McMahan fala sobre as referências em Lower Decks

A série animada Star Trek: Lower Decks está chegando no meio de sua segunda temporada, trazendo uma variedade de referências e easter eggs do universo Star Trek.

Numa entrevista ao site TrekCore, o showrunner da série, Mike McMahan, comentou a respeito das referências e o que há por vir na segunda parte da temporada.

Pelos episódios vistos até o momento, há muito mais easter eggs de Star Trek nesta 2ª temporada, em comparação com a temporada passada. Segundo Mike McMahan, a produção consegue, as vezes, encontrar um local no episódio, onde há muitas coisas potencialmente referenciais.

Ocasionalmente, estamos conversando com os artistas e sugerindo que visitemos um local em um episódio onde há um bando de coisas potencialmente referenciais no fundo – do tipo quando você vai a uma lanchonete e têm muitas coisas nas paredes – e fizemos isso algumas vezes nesta temporada.

O número de easter eggs provavelmente disparou, por causa de alguns destes locais (como a nave do colecionador em “Kayshon, His Eyes Open”). Eu adoro as listas de coisas que as pessoas encontram, porque meus artistas às vezes me surpreendem também. Eles acabam enfiando coisas lá.

Durante as gravações, o elenco, as vezes, inclui coisas que, para McMahan, aparentemente não fazem muito sentido, mas acabam encaixando na cena, depois que é visto com mais atenção.

Olha, nós somos um programa de animação que tem que se sentir como Star Trek. Portanto, nunca há uma referência, realmente, aos locais do mundo real – apenas fazem referência às coisas do universo Trek. Então, às vezes, o elenco coloca uma referência a algo que fico sem entender completamente até que comece a gostar (quando faço a revisão na pós-produção) ou algo assim, onde estou olhando as coisas quadro a quadro.

Eles tomam a decisão porque parece fazer parte do mundo Trek – e assim que você vê e entende por que está lá, concorda cem por cento. Mas a razão pela qual eu realmente gosto disso é porque quando estamos escrevendo e fazendo esses episódios, queremos que você assista várias vezes.

Eu acho que há uma certa geração, agora, que quer poder olhar para seus celulares, e não ficar encostada na TV. Eles cresceram com a TV como ruído de fundo – mas estamos no Paramount+, e se você vai assistir ao nosso programa, você tem que escolher assisti-lo.

Para o produtor, mais importante do que encontrar easter eggs são as reflexões sobre a antiga Star Trek, onde há coisas ou ações que lembram de um episódio que você já viu ou uma escolha de personagem do passado que o faz lembrar de uma cena em particular.

Quase sempre fico mais animado com as conexões que você pode fazer do ponto de vista de um personagem ou história, porque estamos tentando honrar isso tanto quanto procuramos mostrar, tipo, um comunicador que você possa reconhecer.

Como exemplo de referência do passado, ele cita o recente episódio “Mugato, Gumato”, e como Lower Decks acabou por resolver um antigo debate.

Todos nós vimos esses episódios antigos milhares de vezes como eu disse – mas quando decidimos fazer algo fortemente baseado em um episódio anterior, todos os escritores de Lower Decks assistem juntos (em suas próprias casas) e temos um tópico de texto em grupo destacando as coisas.

Ben Rodgers, que escreveu “Mugato, Gumato”, simplesmente não conseguia entender como ninguém decidiu por uma maneira consistente para os atores pronunciarem “Mugato” naquele episódio da série original “A Private Little War”.

É sabido que tanto o ator William Shatner (Kirk) quanto DeForest Kelley (Dr. McCoy) não conseguiam dizer “Gumato” da maneira que estava escrito – a ponto da produção, na época, ter que mudar o nome do alienígena para “Mugato”.

Desta vez, assistindo novamente, investigamos de uma nova maneira, assistindo com mais de uma pessoa; seu cérebro reage de uma maneira diferente, encontrando coisas que são engraçadas por causa da forma como outra pessoa observa as coisas.

Além disso, você está percebendo os erros (de produção) que eles cometeram, como agora eles não voltaram e refilmaram as coisas porque talvez os atores estivessem ficando irritados com a pronúncia errada dessa palavra inventada.

Para nós, isso é algo para celebrar, em vez de motivo de piada.

Como será a segunda metade da 2ª temporada?

Com a segunda temporada atingindo sua metade, McMahan comenta como será o desenrolar dos próximos episódios.

Bem, eu diria que a primeira metade da 2ª temporada é tipo, “Ei, bem-vindo de volta!”. Já a segunda metade, porém, é mais como “Ok – vamos lá!”

Eu fico um pouco arrepiado sabendo que o último episódio que você viu é o 205 (“An Embarrassment of Dooplers”), porque, para mim, parece um bom final de meio da temporada. Em outro programa, isso poderia ser o final da temporada, honestamente, por causa de como esse episódio foi.

Para ser honesto, meus episódios favoritos da 2ª temporada são na segunda metade do ano, e não apenas porque são cinematográficos ou teatrais – quero dizer, alguns deles são – mas nós apenas pressionamos para fazer coisas que quebrassem as nossas regras nesses últimos cinco episódios.

Então, na primeira temporada, fizemos o episódio-teste-que-não-era-realmente-um-teste (“Veritas”), que foi baseado em sintonizar um episódio de Star Trek, e não saber o contexto sobre o que estava acontecendo. Tentando explicar isso aos executivos do estúdio, pensei: “Isso está no DNA de Star Trek para mim”. A mesma coisa com parodiar os filmes (em “Crisis Point”) e transformá-lo em um grande episódio de terapia de personagem.

Nesse final da primeira temporada (“No Small Parts”), é como você encaixar quatro histórias e comédia, e um episódio de Star Trek realmente incrível que significa algo em apenas 22 minutos. E na 2ª temporada, você verá que estamos fazendo isso de novo.

Estou escrevendo o final da 3ª temporada agora, e é o tipo de coisa que acontece de novo – e realmente parece que é assim em todos os episódios da 3ª temporada. E … isso me deixa muito animado.