TB entrevista Rebecca Romijn

A primeira das primeiras-oficiais está de volta às telinhas e não está para brincadeira. Introduzida em “The Cage”, piloto original de Star Trek rejeitado pelo estúdio à época, a icônica Número Um foi interpretada por Majel Barrett, esposa de Gene Roddenberry e a primeira dama da franquia. Apesar do status da atriz original, a personagem passou décadas sem dar as caras novamente até seu retorno em Star Trek: Discovery com a interpretação da atriz Rebecca Romijn.

Nas duas oportunidades, a Número Um não pode mostrar muito de sua personalidade. No piloto original, esteve em tela por apenas 14 minutos. Em Discovery, teve falas pontuais durante a 2ª temporada. Para Rebecca Romijn, é hora de mudar isso. Em entrevista ao Trek Brasilis, a atriz prometeu que Strange New Worlds finalmente vai dar à personagem o tratamento que ela merece e revelou até mesmo em que episódio isso começa a acontecer.

Confira a seguir um trecho da nossa conversa com a Rebecca Romijn em vídeo e, abaixo, a transcrição completa da entrevista.

Agora que veremos a Número Um com seu devido espaço na Enterprise, haverá mudanças em relação à personagem que vimos em Discovery?

Rebecca Romijn – Sim! Estamos desenvolvendo uma personagem de verdade, que tem um nome de verdade, Una Chin-Riley. Ela foi introduzida ao mundo quase 60 anos atrás, em “The Cage”, o piloto original rejeitado de Star Trek em que apenas a conhecemos como Número Um e que a vimos apenas realizando tarefas na nave. Não vimos uma personagem de fato. Sabemos por Discovery que ela é muito boa em seu trabalho, muito exigente e meticulosa. Em Strange New Worlds, descobrimos no episódio 3 que há algo que ela está escondendo. Eu acredito que o que ela está escondendo é o motivo pelo qual ela é tão bom no que ela faz. Ela também é um pouco intimidadora e eu acredito que ela faz isso para manter uma distância das pessoas.

O que te atraiu para o papel da Número Um num primeiro momento?

Rebecca Romijn – Eu fui introduzida a Star Trek quando eu tinha 8 anos de idade pela minha mãe com a série original. Eu sou uma trekkie desde criança. A oportunidade de interpretar essa personagem lendária, que era um pouco como um papel em branco… Eu senti que era uma oportunidade incrível! Há muitos personagens familiares em Strange New Worlds e eu acho que nós todos sabemos o quão protetores do cânone os fãs de Star Trek são. Eu também sou uma protetora. Eu também sou uma protetora desta personagem. Mas aqui nós estamos a desenvolvendo – e tem sido uma bela jornada até então.

Ambos você e seu marido, Jerry O’Connell, interpretam um Número Um. Ele, em Lower Decks. Você, em Strange New Worlds agora. Há algum insight ou dica que vocês compartilharam sobre isso e que você poderia compartilhar conosco?

Rebecca Romijn – Bem, a série dele é animada, eu sou a única que veste de verdade um uniforme. (risos)

É verdade. (risos)

Rebecca Romijn – Então, eu nunca o permito esquecer disso. (risos) Eu o lembro disso o tempo todo. Ele não pode vestir um uniforme de verdade, ele só vai a uma cabine de ADR à prova de som. É muito divertido. É hilário que ambos podemos interpretar Números Um. E também na próxima semana teremos Jonathan Frakes se juntando a Strange New Worlds, ele vai estar dirigindo, e meu marido estará visitando. Vão ser muitos Números Um no mesmo local.

Em comparação à Número Um da série original, como você acha que a personagem mudou para Strange New Worlds?

Rebecca Romijn – Nós só a vimos em tela por 14 minutos naquele piloto rejeitado e nós não vimos muito uma personagem. Nós agora poderemos ver seu desenvolvimento, por que ela é do jeito que ela é. Ninguém ama a Frota Estelar mais que a Una. Eu acredito que ninguém ama as estrelas mais que a Una. Ela é muito, muito devota à Frota Estelar, mas ela está escondendo esse segredo, o que é algo muito interessante e divertido na personagem.

Como é fazer parte de duas franquias tão importante para a cultura popular, como X-Men e agora Star Trek? Você se belisca às vezes?

Rebecca Romijn – Sim, eu me belisco e também entendo que os fãs de ambas as franquias são muito protetores em relação a esses personagens importantes. Eu não quero errar a mão, mas ao mesmo tempo temos liberdade artística… São franquias muito diferentes, embora ambas estejam nesse mundo “sci-fi”. Eu me sinto muito sortuda.

No piloto original, a Número Um é muito estoica. Você trouxe uma espécie de leveza a esse estoicismo. Quais outros aspectos desta personagem você está ansiosa para mostrar nessa temporada?

Rebecca Romijn – É muito difícil falar disso sem entregar spoilers, mas o que aprendemos sobre ela no episódio 3… Bem, estamos no meio das gravações da segunda temporada agora e nós vamos continuar explorando isso até onde estamos. Pelo fato de estarmos abordando temáticas similares à série original, as partes engraçadas serão engraçadas como na série original, as partes de horror serão pavorosas, as partes sexy serão sexy. A série original foi isso tudo e muito mais, nós sabemos. É ótimo poder mostrar Una como uma personagem real, ela tem uma personalidade também. Eu estou abraçando isso. Como atores, nosso trabalho é muito mais do que aprender palavras. Nosso trabalho também é trazer algo à mesa. Nós tivemos diretores incríveis até então, mas houve uma diretora que era muito fã de improvisação. Ela reservou um tempo da nossa agenda para filmar extras e nos deixou o que nós quiséssemos dizer nessas partes. Muito disso somos nós “fritando” um dos personagens. Eu não sei onde isso vai parar, provavelmente não no episódio de fato, mas em algum lugar, e é muito divertido atuar dessa forma.

Como foi trabalhar com as outras estrelas da série, especialmente Anson Mount, que interpreta Pike? Como era a dinâmica de vocês nas filmagens?

Rebecca Romijn – Foi ótimo! Todo mundo é tão bom! Muitos de nós interpretamos personagens familiares da série original e nós sentimos o amor dos fãs, mas também a necessidade de fazer esses personagens da maneira certa. Houve dificuldades, especialmente na primeira temporada, filmando durante a pandemia. Nós tivemos muitos protocolos contra a Covid. Não ficamos trancados, mas eles nos fizeram sentir muito seguros. Ficamos isolados, não podíamos aproveitar muito tempo juntos fora do trabalho. Então meus dias favoritos eram quando estávamos na ponte, era quando todos estavam juntos e podíamos ser um pouco como uma família. É isso o que você é quando está em um elenco como esse. Esse ano, a mesma coisa. Os números ainda estão altos por aqui, ainda estamos sob os mesmos protocolos contra a Covid, ainda não podemos aproveitar tanto tempo juntos como gostaríamos, então os momentos na ponte são os melhores. Eu amo todos e eles são tão bons… Eu assisti a alguns episódios pela primeira vez há alguns dias e eu nunca tinha visto performances como estas. Eu apenas amo todos eles. Anson é ótimo. Eu e ele não sabemos qual é a nossa história de fundo especificamente, mas eu perguntei aos roteiristas se teremos algum episódio onde aprenderemos mais sobre Pike e Una e eles disseram que sim! Nós temos um nível de familiaridade que ex-namorados têm, que conseguem ver diretamente um ao outro.

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