ENT 4×16: Divergence

Em um desfecho de ação, a NX-01 deixa muitos klingons de testas lisas

Sinopse

Data: Desconhecida

A Columbia se encontra em dobra máxima com a Enterprise para tentar salvá-la. Archer liberta Reed temporariamente para que ele possa trabalhar na transferência de Tucker de uma nave a outra, por um cabo, em alta dobra, a fim de restaurar os sistemas. O procedimento é bem-sucedido, e Trip consegue reinicializar o motor, salvando a Enterprise.

Trip passando da Columbia para a Enterprise com nave em dobra (!)

Os reparos estão em andamento, e Archer confronta Reed, solicitando um contato com o agente Harris, da Seção 31, que confirma que sua organização auxiliou os klingons no sequestro de Phlox, para manter o Império Klingon estável em meio à crise pandêmica mortal. Archer mais uma vez confronta Reed, que diz não saber para onde Phlox foi levado, mas indica que há inteligência sugerindo que os klingons têm um centro de pesquisa genética na colônia Qu’Vat. A Enterprise e a Columbia partem para lá.

No planeta, Antaak convence Phlox mais uma vez a cooperar, indicando que é possível que a cura interrompa a ação do vírus no estágio 1, em que os klingons sofreriam alterações neurológicas e de aparência, mas sem desenvolver as habilidades superiores dos aumentados humanos. Ele desenvolve quatro versões de um antiviral, mas só uma delas é a cura; as outras três são fatais. O médico quer mais uma semana para descobrir, mas os klingons ameaçam esterilizar a colônia, então o general K’Vagh ordena o uso de quatro voluntários para o experimento fatal.

Phlox preso, com Antaak e os Klingons

A Enterprise chega ao planeta, e Archer encontra Phlox. O capitão se voluntaria para produzir anticorpos de forma artificial, de forma a acelerar o processo. Mesmo assim, os klingons estão determinados a erradicar a colônia. A Enterprise e a Columbia enfrentam naves inimigas em órbita. A situação só é resolvida quando Phlox transporta para a nave líder klingon um recipiente com o vírus. Agora, para se salvarem, eles também precisarão da cura. Com isso, a colônia é salva e o Império Klingon se compromete a distribuir o antiviral entre todos os infectados.

Comentários

Com dez minutos eletrizantes e um desfecho inteligente, “Divergence” traz uma resposta satisfatória para o porquê de vermos klingons de testa lisa na Série Clássica. Mas claro que há alguns buracos de queijo suíço na trama. O primeiro deles é como a Columbia, que em tese não é capaz de viajar mais rápido que a Enterprise, pôde se encontrar com ela tão depressa, sendo que a NX-01 tinha alguns dias de vantagem e estava a dobra 5,2 quando a deixamos, em “Affliction”.

Title Card Enterprise "Divergence"

Se você superar esse problema, ganha de presente uma sequência espetacular em que Trip vai de uma nave a outra por um cabo, numa combinação bastante efetiva de cenas em CGI e em live-action. A ação prossegue de forma empolgante na restauração dos sistemas da Enterprise, seguindo bem aquele padrão de “no último segundo”.

Dali em diante o episódio flui num ritmo mais modesto, mas mantém-se inspirado na execução, com grandes ângulos de filmagem encontrados pelo diretor David Barrett e uma montagem bem efetiva. Em termos de personagens, Phlox é o que mais ganha. John Billingsley tem a chance de demonstrar todo seu talento, entre o choque e o cálculo em meio ao conflito ético imposto pelos métodos klingons de pesquisa clínica. E, no desfecho, com o envio do vírus para a nave klingon, o médico se mostra bem afiado.

Klingons com a testa lisa em Enterprise

Archer mais uma vez se torna uma peça instrumental na solução, ainda que meio a marretadas no roteiro, que propiciam ao capitão passar alguns dias com suaves cristas klingons na testa. Depois de passar um tempo com o katra de Surak na cabeça, agora é DNA klingon… o capitão leva tudo.

