VOY 1×13: Faces

B'Elanna humana e B'Elanna klingon

Roteiristas dividem B’Elanna em duas para fazer estudo da personagem

Sinopse

Data estelar: 48784.2

Quando um grupo avançado composto por Paris, Torres e o tenente Durst perde o contato com a Voyager, Chakotay, Kim e Tuvok se transportam para o planeta onde a equipe estava trabalhando. Chakotay os detecta em algumas cavernas, mas não consegue ultrapassar o campo de força vidiian que bloqueia a passagem.

Em um laboratório subterrâneo, um cientista vidiano chamado Sulan extraiu material genético de Torres para criar uma versão inteiramente klingon dela. Ele espera encontrar uma cura para a mortal “fagia” que assola a sua raça, uma doença genética degenerativa. Mas o seu interesse em Torres não é puramente científico, e ela logo percebe isso.

Presos em outra cela vidiana, Paris e Durst se surpreendem quando outra prisioneira é trazida. É uma versão totalmente humana de Torres – a outra “metade” que sobrou quando Sulan removeu o material genético klingon. Os guardas retornam e removem Durst da cela, enquanto Paris tenta, sem sucesso, ajudar o amigo.

B'Elanna klingon

Quando Sulan volta para visitar a Torres klingon, ela fica espantada ao ver o rosto de Durst nele. Ele matou o tenente e implantou o rosto do cadáver sobre o seu na esperança de parecer mais atraente a ela. Mas, enraivecida, ela arrebenta os laços que a mantinham presa, ataca Sulan e foge do laboratório.

Paris e a Torres humana são encaminhados a um campo de trabalho, mas quando ela fica exausta volta para a prisão. Lá, a sua contraparte a encontra e a ajuda a escapar. A humana inventa um plano para desativar os defletores de toda a instalação, o que permitiria que a Voyager os transportasse a bordo. As duas Torres chegam à conclusão de que cada uma tem qualidades únicas que contribuem para o ser inteiro.

Disfarçado de vidiano, Chakotay resgata Paris e eles reúnem as duas Torres. Quando estão para se transportar para a nave, Sulan atira e a Torres klingon salta na frente para salvar a humana. Ela morre quando chega na Voyager, mas o Doutor consegue usar o seu DNA klingon para restaurar a Torres original.

Comentários

“Faces” soube recuperar muito bem a espécie dos vidianos (alienígenas introduzidos em “Phage”), aproveitando o embalo para aprofundar a análise da personalidade conflitante e a guerra interior existente entre as duas heranças genéticas de B’Elanna Torres.

Faces title card

Mesmo que a dúvida e os questionamentos perdurem até o final, fica claro que cada uma de suas metades (humana e klingon) têm integridade, graça, espírito e força. Ela conseguiu crescer e aprender em uma situação que teria feito muitos se desesperarem.

E o que ela descobre é que sua capacidade única está na combinação de suas duas metades, mesma descoberta feita pelo capitão Kirk, quando dividido em dois por um defeito do transporte, como visto em “The Enemy Within”.

B’Elanna lembra muito Kira Nerys, durante os primeiros dias de Deep Space Nine, quando a major tentava conciliar seu passado como terrorista e seu futuro como oficial da paz.

Sulan

Colocar B’Elanna e Tom Paris “no mesmo barco” durante este episódio foi uma opção inteligente. Os dois têm passados similares: traídos e abandonados pelos pais (um física e o outro psicologicamente), e ambos deixaram a Frota para se juntar aos maquis.

A interação entre Tom e a B’Elanna humana foi adorável, e o modo como ele atuou como um oficial superior naquela missão, exigindo ser levado para uma possível morte no lugar de Durst, foi sensacional. Aparentemente, a fé de Janeway nele é justificável.

B'Elanna humana e B'Elanna klingon

Entretanto, não fica claro por que a B’Elanna klingon aceitaria a ideologia dos klingons com relação à honra e à força. Afinal, ela apenas tinha a fisiologia. Ainda assim, a interação entre as duas personalidades foi muito interessante e Roxann Dawson interpretou muito bem uma fêmea dessa raça de guerreiros.

A boa análise da personagem, a capacidade de entretenimento injetada no episódio e a boa recuperação dos vidianos como vilões faz deste um dos melhores episódios da primeira temporada de Voyager, embora toda a tecnologia criada para contar a história seja, no mínimo, fantasiosa.

Avaliação

Citações

“Why not let your creature out of her harness? Study her in action?”
(Por que não deixar sua criatura fora de seu cativeiro? Estudá-la em ação?)
B’Elanna klingon

“I’m sorry I can’t replicate you a soufflé.”
(Desculpe se eu não posso replicar um suflê pra você.)
B’Elanna klingon

Trivia

  • O diretor deste episódio, Winrich Kolbe, é o mesmo do episódio-piloto, “Caretaker” (“O Guardião”), além do episódio final da Nova Geração, “All Good Things…”.
  • O conceito deste episódio estava praticamente descartado, mas foi ressuscitado por Ken Biller quando ele passou a fazer parte do time de produção de Voyager. “Um dos problemas com a história, era que teríamos que bolar uma maneira de dividir B’Elanna em duas sem forçarmos demais para os telespectadores”, diz Biller. “Eu logo imaginei em utilizar os vidianos (vistos em “Phage”) para fazer isto acontecer, pois eles têm a tecnologia viável, e ao final o episódio acabou transformado em uma versão de “A Bela e a Fera” no quadrante Delta.”

Ficha Técnica

História de Jonathan Glassner e Adam Grossman
Roteiro de Kenneth Biller
Dirigido por Winrich Kolbe

Exibido em 08 de maio de 1995

Título em português: “Duas Faces”

Elenco

Kate Mulgrew como Kathryn Janeway
Robert Beltran como Chakotay
Roxann Biggs-Dawson como B’Elanna Torres
Robert Duncan McNeill como Tom Paris
Jennifer Lien como Kes
Ethan Phillips como Neelix
Robert Picardo como Doutor
Tim Russ como Tuvok
Garret Wang como Harry Kim

Elenco convidado

Brian Markinson como Sulan
Rob LaBelle como prisioneiro talaxiano
Barton Tinapp como um guarda

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Edição de Stéphanie Cristina
Revisão de Susana Alexandria

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