Confira as novidades da TV Guide

Conforme prometido, a TV Guide desta semana trouxe um material mais do que especial sobre a nova série de Jornada. Confira a seguir a versão traduzida na íntegra do material publicado on line. A seguir, mais informações, retiradas da edição impressa e compiladas pelo site TrekWeb.

Jornada nas Estrelas: A Primeira Geração

Michael Logan
da TV Guide

A tripulação da Enterprise NX-01 não está tendo um bom dia na Plataforma 18 dos estúdios da Paramount. Vários dos personagens estão presos em um planeta alienígena tomado por uma tempestade, onde foram infectados por um pólen tóxico. Alguns estão quase em coma, enquanto outros –como o engenheiro-chefe comandante Charles ‘Trip’ Tucker III, que está apontando uma pistola de fase para sua superior, a Vulcana subcomandante T’Pol, e ameaçando matá-la– ficaram completamente malucos. A bordo da ne, seu capitão, Jonathan Archer, está desesperadamente tentando salvar a vida de T’Pol por meio de sua oficial de comunicações, Hoshi Sato, que aconselha T’Pol pelo rádio em sua língua-mãe, para que Trip não entenda.

“Sahsuran ahmot ludah-sloya”, a atriz Linda Park –que interpreta Hoshi– deveria dizer. Mas ela engasga na fala durante o ensai, e sai “Mahsuran sahmot ludah-sloya”. Ou algo assim. Park tenta novamente. E de novo. No fim, ela consegue corrigir todas as letras do diálogo capcioso, e as câmeras começam a rodar. “Mahsuran sahmot ludah-sloyah”, ela diz, então percebendo que errou novamente. Seu colega de cena Scott Bakula –que faz Archer– dá de ombros, vira para a equipe de câmera e diz, com um sorriso travesso, “Alguém aqui fala Vulcano?” A equipe não resiste e cai na risada. Então, após deixar sair um longo suspiro de frustração, ela também não resiste.

Bem-vindo a Enterprise, da UPN, uma pré-sequência à clássica série dos anos 1960 criada por Gene Roddenberry, Jornada nas Estrelas, onde simplesmente tudo, na tela e fora dela, é novo e estranho e incrivelmente problemático. Mas essa é a questão. Após três spinoffs de Jornada –a megahit Jornada nas Estrelas – A Nova Geração (1987-94), a maravilhosamente fronteiriça mas menos assistida Jornada nas Estrelas – Deep Space Nine (1993-99) e a segura mas definitivamente livre de tormentas Jornada nas Estrelas – Voyager (1995-2001)– a fascinação pelo franchise, mesmo entre os trekkers mais fanáticos, começou a se diluir, e o que já chegou a ser fantástico se tornou mundano. Logo, Rick Berman, produtor-executivo dos spinoffs de Jornada, quis que Enterprise “voltasse ao núcleo” do que Roddenberry queria para Jornada quando ele primeiro vendeu a idéia à NBC –uma “Caravana” para as estrelas.

“Precisávamos trazer de volta a maravilha e empolgação e medo do espaço exterior”, diz Berman, que, ao criar Enterprise com o veterano escritor-produtor de Jornada Brannon Braga, estabeleceu a série a apenas 150 anos dos dias atuais (isso é um século antes da época do capitão Kirk de William Shatner), quando a exploração espacial exigia nervos de aço e coragem equivalente. “Nos últimos dois spinoffs, nossos personagens não estavam onde gostariam de estar, e acho que isso nos perdeu audiência”, aponta Berman. “O capitão Sisko e seus colegas não eram loucos pela vida na estação espacial deles, e a capitã Janeway estava comandando uma nave apontada na direção errada. Mas o capitão Archer está louco para ir ao espaço. Eu acho que os telespectadores que se afastaram quando A Nova Geração saiu do ar irão voltar e querer acompanhá-lo.”

Diz Bakula, durante uma parada nas filmagens: “As pessoas estão imaginando se Berman e a Paramount deveriam ter esperado um pouco –talvez adiado por um ano– antes de fazer outro spinoff, mas estou sentindo um crescimento da empolgação. Eu acho que os fãs estão mais do que prontos para se realistar”. Alguém pode imaginar que Enterprise –e o franchise em si– poderia se beneficiar de algum sangue novo no comando, alguém que iria sacodir Jornada do modo que, digamos, Joss Whedon sacodiu as lendas de vampiros com “Buffy the Vampire Slayer” (Berman já faz jornadas sem parar há 14 anos, Braga há 11). “Essa é uma pergunta totalmente justa, e tem uma parte de mim que pensa que a Paramount devia me demitir e me substituir”, admite Braga. “Mas eu acho que Rick e eu somos os caras perfeitos para descontruir e reconceber Jornada nas Estrelas, porque sabemos exatamente quais foram os problemas e as frustrações durante todos esses anos.”