Em termos de valores de produção, o episódio seguiu alinhado com o anterior, com poucos (e bons) cenários e um sortimento respeitável de atores convidados. Mais uma vez o Antaak de John Schuck tem maior destaque.

Archer com a testa enrugada klingon devido a experimento de Phlox

No fim das contas, Trip passará mais um tempo na Enterprise para ajudar com reparos, de forma a mantê-lo na série após essa aventura que inteligentemente envolveu a Columbia. É o jogo de malabares que a equipe de produção precisa fazer, em meio às limitações do que era uma produção de Star Trek na época em que Enterprise foi produzida.

Avaliação

Citações

“I doubt my superiors will allow me to remain in my position. I’ll need to find a new specialty – perhaps cranial reconstruction!”
“I have a feeling that’s about to become very popular.”
(Duvido que meus superiores me permitam permanecer na minha posição. Terei de encontrar uma nova especialidade — talvez reconstrução craniana!)
(Tenho um pressentimento de que isso está para ficar muito popular.)
Antaak e Phlox

Trivia

  • Este foi o primeiro episódio de Star Trek dirigido por David Barrett, mas ele faria uma ponte entre a segunda e terceira era televisiva, vindo depois a dirigir dois episódios de Discovery, “Magic to Make the Sanest Man Go Mad” e “Saints of Imperfection”. E sua família tem um pé também na primeira era, já que o pai de David, Stan Barrett, foi ator e dublê, tendo participado do episódio “All Our Yesterdays”, da Série Clássica, como o carcereiro no passado do planeta Sarpeidon.
  • Wayne Grace, que aqui faz o almirante klingon Krell, antes interpretou um legado cardassiano em “Wrongs Darker Than Death or Night”, de Deep Space Nine, e outro klingon, Torak, em “Aquiel”, de A Nova Geração. Por coincidência, Torak apareceu pela primeira vez a bordo da nave IKS Qu’Vat.
  • John Schuck é mais lembrado por seu papel como outro klingon, o embaixador dos filmes Jornada nas Estrelas IV: A Volta para Casa e Jornada nas Estrelas VI: A Terra Desconhecida. Ele também interpretou o cardassiano Parn em “The Maquis, Part II”, de Deep Space Nine. E os fãs de Babylon 5 lembram dele como o minbari Draal.
  • No gráfico que mostra a Columbia se aproximando da Enterprise, os designers cometeram um erro e incluíram o prefixo USS para ambas as naves. Nessa época, as naves não levavam esse prefixo.
  • Este episódio foi originalmente pensado para explicar por que os klingons aparecem com testas lisas na Série Clássica. Mas voltamos a ver esses alienígenas na primeira temporada de Discovery, que se passa apenas dez anos antes da Série Clássica, e lá eles aparecem com suas tradicionais protuberâncias cranianas (e com um design bem diferente). E se por um lado essa explicação foi ignorada, por outro podemos presumir que essa crise pode ter explicado por que os klingons passaram tanto tempo em isolamento, como Discovery descreve.
  • O showrunner Manny Coto adorou o resultado, descrevendo-o como “possivelmente o melhor episódio que fizemos em toda a temporada”. Na mesma entrevista à revista Cinefantastique, ele elogiou o diretor David Barrett, dizendo que ele “trouxe um estilo incrivelmente maravilhoso”.

Ficha Técnica

Escrito por Judith & Garfield Reeves-Stevens
Dirigido por David Barrett

Exibido em 25 de fevereiro de 2005

Títulos em português: “Divergência”

Elenco

Scott Bakula como Jonathan Archer
Jolene Blalock como T’Pol
John Billingsley como Phlox
Anthony Montgomery como Travis Mayweather
Connor Trinneer como Charlie ‘Trip’ Tucker III
Dominic Keating como Malcolm Reed
Linda Park como Hoshi Sato

Elenco convidado

Kristin Bauer como Laneth
John Schuck como Antaak
James Avery como K’Vagh
Ada Maris como Hernandez
Eric Pierpoint como Harris
Terrell Tilford como Marab
Wayne Grace como Krell
Matt Jenkins como oficial tático

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Edição de Mariana Gamberger
Revisão de Susana Alexandria

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