A franquia está voltando à produção de longa-metragens com Section 31, o primeiro filme televisivo produzido na história de Star Trek. Mas e quanto às telonas? A reportagem especial da Variety publicada nesta quarta-feira (27) traz algumas pistas e novidades –mas é preciso recebê-las com uma pitada de sal.
A Paramount Pictures segue engajada em sua parceria com a Bad Robot para produzir filmes de cinema de Star Trek, e um dos projetos em desenvolvimento é o que é descrito como o “capítulo final” da saga de universo alternativo iniciada em 2009, com Star Trek, de J.J. Abrams. De novidade, há o anúncio de um roteirista para o trabalho: Steve Yockey estaria neste momento preparando uma nova versão do script.
O problema é que uma tentativa de realizar esse quarto filme vem desde 2016, quando foi lançado o último (Star Trek Sem Fronteiras). Originalmente, ele teria a volta de Chris Hemsworth como George Kirk, num reencontro com seu filho James. A coisa se desmanchou em 2018, com o colapso das negociações dos cachês.
Na mesma época, Quentin Tarantino flertou com a ideia de dirigir um filme de Star Trek, sem conexão cronológica com as produções de Abrams, mas a ideia logo evaporou também. Noah Hawley então foi contratado para desenvolver um projeto de longa e estava avançado na pré-produção quando uma mudança de chefia no estúdio puxou o fio da tomada e cancelou a iniciativa, em 2020.
Em 2021, foi anunciado que a roteirista Kalinda Vasquez estava desenvolvendo um filme de Star Trek sem conexão com os projetos anteriores. Mas desde então não se ouviu mais falar disso.
Em 2022, J.J.Abrams apareceu em uma reunião de acionistas da Paramount para anunciar o retorno do elenco de 2009 em um novo filme, a ser dirigido por Matt Shakman. Detalhe: nenhum dos atores tinha então contrato para o projeto, e Shakman acabou desistindo dele para dirigir o filme do Quarteto Fantástico para a Marvel.
Depois disso, ficamos sem reais novidades — até agora, com o anúncio da chegada de Steve Yockey ao projeto. Quer dizer que vai andar? Não sabemos. Há uma longa distância entre escrever um roteiro e filmá-lo, medida em muitos milhões de dólares — talvez mais do que o estúdio possa bancar, com o elenco estelar de Chris Pine, Zachary Quinto e Zoe Saldaña.
O que ninguém duvida é que, em algum momento, haverá um novo filme de cinema de Star Trek. E no momento a Paramount Pictures está apostando no desenvolvimento de vários projetos paralelos. Além do cobiçado quarto capítulo da linha do tempo Kelvin, há uma ideia que está mais adiantada, definida pela Variety como “meio que uma história de origem para a linha do tempo principal da franquia inteira”. O que isso quer dizer? Não sabemos. O que sabemos é que o filme é escrito por Seth Grahame-Smith (de Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros) e dirigido por Toby Haynes (que já conduziu episódios de Andor e o famoso spoof de Star Trek em Black Mirror, “USS Callister”). Dizem que este projeto está na trilha para iniciar sua pré-produção no fim do ano.
Em ambos os casos, segundo fontes da Variety, o estúdio está tentando conter o orçamento para que ele seja compatível com o potencial de bilheteria de um filme de Star Trek, que não chega à marca de meio bilhão de dólares.
No lado televisivo, as coisas andam com mais fluidez. Sem dizer números, Alex Kurtzman diz que Section 31 custou “muito menos do que custaria um filme de Star Trek“. É um lembrete de que a franquia sempre se deu melhor apostando na base de fãs e em custos mais baixos — os filmes de cinema só decolaram quando a produção (e o escopo) passou à divisão de TV da Paramount, com o até hoje celebrado Jornada nas Estrelas II: A Ira de Khan.
Kurtzman, por sinal, segue firme com planos para mais telefilmes de Star Trek além de Section 31. Michelle Yeoh diz que estaria disposta a voltar para mais, e o produtor diz que uma possibilidade é desenvolver algum filme derivado de Picard.
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