ESPECIAL: “THE PORTHOS’ LOG”

“The Andorian Incident”

Como bom fã de DS9 e da série clássica, esperando com certa antecipação mais esta participação especial do ator Jefrey Combs em Jornada nas Estrelas, agora como um ANDORIANO e vendo com bons olhos a possibilidade de um arco de história que eventualmente leve a fundação da Federação. Estava bastante animado com a possibilidade de ver as 3 raças fundadoras da Federação em conflito e examinar os seus distintos pontos de vista.

Entretanto, a palavra mais certa para o episódio é DECEPÇÃO. Ainda que a presença dos Andorianos seja interessante (gostei da maquiagem e Combs fez o humanamente possível com o pífio material fornecido) e o final peça por uma continuação (que já sabemos que virá). No fundo, o que fica é uma reciclada e pouco inspirada história de reféns, com mais furos que uma rede de pesca. O final foi totalmente esperado: Obviamente os Vulcanos estavam mentindo, pois é desta forma que a série Enterprise vem apresentando os Vulcanos desde o seu piloto!

O episódio termina de forma extremamente abrupta e Archer toma uma decisão discutível sem pesar muito as consequências. Ele deve esperar algum tipo de reação do comando da Frota Estelar, dos Vulcanos e mesmo um REAL conflito entre os Andorianos e os Vulcanos. Ele literalmente “tirou o dele da reta”, forneceu registros de uma instalação secreta Vulcana (um governo aliado) aos Andorianos (que ele nunca viu na vida) e deu salvo conduto a um grupo de terroristas, cujos atos levaram a destruição de inúmeras relíquias de valor incalculável. Eu não estou querendo dizer que ele não tivesse todo o direito de estar com raiva dos Vulcanos mas uma pessoa na POSIÇÃO DELE não pode simplesmente “chutar o balde”, como ele fez. O veredicto definitivo fica reservado para os próximos episódios, em que iremos saber se ele terá que lidar ou não com os seus atos aqui.

Entretanto, o que menos se encaixa aqui são as suas atitudes com relação a T’Pol. Inicialment ele chama T’Pol para debaixo das cobertas por causa do frio e depois defende a Vulcana dos avanços do “Andoriano Tarado”(TM). Ao final ele parece culpar a sub-comandante pelas atitudes do governo Vulcano. Ou seja quando mais era necessário que ela (claramente abalada, talvez assim pela primeira vez na série) se sentisse parte do time dele, ele a coloca na frigideira. Espero que T’Pol venha a se lembrar disto no futuro.

O menor dos problemas do episódio é o fato da Enterprise ir parar no monastério apenas pela curiosidade de Archer. A utilizaçao de dispositivos de trama típicos de filmes de Indiana Jones, como portas que se abrem com um toque, passagens secretas e catacumbas, foi de uma burrice extrema, considerando a tecnologia de Jornada, mesmo uma do século XXII.

Pérolas:

CONVENIÊNCIAS HUMANAS: Por que diabos Archer se ofereceu para ser espancado DE NOVO e jogar aquela peça de xadrez carranca abaixo ? Tucker não poderia ter dado a volta e olhado pela abertura ? Por que nem Reed nem ninguém teve a idéia de sondar o local para tentar encontrar a suposta instalação de espionagem Vulcana ? Como a nave auxiliar de Archer não detectou a presença da nave Andoriana ? Como Reed, com transporte, granadas de tonteio, armas de tonteio, sensores extremamente precisos e o elemento de surpresa não conseguiu bolar um plano de resgate menos idiota ? (de fato ele precisou da “dica” de Tucker para vir com ESTE PLANO IDIOTA)

(Reed pareceu mais oficial comandante do que Archer até aqui na série e o sotaque do personagem é MUITO engraçado. A melhor cena do episódio foi a de Phlox (pra variar) e Sato apertou alguns botões.)

CONVENIÊNCIAS ANDORIANAS: Os sensores Andorianos são tão primitivos que não conseguem encontrar e nem detectar: “túneis secretos”, “passagens secretas”, “paredes ocas”, “enormes portas prateadas marcadas com um X, que se abrem com um toque e ficam escondidas atrás de cortinas”, transportes e grupos de descida carregados de equipamento. Em compensação são suficientemente avançados para detectar os armamentos da Enteprise EM ÓRBITA! De uma forma geral os Andorianos pareceram bem burrinhos. Desde os seus métodos de tortura (com direito ao primeiro “ESMAGAMENTO DE COMUNICADORES”(TM) da história de Jornada) até o fato deles não colocarem guardas armados com os prisioneiros. Se Reed transportasse um sensor de segunda-mão com um adesivo “THIS A SPY SENSOR ARRAY FROM THE VULCAN HIGH COMMAND” e os Andorianos o “achassem”, acredito que eles iriam para casa muito felizes e com a certeza do dever cumprido. (Como o roteiro não explica: Estou assumindo que esta foi uma missão oficial do governo Andoriano.)

