante – quando isso foi confirmado, ele entrou em ação para fazer a coisa certa. Então, ele sempre faz a coisa certa, com a informação correta, ele fará a coisa certa. Se você mentir para ele, a situação vai piorar cada vez mais.

Longe de querer pendurar o uniforme, o ator tem deixado claro que está mais do que disposto a voltar à franquia. E não falta quem o queira de volta:

  • Terry Matalas, showrunner de Picard, afirmou logo após o fim da temporada que considera Todd Stashwick peça essencial de Star Trek: Legacy, o projeto pessoal do produtor que vem sendo amplamente pedido pelos fãs, mas que não obteve retorno positivo do estúdio.
  • Já Mike Sussman, roteirista de Enterprise, foi ainda mais direto: ao falar recentemente sobre Star Trek: United – sua proposta de continuação para a série, mas focada na formação da Federação – declarou que, se o projeto sair do papel, quer apenas dois nomes como protagonistas: Scott Bakula e Todd Stashwick.

Eu adoraria voltar a interpretar Talok, depois de 20 anos. Que loucura seria se o meu próximo projeto em Star Trek não fosse com Shaw, mas sim com Enterprise . Eu ficaria feliz em retornar, assim como minha saúde e aposentadoria. Então, adoraria voltar a trabalhar.

Quando pressionado a escolher entre Legacy e United, Stashwick foi categórico:

Sabe de uma coisa? Não vou escolher porque não sei o que o mundo me reserva. E por que não os dois? Já fiz os dois no universo, posso fazer os dois de novo. Então, aos deuses da Skydance e da Paramount, vamos fazer o United. Se eles não vão fazer o Legacy agora, vamos fazer o United. 

Numa rápida entrevista em outubro, a Shout! TV, o ator comentou a respeito de seu personagem capitão Shaw ter se tornado um boneco de ação, ficando imortalizado na história de Star Trek:

Já existe um boneco de ação feito pela EXO-6 e eles acertaram em cheio. Parece comigo e eu direi o seguinte sobre os bonecos de ação da EXO-6, eles tem olhos verdes devastadores.

Quanto a uma hipotética volta de Shaw em Legacy, uma vez que o personagem morreu em Picard, Matalas especulou durante a convenção Star Trek Las Vegas, que Shaw poderia retornar como um “holograma de engenharia de emergência que não queria ser desligado e estava muito irritado porque a Titan foi transformada na Enterprise”, Stashwick brincou chamando de “Shawlograma” e opinou sobre essa ideia:

Adoro trabalhar. Amo o personagem Shaw, amo o universo de Star Trek e se alguém decidir aprovar este projeto e reunir todo o elenco que teria na série Legacy: Jerry Ryan, Michelle Hurd, Ed Spalier, Ashley Chestnut, Ashley Sharp Chestnut, Beacon Burton, eu adoraria trabalhar com estas pessoas. E se isso significa aparecer como um holograma e contribuir para a minha saúde e pensão, eu topo.

Perguntado sobre que personagem de Star Trek, ele gostaria de ter interpretado, Shaw brincou:

Além de ser um romulano vestido como um vulcano e além de ser o Shaw, bem, sem dúvida, um Pingo.

Todd Stashwick apresenta segmentos especiais de comentários, geralmente com temas de terror ou ficção científica para a Shout! TV, recentemente fez uma “Double Take” no Halloween com filmes como Tragedy Girls e O Exorcista III.

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