Meyer não crê em interesse sobre minissérie de Khan

Ainda durante o seu trabalho em Discovery, o escritor Nicholas Meyer chegou a revelar que estava desenvolvendo um projeto à parte de Star Trek, que seria uma minissérie de 3 partes intitulada Ceti Alpha V. A minissérie contaria a história de Khan Noonien Singh no exílio, antes dos eventos do filme Star Trek II: The Wrath of Khan.

De lá para cá, Meyer falou pouco sobre o projeto Ceti Alpha V, confirmando que havia completado um roteiro para as três partes, mas que o projeto estava suspenso pelo estúdio. O escritor até sugeriu que um dos problemas para o projeto não avançar estaria relacionado à divisão de direitos entre os filmes e série de TV da franquia, e, mais tarde, justificou que no modelo de negócios para streaming um projeto de três horas não seria suficiente para um sinal verde.

Nas últimas semanas, Meyer foi ao Twitter e Instagram para postar vídeos respondendo às perguntas dos fãs sobre sua carreira dentro e fora de Star Trek e voltou a oferecer uma atualização sobre a minissérie Khan.

Meyer comentou, que, apesar do incentivo de Kurtzman, mostrou decepção por nunca ter ouvido ninguém falar mais a respeito do assunto.

Na verdade, eu sempre quis perseguir essa ideia sobre o que aconteceu com Khan depois que Kirk o abandonou. Alex Kurtzman me disse “que tal fazer uma série de 3 noites ou 3 horas em uma série limitada sobre o que aconteceu com Khan intervindo por 15 anos (depois de “Space Seed”), uma vez que ele foi deixado no planeta”. Eu disse que achava uma ótima ideia. Então, escrevi e achei que ficou muito bom, mas nunca mais ouvi ninguém falar novamente, e o projeto está apenas sentado lá.

A respeito de sua entrada na franquia, Meyer disse não sabia muito sobre Star Trek antes de seu envolvimento no filme e assistindo alguns vídeos.

Quando me envolvi com Star Trek como um projeto de filme, eu não sabia nada, eu nunca tinha assistido nada e perdi tudo o que poderia ter sido importante. Quando peguei isso como um filme, era jovem e nada para mim era importante. O (beijo) interracial, a ênfase otimista passaram por mim porque, na época, tudo que eu conseguia ver eram os cenários bregas e o homem com orelhas pontudas. Eu não sabia o que era aquilo e apenas parecia meio estúpido para mim. E foi apenas fazendo o filme The Wrath of Khan que eu fui forçado a olhar para isso mais de perto e me envolver com isso e para ver que era inovador. E isso me mudou, acho que como pessoa ao longo dos anos. 

Meyer conta ainda como foi ser o “novato” em Star Trek e como isso influenciou seu trabalho no filme. 

Não há dúvida de que o fato de eu não saber nada sobre Star Trek acabou por funcionar a meu favor, porque eu não entendia onde estava. Continuei tentando me fazer entender, enquanto avançávamos o filme que começa com o título no século XXIII, mas percebi mais tarde que ao chamá-lo de século 23 este foi também o início do processo de tentar torná-la compreensível para mim e o que eu entendia mudou ao longo do tempo, mas funcionou a meu favor, porque acho que não fui inibido pelo que outras pessoas poderiam ter considerado que eu estava refazendo Star Trek de uma maneira que eu pudesse entender. E comecei, quando estava fazendo este filme, a pensar nisso como Capitão Horatio Hornblower no espaço sideral. Hornblower sendo um capitão da Marinha Real durante as Guerras Napoleônicas e eu pensei: “Ok, tudo bem, é o Hornblower no espaço e estava bem até ía“, mas foi só muito mais tarde, muito mais tarde, que comecei a entender que isso não era tudo o que estava acontecendo, o caminho era dedicado à proposição de que os seres humanos podem melhorar, mas podem aprender a melhorar, podem aprender uns com os outros, podem trabalhar juntos para resolverem problemas de uma maneira positiva. Não tenho certeza se isso é verdade, mas é um objetivo otimista e alguém disse que o propósito da arte é ensinar você a amar a vida, e acho que Star Trek faz isso muito bem”.

Em seu vídeo mais recente, Meyer fala sobre sua “convicção original de que Spock deveria morrer e realmente estar morto no final de Star Trek II: The Wrath of Khan

A morte de Spock deveria ser definitiva? Eu acho que é justo dizer que se ele não tivesse voltado à vida, os filmes provavelmente não teriam voltado à vida, então, em um sentido estritamente comercial ele provavelmente não deveria ter morrido. Então, minha convicção original de que Spock deveria morrer e realmente estar morto no final de Star Trek II: The Wrath de Khan, você sabe, era meio que esteticamente o que eu achava que deveria ser, mas talvez eu estivesse meio que discutindo com a história da audiência, o público pode ser estúpido, mas nunca está errado.

Fonte: TrekMovie