O analista de mídia Steve Sternberg, da TN Media, concorda. “Os fãs de Jornada nas Estrelas conhecem seu negócio, então é melhor que Enterprise seja feita por pessoas que realmente conheçam a história de Jornada”, diz. “Além diso, eu acho [que Berman e Braga] serão revigorados pela nova premissa.” Sternberg acredita que uma temporada sem Jornada “poderia ter sido uma boa idéia, mas a UPN realmente precisa de um novo show bem-sucedido. E eu acho que eles podem ter um com Enterprise, porque as pessoas estão olhando para ele como uma nova série de ficção científica, em vez de outra série de Jornada”.

Para encorajar isso, ‘Star Trek’ foi tirado do título, para criar “um pouco de vibração pós-moderna”, diz Braga. “Com sorte as pessoas que foram postas de fora pela enormidade da história de Jornada irão nos conferir, porque você não precisa saber nada de Jornada para ver este aqui.”

A estréia de duas horas de Enterprise (marcada para ir ao ar em 26 de stembro, 20h) abre com um fazendeiro atirando em um Klingon –o primeiro a ser visto por humanos– em um campo de milho perto de Broken Bow, Oklahoma, onde a nave Klingon caiu enquanto era perseguida pelos Suliban, uma raça vilã nunca antes vista que será mostrada proeminentemente na nova série. Perto da morte, o Klingon precisa ser devolvido a seu mundo natal, forçando a ainda não-testada Enterprise –a primeira nave terrestre com capacidade de dobra 5– a ser lançada várias semanas antes do previsto. Os Vulcanos, encontrados pela primeira vez pelos terráqueos em 2063 (segundo o filme de 1996 “Jornada nas Estrelas – Primeiro Contato”), é fortemente contra a missão, acreditando que os humanos ainda não estão prontos para se aventurar no espaço profundo. Na verdade, eles estão segurando o progresso dos terráqueos em vôos espaciais, enfurecendo o “Han Soloiano” Archer, cujo pai desenvolveu o motor de dobra 5 junto com o inventor Zefram Cochrane, mas não viveu o suficiente para ver seu sonho decolar (James Cromwell, que interpretou Cochrane em “Primeiro Contato”, faz uma ponta na premiére de Enterprise). O enredo esquenta, diz Berman, “quanto leva pouco tempo para que Archer perca o Klingon”.

Informações adicionais

Notícias da “primeira gravidez masculina humana” vêm na forma de uma citação de Connor Trinneer, que estava de bico calado sobre a questão. Mas Berman comentou que o personagem de Trinneer, Charlie Tucker, irá ficar grávido em um episódio que será “muito engraçado”. A versão on line da enfermaria da Enterprise.

Além disso, a revista também inclui uma visão de máscaras faciais alienígenas, usadas por personagens interpretando uma nova raça alienígena –os Axanar– no segundo episódio da série.

O jornalista Michael Logan paga o blefe de Berman em sua entrevista anterior à TV Guide sobre a natureza do uniforme de T’Pol, que Logan descreve como “uma roupa apertada de saltar os olhos”.

Braga diz, durante a matéria, que “comparado a shows contemporâneos como ‘The Sopranos’, os personagens em Jornada podem parecer andróides às vezes, porque eles estão tão longe no futuro que eles têm essa sensação de época remota, estilizada”. John Billingsley, que interpreta o dr. Phlox, junta-se a este sentimento dizendo que “se livrar da Primeira Diretriz ajuda muito”.

Billingsley também revela uma pequena anedota enquanto a equipe filmava com as roupas de astronauta bronze mostradas na capa da resvista. “Elas estavam absolutamente lindas, mas parecia que você estava carregando um paquiderme em suas costas”, diz Billingsley. “Nos vestimos as nossas por meio dia de cada vez, mas Scott vestiu a dele o tempo todo por três dias seguidos, e no fim da última cena do terceiro dia –quando o resto de nós estava dizendo, ‘Por favor, Deus, deixe isso ACABAR!’–, Scott diz, ‘Deixe-me fazer mais um take. Eu acho que posso puxar minha pistola para fora do suporte um POUCO mais suavemente’.” Claramente Scott Bakula está tendo o tipo de interesse por Enterprise que indica que ele é um líder atrás das câmeras também.

Berman admite que, enquanto a tripulação da Enterprise não terá holodecks à disposição, nada impede que eles encontrem alienígenas que possuam essa tecnologia.

Logan pergunta a Berman sobre um rumor de que Malcolm Reed pudesse ser homossexual, e o produtor-executivo responde. “Isso é totalmente falso. Bem, eu não diria totalmente falso. Não foi discutido. Um desses personagens pode acabar sendo gay. Nós decidimos não fazer disso uma questão a ser discutida por enquanto.”