PREQUEL PATROL: Espero que o transporte funcione daqui pra frente de forma regular (ele aqui transportou 3 humanos ao mesmo tempo e para o interior de um prédio), pois senão vai virar palhaçada (o mesmo digo do “tradutor universal invisível” – coitada da Hoshi Kim, digo Hoshi Sato).

OS NOVOS VULCANOS #1: O episódio fornece algumas pistas sobre o tratamento “aparentemente” inconsistente dado aos Vulcanos até aqui em Enterpise e também nos diz em primeiro mão o nome do “cara do futuro”. Ele é, sem sombra de dúvida, G’Kar de Babylon5. Enquanto fazia uma longa peregrinação, G’Kar sofreu um acidente no hiper-espaço que o levou a um diferente universo (o de Jornada é claro), onde ele (foi salvo por e) se tornou amigo de um idoso Romulano de nome Tomalak, que ele sempre achou extremamente simpático. G’Kar, jurou a Tomalak, em seu leito de morte, que iria fazer de tudo para restaurar a dignidade do, agora em ruínas, Império Romulano. Para isto iniciou uma guerra temporal, em multiplas frentes. Em uma delas, os seus colaboradores visitaram o passado de Vulcano e instituiram a “pedra de G’kar” como base da filosofia Vulcana, assim como a arte de mentir (com a MAIOR CARA DE PAU, o que devido ao PÉSSIMO nível dos atores convidados para viver os Vulcanos tem sido até bastante fácil), de dissimular e de ser intragável, arrogante, intolerante, racista e preconceituoso. Instituiram também a prática de mumificar os mortos, banindo o conceito do Katra de sua cultura.

OS NOVOS VULCANOS #2: Outro possível motivo para a “aparente” inconsistência no tratamento dado aos Vulcanos em Enterprise pode ser a recente descoberta de um importante “tesouro arquelógico”, uma completa coleção de material sobre um cantor pop do século XX de nome Boy George. Entenda bem, após inúmeras tentativas de tentar “digerir” a coleção de Rock do Dr. Cochrane, os Vulcanos acabaram por desistir e passaram a rotular o Rock como ilógico (ele nunca conseguiram aceitar que alguém pudesse, ser simplesmente, “Born To Be Wild”). Mas tudo isto mudou com a descoberta do material de Boy George. Músicas como “Do You Really Want Hurt Me?” pareciam estar muito mais de acordo com a sensibilidade Vulcana. Muitos Vulcanos começaram a utilizar a “filosofia” do cantor em seu dia a dia, fato que deu início ao movimento dos “Vulcanos Boyolas”. O nosso “Vulcano número dois” desta semana é obviamente “Boyola”, com uma “postura” mais “refinada” do que aquela de um Vulcano comum. Mas como todo bom Vulcano ele não poderia deixar de errar todos os tiros e inclusive derrubar a cortina que escondia a porta que protegia justo as instalações que ele QUERIA PROTEGER. A forma como ele ameaçou a vida de Archer e foi desarmado, pelo bom capitão, em um movimento no “melhor” estilo de “O Tigre e o Dragão” (Bakula disse, em MAIS UMA “recente entrevista”, que está guardando o seu lado “Matrix” para a próxima aparição de Silik e cia.) foi simplesmente “antológica”.

OS NOVOS VULCANOS #3: Devido as maravilhas dos efeitos visuais em CGI, o nosso “Vulcano número um” desta semana foi interpretado por um cabo de vassoura e um toca-fitas MONO e eu DUVIDO que algum espectador tenha notado a diferença. Pobres monges, além de dedicar as suas vidas a procura do Kolinhar, eles tem que se comprometer a ocultar uma gigantesca instalação de espionagem sob o seu templo, mentir descaradamente sobre a sua existência e (se necessário) servir de “bucha de canhão” para um eventual ataque terrorista Andoriano. (Como o roteiro não esclareceu: Será que todos os monges sabiam ? Será esta uma operação do alto comando Vulcano ou de uma agência clandestina ?)

T’POL E OS NOVOS VULCANOS: Quando a Vulcana menos intragável tem “olhos sonolentos”, “lábios de pato”, usa uma “peruca do Moe” e veste um “catsuit”, você começa a se perguntar se fez mal a dupla B&B; em alguma outra vida. O troféu “toilete de ouro”(TM) desta semana vai para seja lá quem inventou o tal “mal cheiro dos humanos”.

Obviamente Dawson (não o ficcional ex-adolescente mas a real ex-Klingon) foi a menos culpada por toda esta zona, mas este Mayweather faz o que mesmo na série ?

Recomendação: